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DIREITO INDIVIDUAL DO TRABALHO AULA 1. I - Bibliografia: A) Básica MANUS, Pedro Paulo Teixeira. Direito do trabalho. São Paulo: Atlas. MARTINS, Sérgio Pinto. Direito do trabalho. São Paulo: Atlas. NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Iniciação ao direito do trabalho. São Paulo: LTR. B) Complementar: CARRION, Valentin. Comentários à consolidação das leis do trabalho. São Paulo: Saraiva. DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de direito do trabalho. São Paulo: LTR,. GIGLIO, Wagner D. Justa causa. São Paulo: Saraiva. NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Direito do trabalho. São Paulo: Atlas. PINTO, A. L. de T.; WENDT, M. C. dos S.; CESPEDES, L.. Consolidação das leis do trabalho. São Paulo: Saraiva,. II – CONTEUDO DA AULA 1.Conceito, finalidade, natureza jurídica do direito do trabalho e direitos trabalhistas mínimos 2.Evolução Histórica do Direito do Trabalho. 2.1. Evolução do Direito do Trabalho no Brasil. 2.2. Consolidação das Leis do Trabalho. 2.3. Constituição Federal Vigente. 2.4. Convenções e Recomendações Internacionais do Trabalho e a OIT 3. Fontes do Direito do Trabalho. 4. Princípios do Direito do Trabalho. 5. Aplicação e Eficácia da Norma trabalhista III – AULA. 1. Conceito, finalidade, natureza jurídica do direito do trabalho e direitos trabalhistas mínimos. A) Conceito de direito do trabalho: pode ser definido como ramo da ciência jurídica dotado de um conjunto de princípios, regras e institutos jurídicos que disciplinam a relação de emprego e algumas relações de trabalho semelhantes B) Finalidade do direito do trabalho: é estabelecer normas protetivas para o empregado com o escopo da promoção de condições dignas de labor, sendo seu grande objetivo a melhoria da condição social do trabalhador. Esse ideal do direito do trabalho encontra respaldo no PRINCIPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA que consta no artigo 1º, III da Constituição Federal. (CF) C) Natureza Jurídica: primeiro devemos saber o que é “natureza jurídica” para depois saber depois qual é a natureza jurídica do direito do trabalho. Natureza jurídica de algo ou de um instituto jurídico, é a busca da essência do instituto jurídico ou do ramos estudado e o seu enquadramento no universo da ciência, no caso, da ciência jurídica. A NATUREZA JURIDICA DO DIREITO DO TRABALHO, é que este é UM RAMO DO DIREITO PRIVADO, tendo sua origem no direito civil “grande” ramo do direito privado, tendo as partes autonomia para celebrar os contratos com base na vontade respeitando as regras próprias do direito do trabalho. D) Direitos trabalhistas mínimos: são os direitos trabalhistas básicos / mínimos que o estado assegura em toda relação de trabalho, sendo tal chamado pela literatura / doutrina de direitos trabalhistas mínimos ou patamar mínimo civilizatório. Esses direitos mínimos encontram amparo constitucional e infraconstitucional (outras leis, Leis Ordinárias ou Complementares). Na Constituição Federal (CF) eles estão nos art 7º a 11 os demais na legislação ordinária, consolidada na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) 2. Evolução Histórica do Direito do Trabalho. SOCIEDADE PRÉ INDUSTRIAL: Na sociedade pré-industrial não há um sistema de normas jurídicas de direito do trabalho.O escravo não possuia direitos trabalhistas e não era sujeito de direitos, sendo equiparado a uma coisa. A servidão não foi muito diferente, pois os trabalhadores não tinham uma condição livre, embora houvesse uma certa proteção política e militar, prestada pelo senhor feudal, dono das terras. Os servos eram obrigados a entregar parte da produção como preço pela fixação na terra e pela defesa recebida. Nas corporações de ofício ainda não existe uma ordem jurídica semelhante ao direito do trabalho, mas há uma maior liberdade do trabalhador. Nas corporações de artesãos agrupavam-se todos os artesãos do mesmo ramo em uma localidade. As corporações tinham um estatuto que disciplinava