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Fim do Direito

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UNIDADE IV- O FIM DO DIREITO 
 
1.1 - JUSTIÇA E EQUIDADE: IDEAIS DO DIREITO 
 CONCEITO DE JUSTIÇA 
Justo é aquilo que é adequado, correto. A ideia de Justiça, então, 
poderá ser definida como a reunião de valores éticos e morais, que 
atribui, a cada um, de forma igualitária, a cada um o que lhe pertence. 
Há na doutrina uma discussão a cerca do caráter absoluto ou relativo 
da palavra Justiça. 
Na acepção relativa, a palavra Justiça possuiria significação 
ampla, e que poderia divergir de tempos em tempos, pois o que estaria 
correto e adequado no presente poderia se alterar no futuro e vice-
versa. Por isso, atentam aqueles que concordam com esse 
posicionamento, que a colocação dessa palavra no corpo dos textos 
jurídicos, poderá causar distorções, pois não haverá um comando 
totalmente definido. A concepção de Justiça, então, seria relativa, por 
ser extremamente subjetiva. 
Entretanto, há estudiosos do Direito que atentam ao fato de que a 
Justiça não é uma acepção relativa, mas absoluta, pois ser esta é um 
valor, como os demais valores advindos do Direito Natural, que são 
eternos, imutáveis e universais. A Justiça, dessa forma, também deverá 
ser considerada dessa maneira. Assim não poderia se considerar que a 
Justiça é uma terminologia sem seu conteúdo e significado definido, que 
poderia se alterar diante da época. 
A Justiça, então, deverá ser uma expressão muito ligada ao Direito e 
para a qual o Direito sempre deve apontar. É importante dizer que a 
busca pela Justiça se faz por meio de instrumentos, que facilitam e 
reduzem o caminho a ser percorrido, que é os ideais de Justiça. 
É importante ressaltar que o conceito de bem comum, ou seja, conjunto 
de bens criados por uma sociedade e posto a disposição dos indivíduos 
para obtenção de seus objetivos pessoais, é abarcado pela ideia de 
Justiça, pois atuando de forma justa, facilmente se chegará ao bem 
comum. 
 
1.2 - CARACTERÍSTICAS DA JUSTIÇA 
A ideia de Justiça deve ser tida como medida de igualdade entre 
os homens, e essa igualdade deverá ser garantida às pessoas no que diz 
respeito à lei, surgindo, dessa forma, o Princípio da Isonomia, segundo o 
qual, todos são iguais perante à lei. 
Mas deve-se lembrar que nem sempre as pessoas são e se 
encontram em igual situação, e dessa forma, tratar todos da mesma 
maneira não seria uma medida de Justiça, mas injustiça. Assim, a ideia 
de Justiça, deve ser complementada pela proporcionalidade, pois se as 
pessoas que não são e nem se encontram iguais, devem ser tratadas 
desigualmente, mas na medida dessa desigualdade, sob pena de, 
também, não ser uma medida justa. Assim a igualdade e 
proporcionalidade são critérios para se chegar à Justiça. Outros critérios 
de Justiça seriam o mérito, a capacidade e a necessidade de cada 
indivíduo, mas somente se chegará a uma conduta justa se feitas 
algumas ressalvas: 
MÉRITO 
Ou seja, atributo de cada pessoa, é subjetivo. Dessa forma para tomar 
uma atitude justa, deve-se fazer um raciocínio de proporcionalidade, 
pois cada um deverá ser recompensado na medida de seu mérito, de 
acordo com o grau de intensidade de cada um. Portanto estaria 
afastada a ideia de igualdade para aplicar a Justiça, observando o 
mérito. 
CAPACIDADE 
Diz respeito a qualidade de alguém para satisfazer a determinado fim, 
deverá ser utilizada, pois será justo que, quem tiver melhor condição, seja 
melhor recompensado. 
NECESSIDADE 
Dar a cada um o que é seu segundo as necessidades é algo que tem 
uma conotação social, e vale dizer que esse critério está sendo 
largamente utilizado no Direito. 
 
