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Lipídeos Profa Claudia M. Rezende Faculdade de Farmácia- 2015 Lipídeo sintético na forma de favo de mel usado em terapia gênica K K Ewert et al, J. Am. Chem. Soc., 2006, 206, 3998 Referencias: Biochemistry of metabolism, by Joyce Diwan; Mann et al, Natural Products, Longman 1994; Farmacognosia, da Planta ao medicamento, Ed UFRGS, 1999; http://bioquimica.ufcspa.edu.br/pg2/pgs/nutricao/quimicanut/lipidios.pdf -Lipideos são substâncias de origem biológica, solúveis em solventes orgânicos. -Inclui uma grande classe de substâncias, desde hidrocarbonetos apolares, soluvéis em hexano, até os cerebrosídeos solúveis em metanol. -Gorduras, ceras, óleos contém lipídeos. São amplamente distribuídos em plantas e animais. distribuídos em plantas e animais. -Não são caracterizados por nenhum grupamento funcional comum. -A maioria dos lipídeos é derivada ou possui na sua estrutura ácidos graxos. -Aparecem de forma ubíqua na natureza; -Ácidos graxos ocorrem em pequena qtde na forma livre e sob saponificação fornecem sais; -Os mais comuns são os acilgliceróis (há éteres de glicerol tb); -Acilgliceróis sólidos a T ambiente -Acilgliceróis sólidos a T ambiente são as gorduras; -Quando líquidos, são óleos; -Compõem os sabões; -Formam agregados hidrofóbicos como as micelas (esféricas) ou como bicamadas, nas membranas celulares. Bilayer Spherical Micelle Função: -armazenamento de energia; -fazem parte das membranas biológicas; -apresentam funções hormonais; -são isolantes térmicos; -são agentes emulsificantes;-são agentes emulsificantes; -são essenciais para o funcionamento de alguns sistemas enzimáticos. Geralmente ocorrem combinados, seja covalentemente ou através de ligações fracas, como membros de outras classes de biomoléculas, para produzir por exemplo glicolipídeos (carboidratos + lipídeo), lipoproteínas (lipídeos + proteínas), com propriedades químicas e físicas combinadas para realizar funções biológicas especializadas. Há diversas classificações, tanto de caráter químico, como lipídeos simples e complexos, quanto fisiológico, como lipídeos de reserva, estruturais ou de revestimento. ou complexos Resulta da hidrólise ácida ou básica dos lipídeos anteriores- principal representante é o ácido graxo Lipídeos simples: possuem só um tipo de ligação química (neutros) • ÓLEOS E GORDURAS: ésteres de ácidos graxos e glicerol são denominados acilglicerois (lipídeo de reserva). • CERAS: ésteres de ácidos graxos e mono-hidroxiálcoois de alto peso molecular geralmente de cadeia linear (lipídeos de revestimento) O O R'OH + HO-C-R" R'-O-C-R'' + H O Reação de formação do éster: R'OH + HO-C-R" R'-O-C-R'' + H2O C OHH CH2OH CH2OH glycerol triglicerídeo Alguns ácidos graxos comuns: A maior parte dos ácidos graxos tem no par de C e ligação dupla em configuração cis (> 12C). C O O−1 2 34 α β γ fatty acid with a cis-∆9 double bond H Ácidos graxos -1ª descrição por Chevreul, em 1823, estruturas gliceroidicas de oleoes e gorduras - >500 conhecidos; 4 milhões m3/ano são produzidos, esp. p/plásticos e detergentes Alguns ácidos graxos comuns: 14:0 - acido miristico; 16:0 – acido palmitico; 18:0 – ácido estearico; 18:1 cis∆9 ácido oleico 18:2 cis∆9,12 ácido linoleico (ácido cis, cis-9,12-octadecadienoico ou C18:2 Ώ:6 (afastamento da ligação dupla à extremidade metila) 18:3 cis∆9,12,15 ácido α-linonenico 20:4 cis∆5,8,11,14 ácido araquidônico 20:5 cis∆5,8,11,14,17 ácido eicosapentaenoio (omega-3) • Os ácidos graxos mais comuns estao entre 10 e 20C, com especial importancia para 16 e 18C, palmítico e esteárico, respectivamente; • A prevalência dos pares é decorrente da biossíntese; • Os ímpares também ocorrem, especialmente em organismos marinhos e bactérias; • A composição química dos FA de membranas de bactérias é bem estudada e característica das espécies, o que é usado em diagnóstico. • Em geral, a análise emprega a sequencia saponificação, metilação para aumento de volatilidade, separação e análise por metilação para aumento de volatilidade, separação e análise por CG; daí, por comparação, pode-se caracterizar DESDE O GÊNERO ATÉ SUBESPÉCIES. • Ácidos graxos insaturados tb são amplamente distribuídos; • É típico haver um grupamento metileno afastando ligações duplas, o que leva a abstração de hidrogenio do mesmo e a radicais livres estáveis- antioxidantes Aneis sempre cis, presentes em bactérias Qdo insaturados, presentes em em algumas