as relações de trabalho. Havia três categorias de membros das corporações: os mestres, os companheiros e os aprendizes. Os mestres eram proprietários de oficinas que chegavam a essa condição depois de aprovados, conforme os regulamentos da corporação, na confecção de uma “obra prima” ou “obra mestra”. Equivaliam aos empregadores atuais.Os companheiros eram trabalhadores livres que ganhavam salários dos mestres.Os aprendizes eram menores de idade que recebiam dos mestres os ensinamentos de um ofício ou profissão. As corporações mantinham com os trabalhadores uma relação de tipo bastante autoritário e que se destinava mais à realização dos seus interesses do que à proteção dos trabalhadores. Então na fase da sociedade pré-industrial temos:ESCRAVIDÃO, SERVIDÃO e CORPORAÇÕES DE OFÍCIO. SOCIEDADE INDUSTRIAL: O direito do trabalho surgiu como conseqüência da questão social que foi precedida pela revolução Industrial do século XVIII e da reação humanista que se propôs a garantir ou preservar a dignidade do ser humano. Daí em diante expandiu-se para o mundo industrializado com muita velocidade. A questão social acima dita trata-se dos efeitos do capitalismo e da condições da infraestrutura social, havendo o empobrecimento dos trabalhadores, inclusive dos artesões, a insuficiência competitiva, os impactos sobre a agricultura, a família sendo a tingida pela mobilização da mão de obra feminina e dos menores pelas fabricas. Neste período havia a exigência de jornadas excessivas , a exploração das mulheres e menores no desempenho de atividades penosas e sem qualquer segurança ou condição digna de trabalho. MARIO DE LA CUERVA observa que o contrato de trabalho nessa época era fixado assim como suas condições livremente, mas na realidade que impunha as condições era o patrão e, como inexistia contrato escrito o empregador podia dar por terminada a relação de emprego de acordo com a sua vontade, sendo as vezes impostos contratos verbas de longos prazo ou até vitalícios, portanto, um servidão velada, sendo, o que ocorria na industria escocesa, onde os trabalhadores eram vendidos com os filhos, razão que ensejou que o parlamento desse pais emitisse decretos de 1774 e 1799 suprimindo a servidão vitalícia dos mineiros escoceses. Com a expansão da indústria e do comércio, houve a substituição do trabalho escravo, servil e corporativo pelo trabalho assalariado em larga escala, do mesmo modo que a manufatura cedeu lugar à fábrica e, mais tarde, à linha de produção. A principal causa política foi a transformação do Estado liberalista (da plena liberdade contratual), em Estado neoliberalista (o Estado intervém na ordem econômica e social, limitando a liberdade plena das partes). As formas extremadas de intervenção do Estado foram o corporativismo e o socialismo, com características fortemente autoritárias, transferindo a ordem trabalhista para o âmbito das relações de natureza pública. A principal causa jurídica foi a justa reivindicação dos trabalhadores, de um sistema de direito destinado à sua proteção, passando alguns direitos básicos a ser reconhecidos. Uma consequência importantíssima dessa causa jurídica foi o surgimento do sindicalismo, como forma de união dos trabalhadores para conseguirem melhores condições de trabalho. Começa a surgir uma legislação em condições de coibir os abusos do empregador e preservar a dignidade do homem no trabalho, ao contrário do que ocorria com o proletariado exposto a jornadas diárias excessivas, salários infames, exploração dos menores e mulheres e desproteção total diante de acidentes no trabalho e riscos sociais como a doença,o desemprego, etc. Essas modificações contribuíram decisivamente, como uma reação contra a QUESTÃO SOCIAL, pois traziam a idéia de justiça social. Então na Sociedade industrial, temos:TRABALHO ASSALARIADO, REVOLUÇÃO INDUSTRIAL e ORIGEM DO DIREITO DO TRABALHO EVOLUÇÃO DO DIREITO DO TRABALHO O BRASIL: 1º PERÍODO: DA MONARQUIA ATÉ A 1ª REPÚBLICA, Nesse período A Constituição de 25.03.1824 aboliu as corporações de ofício, ainda não se pode falar em direito do trabalho, pois há o trabalho escravo, pelo menos até a Lei Áurea, em 13.05.1888. A Lei de 13.09.1830 regula o contrato escrito para brasileiros e estrangeiros, dentro ou fora do Império. Promulgação do Código Comercial em 25.06.1850. 