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Direito Individual do Trabalho: Conceitos e Evolução

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DIREITO INDIVIDUAL DO TRABALHO 
AULA 1. 
I - Bibliografia: 
A) Básica 
 MANUS, Pedro Paulo Teixeira. Direito do trabalho. São Paulo: Atlas. 
 MARTINS, Sérgio Pinto. Direito do trabalho. São Paulo: Atlas. 
 NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Iniciação ao direito do trabalho. São 
Paulo: LTR. 
 
B) Complementar: 
 
 CARRION, Valentin. Comentários à consolidação das leis do trabalho. 
São Paulo: Saraiva. 
 DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de direito do trabalho. São Paulo: 
LTR,. 
 GIGLIO, Wagner D. Justa causa. São Paulo: Saraiva. 
 NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Direito do trabalho. São Paulo: Atlas. 
 PINTO, A. L. de T.; WENDT, M. C. dos S.; CESPEDES, L.. Consolidação das 
leis do trabalho. São Paulo: Saraiva,. 
II – CONTEUDO DA AULA 
1.Conceito, finalidade, natureza jurídica do direito do trabalho e direitos 
trabalhistas mínimos 
2.Evolução Histórica do Direito do Trabalho. 
2.1. Evolução do Direito do Trabalho no Brasil. 
2.2. Consolidação das Leis do Trabalho. 
2.3. Constituição Federal Vigente. 
2.4. Convenções e Recomendações Internacionais do Trabalho e a OIT 
3. Fontes do Direito do Trabalho. 
4. Princípios do Direito do Trabalho. 
5. Aplicação e Eficácia da Norma trabalhista 
 
 
 
 
 
 
 
