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Jurisprudência - Reserva de plenário II

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Nº 70059066621 (N° CNJ: 0099225-95.2014.8.21.7000)
2014/Cível
EMBARGOS INFRINGENTES. DIREITO TRIBUTÁRIO. RESERVA DE PLENÁRIO. VIOLAÇÃO AO ART. 97 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. INOCORRÊNCIA.
Não violação à cláusula de reserva de plenário, prevista no art. 97 da CF, quando não declarada a inconstitucionalidade de dispositivo de lei municipal por órgão fracionário, havendo unicamente interpretação frente a disposições da Constituição Federal.
Precedentes do TJRGS e STF.
Município de Bento Gonçalves. OBRIGAÇÃO DOS PROPRIETÁRIOS DE TERRENOS DE construir a calçada (passeio público) para o trânsito de pedestres.
Compete aos Municípios legislar sobre assuntos de interesse local, a teor do art. 30 da CF, possuindo a incumbência de executar a política de desenvolvimento urbano, nos termos do art. 182 da CF.
Na forma da legislação municipal, é obrigação dos proprietários de terrenos situados em ruas pavimentadas ou com meio-fio como construir a calçada (passeio público) para o trânsito de pedestres.
Art. 1º da Lei Municipal nº 4.240/07.
O descumprimento da obrigação legitima a lavratura do auto de infração e a aplicação de multa.
Precedentes do TJRGS.
Embargos infringentes acolhidos.
	Embargos Infringentes
	Décimo Primeiro Grupo Cível
	Nº 70059066621 (N° CNJ: 0099225-95.2014.8.21.7000)
	Comarca de Bento Gonçalves
	MUNICíPIO DE BENTO GONÇALVES 
	EMBARGANTE
	ANA CLARETI PLINSKI 
	EMBARGADA
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos os autos. 
Acordam os Desembargadores integrantes do Décimo Primeiro Grupo Cível do Tribunal de Justiça do Estado, à unanimidade, ACOLHER os embargos infringentes.
Custas na forma da lei.
Participaram do julgamento, além do signatário, os eminentes Senhores Des. Arminio José Abreu Lima da Rosa (Presidente), Des.ª Maria Isabel de Azevedo Souza, Des. Marco Aurélio Heinz, Des.ª Denise Oliveira Cezar e Des. Almir Porto da Rocha Filho.
Porto Alegre, 16 de maio de 2014.
DES. CARLOS EDUARDO ZIETLOW DURO, 
Relator.
RELATÓRIO
Des. Carlos Eduardo Zietlow Duro (RELATOR)
MUNICÍPIO DE BENTO GONÇALVES interpõe embargos infringentes diante de acórdão da 21ª Câmara Cível que, por maioria, deu provimento à apelação interposta por ANA CLARETI PLINSKI. Refere tratar-se de ação declaratória de nulidade de multa a indébito tributário, sustentando a embargada a impossibilidade de a Administração impor ao contribuinte a construção e passeio público em imóvel de sua propriedade, tratando-se de competência do réu, havendo sentença de improcedência, conforme os arts. 30, VIII, e 182, § § 1º e 2º, da CF, e a Lei Municipal nº 4.240/07, autorizando a exigência, legal a multa exigida e adequado o procedimento administrativo, provido, no entanto, o recurso de apelação, por maioria, entendendo os votos vendedores que a execução e o custeio do passeio público incumbiria ao Município, ilegal a exigência do particular, o que merece reforma. Assevera a legalidade e a constitucionalidade do dever de o proprietário construir o passeio público, a teor do voto do Des. Marco Aurélio Heinz e precedentes citados. Ressalta que a área destinada ao passeio público é área do proprietário do respectivo imóvel, e não área pública, verificando-se na matrícula de qualquer imóvel que a área destinada ao passeio de pedestres é abrangida pelo próprio imóvel, apenas tem seu uso restrito, em consonância com as normas urbanísticas, tratando-se de mera limitação administrativa, determinando o art. 1º da Lei Municipal nº 4.240/07 ao proprietário a construção do passeio público. Sustenta violação à cláusula de reserva de plenário, não observado o art. 97 da CF pelos votos vencedores, fundado o acórdão na inconstitucionalidade da lei municipal em questão, o que inclusive constou na ementa, suscitada a inconstitucionalidade pelo Des. Relator. Aponta violação à ampla defesa e ao contraditório, fazendo-se necessário, antes de declarar a inconstitucionalidade, possibilitar à parte contrária manifestação a respeito, tendo sido o Município surpreendido com a declaração incidental, em afronta ao art. 5º, LV, da CF. Requer o acolhimento dos embargos infringentes.
