Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
GUIA DE NUTRIÇAO PARA NEFROPATAS EM HEMODIÁLISE Objetivo deste guia Fornecer informações a respeito da Doença Renal Crônica (DRC), suas alterações metabólicas e nutricionais e recomendações de nutrientes, de forma que o profissional nutricionista tenha subsídios científicos para o cuidado do paciente em hemootálise. I. Introdução Apesar do grande desenvolvimento científico e tecnológico nas terapias de reposição renal, a morbidade e a mortalidade da população em diálise continuam elevadas1,2, Uma das principais causas são as anormalidades nufricioneis. Alguns autores referem que 10 a 70% dos pacientes mantidos em hemodiálise apresentam algum sinal de desnutrição evidenciados pela diminuição importante de parâmetros annopomémcos"> Inúmeras são as razões para as anormalidades nutricionais, incluindo distúrbios no metabolismo protéico e energético, alterações hormonais e ingestão alimentar deficlente". Assim, os objetivos do acompanhamento nutricional do paciente urêmico é o de assegurar o estado nutricional adequado, de atuar em doenças correlatas e de tentar corrigir algumas das alterações metabólicas existentes, além de repor as perdas de nutrientes causadas pelo procedimento dialític07, 11.Dados Demográficos A DRC é um problema de saúde pública mundial com 1,8 milhões de pessoas em terapia renal subsfitutiva", No Brasil, dados do Censo 2007 da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) , revelam que 73,650 pacientes são submetidos a tratamento dialítico, sendo que 54% encontram-se na Região Sudeste. A grande maioria destes pacientes (90,8%) é submetida à hemodiálise como terapia renal substitutiva 9. 11I.Morbidade e Mortalidade Apesar das várias inovações tecnológicas incorporadas no procedimento hemodialítico, os estudos brasileiros não demonstram melhora da sobrevi da dos pacientes portadores de ORO na última década1,2,1o Esse fato corresponde também aos registros mundiais de dlállse"-". Segundo dados da SBN, a mortalidade de pacientes em hemodiálise (HD) no Brasil em 2007 foi de 14,3%9. Dados de 2003 informam que esta taxa foi de 14,8% na Europa e 22,3% nos Estados Unidos, Entre os vários fatores que afetam adversamente esses pacientes, a desnutrição energético-protéica (DEP) é um dos mais importantes? Principais Causas de Mortalidade de Pacientes em Hemodiálise Cardiovasculares fi maior causa de mortalidade em pacientes com DRCé de origem cardiovascular, atingindo um índice anual em I mo de, aproximadamente, 9%. Esse índice é 10 a 20 vezes maior se comparado à população geral, mesmo quando o ajuste é feito para outros fatores de risco, como idade, raça, sexo e presença de Diabetes Mellitus 13. fi ( lerosclerose é uma condição presente na maioria destes pacientes, muitas vezes associada à própria gênese da (ia nça renal, como hipertensão e diabetes". Infecção fllnrecção é também uma importante causa de mortalidade em pacientes fratados-corn hemodiálise15.16devido a IlIl res associados ao processo dialítico, principalmente à obtenção de acesso vascular, às múltiplas transfusões e más condições de higiene dos pacientes, além da imunossupressão associada à urernia11. snutrição A (I nutrição energético-protéica (DEP)em pacientes com DRC submetidos à hemodiálise (HD) tem sido IIIllplam nte estudada devido à sua elevada prevalência e estreita associação com a morbidade e mortalidade". AI (0% dos pacientes em diálise podem apresentar algum grau de desnutrição3.4.5,que está associada ao 1111111me do risco de morbí-rnortaüríaoe". u as da Desnutrição AI 11010Ia da desnutrição nestes pacientes é 11111111101rlal, tendo como principais causas a 111111111alimentar insuficiente, catabolismo 111111(I\lAdo, alterações norrnonais, doenças IIIIIIIH:I(ldas20, anorexa". alterações no paladar, 1111111IIÇOde toxinas urêrnicas, distúrbios 111111111111sllnais e alterações metabótcas". AIi'1I111111180,nos pacientes submetidos ao li 1111110111d hemodiálise, os estímulos wl illI')lIllo do procedimento dialítico per se, a /llIldll do Ilulrl ntes para o dialisato e a acidose I11111111H)IID(lsão fatores que também contribuem li 11111111Iml d oesnumção=, podendo levar a 1IIIlIIIV 011110composição corporal. Ouadro Resumo 73.650 pacientes Demografia no Brasil 90,8% em hemodiálise 54% região Sudeste Mortalidade 1. Prevalência • Brasil 14,3% • Estados Unidos 22,3% • Europa 14,8% Cardiovascular (HA, DM e Dislipidemia) 2. Princípais causas Infecção Desnutrição Desnutrição 1. Prevalência 10 a 70% Distúrbios no metabolismo protéico e energético Acidose metabólica Alterações hormonais 2. Causas Ingestão deficientePerda