 
III – AULA. 
1. Conceito, finalidade, natureza jurídica do direito do trabalho e direitos 
trabalhistas mínimos. 
A) Conceito de direito do trabalho: pode ser definido como ramo da ciência 
jurídica dotado de um conjunto de princípios, regras e institutos jurídicos 
que disciplinam a relação de emprego e algumas relações de trabalho 
semelhantes 
B) Finalidade do direito do trabalho: é estabelecer normas protetivas para o 
empregado com o escopo da promoção de condições dignas de labor, sendo 
seu grande objetivo a melhoria da condição social do trabalhador. Esse 
ideal do direito do trabalho encontra respaldo no PRINCIPIO DA DIGNIDADE 
DA PESSOA HUMANA que consta no artigo 1º, III da Constituição Federal. 
(CF) 
C) Natureza Jurídica: primeiro devemos saber o que é “natureza jurídica” 
para depois saber depois qual é a natureza jurídica do direito do trabalho. 
Natureza jurídica de algo ou de um instituto jurídico, é a busca da essência 
do instituto jurídico ou do ramos estudado e o seu enquadramento no 
universo da ciência, no caso, da ciência jurídica. A NATUREZA JURIDICA DO 
DIREITO DO TRABALHO, é que este é UM RAMO DO DIREITO PRIVADO, 
tendo sua origem no direito civil “grande” ramo do direito privado, tendo as 
partes autonomia para celebrar os contratos com base na vontade 
respeitando as regras próprias do direito do trabalho. 
D) Direitos trabalhistas mínimos: são os direitos trabalhistas básicos / 
mínimos que o estado assegura em toda relação de trabalho, sendo tal 
chamado pela literatura / doutrina de direitos trabalhistas mínimos ou 
patamar mínimo civilizatório. Esses direitos mínimos encontram amparo 
constitucional e infraconstitucional (outras leis, Leis Ordinárias ou 
Complementares). Na Constituição Federal (CF) eles estão nos art 7º a 11 
os demais na legislação ordinária, consolidada na CLT (Consolidação das 
Leis do Trabalho) 
2. Evolução Histórica do Direito do Trabalho. 
SOCIEDADE PRÉ INDUSTRIAL: Na sociedade pré-industrial não há um sistema 
de normas jurídicas de direito do trabalho.O escravo não possuia direitos 
trabalhistas e não era sujeito de direitos, sendo equiparado a uma coisa. 
A servidão não foi muito diferente, pois os trabalhadores não tinham uma condição 
livre, embora houvesse uma certa proteção política e militar, prestada pelo senhor 
feudal, dono das terras. Os servos eram obrigados a entregar parte da produção 
como preço pela fixação na terra e pela defesa recebida. 
Nas corporações de ofício ainda não existe uma ordem jurídica semelhante ao 
direito do trabalho, mas há uma maior liberdade do trabalhador. Nas corporações 
de artesãos agrupavam-se todos os artesãos do mesmo ramo em uma localidade. 
As corporações tinham um estatuto que disciplinava as relações de trabalho. Havia 
três categorias de membros das corporações: os mestres, os companheiros e os 
aprendizes. Os mestres eram proprietários de oficinas que chegavam a essa 
condição depois de aprovados, conforme os regulamentos da corporação, na 
confecção de uma “obra prima” ou “obra mestra”. Equivaliam aos empregadores 
atuais.Os companheiros eram trabalhadores livres que ganhavam salários dos 
mestres.Os aprendizes eram menores de idade que recebiam dos mestres os 
ensinamentos de um ofício ou profissão. 
As corporações mantinham com os trabalhadores uma relação de tipo bastante 
autoritário e que se destinava mais à realização dos seus interesses do que à 
proteção dos trabalhadores. 
Então na fase da sociedade pré-industrial temos:ESCRAVIDÃO, SERVIDÃO e 
CORPORAÇÕES DE OFÍCIO. 
SOCIEDADE INDUSTRIAL: O direito do trabalho surgiu como conseqüência da 
questão social que foi precedida pela revolução Industrial do século XVIII e da 
reação humanista que se propôs a garantir ou preservar a dignidade do ser 
humano. Daí em diante expandiu-se para o mundo industrializado com muita 
velocidade. A questão social acima dita trata-se dos efeitos do capitalismo e da 
condições da infraestrutura social, havendo o empobrecimento dos trabalhadores, 
inclusive dos artesões, a insuficiência competitiva, os impactos sobre a agricultura, 
a família sendo a tingida pela mobilização da mão de obra feminina e dos menores 
pelas fabricas. Neste período havia a exigência de jornadas excessivas , a 
exploração das mulheres e menores no desempenho de atividades penosas e sem 
qualquer segurança ou condição digna de trabalho. MARIO DE LA CUERVA observa 
que o contrato de trabalho nessa época era fixado assim como suas condições 
livremente, mas na realidade que impunha as condições era o patrão e, como 
inexistia contrato escrito o empregador podia dar por terminada a relação de 
emprego de acordo com a sua vontade, sendo as vezes impostos contratos verbas 
de longos prazo ou até vitalícios, portanto, um servidão velada, sendo, o que 
ocorria na industria escocesa, onde os trabalhadores eram vendidos com os filhos, 
razão que ensejou que o parlamento desse pais emitisse decretos de 1774 e 
1799 suprimindo a servidão vitalícia dos mineiros escoceses. 
Com a expansão da indústria e do comércio, houve a substituição do trabalho 
escravo, servil e corporativo pelo trabalho assalariado em larga escala, do mesmo 
modo que a manufatura cedeu lugar à fábrica e, mais tarde, à linha de produção. 
A principal causa política foi a transformação do Estado liberalista (da plena 
liberdade contratual), em Estado neoliberalista (o Estado intervém na ordem 
econômica e social, limitando a liberdade plena das partes). As formas extremadas 
de intervenção do Estado foram o corporativismo e o socialismo, com 
características fortemente autoritárias, transferindo a ordem trabalhista para o 
âmbito das relações de natureza pública. 
A principal causa jurídica foi a justa reivindicação dos trabalhadores, de um 
sistema de direito destinado à sua proteção, passando alguns direitos básicos a ser 
reconhecidos. Uma consequência importantíssima dessa causa jurídica foi o 
surgimento do sindicalismo, como forma de união dos trabalhadores para 
conseguirem melhores condições de trabalho. 
Começa a surgir uma legislação em condições de coibir os abusos do empregador e 
preservar a dignidade do homem no trabalho, ao contrário do que ocorria com o 
proletariado exposto a jornadas diárias excessivas, salários infames, exploração dos 
menores e mulheres e desproteção total diante de acidentes no trabalho e riscos 
sociais como a doença,o desemprego, etc. 
Essas modificações contribuíram decisivamente, como uma reação contra a 
QUESTÃO SOCIAL, pois traziam a idéia de justiça social. 
Então na Sociedade industrial, temos:TRABALHO ASSALARIADO, REVOLUÇÃO 
INDUSTRIAL e ORIGEM DO DIREITO DO TRABALHO 
EVOLUÇÃO DO DIREITO DO TRABALHO O BRASIL: 1º PERÍODO: DA 
MONARQUIA ATÉ A 1ª REPÚBLICA, Nesse período A Constituição de 25.03.1824 
aboliu as corporações de ofício, ainda não se pode falar em direito do trabalho, pois 
há o trabalho escravo, pelo menos até a Lei Áurea, em 13.05.1888. A Lei de 
13.09.1830 regula o contrato escrito para brasileiros e estrangeiros, dentro ou fora 
do Império. Promulgação do Código Comercial em 25.06.1850. 2º PERÍODO: DA 
1ª REPÚBLICA ATÉ A 2ª REPÚBLICA. Nesse período, foi Proclamada a República, em 
15.11. 1889, a Constituição Republicana de 24.02.1891 não cuida do direito do 
trabalho, apenas assegura-se o direito de associação e de reunião, mas não o da 
liberdade sindical. A Constituição estabelece que os Estados-membros cuidariam de 
regular as relações entre locadores e locatários de serviços. Promulgação do Código 
Civil, em 01.01.1916. 3º PERÍODO: DA 2ª REPÚBLICA ATÉ A REVOLUÇÃO DE 
1964. Nesse período teve inicio com a Revolução de 1930, Getúlio Vargas dá ênfase 
ao direito do trabalho, com forte intervenção na ordem social e econômica e a 
criação do Ministério do Trabalho. A Constituição de 16.07.1934 estabelece salário 
mínimo, jornada de 8 horas, repouso semanal remunerado, etc. A constituição de 
10.11.1937, na área econômico-social baseia-se na “Carta del Lavoro”. Fica 
proibida a greve e o lock-out. Estabelece-se em 1939 uma lei sobre organização 
sindical, que permanece até a Constituição de 1946, que mantém o espírito 
intervencionista, mas de cunho liberal. Consolidação das Leis do Trabalho, de 
01.05.1943. 4º PERÍODO: DA REVOLUÇÃO DE 64 ATÉ A CONSTITUIÇÃO DE 1988. 
Procura-se, com a Revolução de 31.03.64, promover-se reformas de base, isto é, 
agrária, tributária, judiciária e trabalhista. Surge em 17.10.1969 a emenda 
Constitucional nº 1, que altera a Constituição de 24.01.1967. Reformula-se o 
direito de greve. Instituição do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço. Regime 
de trabalho dos empregados domésticos. 5º PERÍODO: DA CONSTITUIÇÃO DE 
1988 ATÉ OS NOSSOS DIAS. Surge a Constituição de 05.10.1988. Os direitos 
trabalhistas, antes incluídos nas normas de organização econômica e social, 
passaram a ser considerados direitos fundamentais de natureza individual e 
coletiva.É uma Constituição detalhista. 
PRIMEIRAS LEIS TRABALHISTAS: Constitucionalismo social: assim chamado 
o movimento no sentido da inclusão das leis trabalhistas nas Constituições de 
alguns países. Constituição do México de 1917: é a primeira Constituição do 
mundo que dispõe sobre direito do trabalho, trazendo, por exemplo, previsão de 
jornada máxima diária de 8 horas, proibição do trabalho de menores de 12 anos, 
direito ao salário mínimo, direito de sindicalização e de greve, etc. Constituição da 
Alemanha (1919): a segunda Constituição a prever direitos dos trabalhadores, 
que teve repecussão por toda a Europa, que é considerada a base das democracias 
sociais. Disciplina, por exemplo, a participação dos trabalhadores nas empresas, a 
criação de um direito unitário do trabalho, a liberdade de coalizão dos 
trabalhadores para a defesa e melhoria das suas condições de trabalho, etc. Carta 
del Lavoro (1927): A Carta del Lavoro, da Itália, foi a base dos sistemas políticos 
corporativistas, com influência em vários países, entre eles o Brasil, e teve como 
princípio a intervenção do Estado na ordem econômica, o controle do direito 
coletivo do trabalho e, em contrapartida, a concessão, por lei, de direitos aos 
trabalhadores. Se de um lado a forte presença estatal promoveu a tutela dos 
assalariados através de ampla legislação de fundo paternalista, por outro lado, com 
o dirigismo exercido sobre o movimento sindical, o Estado prejudicou o 
desenvolvimento sindical. Primeiros destinatários das leis trabalhistas: As 
primeiras leis trabalhistas na europa foram motivadas pela necessidade de coibir os 
abusos perpetrados contra o proletariado e, mais diretamente, a exploração do 
trabalho dos menores e das mulheres.Surgiram leis sobre idade mínima para 
trabalho na indústria e duração diária do trabalho. Leis de previdência e assistência 
social também foram elaboradas, iniciando a área do direito social hoje denominada 
seguridade ou segurança social, abrangendo previdência e assistência social. 
 
