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Direito de Família 
Larissa Azi 
Anotações para 1ª prova 
Aula 1: 21 de fevereiro de 2018 
Parte Introdutória 
“Direito de família é o ramo do direito civil, cujas normas e princípios regulam as relações 
jurídicas advindas do casamento, da união estável/concubinato e do parentesco”. 
 O direito de família está previsto no código civil, mas tem origem na Constituição, sendo um 
direito constitucional. 
• Proteção de todas as espécies de família: Art. 226, Caput - A família, base da sociedade, 
tem especial proteção do Estado. 
• Reconhecimento de outras formas de constituição familiar ao lado do casamento, como 
as uniões estáveis e famílias monoparentais (Apenas um indivíduo é uma família): Art. 
226, §§ 3º - Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem 
e mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento; e 4º- 
Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais 
e seus descendentes. 
• Igualdade entre os cônjuges: Art 226, 5º § 5º - Os direitos e deveres referentes à sociedade 
conjugal são exercidas igualmente pelo homem e pela mulher. 
• Dissolubilidade do vínculo conjugal e do matrimônio: Art. 226 § 6º - O casamento civil 
pode ser dissolvido pelo divórcio. 
• Assistência do Estado a todas as espécies de família: Art. 226 § 8º - O Estado assegurará a 
assistência a família na pessoa de cada um dos que integram, criando mecanismos para 
coibir a violência no âmbito de suas relações. - Bolsa família. 
• Igualdade entre filhos havidos ou não do casamento, ou por adoção: Art. 227 § 6º - Os 
filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e 
qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação. 
Casamento 
1. Conceito: Para o Brasil nos dias de hoje, dizemos que casamento é a união entre duas 
pessoas (Monogâmico; Não necessariamente heterossexual), com finalidade de constituir 
família, reconhecida pelo Estado, que lhes confere direitos e prerrogativas (deveres) 
inerentes à condição de casado. - Conceito Stricto Sensu (Limitado). 
Larissa Azi - Direito de Família !1
OBS: O casamento na poligamia é uma união, reconhecida pelo líder religioso, entre 
um homem e até quatro mulheres. É o caso do casamento muçulmano. Além disso, a 
poligamia, na visão do professor, apesar de favorecer a liberdade sexual, incita a 
violência no âmbito familiar. 
OBS: Nenhum conceito de família fica de fora do valor moral da sociedade. Ex: O 
casamento de um filho com sua mãe não é permitido, pois isso vai contra a moral da 
sociedade brasileira. 
• Vinculo com o Estado: O casamento tem vinculo direto com o Estado, pois o mesmo 
só ocorre se o Estado autoriza. 
• Casamento Civil: Art. 1.512 - "O casamento é civil e gratuita sua celebração". - Tal 
casamento deve ser registrado pelo cartório de registro civil das pessoas naturais. Em 
regra, quem não tem seu registro, civilmente não é casado. Ex: Caso da União 
Estável. - Ser um casamento civil é ser um casamento que foi registrado no cartório 
de registro civil das pessoas naturais, sendo passado para o livro E (Casado de papel 
passado). 
• IDH: Segundo estudo da ONU, quando mais formais são os casamentos, mais 
desenvolvido o país. O Brasil tem um índice muito alto de casamentos informais. 
2. Regras Gerais: 
• Art. 1511 - O casamento estabelece comunhão plena de vida, com base na igualdade de 
direitos e deveres dos cônjuges. 
• Art. 1512 - O casamento é civil e gratuita a sua celebração. A habilitação para o 
casamento, o registro e a primeira certidão serão isentos de selos, emolumentos e 
custas, para as pessoas cuja pobreza for declarada, sob as penas da lei. 
• Art. 1513 - É defeso a qualquer pessoa, de direito público ou privado, interferir na 
comunhão de vida instituída pela família. 
- OBS: O casamento impõe a todos a obrigação de não fazer que garante a qualquer 
pessoa não interferir na comunhão de vida na família. (Aplicação de regra dos direitos 
de obrigações no direito de família). 
• Art. 1514 - O casamento se realiza no momento em que o homem e a mulher 
manifestam, perante o juiz, a sua vontade de estabelecer vínculo conjugal, e o juiz os 
declara casados. 
- OBS: Como o Juiz declara o marido e mulher casados. Art. 1535 - Presentes os 
contraentes, em pessoa ou por procurador especial, juntamente com as testemunhas e 
o oficial do registro, o presidente do ato, ouvida aos nubentes a afirmação de que 
pretendem casar por livre e espontânea vontade, declarará efetuado o casamento, 
nestes termos:"De acordo com a vontade que ambos acabais de afirmar perante mim, 
de vos receberdes por marido e mulher, eu, em nome da lei, vos declaro casados.” 
Larissa Azi - Direito de Família !2
- OBS: O status de casados ocorre a partir do momento em que o homem e a mulher 
manifestam perante o juiz sua vontade de casar e o juiz declara o casamento. Após, os 
casamentos são registrados pelos escrivão, no Livro E. 
- OBS: O registo é feito com caráter retroativo ao momento do casamento, ou seja, a 
data do casamento (com a declaração do juiz/líder religioso) prevalecerá sobre a data 
do registro lavrado. Ex: Pessoa que foi casada no sábado e só é registrada na 
segunda. Se o marido morrer após a declaração do juiz mencionada, a mulher é 
considerava viúva, mesmo ainda não tendo o registro. 
- OBS: No caso do casamento religioso, o padre ou pastor, por exemplo, faz a função 
do juiz. 
3. Capacidade para o Casamento: Quem tem capacidade para casar? Quanto ao casamento, 
o Código Civil só adotou critérios de maioridade e menoridade. 
• Hipóteses: 
a) Quem tem a maioridade civil: Quem já possui 18 anos de idade. 
b) Quem tem a idade núbil, ou seja, 16 anos: Quem tem entre 16 e 18 anos. Precisa 
-se da autorização de ambos os pais para se casar. 
- Art. 1517: O homem e a mulher com dezesseis anos podem casar, exigindo-se 
autorização de ambos os pais, ou de seus representantes legais, enquanto não 
atingida a maioridade civil. Parágrafo único. Se houver divergência entre os 
pais, aplica-se o disposto no parágrafo único do art. 1.631. 
• OBS: Art. 1631 - Diz que, caso haja divergência entre pais, eles podem 
recorrer ao juiz para solução do desacordo. (Na prática, é muito difícil que 
um cônjuge processe o outro por conta disso, e se processar, é muito difícil 
o processo terminar antes do menor atingir maioridade). 
• OBS: O emancipado também não pode se casar sem a autorização dos pais, 
pois o emancipado permanece menor (Ele ainda é capaz, mas não atingiu a 
maioridade civil). - Discussão doutrinária (Há posições que afirmam que os 
emancipados podem casar, pois já se tornaram capazes para o exercício dos 
atos da vida civil, o que inclui o casamento). 
- Art. 1518: Até a celebração do casamento podem os pais ou tutores revogar a 
autorização. 
