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didatica 1

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Anotações
“Escola é...o lugar onde se faz amigos
não se trata só de prédios, salas, quadros,
programas, horários, conceitos...
Escola é, sobretudo, gente,
gente que trabalha, que estuda, 
que se alegra, se conhece, se estima.
O diretor é gente,
O coordenador é gente, o professor é gente, 
o aluno é gente, cada funcionário é gente.
E a escola será cada vez melhor
na medida em que cada um se comporte
como colega, amigo, irmão.
Nada de ‘ilha cercada de gente por todos os 
lados’.
Nada de conviver com as pessoas 
e depois descobrir que não tem amizade a 
ninguém.
Nada de ser como o tijolo que forma a 
parede, indiferente, frio, só.
Importante na escola não é só estudar,
 não é só trabalhar,
é também criar laços de amizade,
é criar ambiente de camaradagem,
é conviver, é se ‘amarrar nela’!
Ora , é lógico...numa escola
 assim vai ser fácil estudar, 
trabalhar, crescer, fazer amigos, 
educar-se, ser feliz” (Paulo Freire).
Fonte: Disponível em: 
<http://www.paulofreire.org/>.
 (Acesso em: 31 mar. 2004).
Seja bem-vindo! Como você viu no Guia de disciplina, Didática Geral, é mais 
uma das disciplinas que compõem os Cursos de Licenciaturas, na modalidade EAD.
Nesta parte, chamada Caderno de referência de conteúdo, você encontrará o 
conteúdo das cinco unidades em que se divide a apresente disciplina.
Na disciplina de Didática Geral, você terá a oportunidade de:
• discutir, analisar e compreender o contexto histórico da didática e sua 
conceituação;
• encaminhar o ato de planejar, bem como sua formalização em plano de ensino 
e aula;
• compreender a importância da elaboração e concretização dos objetivos de 
ensino;
• discutir e aprender a selecionar e a organizar os conteúdos de ensino para que 
possam ser traduzidos claramente aos educandos;
• compreender a importância do ato avaliativo no processo ensino- 
aprendizagem. 
A didática configura-se como a área que tem como objetivo a compreensão da 
prática pedagógica e a construção de maneiras de nela intervir, que favoreçam a formação 
de educadores reflexivos, críticos e comprometidos com a educação para todos.
Não tenha receio!
Aceite o desafio!
Venha fazer parte desse 
novo processo da construção 
coletiva do saber!
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APRESENTAÇÃO
Anotações
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AULA PRESENCIAL
Objetivos 
•	 Interpretar o papel da disciplina Didática Geral no 
contexto da formação de futuros educadores.
•	 Entender como será desenvolvida a disciplina Didática 
Geral em EAD e nos momentos presenciais.
•	 Interagir com os alunos do curso e o professor/tutor. 
Conteúdo 
• Na primeira aula presencial, vamos nos conhecer, 
apresentar a disciplina, seus objetivos, sua metodologia 
e o processo de avaliação. Vamos construir nossa 
ambientação e preparar os assuntos de nossas próximas 
aulas.
Anotações
Anotações
U
N
ID
A
D
E
 1
Introdução1
DIDÁTICA: VISÃO 
HISTÓRICA, 
CONCEITUAÇÃO 
E OBJETO DE ESTUDO 
Objetivos
•	 Focalizar o campo da Didática nas experiências históricas 
da educação e da escolarização.
•	 Identificar os temas de interesse da Didática e seus 
fundamentos.
•	 Interpretar as características do processo de ensino como 
objeto de estudo da Didática.
Conteúdo
• A primeira temática a ser estudada refere-se ao histórico da 
Didática, sua conceituação, objeto de estudo e discussões 
a respeito de educação, escola, sala de aula, professor e 
aluno.
CRC • • • © Didática Geral6
Disciplina de Núcleo Comum
Claretiano – Batatais
UNIDADE 1
Introdução1
Na Unidade I, você vai saber como a Didática tem influenciado as experiências 
históricas da educação e da escolarização. Você vai conhecer também os temas de 
interesse da Didática e seus fundamentos e, também, porque a Didática se preocupa com 
o processo de ensino. 