2º PERÍODO: DA 1ª REPÚBLICA ATÉ A 2ª REPÚBLICA. Nesse período, foi Proclamada a República, em 15.11. 1889, a Constituição Republicana de 24.02.1891 não cuida do direito do trabalho, apenas assegura-se o direito de associação e de reunião, mas não o da liberdade sindical. A Constituição estabelece que os Estados-membros cuidariam de regular as relações entre locadores e locatários de serviços. Promulgação do Código Civil, em 01.01.1916. 3º PERÍODO: DA 2ª REPÚBLICA ATÉ A REVOLUÇÃO DE 1964. Nesse período teve inicio com a Revolução de 1930, Getúlio Vargas dá ênfase ao direito do trabalho, com forte intervenção na ordem social e econômica e a criação do Ministério do Trabalho. A Constituição de 16.07.1934 estabelece salário mínimo, jornada de 8 horas, repouso semanal remunerado, etc. A constituição de 10.11.1937, na área econômico-social baseia-se na “Carta del Lavoro”. Fica proibida a greve e o lock-out. Estabelece-se em 1939 uma lei sobre organização sindical, que permanece até a Constituição de 1946, que mantém o espírito intervencionista, mas de cunho liberal. Consolidação das Leis do Trabalho, de 01.05.1943. 4º PERÍODO: DA REVOLUÇÃO DE 64 ATÉ A CONSTITUIÇÃO DE 1988. Procura-se, com a Revolução de 31.03.64, promover-se reformas de base, isto é, agrária, tributária, judiciária e trabalhista. Surge em 17.10.1969 a emenda Constitucional nº 1, que altera a Constituição de 24.01.1967. Reformula-se o direito de greve. Instituição do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço. Regime de trabalho dos empregados domésticos. 5º PERÍODO: DA CONSTITUIÇÃO DE 1988 ATÉ OS NOSSOS DIAS. Surge a Constituição de 05.10.1988. Os direitos trabalhistas, antes incluídos nas normas de organização econômica e social, passaram a ser considerados direitos fundamentais de natureza individual e coletiva.É uma Constituição detalhista. PRIMEIRAS LEIS TRABALHISTAS: Constitucionalismo social: assim chamado o movimento no sentido da inclusão das leis trabalhistas nas Constituições de alguns países. Constituição do México de 1917: é a primeira Constituição do mundo que dispõe sobre direito do trabalho, trazendo, por exemplo, previsão de jornada máxima diária de 8 horas, proibição do trabalho de menores de 12 anos, direito ao salário mínimo, direito de sindicalização e de greve, etc. Constituição da Alemanha (1919): a segunda Constituição a prever direitos dos trabalhadores, que teve repecussão por toda a Europa, que é considerada a base das democracias sociais. Disciplina, por exemplo, a participação dos trabalhadores nas empresas, a criação de um direito unitário do trabalho, a liberdade de coalizão dos trabalhadores para a defesa e melhoria das suas condições de trabalho, etc. Carta del Lavoro (1927): A Carta del Lavoro, da Itália, foi a base dos sistemas políticos corporativistas, com influência em vários países, entre eles o Brasil, e teve como princípio a intervenção do Estado na ordem econômica, o controle do direito coletivo do trabalho e, em contrapartida, a concessão, por lei, de direitos aos trabalhadores. Se de um lado a forte presença estatal promoveu a tutela dos assalariados através de ampla legislação de fundo paternalista, por outro lado, com o dirigismo exercido sobre o movimento sindical, o Estado prejudicou o desenvolvimento sindical. Primeiros destinatários das leis trabalhistas: As primeiras leis trabalhistas na europa foram motivadas pela necessidade de coibir os abusos perpetrados contra o proletariado e, mais diretamente, a exploração do trabalho dos menores e das mulheres.Surgiram leis sobre idade mínima para trabalho na indústria e duração diária do trabalho. Leis de previdência e assistência social também foram elaboradas, iniciando a área do direito social hoje denominada seguridade ou segurança social, abrangendo previdência e assistência social. 