Buscar

AULA 08

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

AULA 08
Contribuições de Pierre Bourdieu
Segundo o biógrafo Márcio Ferrari, da Revista Educar para Crescer, Bourdieu detectou mecanismos de conservação e reprodução em todas as áreas da atividade humana, dentre elas o sistema educacional.
1930 - De acordo com a biografia escrita por Ferrari, Bourdieu nasceu em 1930 no vilarejo de Denguin, no sudoeste da França. Fez os estudos básicos em um internato em Pau, experiência que deixou nele profundas marcas negativas.
1951 - Em 1951, ingressou na Faculdade de Letras, em Paris, e na Escola Normal Superior. Três anos depois, graduou-se em filosofia. Prestou serviço militar na Argélia, então colônia francesa, onde retomou a carreira acadêmica e escreveu o primeiro livro, sobre a sociedade Cabila.
De volta à França, assumiu a função de assistente do filósofo Raymond Aron (1905-1983) na Faculdade de Letras de Paris e, simultaneamente, filiou-se ao Centro Europeu de Sociologia, do qual veio a ser secretário-geral. 
Bourdieu publicou mais de 300 títulos, entre livros e artigos. Fundou as publicações Actes de la Recherche en Sciences Sociales e Líber.
1982 - Em 1982, propôs a criação de uma “sociologia da sociologia” em sua aula inaugural no Collège de France, levando esse objetivo em frente nos anos seguintes.
2002 - Quando morreu de câncer, em 2002, foi tema de longos perfis na imprensa europeia. Um ano antes, um documentário sobre ele, Sociologia É um Esporte de Combate, havia sido um sucesso inesperado nos cinemas da França. Entre seus livros mais conhecidos estão A Distinção (1979), que trata dos julgamentos estéticos como distinção de classe, Sobre a Televisão (1996) e Contrafogos (1998), a respeito do discurso do chamado neoliberalismo.
Embora a maioria dos grandes pensadores da educação tenha desenvolvido suas teorias com base numa visão crítica da escola, somente na segunda metade do século XX surgiram questionamentos bem fundamentados sobre a neutralidade da instituição. Até ali, a instrução era vista como um meio de elevação cultural mais ou menos à parte das tensões sociais.
Bourdieu empreendeu uma investigação sociológica do conhecimento, que detectou um jogo de dominação e reprodução de valores.
Suas pesquisas exerceram forte influência nos ambientes pedagógicos nas décadas de 70 e 80. Na mesma época em que as restrições à sua obra acadêmica se tornaram mais frequentes, a figura pública do sociólogo ganhou notoriedade pelas críticas à mídia, aos governos de esquerda da Europa e à globalização.
Ele costuma ser incluído na tradição francesa do intelectual público e combativo, a exemplo do escritor Émile Zola (1840-1902) e do filósofo Jean Paul Sartre (1905-1980).
O livro A Reprodução (1970), escrito em parceria com Jean--Claude Passeron, analisou o funcionamento do sistema escolar francês e concluiu que, em vez de ter uma função transformadora, ele reproduz e reforça as desigualdades sociais descritas por Marx como sendo um produto da sociedade capitalista. Quando a criança começa sua aprendizagem formal, segundo os autores, é recebida num ambiente marcado pelo caráter de classe, desde a organização pedagógica até o modo como prepara o futuro dos alunos.
Para construir sua teoria, Bourdieu pesquisou Marx, Weber e Durkheim e criou uma série de conceitos, como habitus, inspirado na obra de Weber e capital cultural, inspirado na obra de Karl Marx. Todos partem de uma tentativa de superação da dicotomia entre subjetivismo e objetivismo.
A noção de habitus procura evitar esse risco. Ela se refere à incorporação de uma determinada estrutura social pelos indivíduos, influindo em seu modo de sentir, pensar e agir, de tal forma que se inclinam a confirmá-la e reproduzi-la, mesmo que nem sempre de modo consciente. 
Na sociedade capitalista atual, o tipo ideal de capitalista seria aquele “ator” orientado por essa nova racionalidade econômica e política, onde o elemento fundamental é o lucro, mas não aquele apontado por Marx, e sim aquele que nasce da própria racionalidade do sistema, com sua ética, sua estética e seus mecanismos de poder e dominação. Weber busca descobrir como surge esse capitalista com um comportamento fundado no ascetismo - na ideia de que os indivíduos não têm que se render às demandas do corpo, do afeto e tentará compreender como esse indivíduo se relaciona com o “espírito social” dessa sociedade.
Na sociedade moderna, o trabalho também passa a ser orientado para o mercado, para o lucro e para a acumulação de capital. Esse processo de orientação para o mercado deixa a tradição e se difunde por quase toda a sociedade através da ideia de “modernização”. É moderno por que é racionalmente determinado. Se para Marx a origem do capital explica o capitalismo, para Weber, a origem do espírito do capitalismo explica o capitalismo.
Bourdieu funda um novo paradigma na sociologia, ao associar algumas ideias, conceitos e definições de Weber, Marx e Durkheim.
Segundo Bourdieu devemos estudar o processo social imprimindo a devida importância às relações de sentido, aos bens simbólicos e à dominação simbólica nas relações de classe.  Tanto Weber quanto Marx não estenderam suas análises à noção de “lutas simbólicas”, nem sob a forma de luta de classificação nem sob a forma de luta de classes enquanto lutas simbólicas pelo domínio do poder simbólico como poder de classificação dos indivíduos.
Bourdieu procura nos mostrar que os atores sociais produzem a legitimidade quando lutam pelo reconhecimento de suas competências ou seu poder em cada “campo social”.
Bourdieu olha o mundo social estruturado por campos.  Cada campo é um conjunto de posições e regras dos atores sociais inseridos nessas posições.
Essas regras produzem a própria legitimação do campo e as ações sociais que criam hierarquias e relações de dominação. Diferentemente de Marx e do marxismo, que observam as classes sociais e dimensão econômica, Weber e Bourdieu observam o poder, o prestígio e a riqueza.
Sua Sociologia da Educação nos ensina a observar e constatar as limitações dos sistemas de ensino e a valorização do estudo da origem social do aluno.
Essa carga de significados é transportada para a escola e de lá para o mercado de trabalho. Para Bordieu, os estudantes não são indivíduos abstratos, mas atores em um mundo real que estão competindo em condições desiguais.
A escola, em muitos casos, serve para reforçar essas desigualdades quando aplica de fato as chamadas exigências escolares a alunos de origens distintas.
	