Para iniciar nossa conversa, vamos fazer uma breve análise da história da 
Didática. O estudo dessa trajetória vai ajudar você a entender as raízes e as novas 
possibilidades dessa disciplina na formação do professor, como subsídios para sua prática 
pedagógica. 
Nossa viagem é um pouco longa...
orIgem da dIdátIca2
Para entender o que é didática, precisamos retornar à Grécia Antiga... 
Quem foram os gregos?
Figura 1 - Registro da cultura grega. A cultura helênica 
(grega) desenvolveu-se no período histórico que vai de 2000 a.C. 
até 146 a.C. A influência dos gregos afetou e continua a afetar 
toda a civilização ocidental. Deles herdamos a volorização do 
pensamento, da arte, da cidadania, da liberdade e da harmonia 
do corpo e da mente. 
Desde pequena, as crianças gregas recebiam instrução: 
aprendiam a ler e a escrever, brincavam e faziam exercícios 
físicos, eram estimuladas a participar da vida cívica e cultural.
Figura 2 - “A Escola de Atenas”– detalhe do afresco de 
Rafael, mostrando ao centro Platão e Aristóteles, cuja influência 
foi marcante no Ocidente.
Veja o que Castro1 (1991, p. 16) afirma a respeito da Didática:
A inauguração de um campo de estudos com esse nome tem uma característica 
que vai ser reencontrada na vida histórica da Didática: surge de uma crise e 
constitui um marco revolucionário e doutrinário no campo da educação. Da 
nova disciplina espera-se reformas da humanidade, já que deveria orientar 
educadores e destes, por sua vez, dependeria a formação das novas gerações. 
Justificava-se, assim, as muitas esperanças nela depositadas, acompanhadas, 
infelizmente, de outras tantas frustrações.
ATENÇÃO!
Você já deve ter ouvido estas 
frases: 
A professora de Matemática 
tem didática ao explicar uma 
expressão numérica!
Aquele professor tem 
didática!
INFORMAÇÃO:
A palavra Didática vem 
do grego DIDAKTIKÉ e 
significava a arte 
de ensinar/instruir.
1 Amélia Domingues de Castro é doutora em Educação pela 
Universidade de São Paulo.
Disciplina de Núcleo Comum
© Didática Geral • • • CRC 7Batatais – Claretiano
UNIDADE 1
 
Como surgiu a Didática? 
As primeiras idéias a respeito da Didática surgiram em países da Europa Central. 
Dois nomes se destacam como os mais importantes educadores dessa época: Ratíquio2 
e Comênio3.
Segundo Comênio, o método de ensino deve seguir alguns passos 
importantes: 
• ensinar tudo o que se deve saber; 
• mostrar a aplicação prática de tudo o que é ensinado;
• explicar de maneira direta e clara; 
• ensinar a verdadeira natureza das coisas, partindo de suas causas; 
• explicar primeiro os princípios gerais; 
• ensinar as coisas em seu devido tempo; 
• persistir em um assunto até sua perfeita compreensão; 
• dar a devida importância às diferenças que existem entre as coisas.
Comênio escreveu uma obra importantíssima e marcante para a história da 
Didática: a Didática Magna4 que possuía um caráter revolucionário e pautava-se por 
ideais ético-religiosos. 
Neste documento, foi desenvolvido um método único para ensinar tudo a 
todos. Comênio preocupava-se especialmente com o ato de ler e de escrever, começando 
pela língua materna, em uma época em que predominava o latim. Esse ensino deveria 
ser destinado a todos, sem a intervenção da Igreja Católica, que, a esta altura, já tinha 
instalado seu projeto educacional para a educação de jovens e adultos, por intermédio 
da Companhia de Jesus, com a obra Ratio atque Institutioni Studiorum (Método 
Pedagógico dos Jesuítas). 
Mas, qual a idéia de Didática para Comênio?