1.3 - CLASSIFICAÇÕES 
A Justiça se classifica em: 
 
JUSTIÇA CONVENCIONAL 
Aquela que decorre da simples aplicação da lei, sendo que a situação 
concreta se encaixa perfeitamente ao modelo legal. 
 JUSTIÇA SUBSTANCIAL 
Aquela que decorre dos princípios de Direito Natural, estando estes 
descritos ou não na lei. É a Justiça pura, verdadeira e independe da lei. 
JUSTIÇA DISTRIBUTIVA 
Seria sua ideia central o tratamento comparativo, dar a cada um o que 
é seu na medida da proporcionalidade e necessidade, sendo essa uma 
função do Estado perante à sociedade. 
 
 JUSTIÇA COMUTATIVA : 
Presente nas relações sociais de troca, sendo que as partes devem dar e 
receber numa proporção matemática. Uma troca é justa quando, os 
produtos que foram trocados equivalem-se exatamente, 
quantitativamente. 
 JUSTIÇA SOCIAL: 
Atualmente muito utilizada, a Justiça Social, se verifica na melhor a 
distribuição de riqueza pelos membros da sociedade. Objetiva-se dar 
àqueles que mais carecem as necessidades mínimas de sobrevivência. 
Esse tipo de Justiça vai utilizar, nessa redistribuição, os critérios de 
necessidade em relação àqueles que precisam ser ajudados e de 
capacidade, em relação àqueles que poderão contribuir mais para que 
tal redistribuição possa ser feita. 
 
1.4 - EQUIDADE 
 
A norma jurídica, como já visto anteriormente, é a descrição de uma 
conduta geral e abstrata, e, por isso, pode não se vincular diretamente a 
determinado caso concreto, haja vista que os acontecimentos sociais 
são muito mais complexos. Dessa forma, pode-se dizer que, em alguns 
casos, a norma deverá ser adaptada ao caso concreto, para vislumbrar 
as particularidades trazidas em cada caso. 
À essa adaptação dá-se o nome de equidade. Assim, a equidade 
é a possibilidade do aplicador do Direito de moldar a norma no intuito 
de que essa seja sensível às peculiaridades de cada situação trazida 
pela realidade, e dessa forma, possa ser mais justa. Pode-se dizer, 
segundo alguns autores, que a equidade é a aplicação da Justiça no 
caso particular. Devido a essa ideia, o Direito admite, em muitas leis, a 
aplicação da equidade pelo juiz, que teria maior liberdade no 
julgamento dos casos submetidos à sua apreciação. Mas ressalte-se, há 
de haver limites e regras, sob pena da equidade se transformar num 
instrumento de arbítrio, ficando as partes à mercê dos mandos, 
desmandos e vontades de um juiz. 
 
 
1.5 - LEIS INJUSTAS 
 
Pode-se dizer que leis injustas são contrárias à Justiça, ou seja, 
contrárias ao objetivo maior do Direito que, conforme já dito, é dar a 
cada um o que lhe pertence. Por alguma distorção, a norma se torna 
inútil na função a que se destina, ocorrendo uma injustiça. Pode ser que 
essa distorção se dê de três maneiras: por destinação, quando a 
intenção do legislador é exatamente a de se criar uma norma injusta, 
causais, que se dão em virtude de incompetência política, que produz 
leis que desviam de sua finalidade e eventuais, quando, diante do caso 
concreto, a norma poderá se tornar injusta. 
Há uma discussão dos juristas a cerca da validade ou não dessas leis 
injustas. Uns pensam que a norma não poderá valer por contrariar o ideal 
do Direito; já outros apontam pela validade, por receio de causar um 
mal ainda maior que seria a não observância do Direito em 
determinadas situação, sob o pretexto da injustiça. Assim, o mais 
plausível seria atender o disposto na lei, mas fazendo um trabalho de 
interpretação para evitar o mal contido na norma. 
 
2-SEGURANÇA JURÍDICA 
 
 
2.1- CONCEITO 
A segurança jurídica existe para que a Justiça, fim maior do Direito 
se concretize. Vale dizer que a segurança jurídica, concede aos 
indivíduos a garantia necessária para o desenvolvimento de suas 
relações sociais, tendo, no Direito, a certeza das conseqüências dos atos 
praticados. 
Mas a segurança jurídica não poderá se resumir na simples ideia de 
certeza pela existência de um conjunto de leis, que dispõem sobre o que 
é permitido ou proibido. 
O indivíduodeverá se sentir seguro, também, por verificar no corpo dos 
textos jurídicos, a inclusão de princípios fundamentais, fruto das 
conquistas sociais dos homens. 
 