2.3. Consolidação das Leis do Trabalho. A Consolidação das Leis do trabalho 
trata das leis materiais e processuais do direito do trabalho e do processo do 
trabalho. Nela encontramos conceitos de empregado e empregador, 
regulamentação da jornada de trabalho, conceitos e espécies de salário etc... 
Tecnicamente consolidação é a regulamentação unitária de leis preexistentes., 
reunindo leis que já existiam num mesmo diploma, pode ser criada por lei ou por 
decreto. Diferentemente do Código que é o onjunto de leis que disciplina um ramo 
do direito. Somente criado por lei. O código cria leis 
2.4. Constituição Federal Vigente. No que concerne ao direito do trabalho os 
artigos que distam sobre tal ramo do direito em nossa CF, vão do art 7 ao 11. 
3. Fontes do Direito do Trabalho. 
Fontes significam a origem, o nascedouro, assim, fontes do direito representam a 
origem das normas jurídicas a forma pela qual o direito se manifesta. As fontes do 
direito do trabalho são FORMAIS e MATERIAIS. 
MATERIAIS: é o momento que antecede a materialização da norma, ou seja, é o 
momento que inspira o legislador na elaboração da norma, assim são as fontes 
materiais, os fatos históricos, políticos, sociais, econômicos, filosóficos que dão 
ensejo a produção de determinada norma. 
FORMAIS: são as normas propriamente ditas é a regra já construída. Contudo, as 
fontes formais se desdobram em: Fontes formais Autônomas (são aquelas 
elaboradas sem a intervenção do estado, sendo elaborada pelos seus próprios 
destinatários, é o que ocorre com o acordos e convenções coletivas), Fontes 
Formais Heteronomas( são aquelas elaboradas pelo Estado sem a participação 
imediata dos destinatários das normas, sendo exemplo disso, leis ordinárias, leis 
complementares, resoluções, etc...) e Fontes Nacionais e Internacionais ( as 
nacionais são aquelas normas oriundas do direito interno, nacional, as 
internacionais são oriundas do extrangeiro, que ingressa e tema aplicabilidade no 
direito interno por meio de acordos internacionais, tratados e convenções) 
4. Princípios do Direito do Trabalho. 
Alguns princípios do direito civil são utilizados no direito do trabalho como: 
O principio da força obrigatória dos contratos, autonomia da vontade, imprevisão 
contratual, exceção do contrato não cumprido. PORÉM ESSE ACERVO É 
COMPLEMENTADO PELOS PRINCIPIOS PROPRIOS DO DIREITO DO TRABALHO pois 
envolve a dignidade da pessoa humana. 
A principal classificação dos princípios que regem o direito do trabalho foi 
dado por AMERICO PLA RODRIGUEZ (Autor Uruguaio de direito do 
trabalho). 
São 4 os princípios típicos do direito do trabalho e 2 princípios oriundos do 
direito civil. 
PRINCIPIOS TRABALHISTAS: 1 – principio da irrenunciabilidade; 2 – principio da 
continuidade da relação de emprego; 3 – principio da primazia da realidade; 4 – 
principio protetor. 
PRINCIPIOS CIVIS: 1 – Razoabilidade ou racionalidade; 2 – Boa-fé. 
1. Principio da continuidade da relação de emprego: o contrato de 
trabalho é um contrato de trato sucessivo, ou seja, é continuo. O patrão 
espera que o empregado venha trabalhar e o empregado espera que o 
patrãolhe pague. A marca do trato sucessivo é indelével nos contratos 
trabalhistas. O trato sucessivo do direito do trabalho tem um ponto central a 
energia do trabalhador que é um bem incorpóreo do ser humano. O trato 
sucessivo é somado ao caráter da habitualidade, que define a natureza da 
relação, assim como sua não eventualidade. A continuidade da relação do 
emprego também esta ligada ao seu desfecho, ou seja, o principio da 
continuidade impede seu rompimento abrupto, para a segurança jurídica da 
relação e pelo seu caráter alimentar, da mesma forma no que se refere ao 
empregador que não pode deixar de ter a força laboral em sua cadeia 
produtiva que faz parte de seu planejamento, tanto nas atividades 
econômicas como nas não econômicas (é a necessidade mínima de estar 
presente o funcionário para a continuidade da relação). CARCTERISTICAS 
MARCANTES – TRATO SUCESSIVO E HABITUALIDADE. Uma aplicação 
pratica do principio da continuidade da relação do emprego no 
direito do trabalho nas relações cotidianas é o AVISO PRÉVIO, pois, 
o principio da continuidade está a revelar a obrigatoriedade de comunicação 
com alguma antecedência do termino do contrato para quaisquer das partes, 
marcada pelo aviso prévio obrigatório, em razão justamente do trato 
sucessivo e da continuidade da relação do emprego. 
 