de nutrientes no dialisato Catabolismo aumentado Distúrbios gastrintestinais Doenças associadas IV. Funções do Rim24 1. Função Excretora • Eliminação de água - manutenção do equilíbrio hídrico • Eliminação de substâncias tóxicas do metabolismo (uréia, ácido úrico, creatinina etc.) • Eliminação de substâncias estranhas, como drogas e medicamentos 2. Função Reguladora • Manutenção do volume extracelular (balanço de sódio e água) • Manutenção da Osmolalidade • Manutenção da composição iônica do volume extracelular (sódio, cloro, potássio, magnésio, cálcio, fósforo etc.) • Manutenção do equilíbrio ácido-básico: excreção de ácidos não-voláteis e recuperação de bicarbonato 3. Função Endócrina • Síntese de Eritropoietina (EPO) - estimulação da hematopoíese • Síntese de Renina - regulação da pressão arterial sistêmica • Síntese de Calcitriol (1,25 diidroxivitamina O) - metabolismo do cálcio e fósforo Outras: Degradação e catabolismo de hormônios (insulina, glucagon, paratormônio, hormônio do crescimento) Quadro Resumo das Funções do Rim Função Retenção hídrica - edema Acúmulo de substâncias tóxicas - uremia Descrição Consequências da DRC Eliminação de água e substâncias tóxicas Excretora Reguladora Manutenção do equilíbrio hidroeletrolítico Hipercalemia Acidose Metabólica Oesequilíbrio hidroeletrolítico Endócrina Síntese de hormônios Anemia Hipertensão Osteodistrofia V. Alterações Metabólicas na ORe 1. Metabolismo das proteínas o metabolismo das proteínas encontra-se alterado na ORC, A evidência desta alteração é o padrão anormal de aminoácidos plasmáticos encontrado nesses pacientes, Certas alterações parecem ser causadas pela própria ORC, enquanto outras são semelhantes às encontradas em indivíduos com baixa ingestão de nutrientes, e podem estar relacionadas à nesnutrição". Existem vários fatores que levam ao catabolismo protéico na ORC, como o baixo consumo energético, as alterações endócrinas (resistência à insulina e hiperglucagonemia, resistência ao hormônio do crescimento e o hiperparatireoidismo), insuficiência cardíaca, anemia, infecções e inflamações, terapia com glicocorticóides e a acidose metabólica (esta última, parece ser a maior causa do elevado catabolismo protéico desses pacientes)25,26, Acidose Metabólica Por definição, acidose metabólica é caracterizada como um estado anormal de reduzida alcalinldacl IlI) 111I111111" tecidos corpóreos e pode ocorrer numa variedade de condições clínicas, sendo o rim o principal órg (1111111111111111 da homeostase ácido-básica, Portanto, acidose metabólica é comumente encontrada na ORC, em vhlll(1 tllI 111111 reduzida habilidade em reabsorver bicarbonato e excretar amônia, no estágio inicial. Na falência r nAI, Ii 111I1I\ da diminuída excreção de íons hidrogênio pelo rim danificado, derivados, principalmente, do metab 11,1110(li, aminoácidos sulfurados e, particularmente, da proteína dietética de origem animal". Outro fator associado ao catabolismo protéico pode ser a perda de glicose (25 a 30 g) que ocorre (Iur 1110ti hemodiálise com dialisato sem a sua adição". 2. Metabolismo dos carboidratos A ORC está associada a um estado de intolerância à glicose causada pela resistência à insulina, A medlrln (jllll a disfunção renal progride, ocorreredução da degradação da insulina, causada pela perda da mas a r nAI, conjugada à redução do metabolismo hepático de insulina induzido por toxinas urêrnícas. Em fases avançrlllllll de disfunção renal pode haver uma redução na síntese pancreática de insulina, impedindo o aumento qu (JolllI esperado em resposta ao estado de resistência tíssuíar". Diversos fatores estão associados com o estado (I( resistência à insulina induzido pela disfunção renal, como o PTH e as toxinas urêrnícas. A diálise e o uso d calcitriol endovenoso têm efeito benéfico, com melhora da sensibilidade à insulina", 3. Metabolismo dos lipídios Pacientes em hemodiálise apresentam, frequentemente, anormalidades lipídicas diversas, sendo as principais: hipercolesterolemia, redução de HOL-colesterol, aumento de LOL e VLOL e hipertrigliceridemia, com consequente risco aterogênico elevado, Quando a hipercolesterolemia é diagnosticada em tais pacientes, ela não deve ser aceita simplesmente como consequência da doença renal, mas deve ser abordada da mesma maneira que na população geral, A hipertrigliceridemia é leve a moderada nestes pacientes, mas, devido à presença de outras anormalidades de lipoproteínas associadas, podem apresentar um risco coronariano mais elevado do que concentrações similares de triglicérides em populações saudáveis", · M 1.lhol mo do cálcio, fósforo e vitamina D I11IVlil111111111111111111IIIPOlllladO pelo cálcio no organismo, que abrange da formação óssea à coagulação , 11111I1111111111IIIIIIÇ O COIllO mensageiro intracelular, é importante que sua concentração seja mantida dentro de 1111111111111111111IIlIl!lol1 (8,r:: a 10,5 mg/dl). Uma interação complexa entre vários órgãos (principalmente intestino, 111/11111111/)I 1/11111101110(PTH e vitamina D) é responsável pela homeostasia do cálcio. 