- Art. 1519: A denegação do consentimento, quando injusta, pode ser suprida 
pelo juiz. 
c) Quem ainda não completou a idade núbil, ou seja, menos de 16 anos: A idade 
inferior aos 16 anos não é delimitada, mas só se podem casar, nesse caso, se a 
menina estiver gravida (Única hipótese). 
• Condições: 
I. Deve haver gravidez. 
Larissa Azi - Direito de Família !3
Será instaurado um processo: 
II. Deve haver a livre manifestação de vontade dos nubentes (noivos). 
III. Devem ser ouvidos os pais e/ou responsáveis dos menores. 
IV. Deve haver intervenção do MP. 
- OBS: Interesse é diferente de vontade - Apesar da menina ter vontade de 
casar, o promotor pode entender que o casamento não será do interesse dela, já 
que pode acabar prejudicando-a futuramente. 
- OBS: Um aborto após o casamento não é razão para anular o casamento da 
menor de 16 anos. 
V. Deve ser proferida decisão judicial autorizando o casamento. 
- Art.1520: Excepcionalmente, será permitido o casamento de quem ainda não 
alcançou a idade núbil, para evitar imposição ou cumprimento de pena 
criminal ou em caso de gravidez. 
- No código penal, havia o Art. 108, mas a lei 11.106/05 acabou por revogá-lo. 
Art. 108: A extinção da punibilidade de crime que é pressuposto, elemento 
constitutivo ou circunstância agravante de outro não se estende a este. Nos 
crimes conexos, a extinção da punibilidade de um deles não impede, quanto 
aos outros, a agravação da pena resultante da conexão. 
• Decisões pertinentes à capacidade para casar: 
AC 10051110004887001 MG 
APELAÇÃO CÍVEL - DIREITO DE FAMÍLIA - CASAMENTO DE MULHER MENOR 
DE 16 ANOS - SUPRIMENTO JUDICIAL - DEFERIMENTO - SENTENÇA MANTIDA - 
RECURSO NÃO PROVIDO. 
- Embora o Suprimento Judicial tenha ocorrido fora da hipótese excepcional do art. 1520 do 
CC (gravidez), verifico a ocorrência do fato consumado, tendo em vista a Certidão de 
Casamento datada de junho de 2011, mormente considerando que atualmente a noiva já conta 
com mais de 17 anos de idade e que, diante do consentimento expresso de seus pais já 
poderia se casar. 
Aula 2: 28 de fevereiro de 2018 
4. Impedimentos Matrimoniais: 
• Conceito: São as circunstâncias de fato e/ou de direito, expressamente previstas em lei, 
as quais determinam proibição de determinados casamentos; ou têm o condão de torna-
los nulos. 
- OBS: Impedimentos matrimoniais são proibições. O estado detém autorização para 
proibição. Em caso de violação, o casamento será nulo. 
Larissa Azi - Direito de Família !4
- OBS: A relação matrimonial é delimitada por leis advindas de normas do Estado 
determinam um ideal baseado na moral representada pela maioria da sociedade. A 
moral pode ser considerada no sentido de moralidade ou no sentido de moralismo: 
a) Moralidade: A sociedade, para sua coexistência pacífica, precisa de valores 
morais e as leis de família expressam essa moralidade. Caso a sociedade não 
possua esses valores morais, ela cairá em uma autarquia. 
b) Moralismo: Quando as normas morais não são verificadas como legítimas pela 
sociedade, ela cairá numa realidade reacionária, discricionária, discriminatória e 
violenta. Ex: Quando o CN decide excluir todas as possibilidades de aborto. 
• Finalidade Social: Preservação de valores morais da sociedade; estabilidade social; 
eugenia (preservação de filiação dos problemas genéticos); punição por delitos. 
- OBS: Os valores morais aceitos socialmente são passados às gerações, em que 
repercutem no ordenamento jurídico brasileiro. Cumpre ressaltar, que a importância 
dos valores morais, para o professor, é extremamente relevante no cumprimento de 
mutações normativas (na alteração das leis). 
- OBS: Eugenia é uma desculpa, não é a finalidade mais importante, a mais importante, 
segundo a visão do professor, é a questão moral. 
• Origem: Direito canônico. Regras da igreja católica, sistematizadas na alta idade média 
e que restaram herdadas nos códigos ocidentais. 
• Os impedimentos matrimoniais são baseados no Art. 1521, CC: 
✓ Não podem casar: 
a) Os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil: Incesto 
não é crime no Brasil. Com isso, o Estado não proíbe que um pai, por exemplo, 
tenha relação sexual por sua filha, contanto que não haja violência e a filha seja 
maior de 18 anos e plenamente capaz (Liberdade Sexual). Entretanto, haverá a 
impossibilidade de casamento, se casar, o casamento será nulo. 
b) Os afins em linha reta: Afim é diferente de a fim. Com isso, afins refere-se ao 
parentesco por afinidade. (Sogro, sogra, genro, nora, padrasto, madrasta, enteado 
e enteada). Essa restrição não se esgota com a morte, “Princípio da Sogra para 
Sempre”. Isso ocorre porque, moralmente, ainda é estranho para a sociedade. 
c) O adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do 
adotante: Redação confusa. Na, verdade seria a relação de sogro(a) com genro 
(nora) aplicada à adoção, a única diferença é que não é parentesco natural, mas 
sim civil. 
d) Os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau 
inclusive: Irmão unilateral é o meio-irmão (Irmão só por parte de pai ou sou por 
parte de mãe); Irmão bilateral é o irmão germano (Irmão por parte de pai e de 
mãe); Demais colaterais até terceiro grau: 
Larissa Azi - Direito de Família !5
๏ Casamento Avuncular - Lei 3200/41: 
✦ Art. 1º - O casamento de colaterais, legítimos ou ilegítimos do terceiro grau, é 
permitido nos termos do presente decreto-lei. 
✦ Art. 2º - Os colaterais do terceiro grau, que pretendam casar-se, ou seus 
representantes legais, se forem menores, requererão ao juiz competente para a 
habilitação que nomeie dois médicos de reconhecida capacidade, isentos de 
suspensão, para examiná-los e atestar-lhes a sanidade, afirmando não haver 
inconveniente, sob o ponto de vista da sanidade, afirmando não haver 
inconveniente, sob o ponto de vista da saúde de qualquer deles e da prole, na 
realização do matrimônio 
- Tal decreto autoriza o casamento de colaterais de terceiro grau, contanto que 
sejam nomeados dois médicos para examiná-los e certificar da sanidade e sobre 
a possibilidade das doenças das crianças. O problema foi que esse decreto-lei, 
incidiu sobre o código civil de 1916 que, por sua vez, foi revogado pelo código 
de 2002. Com isso, surgiu a discussão de se essa previsão do código foi 
revogada junto com o código. Predominância na doutrina e jurisprudência é de 
que continua vigendo o mencionado decreto. 
e) O adotado com o filho do adotante: Não se permite o casamento entre irmãos 
adotivos. Redação confusa por parte do legislador. Não pode por conta de uma 
questão moral. 