 
 
 
2.2-PRINCÍPIOS PERTINENTES 
 
Assim, para que a segurança jurídica se concretize no mundo do Direito, 
alguns princípios deverão ser respeitados, sendo esses de três gêneros: 
 
 Relativos à organização do Estado; 
 Relativos ao Direito, enquanto conjunto de normas; 
 Relativos à aplicação do Direito; 
 
· RELATIVOS À ORGANIZAÇÃO DO ESTADO 
Para que haja segurança jurídica é fundamental que o Estado 
tenha seus poderes divididos (Poder Executivo, Poder Legislativo e Poder 
Judiciário), cada qual atuando dentro de suas funções, sem que um 
interfira nas funções dos outros. 
Igualmente importante, seria a estrita observância, pelo Poder 
judiciário, de uma organização interna eficaz, capaz de não prejudicar a 
eficiência da aplicação das normas. É importante mencionar que, 
apesar do princípio da separação dos poderes ser uma garantia 
constitucionalmente estabelecida, para se manter a segurança jurídica 
dentro do Estado, na própria Constituição da República Federativa do 
Brasil de 1988 encontram-se normas que autorizam "invasões" de um 
poder dentro das funções de outro. 
Dessa forma, destacam-se alguns casos: 
 
a) Art. 62 da CR/88: Esse artigo constitucional autoriza o Presidente 
da República, chefe do Poder Executivo, a editar medidas provisórias 
que possuem força de lei. Ora, esse é um caso típico de invasão do 
poder executivo nas funções do Poder Legislativo, que tem a atribuição 
de elaborar as leis. 
Ressalta-se que a própria Constituição, nesse assunto, traz regras relativas 
aos limites dessa autorização concedida ao poder executivo por receio 
dessas normas ferirem o princípio da separação dos poderes. 
 
Como exemplos desses limites apontam-se a necessidade da 
comprovação dos requisitos de urgência e relevância para ensejar a 
edição de uma medida provisória; a indicação de matérias as quais não 
poderão ser objeto de medidas provisórias e ainda a manifestação do 
Poder Legislativo para a conversão da medida provisória em lei. 
 
O art. 68 da CR/88 também pode ser apontado como um caso 
de "invasão" de competências, haja vista que concede ao 
Presidente da República, chefe do Poder Executivo, a 
possibilidade de elaborar leis delegadas. 
 
Pode-se dizer que as leis delegadas são atos normativos editados 
pelo Presidente da República, sobre matérias de delegação do 
Poder Legislativo. 
 
Esse dispositivo constitucional autoriza o poder executivo a 
produzir leis, que é atribuição do Poder Legislativo. Ressalta-se 
que, nesse caso, também há uma preocupação da norma em 
estabelecer limites, o que se verifica na necessidade de 
autorização da delegação por parte do Poder Legislativo. 
 
b) O art. 49, V da CR/88 também aponta um caso de "invasão" de 
competências, pois autoriza o Congresso Nacional, órgão do 
Poder Legislativo, a sustar os atos normativos do Poder Executivo 
que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de 
delegação legislativa. 
 
Este é outro caso que expressa a invasão do Poder Legislativo na 
alçada do Poder Executivo, ao autorizar que sejam sustados 
determinados atos. Nessa situação também destaca-se o cuidado 
da norma, ao registrar que essa possibilidade somente é 
autorizada caso o Poder Executivo tenha exorbitado o poder 
regulamentar ou a matéria não esteja dentro do rol daquelas que 
podem ser delegadas pelo Poder Legislativo. 
 
c) Por fim, outro caso de "flagrante" invasão de poderes seria o 
disposto no art. 84, XII da CR/88. Nesse caso, a Constituição 
autoriza o Presidente da República a conceder indulto e comutar 
penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em 
lei. 
 
É uma hipótese de invasão de competências do Poder Executivo 
dentro das funções do Poder Judiciário, pois autoriza o Poder 
Executivo a julgar, atribuição exclusiva do Poder Judiciário. A 
norma determina a ocorrência de uma audiência dos órgãos 
instituídos em lei (medida que proporciona maior segurança ao 
ato). Contudo, essa hipótese se reserva apenas aos casos em que 
houver necessidade, conforme o disposto na norma. 
 
Deve-se ter em mente que, em todos os casos, essas "invasões" de 
competência devem ocorrer de forma criteriosa, observando e 
respeitando todos os limites legais, sob pena de se ferir o princípio da 
separação dos poderes, indispensável à segurança jurídica dentro de 
um Estado de Direito. 
 