1111111111111I11I\II1I1l.'1I0da ORe, ocorrem alterações no balanço de cálcio, fósforo e no metabolismo da vitamina D, 111111111111111/1111uno tanio nas manifestações clínicas da uremia como no desenvolvimento do hiperparatireoidismo 11111,111111'11111, ""1111111; 1IlIllO!1l1nal de cálcio parece estar normal no início da insuficiência renal, mas começa a diminuir à I/li 1111111111111parda da função renal se acentua causando hipocalcemia. 1111111111111111(lU função renal, a excreção de fósforo também é prejudicada, causando hiperfosfatemia e os IIlIlIJllIlIlIHllllos cllalltlcos são pouco eficientes na remoção de fósforo. "1111111111111111810do cálcio e fósforo está diretamente associada ao hormônio da paratireóide (PTH) e ao calcitriol (I,l! )Ocllldroxlvitamina D), que é o metabólito ativo da vitamina D. Estes dois sistemas hormonais estão 111111111111101110reíaclonados e cada um interfere no outro por mecanismo de feedback. Na tentativa de manter níveis III'JlIIIOlIllll cnlclo e fósforo dentro da normalidade, ocorre aumento do PTH que mobiliza cálcio dos ossos e aumenta 11111111IIlltlorç o intestinal através do aumento da síntese de calcitriol pelos rins. Este aumento é feito diretamente e 1101110consccuêncla do aumento da excreção de fósforo, resultando em diminuição de fósforo sérico. O aumento do t: 111:lItlol,por sua vez, inibe a secreção do PTH, que é o principal regulador da absorção intestinal de cálcio. I 111Iilllllorações dão origem ao lllporpnrallreoidisrno Secundário, uma IiOlllpllc ção frequente em pacientes com 1lIlC o uma das causas de desnutrição nestes IIIIGI0l1tes29. Quadro Resumo das Alterações Metabólicas Alteração Metabólica _ ~ecanismos/~scriçãO LConsurno energético Resistência à insu lina Hiperglucagonemia Hiperparatireoidismo Resistência ao IGF-1 Anemia Infecções Glicocorticóides Acidose metabólica Metabolismo das proteínas Metabolismos dos lipídios Metabolismo dos carboidratos Resistência à Insulina Intolerância à glicose Hiperglucagonemia Hipercolesterolemia t HDL t LDL e VLDL t Triglicérides Progressão da rença Renal t calcitriol > > .L absorção intestinal de Ca > > t Ca sé rico .L excreção de P > > t P sérico------------~---- Metabolismo do cálcio, fósforo e vitamina D t PTH » reabsorção óssea de Ca, T calcitriol » 'T Absorção intestinal de Ca » t Ca sé rico e i excreção de P___ J _ Hiperparatireoidismo secundário VI. Alterações Bioquímicas Albumina A hipoalbuminemia tem um papel importante em pacientes em diálise, pois é um preditor forte e independente de mortalidade. Estudos mostram que o risco de morte aumenta, acentuadamente, quando os níveis séricos de albumina declinam a valores inferiores a 4 g/dI30. 31. Uréla A uréla tom rOlflç o ellr 1O com a Ingestão e/ou quebra endógena de proteínas. Nos pacientes em hemodiálise os nlv Is l)fllxO (I L1r 10 rica « 100 mg/dl) são dependentes da função renal residual e da intensidade da diálise, além dls o, Upl' S 11'IAII1 orr lação direta com a taxa de mortalidade. Níveis baixos de uréia sérica podem indicar baixa InO t, o protélca3~. Creatlnlna A cr-atllllnt;l érlca é dependente da função renal residual e da massa muscular. Níveis baixos de creatinina « 10 mg/cll) r fi tem diminuição da massa muscular e também estão associados com maior taxa de mortalidade nos pacientes m 11emOdiálise32,33 Colesterol Embora a 111percolesterolemia seja uma alteração frequente, atenção deve ser dada aos níveis baixos ou em declfnlo do colesterol, pois também são preditores de risco aumentado de rnortalídade". A desnutrição e a inflsmaç o parecem modular o metabolismo lipídico, em particular em pacientes com ORC. Níveis reduzidos de colest rol estão associados a marcadores inflamatórios, como PCR, IL-6 e TNF34 Sódio o sódlo sérico dificilmente encontra-se alterado, pois a ingestão de sÓdio é seguida pelo aumento da sede e consequente ingestão de líquidos, de forma a normalizar sua concentração". Potássio Quando os rins reduzem a capacidade de excreção do potássio, o corpo, numa tentativa de manter a homeostasia interna, lança mão de mecanismos para tentar prevenir o acúmulo excessivo deste mineral no sangue, Para pacientes com função renal residual, ocorre aumento da excreção. O