Ex: Criança fica órfã de pai e mãe, e entra no sistema de tutela, que vai ser dado 
para um tio. Esse tio tem uma filha, que é prima da criança órfã. Os tios resolvem 
fazer a adoção da criança, deixando de ser sobrinho para ser filho, e a menina 
deixou de ser prima para ser irmã. Eles começaram a se relacionar, queriam se 
casar, mas, apesarem de ser primos consanguíneos, a lei proíbe casamento entre 
irmãos adotivos. 
f) As pessoas casadas: Não diz casada e união estável (É um dispositivo restritivo). 
Baseia-se no princípio da monogamia, baseado na moral europeia e cristã, 
aplicada na lei brasileira. Esse principio possui pesada divergência doutrinária no 
sentido de que, se a monogamia é aplicada no casamento, porque não é aplicada 
na união estável? Na verdade, o CNJ proibiu escrituras de união estável para 
relações simultâneas. Além disso, o STJ, no agravo regimental 1130816, também 
decidiu no sentido de proibir relações simultâneas nas uniões estáveis. 
Larissa Azi - Direito de Família !6
 Bisavó (3) 
 
 Prima (4) — Tia (3) — Avó (2) 
 Mãe (1) 
 Eu 
 Filha (1)
g) O cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de 
homicídio contra o seu consorte: Mata o marido para casar com a viúva, isso 
vale só para homicídio doloso. Esse dispositivo é baseado em Euclides da Cunha. 
Essa é uma forma de punir civilmente por conta da pratica de tal ato ilícito. 
• Esse dispositivo também se aplica para a viuva e o criminoso que não se 
conhecem. Ou seja, se o sujeito A mata B e anos depois conhece a viúva C, ele 
não pode casar com ela. 
- OBS: Os impedimentos matrimoniais também são impedimentos para união estável, 
mas como a união estável não tem registro e sim escritura, muitos burlam essas 
regras. 
- OBS: Se o marido que exerce cargo público morre, sua mulher recebe uma pensão. O 
que ocorre é que muitos estabelecem uma união estável por debaixo dos panos para 
que continue ganhando a pensão. Já que,se a união estável for descoberta pelo Estado 
ou se a pessoa casa novamente, ela perde essa pensão. 
• Oposição de Impedimentos: É o ato de pessoa legitimada, praticado antes da 
celebração do casamento, indicando ao oficial perante quem se processa a habilitação, 
ou ao juiz que celebra a solenidade, a existência de um dos fatos indicados na lei como 
obstativo do matrimônio. 
✦ Art. 1.522. Os impedimentos podem ser opostos, até o momento da celebração 
do casamento, por qualquer pessoa capaz. Parágrafo único. Se o juiz, ou o 
oficial de registro, tiver conhecimento da existência de algum impedimento, 
será obrigado a declará-lo. 
- OBS: Para que a oposição seja aplicada, deve ser um impedimento presentes entre 7 
os já mencionados. 
5. Causas Suspensivas: 
• Conceito: São as situações de fato e/ou de direito, previstas em lei, derivadas da 
dissolução de casamento anterior ou de relação de possível subjugação de interesses 
patrimoniais decorrentes da tutela ou curatela, as quais, enquanto não superadas, 
ensejam o dever relativo de não casar, ou caso haja o matrimonio, acarreta a 
obrigatoriedade de adoção do regime de separação de bens. 
- OBS: A lei fala que não deve casar, você quer casar, ai a lei diz que tudo bem, você 
pode casar, mas com regime de separação de bens. Não proíbe o casamento, mas 
obriga a separação de bens. 
- OBS: A causa suspensiva tem como o objetivo de proteger o patrimônio de terceiros 
dos efeitos causados por esse novo matrimônio. Ex: Proteger o filho no âmbito 
patrimonial dos efeitos causados pelo segundo matrimônio, por exemplo. 
- OBS: Meação - É o patrimônio comum do casal. Não se confunde com os bens 
individuais de cada um dos cônjuges. 
Larissa Azi - Direito de Família !7
• As causas suspensivas são baseados no Art. 1523, CC: 
✓ Não devem casar: 
a) O viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer 
inventário dos bens do casal e der partilha aos herdeiros: Visa a proteção aos 
direitos dos filhos que perderam o pai ou mãe, podendo, eventualmente, serem 
atingidos por confusão patrimonial, decorrente dos direitos da meação, próprios 
dos regimes de comunhão parcial ou universal. Herança - É a soma dos bens 
particulares do falecido + a meação do falecido (Metade dos bens comuns entre 
ele e esposa). 
Ex: A ficou viuvo de sua mulher e tinha 2 filhos, assim ele queria casar com C. 
Este segundo casamento deve acontecer num regime de separação de bens pois, 
se ele se casar com comunhão de bens, haverá um ponto de intersecção que 
provocará uma confusão de bens. Contudo, se A fizer o inventário dos bens do 
seu último casamento e dar a respectiva parte dos bens para os herdeiros, ele 
poderá casar novamente com o regime de bens que lhe convier. 
b) A viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, 
até dez meses depois do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade 
conjugal: Ela deve esperar 10 meses para casar, pois ela pode estar gravida do 
falecido marido. 
OBS: Se a mulher comprovar perante o juiz que não está grávida ela pode se 
casar livremente com possibilidade da escolha de regime de bens. 
OBS: Esse artigo procura evitar o Turbatio Sanguinis (Confusão/mistura de 
sangue). Isso ocorre para que não se confundam os pais, o que pode afetar 
diretamente na questão da herança do falecido marido, pois não se pode 
questionar a paternidade do marido dentro de uma união conjugal. 
✓ Art. 2o A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas 
a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro. 
✓ Art. 1.597. Presumem-se concebidos na constância do casamento os filhos: II - 
nascidos nos trezentos dias subsequentes à dissolução da sociedade conjugal, 
por morte, separação judicial, nulidade e anulação do casamento; 
✓ Art. 1.798. Legitimam-se a suceder as pessoas nascidas ou já concebidas no 
momento da abertura da sucessão. 
c) O divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos 
bens do casal: Se não teve partilha de bens, considerava-se que ainda são 
casados. Além disso, o conceito do “Eu não vou te dar o divórcio” é muito 
recorrente hoje em dia, visto que é possível travar um processo de divórcio 
exatamente na partilha dos bens. 
Ex: O casal ficou 3 anos para discutir quem ficaria com o animal. 
OBS: Por conta disso, o código de 2002, visando resolver esse problema, afirma 
que: 
Larissa Azi - Direito de Família !8
✓ Art. 1.581. O divórcio pode ser concedido sem que haja prévia partilha de 
bens. 
OBS: Contudo, pode-se casar com regime de separação de bens, para não haver 
confusão com a partilha de bens do outro casamento. 
d) O tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou 
sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela 
ou curatela, e não estiverem saldadas as respectivas contas: Isso ocorre pois, o 
tutor ou curador está exatamente cuidando do patrimônio dela, evitando o “golpe 
do baú" 
OBS: Tutela - Filhos órfãos recebem um tutor para cuidar dos bens até atingirem 
a maioridade. Normalmente os tutores são membros da família. 
OBS: Curador - Quando uma pessoa plenamente capaz, perde sua capacidade por 
conta de alguma coisa. Essa pessoa sofre processo de interdição e é nomeado um 
curador. 