Ademais, da mesma forma que a norma cria essas possibilidades 
de invasão, deve criar mecanismos eficientes que possam identificar 
quando algum órgão componente de cada poder estiver usando a 
norma para cometer excessos e abusos, fora de suas atribuições legais. 
 
 
RELATIVOS AO DIREITO 
Enquanto conjunto de normas: pode-se citar quatro princípios que 
devem ser observados para que o Direito seja juridicamente seguro: 
 
 POSITIVIDADE DO DIREITO: pode ser explicado como a existência de um 
conjunto de normas (escritas ou não, neste último caso, advinda dos 
costumes), a ser seguido por uma sociedade, em época e local 
determinado, que disponha claramente sobre as condutas permitidas e 
proibidas. Como medida para que tal positivação seja eficaz, é 
necessário que os indivíduos conheçam a norma, sendo que os 
costumes seriam repassados pelo próprio povo, de geração a geração, 
e as leis escritas, devidamente publicadas. 
 
 SEGURANÇA DE ORIENTAÇÃO: por esse princípio tem-se que o Direito deve 
conter regras claras, de forma que não haja dúvida quanto ao seu 
conteúdo; simples, para que qualquer pessoa do povo possa entender 
o que está regulado; inequívocas, ou seja, a norma não poderia 
apresentar contradições, que façam nascer um conflito dentro do texto 
da norma e suficientes, sendo que o Direito deverá apresentar todas as 
soluções ao deslinde de qualquer situação que necessite de ser 
resolvida. 
 
 IRRETROATIVIDADE DA LEI: esse é o princípio mais importante da 
Segurança Jurídica. Pode ser explicado pelo fato de leis futuras não 
atingirem os fatos presentes e passados. Em outras palavras: uma lei 
atual ou futura não poderá interferir em atos e fatos que já tenham 
ocorrido, e que observaram, na época, a lei anterior. Se a 
retroatividade fosse admitida, seria criado um clima de profunda 
instabilidade, pois os indivíduos não teriam como prever as leis futuras, e 
assim ficariam inseguros diante de qualquer relação jurídica. 
 
OBSERVAÇÃO: A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 
determina, em seu artigo 5º, XL, uma exceção ao princípio da 
Irretroatividade das Leis. No caso da lei penal, será admitida a 
retroatividade de uma lei futura quando essa hipótese for beneficiar o 
réu. 
 
Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer 
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no 
País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à 
segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; 
 
 ESTABILIDADE RELATIVA DO DIREITO: 
O Direito, enquanto criação humana voltada a estabelecer a 
coexistência pacífica entre os homens, deve estar atento à realidade 
social a que está inserido, e com ela evoluir, sob pena de se tornar inútil. 
Entretanto, esse princípio propõe alguns cuidados a serem 
observados. Por ele, a Ordem Jurídica deve conservar a característica 
de estabilidade, mantendo um equilíbrio, pois não poderá criar novas leis 
de forma impulsiva, sob o pretexto de evolução. Da mesma maneiranão 
poderá ficar inerte, pois a realidade social é complexa e é enriquecida a 
cada dia, tendo o Direito que acompanhar as principais mudanças, de 
forma progressiva, e não desordenada. 
 
RELATIVO À APLICAÇÃO DO DIREITO: 
Entende-se os princípios relacionados às decisões judiciais, sendo 
que essas devem se apresentar sempre num mesmo sentido e coerência, 
pois se cada tribunal entender de uma forma diversa sobre um mesmo 
assunto, isso criaria uma atmosfera de insegurança para aquele que 
recorre ao Poder Judiciário. 
Outro importante aspecto é o respeito a coisa julgada, pois, quando 
esgotados os recursos previstos à disposição da parte, a decisão de 
determinado juiz ou tribunal não é mais passível de modificações, e assim 
deverá ser mantida. A não observância a esse princípio causa extrema 
insegurança, por trazer a parte que vence uma eterna dúvida sobre a 
manutenção de sua vitória. 
 
 
2.5- CONCLUSÃO 
 
A segurança jurídica deve sempre nortear o ordenamento jurídico 
de forma a trazer aos indivíduos a necessária segurança para o 
desenvolvimento das relações sociais. 
Dessa forma, os princípios estudados, que se relacionam desde a 
maneira como o Estado se organiza, até a própria aplicação da norma, 
auxiliam no desempenho da função, de assegurar, da melhor forma, que 
a segurança jurídica esteja sempre norteando o ordenamento jurídico. 
 