outro mecanismo é o aumento da excreção do potássio por meio das fezes. Os níveis séricos de potássio devem ser monitorados rotineiramente para a avaliação da necessidade de restrição. Por outro lado, a ocorrência de hipocalemia pré-diálise pode ser um sinal importante de risco nutricional ou desnutrição pela baixa oferta de alrnentos" Atenção para os fatores não-dietéticos responsáveis pelo aumento dos níveis séricos de potássio, como a resistência à insulina, acidose metabólica e o uso de diuréticos poupadores de potássio e beta-bloqueadores, eficácia da diálise, obstipação intestinal, estados hipercatabólicos e o uso deste eletrólito nas soluções de diálise6,7 inco Na hemodiálise, as concentrações plasmáticas ele zinco costumam ser normais, mas os oxames laboratoriais relativos ao zinco não são fidedignos, e os níveis baixos aparecem somente quando a deficiência é grave. Portanto, a confiabilidade desses testes é questonávef. ! erro Vi'lI'los fatores podem contribuir para a diminuição dos estoques de ferro, como a perda (10 sangue através do dialisador, sangue oculto nastezes, acidentes com o acesso vascular e pela necessidade frequente de coleta de sangue para testes laboratoriais. Outra dificuldade na manutenção adequada dos estoques de ferro 6 a diminuição da absorção em pacientes submetidos à hemodiálise35, Ainda, com a função renal diminuída e consequente diminuição da síntese de rltropoietina, pode ser necessário o tratamento Com EPO recombinante humana aumentando a necessidade de ferr06,7,30. Fósforo Como os procedimentos dialíticos são pouco eficientes na remoção de fósforo, a hiperfosfatemia é um achado comum em pacientes em hemodiálise e, sendo a necessidade de ingestão protéica elevada, dificilmente o consumo de fósforo será inferior a 800 rnq/dla. Além disso, a suplementaçãode vitamina O aumenta a absorção intestinal deste elemento. Assim, com frequência, é necessária a utilização de quelantes de fósforo6,7 A hipertosfatemia aumenta o produto cálcio/fósforo no plasma e um produto maior do que 60 a 70 aumenta a possibilidade de deposição do tostato de cálcio nos tecidos moles do corpo (pele, pulmões, olhos, coração e vasos sanguíneos), Essa precipitação pode, em parte, ser responsável pelo prurido apresentado por muitos pacientes'. paciente foi totalmente depurada de um soluto, no caso, a uréia36. Considera-se uma sessão de 11 Ill()(1I 1111111111111111 eficiência quando o KtN é igualou maior do que 1,2l Oiálise inadequada pode resultar em estado urêmico, conduzindo a náuseas, vômitos e anorexia, C 111,(H 11li qlllllllll prejuízo do consumo alimentar. índices baixos de KtN também estão associados a maior risco d m 1IIllh li li It II Quadro Resumo das Alterações Bioquímicas Dado Bioquímico Descrição Albumina ___ --l Uréia Creatinina J, albumina» i risco de morte J, uréia » J, ingestão protéica+--- - J, creatínina» > J, massa muscular • •'li • J, colesterol >> desnutrição -------~--- eeralmente normal I ~~percalemia: fatores dietéticos e não-dietéticos Hipocalemia pré-diálise: risco nutricional Onde: Ln = logaritmo natural t = duração da sessão de hemodiálise em horas P = peso pós diálise em kg R = NUS pós diálise / NUS pré-diálise NUS = Nitrogênio uréico sérico (mg/dl) = uréia sérica (mg/dl)/2,14 UF = Volume de ultrafiltração em litros Colesterol Sódio Potássio t Perdas e má absorção intestinalFerro Zinco IX. Alterações Nutricionais 1. Ingestão Alimentar A Ingestão de nutrientes, principalmente no que se refere a ingestão calórica, é frequentemente ínsuncíent e inadequada para compensar os fatores catabólicos associados à hemodiálise, causando piora progressiva do estado nutricional ao longo do ternoo". Sabe-se que em indivíduos normais, o balanço nitrogenado depende muito do aporte energético. Um alto soou energético pode ter um efeito poupador de proteínas, e a redução da ingestão energética pode resultar num balanço nitrogenado negativo38. • Papini observou que 60% dos pacientes em hemodiálise que se apresentaram para transplante, ingeriam menos de 30 kcal/kg/dia5 Outros autores também tiveram achados semelhantes". Fósforo Fidedignidade dos resultados questionável Remoção deficiente Usar quelantes Atenção para produto Ca/P maior que 60 a 70. VII. Uremia Uremia ou Síndrome Urêmica é a condição clínica onde ocorre um conjunto de manifestações tóxicas devido a retenção no organismo (sobretudo no sangue) de produtos nitrogenados que deveriam ser eliminados pela urina. Náuseas e vômitos, ou mau hálito com discreto odor de urina (hálito urêmico) são os primeiros sintomas da uremia. Outras alterações importantes são a gastrite, as