Ex: Tutor quer se casar com a tutelada, esta tem 16 anos. O juiz tem que autorizar 
o casamento. Sendo que eles tem que se casar obrigatoriamente com separação de 
bens, enquanto não cessar a tutela. Quando ela fizer 18 anos, ela pode alterar o 
regime. 
✓ Parágrafo único. É permitido aos nubentes solicitar ao juiz que não lhes sejam 
aplicadas as causas suspensivas previstas nos incisos I, III e IV deste artigo, 
provando-se a inexistência de prejuízo, respectivamente, para o herdeiro, para o ex-
cônjuge e para a pessoa tutelada ou curatelada; no caso do inciso II, a nubente 
deverá provar nascimento de filho, ou inexistência de gravidez, na fluência do prazo. 
OBS: Se provar que não vai ter prejuízo, a razão patrimonial da causa suspensiva deixa 
de existir. 
Ex: A quer se casar, está divorciado, mas não tem divisão de bens. É permitido aos 
nubentes contratar um advogado, que iniciará um petição, onde será requerido ao juiz 
que por sentença não lhes sejam aplicadas as causas suspensivas. É uma ação de 
procedimento ordinário. 
✓ Art. 1.524. As causas suspensivas da celebração do casamento podem ser argüidas 
pelos parentes em linha reta de um dos nubentes, sejam consangüíneos ou afins, e 
pelos colaterais em segundo grau, sejam também consangüíneos ou afins. 
✓ Art. 1641 - É obrigatório o regime da separação de bens no casamento: 
a) Das pessoas que o contraírem com inobservância das causas suspensivas da 
celebração do casamento; 
b) Da pessoa maior de 70 anos; 
c) De todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial; 
Aula 3: 7 de março de 2018 
Larissa Azi - Direito de Família !9
6. Formalidades Matrimoniais: 
• Conceito: Denomina-se formalidades do casamento à sequência de procedimentos 
exigidos pela lei para que seja observada (com segurança), a capacidade e a vontade 
dos nubentes para casar, bem como a existência de impedimentos matrimoniais ou 
causas suspensivas. 
✓ Art. 104 - Agente capaz; Objeto lícito, possível, determinado ou determinável; Forma 
prescrita ou não defesa em lei. 
• Etapas das Formalidades Matrimoniais: 
a) Habilitação: Entende-se por habilitação matrimonial o pedido de expedição de 
certidão de habilitação para se casar, formulado pelo casal interessado ao oficial de 
registro do distrito de residência de um dos nubentes, devidamente instruído com os 
documentos indicados no Art. 1525 
OBS: Cartório de registro civil das pessoas naturais (“onde são registrados os 
nascimentos, casamentos e óbitos”). 
✓ Art. 1.525. O requerimentode habilitação para o casamento será firmado por 
ambos os nubentes, de próprio punho, ou, a seu pedido, por procurador, e deve ser 
instruído com os seguintes documentos: 
OBS: É como um processo e o requerimento seria a petição inicial. 
I. Certidão de nascimento ou documento equivalente: Não há documentos 
equivalentes, pois é necessário saber quem são os avós, a idade correta e a 
condição de capacidade dos noivos (Por conta de casos de emancipação ou 
sentença de interdição, por exemplo). 
OBS: A certidão deve ser atualizada, para que os dados dos noivos estejam 
atualizados. Adquire-se a certidão no cartório. 
II. Autorização por escrito das pessoas sob cuja dependência legal estiverem, ou 
ato judicial que a supra: O estagiário do promotor vai ver se os noivos são 
capazes através do ato judicial. 
III.Declaração de duas testemunhas maiores, parentes ou não, que atestem 
conhecê-los e afirmem não existir impedimento que os iniba de casar: Não 
tem muito sentido, pois as testemunhas não tem noção de quais são 
impedimentos para casar. - O professor acha que é formal e desnecessário. 
IV. Declaração do estado civil, do domicílio e da residência atual dos contraentes 
e de seus pais, se forem conhecidos: Em relação ao estado civil, não tem como 
saber se a pessoa é solteira, casada, divorciada ou viúva. Contudo, se você 
declarar que é divorciado ou viuvo, você deve provar. - Em relação aos 
domicílios, se você declarar que é residente e domiciliado em uma cidade e vai 
casar em outra, você em que pagar 2 editais, para dar conhecimento público (O 
professor acha que é desnecessário). 
Larissa Azi - Direito de Família !10
V. Certidão de óbito do cônjuge falecido, de sentença declaratória de nulidade 
ou de anulação de casamento, transitada em julgado, ou do registro da 
sentença de divórcio: Já foi dito. 
✓ Art. 1.526. A habilitação será feita pessoalmente perante o oficial do Registro 
Civil, com a audiência do Ministério Público. Parágrafo único. Caso haja 
impugnação do oficial, do Ministério Público ou de terceiro, a habilitação será 
submetida ao juiz. 
OBS: A expressão audiência não tem significado processual, mas sim sentido de 
fiscalização documental. 
✓ Art. 1.527. Estando em ordem a documentação, o oficial extrairá o edital, que se 
afixará durante quinze dias nas circunscrições do Registro Civil de ambos os 
nubentes, e, obrigatoriamente, se publicará na imprensa local, se houver. 
OBS: Não tem utilidade, pois ninguém olha esse editais para ver se tem algum 
impedimento, inclusive, nem sabem o que é impedimento matrimonial. 
Parágrafo único. A autoridade competente, havendo urgência, poderá dispensar a 
publicação. 
Ex: Caso da mulher que esteja grávida e precisa casar antes do parto, para não 
prejudicar o filho nascido e a mãe (Há uma diferença entre falecer casada ou 
solteira - O parto pode se complicar e a mãe vir a falecer, por exemplo). 
✓ Art. 1.528. É dever do oficial do registro esclarecer os nubentes a respeito dos 
fatos que podem ocasionar a invalidade do casamento, bem como sobre os 
diversos regimes de bens. 
OBS: No aspecto contratual, o casamento de noivos de classe média, classe média 
baixa, seria considerado um negocio milionário. Sendo aconselhado uma consulta 
jurídica sobre os regimes de bens. 
✓ Art. 1.529. Tanto os impedimentos quanto as causas suspensivas serão opostos em 
declaração escrita e assinada, instruída com as provas do fato alegado, ou com a 
indicação do lugar onde possam ser obtidas. 
✓ Art. 1.530. O oficial do registro dará aos nubentes ou a seus representantes nota 
da oposição, indicando os fundamentos, as provas e o nome de quem a ofereceu. 
Parágrafo único. Podem os nubentes requerer prazo razoável para fazer prova 
contrária aos fatos alegados, e promover as ações civis e criminais contra o 
oponente de má-fé. 
OBS: Quem for denunciar um impedimento deve colocar a “cara a tapa”. 
✓ Art. 1.531. Cumpridas as formalidades dos Arts. 1.526 e 1.527 e verificada a 
inexistência de fato obstativo, o oficial do registro extrairá o certificado de 
habilitação. 