Um processo seguro e excelente de instituir, em todas as comunidades de 
qualquer reino cristão, cidades, aldeias, escolas tais que toda a juventude 
de um e de outro sexo, sem excetuar ninguém em parte alguma, possaser 
formada nos estudos, educada nos bons costumes, impregnada de piedade, e, 
desta maneira, possa ser, nos anos da puberdade, instruída em tudo o que diz 
respeito à vida presente e à futura, com economia de tempo e de fadiga, com 
agrado e com solidez (COMÊNIO apud PIMENTA, 2002, p. 43). 
Didática comeniana
Veja o princípio da Didática comeniana:
O fundamento dá-se na própria natureza. Perfeita, como criação divina, ela 
fornece em seu processo evolutivo as bases para o ensino, no qual é preciso: 
• partir do simples para o complexo; 
• desenvolver cada etapa a seu tempo;
• partir da crença de que todo fruto amadurece, mas precisa de condições 
adequadas. 
INFORMAÇÃO:
Você sabia que a definição 
da Didática constituiu a 
primeira tentativa que se 
conhece de agrupar os 
conhecimentos pedagógicos?
2 Ratíquio ou Wolfgang Ratke nasceu no Holstein 
(1571-1635).
3 João Amós Comênio (1582-1670) nasceu na 
Moravia. Monge luterano, filósofo 
e teólogo, é considerado um 
dos primeiros pedagogos da 
história. Em 1632, escreveu 
Didática Magna, que serviu de 
base às reformas educacionais 
em diversos países da Europa. 
Para saber mais sobre a vida 
e obra deste autor visite o site 
disponível em:
<http://www.
centrorefeducacional.com.
br/comenius.htm>. Acesso em: 
abr. 2004.
4 Tratado da arte universal de ensinar tudo a todos. Comênio. 
Didática Magna. Fundação 
Gulbenkian. Coimbra, 1966.
CRC • • • © Didática Geral8
Disciplina de Núcleo Comum
Claretiano – Batatais
UNIDADE 1
Sua verdade é demonstrada com exemplos paralelos das artes mecânicas: 
criações do homem com base no funcionamento da natureza. O curso dos estudos é 
distribuído por anos, meses, dias e horas; e, por fim, é indicado um caminho fácil e seguro 
para pôr em prática essas coisas com bom resultado (COMÊNIO apud PIMENTA5, 2002, 
p. 43). 
Segundo Castro (1991, p. 16), “tem-se notícias de experiências educacionais 
realizadas conforme os princípios expostos, embora nem todas tivessem tido sucesso”. 
Um pouco mais tarde, no século XVIII, aparece Rousseau6, o autor da segunda 
revolução da didática. Ele não colocou a didática em prática, nem organizou métodos. No 
entanto, sua obra chamada Emílio tornou-se manifesto do novo pensamento pedagógico 
e assim permanece até nossos dias. Nessa obra, Rousseau pretendeu provar que é bom 
tudo o que sai das mãos do criador da Natureza e que tudo degenera nas mãos do homem. 
Pregou que à criança deveria ser dada a possibilidade de um desenvolvimento livre e 
espontâneo. O primeiro livro de leitura deveria ser Robinson Crusoé, considerado um 
tratado de educação natural. A educação deveria ser a própria vida da criança. A obra de 
Rousseau deu origem a um novo conceito de infância – ressaltando-a e transformando o 
método de ensinar em um procedimento natural, que deveria ser exercido sem pressa.
A valorização da infância aguardou mais de um século para concretizar-se. 
Podemos dizer que Comênio, ao seguir as pegadas da natureza, pensava em domar 
as paixões das crianças, enquanto Rousseau partiu da idéia da bondade do homem, 
corrompido pela sociedade (CASTRO, 1991).
No século seguinte, Herbart7, desejando ser o criador da Pedagogia Científica, 
defendeu a educação pela instrução, criando os passos formais da aprendizagem: 
• clareza (na exposição); 
• associação (dos conhecimentos novos com os anteriores); 
• sistema; 
• método. 
Mais tarde, esses passos receberam nova divisão: 
• preparação (da aula e da classe: motivação); 
• apresentação; 
• sistematização;
• aplicação (dos conhecimentos adquiridos). 
Com essa didática, Herbart enfatizou o papel do professor no processo de 
ensino.