úlceras e as hemorragias digestivas, que se manifestam por dor na região do estômago ou ainda vômitos ou fezes com sangue vivo ou escurecido, além de prurido, apatia, sonolência, cefaléia, anorexia e diarréia. O tratamento para a uremia é a diálise VIII. Adequação da Diálise A adequação da diálise depende de vários fatores, mas tem sido relacionada, principalmente, à dose ou quantidade de diálise oferecida a um paciente. Segundo o Kidney Disease Outcome Quality Initiative (0001)33 a eficiência da diálise pode ser avaliada mediante o cálculo do KtN de uréia da sessão de diálise. A razão KtN representa quantas vezes a água corporal de um Considerando todas as evidências de que as necessidades calórico-protéicas estão aumentadas em pacientes em HO e que as consequências da uremia e do processo dialítico causam alterações gastrintestinais, é mesmo difícil atingir as necessidades recomendadas, especialmente em pacientes sub-dialisados (KtN < 1,2). Observou-se que a ingestão de cálcio também está abaixo das necessidades e fica em torno de 400 mg/dia530,4o Como as necessidades de proteínas são elevadas e os alimentos protéicos são ricos em fósforo, a ingestão deste elemento dificilmente é menor do que 800 me/dia'. Parece que não há deficiência na ingestão de ferro, mas existem evidências de que a captação pela mucosa está diminuída em pacientes submetidos a hernodálise". Proteínas o requerimento dietético de proteínas é maior em pacientes hemodialisados do que em indivíduos normols 01111111 pacientes urêmicos não daíísados". Borah et aI. estudaram o balanço de nitrogênio em pacientes em hemodiálise com diferentes quanticlade do III(JIIIII 11 proíéca Com uma dieta com 0,5 g de proteína/kg/dia o balanço de nitrogênio foi marcadamente negativo 11011111111111111 que o paciente realizou hemodiálise e discretamente negativo nos outros dias, Mesmo com uma dieta 111prllrolôlllll (1,/1 g/kg/dia), o balanço de nitrogênio foi negativo nos dias de diálise, porém tornava-se positivo nos outros dia, 1'01111111111111 em balanço cumulativo de nitrogênio próximo de zero". Além da perda de 5 a 8 g de aminoácidos no dialisato durante uma sessão de 4 horas de hemodiálise~6, cev -811 considerar a possível degradação protéica acelerada associada com a simples interação entre o sangue e as m011111l1111/1 artificiais do dialisador46 Portanto, para indivíduos clinicamente estáveis em HD, sedentários ou com atividade física leve, são recomendadO[llll1l torno de 35 kcal/kg/dia e 1,2 g/kg/dia de proteínas para manutenção do peso e balanço nitrogenado neutro OLl poolllvll, 50% deve ser de alto valor biológico, Doentes Renais Crônicos podem manifestar carência de zinco, devido à diminuição da oferta alimentar ou ao aumento das perdas fecais e/ou urinárias (quando há volume urinário residual) ou ainda à má absorção, pois a DRC constitui uma das principais condições clínicas associadas à deficiência de znco" ,Além de outros efeitos, a deficiência de zinco causa alterações no paladar, contribuindo para a diminuição da ingestão de alímentos". 2. Antropometria Vários autores demonstraram alta prevalência de desnutrição em pacientes em hernodálise. Papini demonstrou que 70% dos pacientes tinham algum grau de desnutrição e quase 50% estavam abaixo do percentil 5 quando a Prega Cutânea do Tríceps (PCn foi avaliada, Neste mesmo estudo 47% dos pacientes tinham algum grau de desnutrição segundo a Circunferência Muscular do Braço (CMB)5 Outros autores também tiveram semelhantes achados". Cálcio e Fósforo o fósforo deve ser restringido nas dietas de pacientes em HD, pois a hiperfosfatemia contribui para o desenvolvimento do hiperparatireoidismo secundário, que ocorre em praticamente toda a população dialsada. Apesar de a doença ser multifatorial, é clara a participação das ingest6es de cálcio e fósforo em sua flsiopatologia, Assim, recomenda-se que a ingestão de fósforo seja menor do que 1 g/dia, porém muitas vezes o controle dos níveis plasmáticos só é conseguido com o uso concomitante de qaelantes. Os quelantes contêm compostos que se ligam ao fósforo do alimento no intestino, reduzindo assim, sua absorção, A necessidade de cálcio é em torno de 1 g/dial X. Recomendações de Nutrientes Energia Foi demonstrado que o gasto energético de repouso é mais alto em indivíduos em hemodiálise do que em indivíduos norrnais, sobretudo após o ajuste para a massa magra, que é a mais biologicamente aílva". Um estudo com seis pacientes em tratamento hemodialítico onde forarn adrninistradas dietas com 45, 35 e 25 kcal/kg/dia e quantidades protéicas em torno de 1,13 g/kg/dia durante 21 a 23 dias, sugeriu