✓ Art. 1.5312. A eficácia da habilitação será de noventa dias, a contar da data em 
que foi extraído o certificado. 
Larissa Azi - Direito de Família !11
OBS: Se os 90 dias passarem, os noivos devem fazer tudo de novo antes de casar, 
pois a habilitação perde a eficácia. 
• Decisão Pertinente ao Processo de Habilitação: AC 70052224094 RS 
b) Celebração do Casamento: O casamento é negócio jurídico solene, sendo seu 
componente histórico mais caraterístico a celebração. Com efeito, não há casamento 
sem cerimônia formal, ainda que variável quanto ao ritual seguido. Vale destacar, de 
outra parte, a importância dada pelo legislador civil à formalidade da celebração, 
sendo outorgados a ela nada menos do que 10 artigos de lei. 
OBS: A celebração tem a função de trazer uma seriedade, reconhecimento da 
sociedade que ali existe a formação de uma família, família esta que é a base da 
sociedade. 
✓ Art. 1.533. Celebrar-se-á o casamento, no dia, hora e lugar previamente 
designados pela autoridade que houver de presidir o ato, mediante petição dos 
contraentes, que se mostrem habilitados com a certidão do art. 1.531. 
✓ Art. 1.534. A solenidade realizar-se-á na sede do cartório, com toda publicidade, a 
portas abertas, presentes pelo menos duas testemunhas, parentes ou não dos 
contraentes, ou, querendo as partes e consentindo a autoridade celebrante, noutro 
edifício público ou particular. 
OBS: Portas abertas - Para alguém dizer, ou não se o casal possui impedimentos. 
§ 1o Quando o casamento for em edifício particular, ficará este de portas abertas 
durante o ato. 
OBS: Igrejas não não prédios públicos, mas sim particulares. 
OBS: Os portas abertas na realidade não significa que qualquer pessoa pode entrar 
no local particular do casamento. A porta tem que estar aberta para aquela pessoa 
que vai manifestar o impedimento matrimonial. 
§ 2o Serão quatro as testemunhas na hipótese do parágrafo anterior e se algum 
dos contraentes não souber ou não puder escrever. 
OBS: Embora não gere nenhum tipo de nulidade, esse parágrafo é um 
complemento a mais do ato de qualidade da vontade do noivo. 
✓ Art. 1.535. Presentes os contraentes, em pessoa ou por procurador especial, 
juntamente com as testemunhas e o oficial do registro, o presidente do ato, ouvida 
aos nubentes a afirmação de que pretendem casar por livre e espontânea vontade, 
declarará efetuado o casamento, nestes termos:"De acordo com a vontade que 
ambos acabais de afirmar perante mim, de vos receberdes por marido e mulher, 
eu, em nome da lei, vos declaro casados.” 
OBS: Nivel de formalidade excessiva. 
OBS: Código fundado no casamento heterossexual. 

OBS: Admite-se que o celebrante use palavras e expressões similares, desde que 
não altere o sentido e a extensão do pronunciamento solene. 
Larissa Azi - Direito de Família !12
✓ Art. 1.538. A celebração do casamento será imediatamente suspenso se algum dos 
contraentes: 
I. Recusar a solene afirmação da sua vontade: Recusa se casar de forma 
expressa (Diz que não quer se casar), forma tácita (Quem ficar em silencio 
negou o consentimento). 
II. Declarar que está não é livre e espontânea; 
III.Manifestar-se arrependido. 
Parágrafo único. O nubente que, por algum dos fatos mencionados neste artigo, 
der causa à suspensão do ato, não será admitido a retratar-se no mesmo dia. 
OBS: Hipótese relatada por José Lamartine Corrêa de Oliveira e Francisco José 
Ferreira Muniz (“Direito de Família - Direito Matrimonial”), acerca da recusa da 
recusa da noiva por duas vezes, vindo a dar o consentimento somente na 3ª 
oportunidade. - O casamento foi realizado por um juiz, primeiramente a noiva diz 
não, 30 minutos após, a noiva retorna e diz “não” novamente. Na terceira 
oportunidade,ela diz “sim”. Passa-se uma semana após o casamento, ela entra com 
um processo de Inexistência do Casamento. 
7. Tipos Especiais de Casamento: 
• Conceito: São casamentos diferenciados no que diz respeito ou ao rito, ou à presença 
pessoal dos nubentes, ou ainda, à condição especial de um ou de ambos os nubentes. 
Assim, são casamentos diferenciados na habilitação ou na celebração. Esses casamentos 
serão especiais porque eventualmente a habilitação ou celebração será diferente do 
casamento regular. Casamentos especiais são aqueles previstos em lei que possuem 
especificidades quanto à habilitação e/ou à celebração, sendo certo, entretanto, a sua 
característica de casamento civil dado o necessário registro no competente cartório de 
registro civil das pessoas naturais. 
• Espécies: 
a) Casamento por Procuração: Procuração é um instrumento que especifica um 
mandato (Contrato feito por duas partes, o mandante/outorgante/representado outorga 
poderes para o mandatário - Procurador/Representante). Com isso o casamento pode 
ser realizado por procuração, por conta de um dos noivos (ou os dois noivos) não 
poderem estar presentes no dia do casamento. 
Ex: João está vendendo uma propriedade em São Paulo e, não estando em Salvador 
no momento, não pode comparecer ao casamento, assim ele emite uma procuração. 
OBS: Para alguns atos, essa procuração é por instrumento público, ou por 
instrumento privado. 
✓ Art. 1.542. O casamento pode celebrar-se mediante procuração, por instrumento 
público, com poderes especiais. 
OBS: Procuração Pública é uma escritura pública de procuração, feita nos 
tabelionatos de notas. - A procuração feita no escritório não vale para o casamento. 
Larissa Azi - Direito de Família !13
§ 1o A revogação do mandato não necessita chegar ao conhecimento do 
mandatário; mas, celebrado o casamento sem que o mandatário ou o outro 
contraente tivessem ciência da revogação, responderá o mandante por perdas e 
danos. 
OBS: O professor acredita que esse artigo não é lógico. Pois o mandante não 
precisa avisar, mas está sujeito a responder por perdas e danos, na prática, o 
mandante precisa avisar o procurador. 
§ 2o O nubente que não estiver em iminente risco de vida poderá fazer-se 
representar no casamento nuncupativo. 
OBS: O noivo que está em risco de vida não pode emitir uma procuração (deve 
estar na celebração). Com isso, cabe a possibilidade de haver casamento por 
procuração, desde que a procuração seja emitida pelo nubente que não corre risco 
de vida, bem como este deverá estar gozando em todas as faculdades mentais. 
§ 3o A eficácia do mandato não ultrapassará noventa dias. 
§ 4o Só por instrumento público se poderá revogar o mandato. 
Aula 4: 14 de março de 2018 
b) Casamento Nuncupativo: Ocorrerá, quando um ou ambos os nubentes encontrarem-
se em iminente risco de vida. Também é chamado casamento in extremis ou in 
articulo mortis. Baseia-se na necessidade social de outorgar a condição de casado à 
pessoa cuja vida está em risco. 