2. Principio da irrenunciabilidade: os direitos trabalhistas são 
irrenunciáveis, no sentido de não poderem ser declinados pelo beneficiário. 
Uma aplicação pratica do principio da irrenunciabilidade ocorre no 
ato da homologação das verbas rescisórias através do termo de 
rescisão de contrato de trabalho (TRCT), a interpretação mais aceita no 
que toca a homologação das verbas rescisórias (art 477 da CLT) é que 
apenas estaria dando quitação ao valor consignado no trct e não as verbas 
em si ali postas, para que não seja violado qualquer direito ali não quitado, 
guarnecendo o trabalhador em qualquer tipo de renuncia. O art 477 TRC não 
quita todo contrato de trabalho. ISSO DEMONSTRA A INTERPRETAÇÃO DO 
PIRNCIPIO DA IRRENUNCIABILIDADE. A SUMULA 330 DO TST da uma 
interepretação que aclara, mas mantêm a palavra “parcela”. 
OBSERVAÇÕES: A) Para Américo Plá Rodriguez só o judiciário é 
competente para a situação de quitação geral. B) TRANSIGIR É 
RENUNCIAR? o judiciário é plenamente aceita frente a posição parelha das 
partes perante o juiz, não sendo considerado renuncia diante do equilíbrio 
da relação que se da perante o juiz o qual pode se opor a conciliação desde 
que fundamentado. 
 