que é necessário mais do que 35 kcal/kg/dia para manter balanço nitrogenado neutro ou positivo com manutenção ou aumento dos parâmetros antropométricos de avaliação nutrlcíonal". Para pacientes com mais de 60 anos uma ingestão de energia de 30 kcal/kg/dia parece ser suticlente'. Potássio Apesar de a alimentação contribuir de forma significativa com os níveis séricos de potássio, outrascondições também podem causar ou agravar a hiperpotassemia e devem ser tratadas sempre que possível (ver Alterações Bioquímicas), Em geral, recomenda-se que a ingestão de potássio seja inferior a 70 mEq/dia, Hortaliças, frutas leguminosas e oleaginosas apresentam elevado teor de potássio, O processo de cozimento das hortaliças e frutas em água promove perda significativa desse eletrólito (cerca de 60%), Entretanto, não é necessário que o paciente seja orientado a consumir somente alimentos cozidos, Frutas e hortaliças com reduzido teor de potássio podem ser ingeridas cruas em pequenas quantíoades" Devido à importância da excreção fecal de potássio para o controle dos níveis séricos do mineral, atenção deve ser dada a obstipação intestinal6, Ferro A necessidade de ferro de 10 a 18 mg/dia frequentemente é alcançada por meio da dieta. Entretanto, alguns pacientes necessitam de suplementação (ver Alterações Bioquímicas). Já pacientes pOlitransfundidos não necessitam ser suplernentaoos'. Zinco Doentes Renais Crônicos podem manifestar carência de zinco, devido à diminuição da oferta alimentar, aumento das perdas fecais e/ ou urínárlas" ou ainda pela provável absorção intestinal deficiente, pois a ORCconstitui uma das principais condições clínicas associadas à deficiência de zinco". Os sintomas da deficiência deste elemento são a perda do apetite, a redução do paladar (hipogeusia) e do olfato (hiposmia) e os distúrbios na função sexual". Sódio A restrição de sódio é frequentemente indicada e deve ser em torno de 1 a 1,5 g/dia, levando em consideração a pressão arterial e o ganho ponderal interdialítico que não deve ultrapassar 3 a 5% do peso "seco". De maneira geral, os pacientes são orientados a cozinhar com pouco sal e restringir os alimentos processados, como embutidos e enlatados, devido ao alto teor de sódio. Os substitutos do sal industrializados são compostos basicamente de cloreto de potássio e não devem ser utilizados devido ao risco de hipercalemia. É essencial uma revisão constante sobre a dieta hipossódica, pois a aderência pode diminuir significativamente com o tempo'". Líquidos A restrição hídrica é um fator importante para o controle da pressão arterial e, portanto, para a prevenção de doenças cardiovasculares.A ingestão excessiva de líquido, com consequente ganho de peso interdialítico, também torna o procedimento diallU Omolo complicado, com risco de hipotensão, câimbras musculares, náuseas, cefaléia e edema agudo de pumão". A prescrição de líquidos é feita baseada no volume urinário residual de 24 h acrescido de 500 m16,l A água dos alimentos contribui com aproximadamente 500 a 800 ml de líquido por dia, e não está inclulda 111 recomendação hídrica diária. Os alimentos líquidos à temperatura ambiente como o gelo, a gelatina, as s P Ifl, o sorvete, assim como a água ou outro veículo utilizado para tomar os medicamentos, são todos parte da recomendação hídrica6. Fibras A obstipação intestinal é comum nos pacientes em HD e é causada pela baixa ingestão de alimentos ricos 111 fibras (geralmente pela restrição de potássio e fósforo) e de líquidos da dieta, pouca atividade física, suplem nlovltl! oral de ferro e uso de quelantes de fósforo. A recomendação é de 20 a 25 g/dia6. Vitaminas A ingestão de algumas vitaminas pode se tornar insuficiente quando ná restrição de potássio e fósforo. Além disso, nos procedimentos dlalíticos ocorrem perdas de vitaminas, principalmente as hidrossolúveis, em taxas maiores do que a excreção urinária normal", 1. Hidrossolúveis: todas as vitaminas hidrossolúveis devem ser suplementadas, especialmente a B6, ácido fólico e vitamina C6 2. Lipossolúveis: as vitaminas lipossolúveis usualmente não requerem suplementação, exceto a vitamina O. Os suplementos de vitamina D ativa (1,25-diidroxicolecalciferol) são indicados para aumentar a absorção intestinal de cálcio, prevenir e tratar o hiperparatireoidismo e melhorar o metabolismo ósseo. A forma ativa da vitamina O é disponível comercialmente em preparações orais e intravenosas. A dose de administração é individualizada de acordo com a condição osteometabólica do paciente? NIII"IIIII Ilu IUII (ko II M IIUIII 11 111 1111 111(II( o 1'10111111 I (,/k M UUIl! IIQ ltullloQ O (,11110 (I}II