2.3. Consolidação das Leis do Trabalho. A Consolidação das Leis do trabalho trata das leis materiais e processuais do direito do trabalho e do processo do trabalho. Nela encontramos conceitos de empregado e empregador, regulamentação da jornada de trabalho, conceitos e espécies de salário etc... Tecnicamente consolidação é a regulamentação unitária de leis preexistentes., reunindo leis que já existiam num mesmo diploma, pode ser criada por lei ou por decreto. Diferentemente do Código que é o onjunto de leis que disciplina um ramo do direito. Somente criado por lei. O código cria leis 2.4. Constituição Federal Vigente. No que concerne ao direito do trabalho os artigos que distam sobre tal ramo do direito em nossa CF, vão do art 7 ao 11. 3. Fontes do Direito do Trabalho. Fontes significam a origem, o nascedouro, assim, fontes do direito representam a origem das normas jurídicas a forma pela qual o direito se manifesta. As fontes do direito do trabalho são FORMAIS e MATERIAIS. MATERIAIS: é o momento que antecede a materialização da norma, ou seja, é o momento que inspira o legislador na elaboração da norma, assim são as fontes materiais, os fatos históricos, políticos, sociais, econômicos, filosóficos que dão ensejo a produção de determinada norma. FORMAIS: são as normas propriamente ditas é a regra já construída. Contudo, as fontes formais se desdobram em: Fontes formais Autônomas (são aquelas elaboradas sem a intervenção do estado, sendo elaborada pelos seus próprios destinatários, é o que ocorre com o acordos e convenções coletivas), Fontes Formais Heteronomas( são aquelas elaboradas pelo Estado sem a participação imediata dos destinatários das normas, sendo exemplo disso, leis ordinárias, leis complementares, resoluções, etc...) e Fontes Nacionais e Internacionais ( as nacionais são aquelas normas oriundas do direito interno, nacional, as internacionais são oriundas do extrangeiro, que ingressa e tema aplicabilidade no direito interno por meio de acordos internacionais, tratados e convenções) 4. Princípios do Direito do Trabalho. Alguns princípios do direito civil são utilizados no direito do trabalho como: O principio da força obrigatória dos contratos, autonomia da vontade, imprevisão contratual, exceção do contrato não cumprido. PORÉM ESSE ACERVO É COMPLEMENTADO PELOS PRINCIPIOS PROPRIOS DO DIREITO DO TRABALHO pois envolve a dignidade da pessoa humana. A principal classificação dos princípios que regem o direito do trabalho foi dado por AMERICO PLA RODRIGUEZ (Autor Uruguaio de direito do trabalho). São 4 os princípios típicos do direito do trabalho e 2 princípios oriundos do direito civil. PRINCIPIOS TRABALHISTAS: 1 – principio da irrenunciabilidade; 2 – principio da continuidade da relação de emprego; 3 – principio da primazia da realidade; 4 – principio protetor. PRINCIPIOS CIVIS: 1 – Razoabilidade ou racionalidade; 2 – Boa-fé. 1. Principio da continuidade da relação de emprego: o contrato de trabalho é um contrato de trato sucessivo, ou seja, é continuo. O patrão espera que o empregado venha trabalhar e o empregado espera que o patrãolhe pague. A marca do trato sucessivo é indelével nos contratos trabalhistas. O trato sucessivo do direito do trabalho tem um ponto central a energia do trabalhador que é um bem incorpóreo do ser humano. O trato sucessivo é somado ao caráter da habitualidade, que define a natureza da relação, assim como sua não eventualidade. A continuidade da relação do emprego também esta ligada ao seu desfecho, ou seja, o principio da continuidade impede seu rompimento abrupto, para a segurança jurídica da relação e pelo seu caráter alimentar, da mesma forma no que se refere ao empregador que não pode deixar de ter a força laboral em sua cadeia produtiva que faz parte de seu planejamento, tanto nas atividades econômicas como nas não econômicas (é a necessidade mínima de estar presente o funcionário para a continuidade da relação). CARCTERISTICAS MARCANTES – TRATO SUCESSIVO E HABITUALIDADE. Uma aplicação pratica do principio da continuidade da relação do emprego no direito do trabalho nas relações cotidianas é o AVISO PRÉVIO, pois, o principio da continuidade está a revelar a obrigatoriedade de comunicação com alguma antecedência do termino do contrato para quaisquer das partes, marcada pelo aviso prévio obrigatório, em razão justamente do trato sucessivo e da continuidade da relação do emprego. 