3. Principio da primazia da realidade: significa que a forma / formalidade 
nunca deve prevalecer sobre o conteúdo. No direito do trabalho o que 
importa é a realidade fática prevalecendo sobre todas as formas. Se o 
contrato for por escrito muito que bem se verbal tudo bem também ou ainda 
pode ser o contrato tácito, sendo aquele que se forma naturalmente sem 
pacto verbal ou escrito, nascendo com a simples prestação de serviço 
humano tolerado reciprocamente. Efeitos práticos desse principio, 
ocorre como exemplo no caso de Cooperativa: é o esforço congregado de 
pessoas que a lei tutela. Art 442 da CLT, diz que os cooperados não tem 
direito as tutelas trabalhistas, pois não se confunde com a relação de 
emprego. Contudo, com base no contrato de trabalho realidade, não há 
contrato de trabalho se não houver relação de trabalho, mas se houver 
neste caso os requisitos da relação de emprego é evidente que se 
aperfeiçoará a relação de emprego, pouco importando o nome dado, 
devendo a Lei sofrer uma interpretação relativa, pois se interpretado de 
forma absoluta esta aniquilaria o principio da primazia da realidade e do 
próprio direito do trabalho. Outro obstáculo ao principio da primazia da 
realidade é o acesso a cargo publico sem concurso. O TST através da 
SUMULA 363 obstou acesso a carreira publica sem concurso publico sendo 
considerado o contrato nulo. Diante desse cenário o principio da primazia da 
realidade foi barrado de proteger de alcançar trabalhador sendo nulo o 
contrato não tendo jus o trabalhador a qualquer direito. Por fim, ainda 
retratando a incidência pratica desse principio, a primazia da realidade 
também vigora na questão de holerite (como por exemplo no caso de haver 
“ajuda de custo” de R$ 100,00 em holerite como sendo natureza 
indenizatória e na pratica, provar-se que ajuda de custo não havia pois este 
cara não saia do escritório, essa rubrica indenizatória passara a salarial com 
seus reflexos), cartão de ponto ( da mesma forma, há presunção relativa) 
nome da função ao cargo ( este é apenas um norte um indicio da matéria, 
daí se na pratica provada outra função há o ensejo da primazia da realidade 
e o nome passa a ser um mero subterfúgio - SUMULA 06 DO TST). 
 