Como você pôde constatar, Rousseau ressaltava a criança, o aluno, como o 
sujeito que aprende; já Herbart, dava importância ao método, que pode ser interpretado 
como uma retomada ao desejo de um método único elaborado por Comênio em sua 
Didática Magna.
Com Rousseau, temos lançadas as bases da Escola Nova, que questiona o 
método único e a valorização dos aspectos externos ao sujeito-aprendiz decorrentes de 
Herbart. Pode-se traduzi-la como:
5 Selma Garrido Pimenta. Professora titular de Didática 
na Faculdade de Educação da 
Universidade de São Paulo. 
Possui vários livros publicados: 
O pedagogo na escola pública 
(Loyola); O estágio na formação 
de professores: unidade teoria e 
prática? (Cortez).
6 Jean-Jacques Rousseau(1712-1778), filósofo e escritor. 
Nasceu em Genebra, na Suíça, 
e morreu na França. Nasceu 
protestante, tornou-se católico e 
depois retornou a sua religião de 
origem. 
7 Johann Friedrich Herbart (1776-1841), filósofo, teórico da 
educação e psicólogo alemão. 
Introdução1
Disciplina de Núcleo Comum
 
© Didática Geral • • • CRC 9Batatais – Claretiano
UNIDADE 1
Introdução1
Movimento que propôs alteração significativa nos métodos de ensinar baseados na 
atividade do aprendiz. Formulado com base nas contribuições de Pestalozzi (1749-
1827), do alemão Kerschensteiner (1854-1932) e do francês Decroly (1871-1932), 
autores europeus cujas idéias conviviam com a época em que a criança passava a 
ser valorizada no bojo do desenvolvimento industrial e da expansão da escolaridade 
pública, considerada esta como direito e, ao mesmo tempo, requisito para a formação 
de mão de obra do nascente capitalismo. Esse movimento expande-se com as idéias 
da médica italiana Maria Montessori (1870-1952) e do filósofo americano John 
Dewey (1870-1952), que teve por discípulo Anísio Teixeira (1900-1972), principal 
responsável pela formulação e expansão desse movimento no Brasil (PIMENTA, 2002, 
p. 44, grifo nosso).
O movimento escolanovista muda o aspecto da Didática, enfatizando o aluno 
como agente ativo da aprendizagem e valorizando os métodos que respeitassem 
a natureza da criança, que a motivassem e a estimulassem a crescer.
No entanto, Saviani8 (1992) faz uma crítica à Escola Nova, ressaltando que 
quanto mais se falou em democracia no interior da escola, menos ela esteve articulada 
com a construção de uma ordem democrática. Segundo o autor, ao formular sistemas 
de ensino, a burguesia colocou a escolarização como uma das condições para a 
consolidação da ordem democrática.
Como era vista a Didática?
Infelizmente, a Didática era considerada como uma forma de exclusão social. 
Por quê? Se os alunos aprendem ou não – embora sejam considerados os sujeitos do 
processo - a responsabilidade não é dos professores, de sua didática, de seus métodos, 
do que ensinam, das formas de avaliar e de como se relacionam com os alunos, nem das 
escolas, da forma como estão organizadas e selecionam seus alunos. Ambos, escolas e 
professores cumpriam seus papéis. Se os alunos não tinham capacidade para aprender, a 
responsabilidade escapa à escola e aos professores. 
Nesse contexto, no sentido de teoria do ensino, a Didática reduziu-se a métodos 
e a procedimentos compreendidos como aplicação dos conhecimentos científicos e 
traduzidos em técnicas de ensinar. 
Já nos anos 60, com a informática, acentua-se o surgimento das técnicas e das 
tecnologias, como o novo paradigma didático. Ou seja, o campo do didático se resumiria ao 
desenvolvimento de novas técnicas de ensinar, e o ensino, à aplicação delas nas diversas 
situações. 
Uma nova conceituação de Didática aparece nesse cenário: a ela caberia fornecer 
aos futuros professores os meios e os instrumentos eficientes para o desenvolvimento 
e o controle do processo de ensinar, tento em vista a maior eficácia nos resultados 
do ensino. 