2. Principio da irrenunciabilidade: os direitos trabalhistas são irrenunciáveis, no sentido de não poderem ser declinados pelo beneficiário. Uma aplicação pratica do principio da irrenunciabilidade ocorre no ato da homologação das verbas rescisórias através do termo de rescisão de contrato de trabalho (TRCT), a interpretação mais aceita no que toca a homologação das verbas rescisórias (art 477 da CLT) é que apenas estaria dando quitação ao valor consignado no trct e não as verbas em si ali postas, para que não seja violado qualquer direito ali não quitado, guarnecendo o trabalhador em qualquer tipo de renuncia. O art 477 TRC não quita todo contrato de trabalho. ISSO DEMONSTRA A INTERPRETAÇÃO DO PIRNCIPIO DA IRRENUNCIABILIDADE. A SUMULA 330 DO TST da uma interepretação que aclara, mas mantêm a palavra “parcela”. OBSERVAÇÕES: A) Para Américo Plá Rodriguez só o judiciário é competente para a situação de quitação geral. B) TRANSIGIR É RENUNCIAR? o judiciário é plenamente aceita frente a posição parelha das partes perante o juiz, não sendo considerado renuncia diante do equilíbrio da relação que se da perante o juiz o qual pode se opor a conciliação desde que fundamentado. 3. Principio da primazia da realidade: significa que a forma / formalidade nunca deve prevalecer sobre o conteúdo. No direito do trabalho o que importa é a realidade fática prevalecendo sobre todas as formas. Se o contrato for por escrito muito que bem se verbal tudo bem também ou ainda pode ser o contrato tácito, sendo aquele que se forma naturalmente sem pacto verbal ou escrito, nascendo com a simples prestação de serviço humano tolerado reciprocamente. Efeitos práticos desse principio, ocorre como exemplo no caso de Cooperativa: é o esforço congregado de pessoas que a lei tutela. Art 442 da CLT, diz que os cooperados não tem direito as tutelas trabalhistas, pois não se confunde com a relação de emprego. Contudo, com base no contrato de trabalho realidade, não há contrato de trabalho se não houver relação de trabalho, mas se houver neste caso os requisitos da relação de emprego é evidente que se aperfeiçoará a relação de emprego, pouco importando o nome dado, devendo a Lei sofrer uma interpretação relativa, pois se interpretado de forma absoluta esta aniquilaria o principio da primazia da realidade e do próprio direito do trabalho. Outro obstáculo ao principio da primazia da realidade é o acesso a cargo publico sem concurso. O TST através da SUMULA 363 obstou acesso a carreira publica sem concurso publico sendo considerado o contrato nulo. Diante desse cenário o principio da primazia da realidade foi barrado de proteger de alcançar trabalhador sendo nulo o contrato não tendo jus o trabalhador a qualquer direito. Por fim, ainda retratando a incidência pratica desse principio, a primazia da realidade também vigora na questão de holerite (como por exemplo no caso de haver “ajuda de custo” de R$ 100,00 em holerite como sendo natureza indenizatória e na pratica, provar-se que ajuda de custo não havia pois este cara não saia do escritório, essa rubrica indenizatória passara a salarial com seus reflexos), cartão de ponto ( da mesma forma, há presunção relativa) nome da função ao cargo ( este é apenas um norte um indicio da matéria, daí se na pratica provada outra função há o ensejo da primazia da realidade e o nome passa a ser um mero subterfúgio - SUMULA 06 DO TST). 