I() fom (IIIU/k 111110( 1/(111)1 1'011' lu (111 ( I1 110 (111 I}II ~11I00 (11I ,)1 IlIu I (J) 1111111110 (1111) VII 11111111 Hld Ilunllll( IlIhorlovln Aoldo Pan Plrldoxlna VII unlna Aoldo Fól Vlllmlna VlIlIlllnas lip Vitaminas Vitamina o d Nutrientes para Pacientes Submetidos à HD Recomendação diária /kgll/dlu) - -- li ((o P o 30 a 35 - 35 a 50 20 a 30 OII/Clla) > 50% de PAVB ---- --- o 1,2 1,2 a 1,4 ----- - - <1 --- ---- g)" 8 a 17 I 1 a 1,5 1/(lIa)'1 40 a 70 -- - 10 a 18 15 20 a 25 500 + volume residual urinário rossolúveis mg) 1,1 a 1,2 a (mg) 1,1 a 1,3 totênico (mg) 5 (mg) 10 812 (mcg) 2,4 ico (mg) 1 a 5 C (mg) 75 a 90 ossolúveis - - - A,E, K Não suplementar - -- --- -- D Individualizado---------- -- - - --- 11 1'11110 Idolll ou desejável. 11!wlllhll n nacessldade de suplementação. Observar hipercalcemia. 1 111111/111quelantes de fósforo quando necessário. li A 111oscrção deve ser individualizada. 11 111I(JlIontemente há necessidade de suplementação. Varia de acordo com a dose de eritropoietina. I Nno oxlstem recomendações específicas para pacientes com DRC. I'AVIJ = Proteína de alIo valor biológico. 101110: Cuppari el aI. (2005, p. 189-220). rências Anclrade. L.G.M.; Gabriel, O.P; Martin, L.C.; Cruz A.P.; Balbi. AL. Barretti, P. Sobrevida em hemodiálise no Hospital de Botucatu - UNESP: comparação entre a primeira e n sequnca metade da década de 90. J Bras NefroI2005;27(1):1·7. Marlin, L.C.; Caramori, J.C.; Felippe, M.J.D.B.; Baretti. P Sobrevida em hemodiálise nos últimos dez anos no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ilotucatu: comparação entre a primeira e segunda metade da década. J Bras Nefrol 2000;22(supl 3):93. Ilorgstrom J, Lindhom B. Nutrition and adequacy of dialysis_ How do hemodialysis and CAPO compare? Kidney Int 1993; 43:539-50. Cuppari, l.; Oraibe, SA Avaliação nutrieional de pacientes renais crônicos em programa de hemodiálise. Estudo multicêntrieo. Rev Assoe Med Bras 1989;35;9-14. Papini, H. F. Estudo notricional pré e pós transplante renal. Dissertação de Mestraco, INIFESP, São Paulo. 1995. Rlella, M.C. & Martins. C. Nutrição e o Rim. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2001. Cuppari, L.; Avesani. C.M .. Mendonça, C.O.G., Martini, L.A.; Monte, J.C.M. Doenças Renais. In: Cuppari, L .. Schor, N. (editor). Guias de medicina ambulatorial e hospitalar' Nutrição clínica no Adulto. 2a edição. São Paulo, Manole, 2005, p, 189-220. Grassmann et aI. ESRO patients in 2004: global overview of patient numbers, treatment modalities and associated trends. Nephrol Dial Transplant 2005;20:2587-93. I Sociedade Brasileira de Nefrologia. Censo SBN 2007. Disponível em www.sbn.org.br. ) Lima, J.J.G.; Fonseca, J.A. Godoy AOOia!ysis, time and death: comparisons of two consecutive decades among patients treated at the same Brazilian dialysis center. Braz J Med Biol Res 1999;32(3):289-95. II Valderrábano, F.; Jones, E. H. P.; Mallick, N.P. Report on rnanagernent of renal failure in Europe, XXIV, 1993. Nephrol Oial Transplant 1995;10(5). Marcelli, D.; Satannard, O.; Conte, F.; Held. P.J.; Locatelli. F. ESRO patient mortality with adjustment for cornorbld conditions in Lombardy (Italy) versus United States. Kldney Int 1996;50:1013-8. I'oley, R.N., Partrey, P.S.; Sarnak, M.J. Clinical epidemiology of cardiovascular disease in chronic renal disease. Am J Kidney Ois. 1998;32(Suppl 3):S112-9. Ilummer, C. O.; Thomé, F. S.; Veronese, F. V Doença renal crônica. inflamação e aterosclerose: novos conceitos de um velho problema. Rev Assoc Med Brás 2007;53(5). Barbosa. D. A; Gunji. C. K.; Bittencourt, A. R C.;Belasco,A G. S.; Oiccini, S.; Vattimo, F.; Vianna. L_A C. Co-morbidade e mortalidade de pacientes em inicio de diálise. Acla Paul Enferm 2006;19(3). D'Avila, R.; Guerra. E.M.M .. Rodrigues. C.l.S.; Fernandes, F.A.; Cadaval, R.A.M.; Almeida, F.A. Sobrevida de pacientes renais crônicos em dlállse peritoneal e hemodiálise. J Bras NefroI1999;21(1): 13-21. Cendoroglo, M. Neto. Draibe. SA Intercorrências infecciosas no paciente urêmico. In: Prado. F.C.; Ramos, JA; Valle, J.R. Atualização terapêutica: manual prático de IlIaonóslico e tratamento. 22a ed. São Paulo, SP, Artes Médicas; 2005. p. 935-8. Ouroshi, AR.; Alvestrand. A .. Divino-Filho J.C.; Gutierrez, A.; Heimburger, O.; Undholm, B. Inflammation. malnutrition. and cardiac disease as predictors of mortality in Ilomodialysis patients. J Am Soe Nephrol 2002; t 3:S28-S36. MOl1rota, R.; Kopple, J.O. Causas de desnutrição protéico-energética na insuficiência renal crônica.ln: Kopple, J.D.; Massry, S.G. Cuidados nutricionais das doenças IlInols. 