	
		1.
		Para Bourdieu a escola é um espaço
		
	
	
	
	
	Que possibilita a superação das classes sociais.
	
	
	Que prepara as pessoas para atuarem na sociedade capitalista, como um treinamento.
	
	 
	Que pode reforçar o modelo de estratificação social e desigualdades sociais
	
	
	Que possibilita a transformação e socialização das pessoas
	 Gabarito Comentado
	 Gabarito Comentado
	 Gabarito Comentado
	
	
		2.
		"Segundo Bourdieu e Passeron - que são, talvez, os mais conhecidos e importantes sociólogos entre os que fazem a crítica das relações escola - sociedade, a função da escola tem sido precisamente esta: manter e perpetuar a estrutura social, suas desigualdades e os privilégios que confere a uns em prejuízo de outros, e não, como se apregoa, promover a igualdade social e a superação das discriminações e da marginalização". (SOARES, Magda. Linguagem e escola: uma perspectiva social. São Paulo, Ática, 2002). Considerando as reflexões de Bourdieu e Passeron sobre a escola, assinale a opção correta:
		
	
	
	
	
	o papel essencial da escola é democratizar o saber, contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa.
	
	
	a escola é uma instituição neutra, pois transmite conhecimentos que são universais e necessários ao convívio social.
	
	 
	a escola reproduz e reforça as desigualdades sociais presentes na sociedade capitalista, pois tem um caráter classista.
	
	
	O papel da escola é transformador, pois ela é parteintegrante da disputa pela hegemonia nas sociedades democráticas.
	
	
	a escola é um meio de elevação cultural, contribuindo, deste modo, para a ascensão da classe trabalhadora ao poder.
	 Gabarito Comentado
	
	
		3.
		(Enade 2011) A cultura legítima, referendada pelos exames e diplomas, vem a ser aquela pertencente às classes privilegiadas. Logo, para os filhos de camponeses, de operários, de empregados ou de pequenos comerciantes, a cultura escolar é aculturação.
(BOURDIEU, P.; PASSERON, J. Les héritiers: les étudiants et la culture. Paris: Minuit, 1964, p. 37, com adaptações).
 