sementes e tecidos d e plantas da ordem das Malvales, ex algodoeiro (ac estercúlico) Ácidos graxos menos convencionais Ácido chaulmúgrico Presente em micobactéria Presente nas sementes de margaridas • RAMIFICADOS: - presentes especialmente monometil substituídos, estão presentes em microorganismos. Há 2 classes distintas, a isso com isopropila terminal e a anteiso, com butila secundaria terminal. MICROBIOLOGICAL REVIEWS, 1991, p. 288-302 Estolídeos: ác graxos hidroxilados que formam estruturas diméricas, presentes em ceras e sintetizados para uso em cosméticos e como lubrificantes; Amidas de ác graxos Ac graxos halogenados (> Cl e Br em algas marinhas, invertebrados e peixes; fluorados são pouco descritos, ex. planta sulafricana Dichapetanum toxicarium, ácido 18-fluor oleico. Hidrocarbonetos de cadeia longa -Lineares: produzidos diretamente da descarboxilação dos ácidos graxos. *plantas terrestres tem majoritariamente cadeias ímpares de 25 a 35C. Bastante frequentes em ceras epicuticulares. *C29- couve; C31- tomates; C33-em crassulaceas *plantas aquáticas > 23 a 25C.*plantas aquáticas > 23 a 25C. *óleos fósseis de 18 a 36C (parafinas) *atuam como feromônios em insetos. Formigas, p. ex. há ~20 n-alcanos, 200 monometilalcanos e 600 dimetilalcanos. -Ramificados: presentes especialmente em insetos (cutícula) -Insaturados: especialmente em insetos (dienos principal/, enquanto os mono tb presentes em plantas) Hidrocarbonetos de cadeia longa -Polinsaturados bem descritos em microalgas (18 a 38C, de 1 a 4 lig duplas). Ex em fitoplancton marinho comum: 3,6,9,12,15,18-heneicosa-hexaeno (C21) - Duplas cumuladas: origem estelar - Cíclicos: pouco comuns, o mais conhecido é o ectocarpeno H 175 o C H (+)-dictyoptereno A odor de água do mar dictyoptereno C odor de peixe, salmão 175 C rearranjo de Cope giffordeno, Giffordia mitchellae H. odor de mar/ alga dictyoptereno D, Ectocarpus siliculosus odor marinho, verde O ectocarpeno Introduction to Lipidomics: From Bacteria to Man, Claude Leray, CRC Press, 2012 Lipídeo complexo: mais de 1 tipo de ligação. Ex fosfatídeo − OCH H2C OCR1 O O C O R2 � O ácido graxo esterifica as hidroxilas em C1 e C2; C3 é esterificado por um grupo fosfato. O P O− O− H2C phosphatidate O P O O− O H2C CH H2C OCR1 O O C O R2 X glycerophospholipid Na maior parte dos glicerofosfolipídeos o fosfato aparece esterificado com outras moléculas, como serina, colina, etanolamina (conhecidos entao como lecitinas, componentes fundamentais das menbranas celulares), inositol (presentes no músculo cardíaco e participa na sinalização celular), e os ácidos graxos são, em geral, diferentes. glycerophospholipid O P O− O H2C CH H2C OCR1 O O C O R2 OH OH HOH H O H OH . H H H OHH OH phosphatidyl- inositol O P O O H2C CH H2C OCR1 O O C O R2 CH2 CH2 N CH3 CH3 + O P O O− H2C CH2 CH2 N CH3CH3 phosphatidylcholine Quando o grupo amino é esterificado com ácido graxo, forma-se uma ceramida. H2C H C OH CH N+ CH C CH2 CH H H3 OH ( )12 sphingosine Esfingolipídeos são lipídeos complexos oriundos da esfingosina, com uma longa cadeia de hc e um grupamento amino. H OH OH CH3sphingosine H2C H C CH NH CH C CH2 CH3 H ( )12 C R O ceramide A esfingomielina, por sua vez, possui uma fosfocolina ou fosfoetanolamina. São constituintes H2C H C O CH NH CH CH OH CO PO O O H2 C H2 CN+ CH3 H3C CH3 phosphocholine sphingosine − constituintes importantes do cérebro e constitem a membrana plasmática. C CH2 CH3 H ( )12 C R O Sphingomyelin fatty acid cerebroside with H2C H C CH NH CH C CH2 OH C R O OH O H H H OHH OH CH2OH H O H ( )12 . Cerebrosideos (membrana plasmática) cerebroside with β-galactose head group CH3 liquid crystal crystal •Ácidos graxos saturados formam empacotamentos de A presença da ligação dupla cis e a fluidez das membranas celulares •Ácidos graxos saturados formam empacotamentos de forma organizada e rígida, de moléculas muito próximas umas das outras. •Ácidos graxos insaturados não permitem o empacotamento rígido das moléculas, originando agregados flexíveis e fluidos, facilitando a mobilidade da membrana http://fisbio.biof.ufrj.br/bmw127/Aula_membranas_II.pdf . Cholesterol HO O colesterol, por sua vez, é um importante constituinte das membranas celulares dos animais, e ajuda a “desorganizar “o sistema facilitando a sistema facilitando a mobilidade (parte apolar junto ao ac graxo e OH polar para a água), Cholesterol in membrane
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