OBS: Art. 1.539. No caso de moléstia grave de um dos nubentes, o presidente do ato 
irá celebrá-lo onde se encontrar o impedido, sendo urgente, ainda que à noite, 
perante duas testemunhas que saibam ler e escrever. - Esse fato do juiz celebrar o 
casamento no hospital não é um casamento nuncupativo, apesar de um dos nubentes 
estarem doentes, e sim uma situação prévia ao casamento nuncupativo. 
✓ Art. 1.540. Quando algum dos contraentes estiver em iminente risco de vida, não 
obtendo a presença da autoridade à qual incumba presidir o ato, nem a de seu 
substituto, poderá o casamento ser celebrado na presença de seis testemunhas, que 
com os nubentes não tenham parentesco em linha reta, ou, na colateral, até 
segundo grau. 
OBS: A primeira tentativa é trazer o juiz, mas caso ele não comparecer, o 
casamento poderá ser celebrado perante testemunhas, que não podem ser pai, avó 
bisavó, filha, neta e bisneta e irmãos. 
OBS: A celebração nada menos é que colocar os nubentes juntos e proferir as 
palavras determinadas - A celebração é então uma declaração de que os dois 
nubentes querem se casar, ouvidas pelas seis testemunhas. 
Larissa Azi - Direito de Família !14
✓ Art. 1.541. Realizado o casamento, devem as testemunhas comparecer perante a 
autoridade judicial mais próxima, dentro em dez dias, pedindo que lhes tome por 
termo a declaração de: 
I - Que foram convocadas por parte do enfermo; 
II - Que este parecia em perigo de vida, mas em seu juízo; 
III - Que, em sua presença, declararam os contraentes, livre e espontaneamente, 
receber-se por marido e mulher. 
OBS: Realizado o casamento, os noivos devem contratar um advogado para dar 
inicio ao reconhecimento do casamento nuncupativo. Além disso, as testemunhas 
não vão em juízo solicitar nada, pois elas não tem interesse processual para isso. 
OBS: Esse casamento é especial porque um dos dois noivos está na iminência de 
morrer e está muito debilitado. Por conta disso, não há tempo, nesse casamento, de 
fazer a habilitação civil. 
OBS: Este casamento é feito praticamente na cama do hospital, sem habilitação, 
sem juiz, só com as testemunhas e toda a habilitação passa a ser substituída por um 
processo judicial. 
§ 1o Autuado o pedido e tomadas as declarações, o juiz procederá às diligências 
necessárias para verificar se os contraentes podiam ter-se habilitado, na forma 
ordinária, ouvidos os interessados que o requererem, dentro em quinze dias. 
§ 2o Verificada a idoneidade dos cônjuges para o casamento, assim o decidirá a 
autoridade competente, com recurso voluntário às partes. 
§ 3o Se da decisão não se tiver recorrido, ou se ela passar em julgado, apesar dos 
recursos interpostos, o juiz mandará registrá-la no livro do Registro dos 
Casamentos. 
§ 4o O assento assim lavrado retrotrairá os efeitos do casamento, quanto ao estado 
dos cônjuges, à data da celebração. 
§ 5o Serão dispensadas as formalidades deste e do artigo antecedente, se o 
enfermo convalescer e puder ratificar o casamento na presença da autoridade 
competente e do oficial do registro. 
OBS: Convalescer significa curar/sarar. 
c) Casamento Perante Autoridade Diplomática: Estando o casal brasileiro ausente do 
país e desejando casar-se, poderá requerer à autoridade diplomática brasileira no 
estrangeiro que celebre o matrimônio. 
OBS: Do mesmo modo, o (a) cidadão (ã) brasileiro (a) que quiser casar-se com 
estrangeiro (a) poderá recorrer a esta forma especial de matrimônio. Nesse caso, há 
duas possibilidades: O casamento pode realizar-se perante as autoridades consulares 
brasileiras ou perante autoridades estrangeiras. 
Ex: Cidadão sueco que casa com colombiana nos EUA e vêm morar no Brasil – 
Aqui, eles se separam de fato, e ele conhece uma mulher aqui na Bahia. Ele quer 
Larissa Azi - Direito de Família !15
fazer o divórcio. Em verdade, ele não é casado no Brasil, mas não pode casar com 
outra pessoa, segundo o STJ, caso contrário incorrerá em poligamia. 
✓ Art. 1544. O casamento de brasileiro celebrado no estrangeiro, perante as 
respectivas autoridades ou os cônsules brasileiros, deverá ser registrado em cento 
e oitenta dias, a contar da volta de um ou de ambos os cônjuges ao Brasil, no 
cartório do respectivo domicilio, ou, em sua falta, no 1º Ofício da Capital do 
Estado em que passarem a residir. 
OBS: Os casamentos de brasileiros realizados no estrangeiro perante autoridade 
consular, deverão ser registrados em 180 dias, no cartório de domicilio dos 
nubentes, ou no 1º Ofício da capital do estado em que vierem a residir. - Uma das 
funções da diplomacia brasileira no Brasil é funcionar como um Cartório de 
Registro Civil. 
OBS: Acontece muitas vezes, de brasileiros que se casam no estrangeiro, voltam 
para o Brasil e não registram o casamento. Quem perder esse prazo, tem soluções 
ambíguas, já queo CC não fala sobre isso. 
✓ Art. 18 da LINDB. Tratando-se de brasileiros, são competentes as autoridades 
consulares brasileiras para lhes celebrar o casamento e os mais atos de Registro 
Civil e de tabelionato, inclusive o registro de nascimento e de óbito dos filhos de 
brasileiro ou brasileira nascido no país da sede do Consulado 
OBS: É o fundamento que faz com que as Embaixadas e Consulados sejam 
obrigados à realizar esses serviços sempre que haver possibilidade no caso 
concreto. 
✓ Art. 32 da LRP. Os assentos de nascimento, óbito e de casamento de brasileiros 
em país estrangeiro serão considerados autênticos, nos termos da lei do lugar em 
que forem feitos, legalizadas as certidões pelos cônsules ou quando por estes 
tomados, nos termos do regulamento consular. 
OBS: Não é todo casamento estrangeiro que vai poder ser validado no Brasil. 
d) Casamento Religioso com Efeitos Civis: Até 1890/91 havia no Brasil a 
obrigatoriedade de casamento religioso, não existindo casamento civil. Mas isso se 
dava por determinação constitucional do catolicismo ser a religião oficial no império. 
Contudo, a partir do advento da primeira constituição republicana, o Brasil tornou-se 
um Estado laico. Mas até então, não existiam cartórios, o documento oficial era o 
registro de batismo. Atualmente, qual a formalidade necessária para conversão do 
casamento religioso em casamento civil? 
São duas as hipóteses de casamento religioso com efeitos civis, conforme a 
habilitação civil seja prévia ou posterior: 
• Habilitação civil > celebração religiosa > registro 
Ex: João foi se casar com Fernanda, que queria se casar na igreja. Compareceram 
no Cartório de Registro Civil, apresentou os documentos, quando saiu o edital, 
estavam com a habilitação civil. Então, foi realizada a celebração religiosa, que foi 
Larissa Azi - Direito de Família !16
registrada logo depois. O casal assina um livro religioso da igreja e outro 
documento, com testemunhas, para que seja registrado e reconhecido. 