4. Principio protetor: É a razão de ser do direito do trabalho, equilibrando 
uma relação essencialmente desequilibrada. A doutrina separa esse principio 
em 3 grandes frentes, a frente A - DA NORMA MAIS FAVORAVEL , B - 
CONDIÇÃO MAIS BENEFICAS e do C – IN DUBIO PRO OPERARIO. A - 
PRINCIPIO DA NORMA MAIS FAVORAVEL AO TRABALHADOR (em 
busca do equilíbrio e proteção ao trabalhador, melhor dignidade e 
aprimoramento de suas condições). Exemplo: hora extra, a CF dispõe no 
artigo 7º com adicional de no mínimo 50%, A CLT trazia adicional de 20% 
para as horas extras previamente pactuadas e 25% para as horas extras 
não pactuadas, porém prevalece aquele que mais protege o trabalhador, 
logo o da CF; Exemplo: ESTATUTO DA ADVOCACIA que traz o adicional de 
100% para a hora extra sendo o da CF de 50%, neste caso diferentemente 
do outro exemplo que a CF prevaleceria tanto pelo fato de ser mais benéfica 
como principalmente por ser norma hierarquicamente superior; já neste 
caso do ESTATUTO DA ADVOCACIA mesmo sendo norma hierarquicamente 
inferior este prevalecerá pelo principio protetor, bem como por este principio 
protetor estar implícito no próprio artigo 7º da CF quando dispõe o artigo em 
seu bojo trás art 7º XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, 
no mínimo, em cinqüenta por cento à do normal. B - PRINCIPIO DA 
CONDIÇÃO MAIS BENEFICA. – no sentido de qualquer situação mais 
benéfica pelo trabalhador. Neste sentido não pode haver retrocesso social 
em sentido genérico. Há que se ressaltar que o direito do trabalho lida com 
espectativas, as quais são sempre para melhorar as condições, logos, estas 
exercem papel importante, e a cada momento que o trabalhador recebe um 
elogio esse vem sempre para melhorar, neste sentido vem a SUMULA 51 
(que deve prevalecer as regras da contratação do trabalhador). Na norma 
mais favorável, surge uma pequena variação, que representa uma 3ª 
variação do principio protetor QUE SERIA A EXPRESSÃO: C - IN 
DUBIO PRO OPERARIO (MISERO). Esse principio não privilegia um 
paternalismo, mas sim visa o mesmo, que na duvida pertinente a 
interpretação de uma norma podendo ter duas ou três significados dentro do 
mesmo assunto,prevalecendo aquela mais benéfica ao trabalhador, 
devendo, ser interpretada da forma mais equânime a este. LOGO SERIA 
ESTE PRINCIPIO UM DESDOBRAMENTO DO PRINCIPIO DA NORMA MAIS 
FAVORAVEL – ISSO NÃO SIGNIFICA QUE NA DUVIDA JULGA-SE A FAVOR 
DO TRABALHADOR, POIS, NÃO CABE AO JUIZ (MAGISTRADO) JULGAR POR 
PIEDADE. ESSE PRINCIPIO SE APLICA NA DUVIDA DE APLICAÇAO DE DUAS 
NORMAS QUE REGULAM O MESMO ASSUNTO. 
5. Principio da razoabilidade e da boa-fé. O Principio da razoabilidade 
também chamado de principio da racionalidade, servindo este principio para 
o enquadramento do contrato de trabalho, ajudando a interpretar a lei ou 
fato com o fito de comprovar ou não a relação de emprego. Este principio 
também ajuda a entender osrumos do Tribunal Superior do Trabalho em 
suas decisões. O Principio da boa-fé, assim como o da razoabilidade, é 
oriundo do direito civil, mas aplica-se ao direito do trabalho de forma 
eficiente e dinâmica. Boa-fé objetiva significa a lealdade expressada na 
prática no plano fático, ao passo que se quebra a lealdade estar-se-á perto 
da quebra do contrato de trabalho. Se visualiza a questão da boa-fé / 
lealdade nos artigos 482 283 da CLT 
 
5. Aplicação e eficácia da norma trabalhista 
Aqui falamos da aplicação da norma e da integração do direito. Aplicação da norma 
é a colocação da letra fria da lei (campo abstrato) no plano ou caso concreto. 
Integração do direito é a solução de um caso concreto sem a aplicação de uma 
norma porque ela inexiste. O Brasil adotou o sistema Integrativo, onde o Juiz é 
obrigado a julgar a lide / processo, ainda que haja lacuna legal ou ausência de lei 
para aquele caso. 
Nas situações em que inexiste lei para aquele caso aplica-se no direito do trabalho 
a analogia, os costumes, os princípios gerais do direito e a equidade, além da 
jurisprudência, sendo estas as fontes supletivas ou Subsidiárias do Direito 
do Trabalho. O direito comum também será fonte subsidiária do direito do 
trabalho

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