No fragmento acima, Bourdieu e Passeron:
		
	
	
	
	
	utilizam o conceito de aculturação como sinônimo do conceito de socialização.
	
	
	enfatizam a importância da instituição escolar, que, com seus exames e diplomas, contribui para a manutenção da cultura.
	
	
	ressaltam a centralidade e importância da cultura na sociedade contemporânea.
	
	 
	sinalizam que, em uma mesma sociedade, existem diversas culturas, que são desigualmente valoradas em função dos recortes de classe social.
	
	
	apontam para o fato de que a cultura legítima de uma sociedade é aquela que tem origem nas classes populares, especialmente entre os não escolarizados.
	 Gabarito Comentado
	
	
		4.
		O interesse de Bourdieu pela escola reside no papel que esta possui para garantir a manutenção da ordem geral das coisas e, em última instância, o papel de perpetuar a distribuição desigual dos capitais simbólicos na vida social. Com isto para este intelectual a escola: I - tem a função de reproduzir a ordem social. II - tem a função de possibilitar igualdade de oportunidades e permitir a todos o sonho de ascensão social. III - a educação é a chave para permitir a transformação social através da distribuição desigual dos capitais simbólicos. Aponte a(s) afirmação(ões) correta(s):
		
	
	
	
	
	Apenas a III está correta
	
	
	Apenas a I e II estão corretas
	
	
	apenas as II e III estão corretas
	
	
	Apenas a II está correta
	
	 
	Apenas a I está correta
	 Gabarito Comentado
	
	
		5.
		Pierre Bourdieu e Jean-Claude Passeron, intelectuais franceses, basearam-se nas concepções de Émile Durkheim e na teoria estruturalista para fazer a sua análise sobre a educação contemporânea. Para eles, a ação pedagógica é compreendida como a imposição arbitrária:
		
	
	
	
	
	do saber científico sobre o saber do senso comum.
	
	
	da cultura do indivíduo socioeconomicamente desfavorecido aos indivíduos, também, socioeconomicamente desfavorecidos.
	
	
	da cultura dos grupos ou classes dominados aos grupos e classes dominantes.
	
	 
	da cultura dos grupos ou classes dominantes aos grupos e classes dominados.
	
	
	do Estado Nacional sobre os grupos sociais mais carentes do país.
	
	
	
		6.
		Segundo Bourdieu: "nada é mais adequado que o exame para inspirar o reconhecimento dos veredictos escolares e das hierarquias sociais que eles legitimam". Segundo a frase, ele acredita que:
		
	
	
	
	 
	a educação auxilia na construção de uma nova ordem social, mas não rompe com o status quo
	
	
	a educação não é adequada ao exame de conhecimento
	
	
	a educação é uma ferramenta de veredictos
	
	
	a educação é enciclopedista e bancária
	
	
	a educação apenas legitima a mobilidade social
	
	
	
		7.
		Bourdieu e Jean-Claude Passeron (em 1970), analisaram o funcionamento do sistema escolar francês e concluiu que, em vez de ter uma função transformadora, ele reproduz e reforça as desigualdades sociais descritas por Marx como sendo um produto da sociedade capitalista. Quando a criança começa sua aprendizagem formal, segundo os autores, é recebida num ambiente marcado pelo caráter de classe, desde a organização pedagógica até o modo como prepara o futuro dos alunos. Como se chama este clássico da sociologia da educação?
		
	
	
	
	
	Pedagogia do Oprimido
	
	 
	A reprodução
	
	
	Emílio
	
	
	Educação e Sociologia
	
	
	O capital
	 Gabarito Comentado
	
	
		8.
		"A cultura escolar é uma cultura particular, a da classe dominante, transformada em cultura, objetivável e indiscutível. Na verdade, ela é arbitrária e de natureza social, resultado de uma seleção que define o que é estimável, distinto, ou ao contrário, vulgar e comum. Em outros termos, e por exagero [...] não há nenhuma justificativa racional, segundo Bourdieu, para o fato de estudar Maupassant e não a história em quadrinhos, a pintura acadêmica e não as produções dos 'grafiteiros', a música clássica e não a música 'tecno'. Do mesmo modo, fundamentar os critérios de excelência na matemática e não no latim ou no grego, é arbitrário. A seleção das disciplinas ensinadas, assim como a escolha dos conteúdos disciplinares é o produto de relações de força entre grupos sociais. A cultura escolar não é uma cultura neutra, mas uma cultura de classe". (BONNEWITZ, Patrice. Primeiras lições sobre a sociologia de Pierre Bourdieu. Petrópolis: Vozes, 2003). Analise as proposições abaixo, considerando a visão de Pierre Bourdieu sobre o fenômeno educativo. I - A escola não é neutra, pois contribui para a reprodução da cultura das classes socialmente privilegiadas. II - A seleção dos conteúdos escolares obedece a critérios culturais e reflete as relações de disputas entre os grupos sociais. III - Por ser uma instituição autônoma, a escola consegue se manter razoavelmente distanciada dos conflitos sociais. Qual opção identifica corretamente o pensamento do autor?
		
	
	
	
	 
	I e II.
	
	
	II e III.
	
	 
	Somente a III.
	
	
	Somente a I.
	
	
	I e III.

Outros materiais