4. Principio protetor: É a razão de ser do direito do trabalho, equilibrando uma relação essencialmente desequilibrada. A doutrina separa esse principio em 3 grandes frentes, a frente A - DA NORMA MAIS FAVORAVEL , B - CONDIÇÃO MAIS BENEFICAS e do C – IN DUBIO PRO OPERARIO. A - PRINCIPIO DA NORMA MAIS FAVORAVEL AO TRABALHADOR (em busca do equilíbrio e proteção ao trabalhador, melhor dignidade e aprimoramento de suas condições). Exemplo: hora extra, a CF dispõe no artigo 7º com adicional de no mínimo 50%, A CLT trazia adicional de 20% para as horas extras previamente pactuadas e 25% para as horas extras não pactuadas, porém prevalece aquele que mais protege o trabalhador, logo o da CF; Exemplo: ESTATUTO DA ADVOCACIA que traz o adicional de 100% para a hora extra sendo o da CF de 50%, neste caso diferentemente do outro exemplo que a CF prevaleceria tanto pelo fato de ser mais benéfica como principalmente por ser norma hierarquicamente superior; já neste caso do ESTATUTO DA ADVOCACIA mesmo sendo norma hierarquicamente inferior este prevalecerá pelo principio protetor, bem como por este principio protetor estar implícito no próprio artigo 7º da CF quando dispõe o artigo em seu bojo trás art 7º XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinqüenta por cento à do normal. B - PRINCIPIO DA CONDIÇÃO MAIS BENEFICA. – no sentido de qualquer situação mais benéfica pelo trabalhador. Neste sentido não pode haver retrocesso social em sentido genérico. Há que se ressaltar que o direito do trabalho lida com espectativas, as quais são sempre para melhorar as condições, logos, estas exercem papel importante, e a cada momento que o trabalhador recebe um elogio esse vem sempre para melhorar, neste sentido vem a SUMULA 51 (que deve prevalecer as regras da contratação do trabalhador). Na norma mais favorável, surge uma pequena variação, que representa uma 3ª variação do principio protetor QUE SERIA A EXPRESSÃO: C - IN DUBIO PRO OPERARIO (MISERO). Esse principio não privilegia um paternalismo, mas sim visa o mesmo, que na duvida pertinente a interpretação de uma norma podendo ter duas ou três significados dentro do mesmo assunto,prevalecendo aquela mais benéfica ao trabalhador, devendo, ser interpretada da forma mais equânime a este. LOGO SERIA ESTE PRINCIPIO UM DESDOBRAMENTO DO PRINCIPIO DA NORMA MAIS FAVORAVEL – ISSO NÃO SIGNIFICA QUE NA DUVIDA JULGA-SE A FAVOR DO TRABALHADOR, POIS, NÃO CABE AO JUIZ (MAGISTRADO) JULGAR POR PIEDADE. ESSE PRINCIPIO SE APLICA NA DUVIDA DE APLICAÇAO DE DUAS NORMAS QUE REGULAM O MESMO ASSUNTO. 5. Principio da razoabilidade e da boa-fé. O Principio da razoabilidade também chamado de principio da racionalidade, servindo este principio para o enquadramento do contrato de trabalho, ajudando a interpretar a lei ou fato com o fito de comprovar ou não a relação de emprego. Este principio também ajuda a entender osrumos do Tribunal Superior do Trabalho em suas decisões. O Principio da boa-fé, assim como o da razoabilidade, é oriundo do direito civil, mas aplica-se ao direito do trabalho de forma eficiente e dinâmica. Boa-fé objetiva significa a lealdade expressada na prática no plano fático, ao passo que se quebra a lealdade estar-se-á perto da quebra do contrato de trabalho. Se visualiza a questão da boa-fé / lealdade nos artigos 482 283 da CLT 5. Aplicação e eficácia da norma trabalhista Aqui falamos da aplicação da norma e da integração do direito. Aplicação da norma é a colocação da letra fria da lei (campo abstrato) no plano ou caso concreto. Integração do direito é a solução de um caso concreto sem a aplicação de uma norma porque ela inexiste. O Brasil adotou o sistema Integrativo, onde o Juiz é obrigado a julgar a lide / processo, ainda que haja lacuna legal ou ausência de lei para aquele caso. Nas situações em que inexiste lei para aquele caso aplica-se no direito do trabalho a analogia, os costumes, os princípios gerais do direito e a equidade, além da jurisprudência, sendo estas as fontes supletivas ou Subsidiárias do Direito do Trabalho. O direito comum também será fonte subsidiária do direito do trabalho
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