• Celebração religiosa > habilitação civil > registro 
Ex: José Medrado realizou a celebração religiosa, deu as bençãos, lavrou um 
documento particular, reconheceu firma e os presentes assinaram. Foram ao 
cartório para adquirir a habilitação civil, mas não foi permitido, por que não era 
“permitido” realizar casamento em Centro Espírita. Isso foi ao TJ, que decidiram 
que qualquer dessas igrejas que queiram realizar celebrações religiosas, Hoje, isso 
já está liberado. 
✓ Art. 1.515. O casamento religioso, que atender às exigências da lei para a 
validade do casamento civil, equipara-se a este, desde que registrado no registro 
próprio, produzindo efeitos a partir da data de sua celebração. 
OBS: Qualquer coisa fora disso é abuso. 
✓ Art. 1516 O registro do casamento religioso submete-se aos mesmos requisitos 
exigidos para o casamento civil. 
§ 1 O registro civil do casamento religioso deverá ser promovido dentro de 
noventa dias de sua realização, mediante comunicação do celebrante ao ofício 
competente, ou por iniciativa de qualquer interessado, desde que haja sido 
homologada previamente a habilitação regulada neste Código. Após o referido 
prazo, o registro dependerá de nova habilitação. 
OBS: O primeiro passo, então, é a habilitação. 
§ 2 O casamento religioso, celebrado sem as formalidades exigidas neste Código, 
terá efeitos civis se, a requerimento do casal, for registrado, a qualquer tempo, no 
registro civil, mediante prévia habilitação perante a autoridade competente e 
observado o prazo do art. 1.532. 
OBS: Aqui, é a segunda forma, já que o primeiro passo é a celebração, depois 
habilitação e por último o registro. 
§ 3o Será nulo o registro civil do casamento religioso se, antes dele, qualquer dos 
consorciados houver contraído com outrem casamento civil. 
8. Provas do Casamento: 
✓ Art. 1.543. O casamento celebrado no Brasil prova-se pela certidão do registro. 
Parágrafo único. Justificada a falta ou perda do registro civil, é admissível qualquer 
outra espécie de prova. 
OBS: Aqui, as outras espécies de provas podem ser afirmadas pelas testemunhas. 
✓ Art. 1.545. O casamento de pessoas que, na posse do estado de casadas, não possam 
manifestar vontade, ou tenham falecido, não se pode contestar em prejuízo da prole 
comum, salvo mediante certidão do Registro Civil que prove que já era casada 
alguma delas, quando contraiu o casamento impugnado. 
Larissa Azi - Direito de Família !17
OBS: Se não há certidão de registro civil, tem que buscar quem tem a melhor posse. 
Há três elementos como objeto de prova: 
• Nome: Qual esposa tem o nome do “marido”. 
• Fama social: Como os vizinhos, igreja vêem o casal. 
• Tratamento: Como ele trata a esposa. 
OBS: Prova em processo civil incide sobre fatos. A prova é um meio de resgatar o fato 
passado, porque duas pessoas que estão litigando, por exemplo. 
OBS: Esse artigo, é um meio para resgatar um fato que o juiz tem dúvidas e, assim, 
possa resolver quem realmente era a esposa. 
✓ Art. 1.546. Quando a prova da celebração legal do casamento resultar de processo 
judicial, o registro da sentença no livro do Registro Civil produzirá, tanto no que toca 
aos cônjuges como no que respeita aos filhos, todos os efeitos civis desde a data do 
casamento. 
Ex: Não tinha registro e o juiz precisou dar uma sentença de reconhecimento. Essa 
sentença, por sua vez, será reconhecida no registro sempre com a data da sua 
celebração. 
✓ Art. 1.547. Na dúvida entre as provas favoráveis e contrárias, julgar-se-á pelo 
casamento, se os cônjuges, cujo casamento se impugna, viverem ou tiverem vivido na 
posse do estado de casados. 
OBS: É um complemento do 1.545. Se houver dúvidas, o juiz irá procurar quem teve a 
melhor posse. 
Aula 5: 24 de março de 2018 
9. Inexistência do Casamento: 
Para a lei civil brasileira, o negocio jurídico será nulo ou anulável, não se admitindo a 
categoria da inexistência. Doutrinariamente, de outro lado, se reconhece e se justifica a noção 
de existência. 
No estudo do direito matrimonial, surgiu a noção de inexistência. Mais precisamente na obra 
de um jurista alemão que tinha em vista o Direito Francês - Sacharei von Lingenthal - em que 
aparece a distinção entre elementos necessários à existência do casamento. 
Princípio pas de nullité sans texte legal em matière de mariage: Não há nulidade sem um 
texto legal. Com isso, para que um contrato seja nulo, é preciso de uma previsão legal. Dessa 
forma, a nulidade prevista pela lei é composta por um rol taxativo (o que a lei não proibir, é 
considerado permitido). Assim, para o casamento ser nulo, devem haver causas de nulidade. 
O jurista alemão viu que, se não a lei não proíbe que homem case com homem, teoricamente, 
ela permite. Com isso, ele faz uma reflexão mais profunda sobre a nulidade do casamento. 
Temos situações que são tão absurdas no ponto de vista de que são contrárias ao sistema, que 
não são nulas, mas não existem juridicamente, podendo existir no âmbito fático. 
Larissa Azi - Direito de Família !18
• Requisitos de existência: Se faltar um desses elementos, o casamento é considerado 
inexistente. 
OBS: Esses requisitos não estão previstos em lei, mas eles aparecem na doutrina e 
jurisprudência, existindo no ordenamento jurídico. 
Eram considerados requisitos ou pressupostos de existência do matrimônio: 
a) Diversidade de sexos: 
Ex: Um casal, na década de 80, chega à Santa Casa de Minas com o marido passando 
muito mal com apêndice. O médico, corre para realizar a cirurgia, que quando está 
ocorrendo, o médico identifica que o “marido” deitado na maca é uma mulher, ou 
seja, uma mulher registrada como “Antônio” com documento falso. Esse casamento 
não é nulo, e sim, é incompatível com o sistema daquela época. Assim, era 
inexistente, e não nulo porque não tinha previsãoexpressa, já que as nulidades têm 
que estar previstas num rol taxativo. 
Ex: Morre um General do exército Português. Quando vão fazer a necropsia, 
descobrem que ele é mulher. Sendo ele, casado há mais de 40 anos com outra mulher. 
esse casamento não é nulo, e sim inexistente. Como fica a viúva? Ela alega, perante o 
Tribunal, que não sabia que tinha se casado com uma mulher. Com base na 
construção do pensamento da época, cabendo provar a boa-fé dela, em uma época em 
que os costumes de um mulher se casar sem antes ter tido relações sexuais, e que na 
hora do ato, acontecesse com luzes apagadas, ou ela não ter experiencias, a boa-fé da 
viúva é “aceita”. Apesar do casamento ser inexistente, pela boa-fé da viúva, foi dada a 
permissão da aposentaria e dos bens. 