2a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan 2006;p.149-63. Plnkash. J.; Send, O.J. Nutrition in dialysis patients, JAPI 2000;48:724-30. 1(11<I1aR. A. Nutrition In maintenance hemodialysis patients in: Nutritional management of renal disease. Edited: Kopple, J. D. Massry, S. G. Baltimore: Williams & Wilkins 11107. p. 563. I(nulmann, P; Smolle, K.H.; Horina, J.H.; Zach, R.; Krejs, G.J. Impact of long-term hemodialysis on nutritional status in patients with end-stage renal failure. Clin Investig IlIa~;72:754-61. Ikl/lor, T.A; Pupim. L.B; Brouillette. J.R; Levenhagen, D.K; Farmer, K.; Hakim, R.M. Hemodialysis stimulates muscle and whole body protein loss and alters substrate nxltlotlon. Am J Physiol Endocrinol Metab 2002; 282:107 -16. Mnllllc, G. & Marcones. M. Fisiologia Renal. 3 ed. São Paulo, EPU, 1986 Milha, D.; Burini, R. C. Atualização em Nefrologia Clínica: Efeito da acidose e do seu controle sobre o catabolismo de proteínas e aminoácidos na insuficiência renal IIlônlca. J Bras NefroI2002;22(1):192-200. I unl, V. O.; Leite Júnior, M .. Mafra. O. Acidose metabólica na doença renal crônica: abordagem nutricional. Rev Nutr 2008;21(1). fluntos, E. M. C.; Petribu, M. M. V.; Campos, F. A. C. S.; Cabral, P. C. Acidose Metabólica: um importante fator na etiologia da desnutrição em pacientes renais crônicos. lIuv Bras Nutr Clin 2007;22(3):243-8 lIullsta, M.; Rodrigues, C. J. O. Alteraçôes Metabólicas. J Bras Nefrol 2004;26(3) supl1 :15-19. nunlarosa. B.; Peters. E.; Jorgetti, V.; Martini, L. A. Estado nutricional de pacientes com hiperparatireoidismo. Rev Nutr 2006;19(1):111-118. I:nl)ral, P.; Diniz, A. S.; Arruda, I. K. G. Avaliação nutricional de pacientes em hemodiálise. Rev Nutr 2005;18(1 ):29-40. ()won. W.F.; Lew, N.L.; Liu, 1.; Lowrie. E.G.; Lazarus. J. M. The urea reduction ratio and serum alburnln concentration as predictor of mortality in patients undergoing Ilomodlalysis. N Engl J Med 1993;14:1001-6. lowrle. E.G.; Lew, N. L_ Death risk in hemodialysis patients: The predictive value of commonly measured variables end an evaluation of death rate diflerences between lucllllies.Am J Kidney Ois 1990;15:458-82 NKF-DOQI. Clinical Practice guidelines for nutrition in chronic renal failure. Am J Kidney Ois 2000;35 (supl 2):139 Ilologa, R. M.; Levine. O. M .. Parker. IS. Cheigh. J. S., Serur, O.; Stenzel, K. H; Rubin, A. L.lnterleukin-6 predicts hipoalbuminemia, hypocholesterolemia, and mortality in hemodialysis patients Am J Kidney Dis 1998;32(1):107. Kooistra, M .. Niemantsverdriet, E.; Van Es. A .. Mol-Beermann. N.; Struyvenberg, A.; Marx, J.lron absorption in erythropoietin-treated haemodialysis patients; eftects of lron availability, inflammation and aluminnium. Nepfrol Dial Transpplant 1998;13(1 ):82-8. Ih. Canziani. M. E. F.; Oraibe, S. A, Nadaletto, M. A. J.1écnicas dialiticas na insuficiência renal crônica. In: Ajzen, H.; Schor, N. Nefrologia: guias de medicina ambulatorial e hospitalar. São Paulo, Manole, 2002. p. 195-209. 17 Mitch, WE. & Klahr. S. Handbook of Nutrition and de Kidney. 4a edição. Filadélfia, Lippincott-Raven. 2002. 38. Bergstróm, J. Why are dialysis patients rnaínourlshed? Am J Kldney Dis 1995;26:229-241. 'IU Calado, I. L .. França. A. K. T. C.; Santos. A. M.; Salgado Filho, N. Avaliação nutricional de pacientes renais em programa de hemodiálise em um hospital universitário de São Luiz do Maranhão. J Bras Nelrol 2007;29(4):215-21. 40 Valenzuela. R. G. v.. Gil/oni. A. G.; Cuppari, L.; Canzianl. M. E. F. Estado nutricional de pacientes com insuficiência renal crônica em hemodiálise no Amazonas. Rev Assoc Med Bras 2003;49(1):72-8. ,1 Cabral, P. C.; Dinlz. A. S. Alterações metabólicas e funcionais do Zinco em pacientes com insuficiência renal crônica. Rev Bras Nutr Clin 2003;18(1 ):31-6 47 Ikizler. T. A.; Winghard, R. L.; Sun, M. et aI. Increased energy expenditure in hemodialysis patients. J Am Soe NeproI1996;7:2646-2653. 43. Slomowitz. L.A.; Monteon. F.J.; Grosvenor, M .. Laidlae. SA, Kopple, J.D. Effect of energy intake on nutritional status in maintenance hemodialysis patients. Kidney Int 1989;35:704. 44 Borah, M. F.; Schoenfeld, P.Y.; Gotcll, F.A.: Sargento JA. Wolfson. M.; Humphreys. M.H .• Nitrogen balance during intermittent dialysis therapy of uremia. Kidney Int 1978;14:491. 45. Kopple. J.D. Swendseid, ME, Shinaberger, J.H.; Umezawa, C.Y.; - The free and bound amino acids removed by hemodialysis. Trans. Am. Soco ArtiLlntern. Drgans 1973;19309 46 Gutierrez. A.; Alvestrand, A.; Wahren. J., Bergstrom. J. - EI/ect 01 in vivo contact between blood and dialysis membranes on protein catabolism in burnans. Kidney Int 1990;38:487.
Compartilhar