 
3- O ESTADO 
3.1 - CONCEITO 
 
Da mesma forma que o Direito, o Estado é uma criação humana 
destinada a manter a coexistência pacífica dos indivíduos, de forma que 
os seres humanos consigam se desenvolver, e proporcionar o bem-estar a 
toda sociedade. É o Estado o responsável por dar força de imposição ao 
Direito, pois é ele que detém o papel exclusivo de aplicar as penalidades 
previstas pela Ordem Jurídica. 
Assim, o Estado pode ser definido como o exercício de um poder 
político, administrativo e jurídico, exercido dentro de um determinado 
território, e imposto para aqueles indivíduos que ali habitam. 
 
OS ELEMENTOS QUE CARACTERIZAM O ESTADO SÃO: 
 
POPULAÇÃO 
Entende-se pela reunião de indivíduos num determinado local, 
submetidos a um poder central. O Estado vai controlar essas pessoas, 
visando, através do Direito, o bem comum. A população pode ser 
classificada como nação, quando os indivíduos que habitam o mesmo 
território possuem como elementos comuns a cultura, língua, a religião 
e sentem que há, entre eles, uma identidade; ou como povo, quando 
há reunião de indivíduos num território e que apesar de se submeterem 
ao poder de um Estado, possuem nacionalidades, cultura, etnias e 
religiões diferentes. 
 
TERRITÓRIO 
Espaço geográfico onde reside determinada população. É limite de 
atuação dos poderes do Estado. Vale dizer que não poderá haver dois 
Estados exercendo seu poder num único território, e os indivíduos que se 
encontram num determinado território estão obrigados a se 
submeterem. 
 
SOBERANIA 
É o exercício do poder do Estado, internamente e externamente. O 
Estado, dessa forma, deverá ter ampla liberdade para controlar seus 
recursos, decidir os rumos políticos, econômicos e sociais internamente e 
não depender de nenhum outro Estado ou órgão internacional. A essa 
autodeterminação do Estado dá-se o nome de soberania. 
 
3.2 - ESTADO DE DIREITO X ARBITRARIEDADES 
 
Estado de Direito é aquele em que o poder exercido, é limitado 
pela Ordem Jurídica vigente, que irá dispor, especificamente, desde a 
forma de atuação do Estado, suas funções e limitações, até às garantias 
e direitos dos cidadãos. Dessa forma, tanto Estado, quanto seus 
indivíduos são submetidos ao Direito. O Estado, assim, não poderá impor 
suas vontades que não tiverem fixadas em lei, e nem poderá atuar 
contra as leis existentes. Dessa forma, o Estado deverá, além de acatar 
as leis, proteger sua população, concedendo-lhe segurança, e sendo 
eficiente na busca do bem comum. 
Já a arbitrariedade, por outro lado, ocorre quando houver o 
desrespeito ao Direito e à Ordem Jurídica vigente. Esse desrespeito 
poderá se dar por ação ou omissão, quando o Estado ou algum de seus 
órgãos agiu e a norma não permitia tal ação, ou quando era seu dever 
agir e não agiu, em discordância com a norma. Ressalte-se que o 
desrespeito à Ordem Jurídica pode se dar de duas maneiras: pela 
inobservância quanto à forma ou conteúdo da norma, sendo que a 
arbitrariedade somente existe quando for relativa ao aspecto formal. 
 
Podemos dizer, ainda, que a arbitrariedade normalmente ocorre quando 
um dos poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) infringe as atribuições 
um do outro, sendo necessário um controle efetivo sob os três poderes, 
controle este feito pela Constituição Federal. 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
NADER, Paulo. Introdução ao Estudo de Direito, 24ª ed. Rio de Janeiro: 
Forense, 2004. 
MACHADO, Edgar da Mata. Elementos de Teoria Geral do Direito, 4ª ed. 
Belo Horizonte: UFMG, 1995. 
FIUZA, Cesar. Direito Civil- Curso Completo. 5ª ed. Belo Horizonte: Del Rey, 
2002. 
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil, 3ª ed. São Paulo: Atlas, 2003. 
NERY JUNIOR, Nelson. NERY, Rosa Maria de Andrade. Código Civil 
Anotado, 2ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2003. 
DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. São Paulo: Saraiva, 
1983, 6v.

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