Nesse panorama de processo-produto, não cabe à Didática questionar os fins 
do ensino, uma vez que já estão previamente definidos pela expectativa que a sociedade 
(dominante) tem da escola: preparar para o mercado de trabalho – critério para a avaliação 
do sistema escolar.Essa didática instrumental infiltra fortemente os cursos de licenciatura e 
passa a ser desejada pelos licenciados, ansiosos por encontrar uma saída 
única – um método, uma técnica – capaz de ensinar a toda e qualquer 
turma de estudantes, independente de suas condições sociais e pessoais 
(PIMENTA, 2002, p. 47).
8 Demerval Saviani é professor titular do Departamento de 
Filosofia e História da Educação 
da Unicamp.
CRC • • • © Didática Geral10
Disciplina de Núcleo Comum
Claretiano – Batatais
UNIDADE 1
Didática: objeto de estudo
A partir dos anos 80 e 90, o estudo da Didática tornou-se mais intenso; e 
essa discussão nos permitirá compreender qual é seu objeto no contexto educacional: o 
processo de ensino.
Em certos momentos da História, o ensino foi entendido como modelagem 
ou armazenamento; em outros, como desenvolvimento ou desabrochamento. Assim, 
novos modelos de interpretar o ensino desencadeiam novos nomes para denominá-lo, 
como, por exemplo, direção da aprendizagem; conseqüentemente, vão surgindo novos 
adjetivos para a disciplina que dele se ocupa: a Didática.
O objeto da Didática é o ensino, visto tanto como intenção de produzir 
aprendizagem e sem delimitação da natureza do resultado possível, quanto desenvolvimento 
da capacidade de aprender e compreender. Fica fácil entender que, para a Didática 
ganhar qualidade, deve estender suas fronteiras rumo à Psicologia, Sociologia, Política e 
Filosofia. 
Vamos fazer algumas considerações a respeito da trajetória, conceituação e 
objeto de estudo da Didática? Para isso, Castro (1991) pode auxiliar-nos com algumas 
idéias. 
O itinerário feito do século XVII até nossos dias indicou dois marcos no 
desenvolvimento histórico da Didática: 
• 1o marco: O primeiro objeto de estudo foi o Método, que correspondia ao modo 
de agir sobre o educando, mas que recuou quando o aprendiz apareceu 
como sujeito do processo.
• 2o marco: No século XIX, o método foi enfatizado, ressaltando as características 
de ordem e seqüência no processo didático antes que a Escola Nova 
recorresse à Psicologia da criança.
No entanto, a Didática está ainda impregnada da agitação da época e continua 
sendo objeto de estudo de pesquisas e exploração.
Libâneo9 (1990) critica o conceito de ensino quando visto apenas como 
a transmissão da matéria aos alunos, realização de exercícios repetitivos, 
memorização de definições e fórmulas. Segundo o autor, devemos entender o 
processo de ensino como: 
 
O conjunto de atividades organizadas do professor e dos alunos, visando alcançar 
determinados resultados (domínio de conhecimentos e desenvolvimento 
da capacidades cognitivas), tendo como ponto de partida o nível atual de 
conhecimentos, experiências e de desenvolvimento mental dos alunos 
(LIBâNEO, 1990, p. 79). 
A especificidade do trabalho do professor é combinar a atividade didática entre 
ensino e aprendizagem, mediante o processo de ensino. 
Para assegurar que o aluno aprenda, ou melhor, apreenda, o professor 
precisa:
• ter claro os objetivos de ensino;
• saber explicar a matéria (tornar acessível ao aluno);
PARA VOCÊ REFLETIR:
Atualmente o foco da Didática 
é o processo de ensino, 
que revela uma intenção: a 
de produzir aprendizagem; 
ou seja, o ensino que implica 
desenvolvimento, melhoria, 
que não apenas se limita ao 
avanço cognitivo intelectual, 
mas também que envolva 
igualmente a afetividade, 
a ética, a sociabilidade, os 
aspectos físicos e estéticos, 
para o desenvolvimento 
integral do ser humano. 
Você concorda com esta 
afirmação? Porque?
ATENÇÃO!