OBS: A partir da Resolução 175 do CNJ, tem-se outra realidade. O CNJ, que tem a 
função constitucional de fiscalizar o poder judiciário, já fez mais de 200 resoluções 
(O professor acredita que o CNJ está se desviando de sua função, pois ele é um órgão 
administrativo de controle e não pode legislar), inclusive a seguinte: 
✓ Art. 1º - É vedada às autoridades competentes a recusa de habilitação, celebração 
de casamento civil ou de conversão de união estável em casamento entre pessoas 
do mesmo sexo. 
✓ Art. 2º - A recusa prevista no artigo 1 implicará a imediata comunicação ao 
respectivo juiz corregedor para as providencias cabíveis. 
✓ Art. 3º - Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação. 
OBS: Eu posso punir alguém com base na resolução do CNJ? Para punir tem que ser 
em virtude de lei expressa e resolução não é lei, mas tem força de lei (E o CNJ não 
pode fazer resolução com forca de lei). Por conta disso, o professor acredita que, para 
permitir o casamento entre pessoas do mesmo sexo, foi feita umas das maiores 
inconstitucionalidades do Brasil. 
b) Celebração perante autoridade: Exemplo - Um juiz sai de férias e deveria designar 
um juiz substituto, mas o juiz designou um oficial de justiça para celebrar esses 
casamentos. Esses casamentos seriam inexistentes, pois os casamentos foram feitos 
Larissa Azi - Direito de Família !19
sem autoridade competente. - Na verdade o TJ decidiu no sentido de aproveitar esses 
casamentos, tendo em vista na boa fé dos nubentes (O professor acha que essa 
decisão foi um absurdo). 
c) Declaração de vontade: A declaração de vontade dos nubentes tem que ser expressa. 
Quem cala no casamento, não consente. Dessa forma, a falta de declaração de 
vontade promove a inexistência do casamento. Com isso, Maria Helena Diniz mostra 
algumas hipóteses de inexistência por ausência de consentimento: 
(i) Se um dos nubentes conservar-se indiferentemente à indagação do juiz. 
(ii) Se a celebração se efetiva apesar de ter havido declaração negativa de um dos 
noivos. 
(iii) Se um dos nubentes se encontra em estado de demência que o priva de toda 
razão, desde que não esteja interditado (caso em que se tem casamento nulo) 
por incapacidade absoluta. - Isso é complicado em razão ao Estatuto da Pessoa 
com Deficiência, que alterou questões do casamento. 
(iv) Se a embriagues de um dos consortes lhe tira totalmente a consciência, não 
mais sabendo o que diz. - Dependendo do estado de embriaguez, a declaração de 
vontade é prejudicada. 
(v) Se um dos noivos estiver sob hipótese, dado que não é consciente a resposta 
afirmativa ao juiz, pois diz o que o hipnotizador manda dizer. - Não há nenhum 
caso de hipnose na jurisprudência, sendo uma discussão meramente teórica. 
10. Nulidade Matrimonial: 
No regime do Código Civil de 1916 os casos de nulidade e de anulabilidade matrimonial 
decorriam da desobediência aos dispositivos de impedimento matrimonial. O novo Código 
Civil inovou quanto ao sistema de nulidades, separando o que é nulo do que é anulável, 
estabelecendo em seu artigo 1.548 o seguinte: 
✓ Art. 1.548 - É nulo o casamento contraído: 
a) Pelo enfermo mental sem o necessário discernimento para os atos da vida civil; 
(Revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015 - Estatuto da pessoa com 
deficiência) (Vigência) - Porque o estatuto disse que não é mais nulo esse 
casamento? A razão do EPD é dar a pessoa deficiente padrão de dignidade dentro de 
preceitos da sociedade. O EPD decorre de um tratado internacional que visem que os 
países deem leis internas de proteção as pessoas deficientes. Nesse tratado, não tem 
nenhuma referencia ao casamento. Então, o Brasil, decidiu que o enfermo mental 
possa casar livremente. Entretanto, há dúvidas quanto à isso. 
Ex: Senhor de 70 anos, portador de Alzheimer, que não tinha sido interditado. O filho 
vai para a casa do pai e não consegue entrar com a chave que ele possui. A cuidadora 
do velho abre a porta e diz que se casou com o velho. Ela como esposa, pegou o 
cartão do velho, e mexeu na conta dele. Caso, ele venha ser interditado, ela 
(cuidadora) como esposa, vai ser a curadora dele. O fato é que, se o advogado 
conseguisse, na condição anterior à 2015, provar que aquele senhor tinha essa 
Larissa Azi - Direito de Família !20
condição, o casamento poderia ser dado como nulo. Mas hoje não se pode mais fazer 
isso. 
OBS: Essa regra que foi retirada, era uma regra de proteção ao próprio portador da 
deficiência, para que ele não ficasse sujeito às pessoas interessadas no seu 
patrimônio. Hoje, pode-se se casar com uma pessoa portadora de doença mental, 
inclusive no regime total de bens. Por esse caminho, abriu-se uma porta perigosa, que 
pode levar, eventualmente, à uma condição de prejuízo ao portador da deficiência. 
OBS: Com isso, o professor tem sérias duvidas quanto essa revogação, pois a lei é 
considerada protetiva, visto que, com sua revogação, pessoas que não tem 
discernimento irão acabar se prejudicando. Com isso, os casamentos que antes 
estavam presentes nessa situação de nulidade, passam para a hipótese de inexistência. 
b) Por infringência de impedimento - São as 7 causas de impedimento do Art. 1521, 
CC. 
OBS: A nulidade é uma extensão dos impedimentos matrimoniais. 
OBS: A nulidade não opera efeitos por si só, pois há necessidade dela ser declarada por meio 
judicial. Além disso, a ação declaratória de nulidade (Efeitos Ex Tunc) poderá ser intentada, 
nos termos do Art. 1549, CC por qualquer interessado ou pelo MP. 
✓ Art. 1.549. A decretação de nulidade de casamento, pelos motivos previstos no artigo 
antecedente, pode ser promovida mediante ação direta, por qualquer interessado, ou 
pelo Ministério Público. 
Efeitos da sentença: Prevê artigo 1.563 do novo Código Civil que: “A sentença que decretar 
a nulidade do casamento retroagirá à data da sua celebração, sem prejudicar a aquisição de 
direitos a titulo oneroso, por terceiros de boa-fé, nem a resultante de sentença transitada em 
julgado”. 
Os efeitos produzidos são, portanto, ex tunc, admitindo-se, contudo, a eficácia parcial em 
relato aos filhos e aos terceiros de boa fé. 
Decisão pertinente ao assunto: 
Acórdão: TJ-RS 70054983036 RS 
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE DE CASAMENTO. 
ARTIGO 1521, INCISO II, DO CÓDIGO CIVIL. Comprovado nos autos que o casamento 
em voga se deu entre sogro e nora, com interesse exclusivamente patrimonial, evidente a 
procedência da ação, que deve ser confirmada. NEGARAM PROVIMENTO AO APELO. 
 
. 
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