Registre suas reflexões no 
Bloco de Anotações ou no 
seu caderno de anotações, 
pois elas serão úteis pra 
elaboração do seu Trabalho 
de Conclusão de Curso 
(TCC).
Fonte: Foto gentilmente cedida por 
Lúcia de Fátima Libâneo.
9 José Carlos Libâneo. Doutor em Filosofia e História 
da Educação pela PUC/São 
Paulo. Atualmente é docente 
na Universidade Católica de 
Goiás. Seus livros: Didática 
(Cortez); Adeus professor, adeus 
professora? Novas exigências 
educacionais e profissão docente 
(Cortez). Pesquisa e publica 
artigos a respeito de Teoria da 
Educação, Didática e organização 
escolar.
Disciplina de Núcleo Comum
© Didática Geral • • • CRC 11Batatais – Claretiano
UNIDADE 1
• buscar conhecer o que os alunos já sabem sobre o assunto estudado;
• motivar o aluno para estudar a matéria nova, ou seja, é necessário que a 
matéria tenha significado e utilidade para a vida diária dos educandos.
Como o professor pode garantir o desenvolvimento global dos alunos? Ao 
organizar o processo de ensino, é preciso articular com clareza os seguintes elementos: 
• objetivos;
• conteúdos;
• métodos e avaliação. 
Estejamos atentos ao grande desafio do momento: “a superação de uma Didática 
exclusivamente instrumental e a construção de uma Didática fundamental” (CANDAU10, 
1984, p. 21). 
 
referêncIas bIblIográfIcas3
 
CANDAU, V. M. Rumo a uma nova Didática. Petrópolis: Vozes, 1991.
CASTRO, A .D. de. A Trajetória histórica da Didática. In: Idéias. São Paulo: FDE, 1991.p. 
15-25.
________. Ensinar a ensinar: didática para a escola fundamental e média. São Paulo: 
Pioneira, 2001.
LIBâNEO, J. C. Didática. São Paulo: Cortez, 1994.
________. A didática e as tendências pedagógicas. In: Idéias. São Paulo: FDE, 1991. p. 
26-36.
PIMENTA, S. G. Docência no ensino superior. São Paulo: Cortez, 2002.
VALE, M. I. P. As questões fundamentais da Didática. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 
1995.
SITES SUGERIDOS
Grandes Mestres da Educação.
Disponível em: <http://www.centrorefeducacional.com.br/mestres.
html>. Acesso em: 31 mar. 2004.
Disponível em: <http://novaescola.abril.com.br/index.htm?ed/166_out03/html/aquele>. 
Acesso em: 31 mar. 04.
SUGESTÕES DE FILMES
• O Preço do Desafio
• Ao mestre com carinho
• Matilda
• Mentes Perigosas
• Nenhum a menos
• Sociedade dos poetas mortos
 
(10) Vera Maria Ferrão Candau. 
Licenciada em Pedagogia. 
Universidade Católica do Rio de 
Janeiro. Doutora em Educação 
pela Universidade Complutense. 
Madrid . Espanha. Professora 
da Pontifícia Universidade 
Católica do Rio de Janeiro (PUC). 
Disponível em <http://www.piie.
cl/seminario/candau.htm>. Acesso 
em: 31 mar. 2004.
ATENÇÃO!
Você é sujeito de sua 
aprendizagem! Participe 
e interaja com seus 
colegas de curso e 
tutores. Alargue seus 
conhecimentos mediante a 
construção colaborativa do 
conhecimento em ambiente 
virtual. 
ATENÇÃO!
Sugerimos a leitura dos 
livros citados na bibliografia.
CRC • • • © Didática Geral12
Disciplina de Núcleo Comum
Claretiano – Batatais
UNIDADE 1
e-referêncIas4
6 Jean-Jacques Rousseau. Disponível em: <http://www.centrorefeducacional.com.br/rousseau.html>. Acesso em: 31 mar. 2004.
7 Johann Friedrich Herbart. Disponível em: <http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/per13.htm>. Acesso em: 31 mar. 2004.
8 Demerval Saviani. Disponível em <http://www.literario.com.br/saviani.jpg>. Acesso em: 1 abr. 2005.

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