As contrarrazões propugnam pelo desprovimento dos embargos infringentes.
Opina o Ministério Público pelo conhecimento e provimento dos embargos infringentes.
É o relatório.
VOTOS
Des. Carlos Eduardo Zietlow Duro (RELATOR)
Eminentes Colegas. Encaminho o voto no sentido do acolhimento dos embargos infringentes, uma vez que a razão está com a douta minoria. 
Primeiramente, afasto a alegada violação à cláusula de reserva de plenário, instituída pelo art. 97 da CF, uma vez que, ao contrário do que sustenta o embargante, não foi declarada a inconstitucionalidade de dispositivo da Lei Municipal nº 4.240/07, realizando a Câmara, outrossim, interpretação da lei em exame frente a disposições da Constituição Federal, dentro dos limites da competência do órgão fracionário, que entendeu pela desnecessidade de suscitar incidente de inconstitucionalidade, resolvendo-se a questão no plano infraconstitucional.
Ausente, em face disto, ofensa à Súmula Vinculante nº 10 do STF.
Neste sentido, precedentes deste Tribunal de Justiça:
APELAÇÃO CÍVEL. PORTO ALEGRE. CÓDIGO BRASILEIRO DE TRÂNSITO. CONSTITUCIONAL, ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. ALEGAÇÃO, PELA EPTC, DE INCOMPETÊNCIA DA CÂMARA PARA REALIZAR CONTROLE DIFUSO DE INCONSTITUCIONALIDADE DE LEIS FACE À CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988. INOCORRÊNCIA. HIPÓTESE DE INTERPRETAÇÃO DOS DIPLOMAS LEGAIS CONFORME A CONSTITUIÇÃO. (...) 1. Princípio da Reserva de Plenário que não restou violado, visto cingir-se o órgão fracionário à interpretação da Lei n. 9503/97 face à Constituição Federal. (...) APELO PARCIALMENTE PROVIDO. (Apelação Cível Nº 70005082946, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Vasco Della Giustina, Julgado em 20/11/2002)
EMBARGOS DECLARATÓRIOS. AUSÊNCIA DE OBSCURIDADE, CONTRADIÇÃO OU OMISSÃO. ART. 535, DO CPC. Princípio da reserva de plenário que não restou violado, porquanto o órgão fracionário cingiu-se à interpretação da Medida Provisória n. 2180-35/97 face à CF. A inaplicabilidade de Medida Provisória no caso concreto não dá ensejo ao incidente de inconstitucionalidade previsto no art. 209 do Regimento Interno do TJ, se, em nenhum momento, o acórdão guerreado declara, de forma expressa, a inconstitucionalidade da medida provisória. (...) REJEITARAM OS EMBARGOS. - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NA APELAÇÃO CÍVEL 70007591951 - (Embargos de Declaração Nº 70008334385, Décima Quinta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Angelo Maraninchi Giannakos, Julgado em 07/04/2004)
AGRAVO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO PÚBLICO INESPECÍFICO. SAÚDE. MEDICAMENTOS. MUNICIPIO DE SAPUCAIA DO SUL. LEGITIMIDADE CONCORRENTE. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DOS ENTES FEDERATIVOS ACERCA DA SAÚDE PUBLICA. DEFERIMENTO DA ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA. TEORIA DA RESERVA DO POSSÍVEL. SUPOSTA OFENSA Á SÚMULA VINCULANTE Nº 10. INOCORRÊNCIA. 1. Suposta ofensa à Súmula Vinculante nº 10 e a cláusula da reserva de plenário. Equivoca-se o agravante, na medida em que não se está declarando, sequer incidenter tantum, a inconstitucionalidade da Lei 12401/2011, e, portanto, não se está ofendendo a Súmula Vinculante nº 10, tampouco a cláusula da reserva de plenário, mas tão apenas, para a decisão, partindo-se do texto constitucional. (...) AGRAVO DESPROVIDO. (Agravo Nº 70052369642, Primeira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Carlos Roberto Lofego Canibal, Julgado em 24/04/2013)
A mesma é a orientação do STF, citando-se:
AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. (...) RESERVA DE PLENÁRIO. VIOLAÇÃO AO ART. 97 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. INOCORRÊNCIA. AUSÊNCIA DE CONTRARIEDADE AOS ARTS. 5º, XXXVI, E 93, IX, DA LEI MAIOR. OFENSA REFLEXA À CONSTITUIÇÃO. AGRAVO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 
(...) III – Não há violação ao princípio da reserva de plenário quando
o acórdão recorrido apenas interpreta norma infraconstitucional, sem declará-la inconstitucional ou afastar sua aplicação com apoio em fundamentos extraídos da Lei Maior. IV – A verificação da ocorrência, no caso concreto, de violação ao art. 5º, XXXVI, da Constituição demandaria nova interpretação das normas infraconstitucionais pertinentes à espécie, sendo certo que eventual ofensa à Lei Maior seria meramente indireta. (...) VI – Agravo regimental a que se nega provimento.
(ARE 735533 AgR, Relator: Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Segunda Turma, julgado em 08/04/2014, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-081 DIVULG 29-04-2014 PUBLIC 30-04-2014)
DIREITO CIVIL. (...) ALEGAÇÃO DE VIOLAÇÃO DO ART. 97 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. RESERVA DE PLENÁRIO. INOCORRÊNCIA. ACÓRDÃO RECORRIDO PUBLICADO EM 27.9.2012. (...) Não há falar em ofensa ao art. 97 da Carta Maior ou em contrariedade à Sumula Vinculante 10, porquanto não declarada, na hipótese, a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público. Agravo regimental conhecido e não provido.
(ARE 742487 AgR, Relatora: Min. ROSA WEBER, Primeira Turma, julgado em 22/10/2013, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-221 DIVULG 07-11-2013 PUBLIC 08-11-2013)
AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. ADMINISTRATIVO. (...) OFENSA A CLÁUSULA DE RESERVA DE PLENÁRIO. INOCORRÊNCIA. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. (...) 3. O princípio da reserva de plenário resta indene nas hipóteses em que não há declaração de inconstitucionalidade por órgão fracionário do Tribunal de origem, mas apenas a interpretação da norma em sentido contrário aos interesses da parte. Precedentes: ARE 676.661-AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, Primeira Turma, DJe de 15/05/2012; e RE 612.800-AgR, Rel. Min. Ayres Britto, Segunda Turma, DJe de 05/12/2011. (...) 5. Agravo regimental a que se nega provimento.
(ARE 664985 AgR, Relator: Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, julgado em 28/08/2012, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-180 DIVULG 12-09-2012 PUBLIC 13-09-2012)
Quanto ao mais, a prefacial suscitada insere-se no mérito, a seguir enfrentado.
Com efeito, é cediço que ao Município compete legislar sobre assuntos de interesse local, forte no art. 30 da CF, possuindo a incumbência de executar a política de desenvolvimento urbano, mediante diretrizes gerais fixadas em lei, objetivando ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais e garantir o bem estar de seus habitantes, nos termos do art. 182 da CF.
Em face disto, o Município de Bento Gonçalves editou a Lei Municipal nº 4.240/07, que dispõe sobre a construção de muros ou cercas e calçadas, em terrenos voltados para ruas pavimentadas, prevista a obrigação dos proprietários de construir a calçada (passeio público):
Art. 1º - Os proprietários de terrenos situados em ruas pavimentadas ou com meio-fio, deverão murá-los ou cercá-los, assim como construir a calçada (passeio público) para o trânsito de pedestres, na largura e em pedra ou material antiderrapante, conforme especificado pelo Município, de acordo com a área onde se situa o imóvel.
§ 1º - Os proprietários deverão solicitar previamente ao Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano — IPURB, as especificações dos passeios e muros ou cercas a construir, de acordo com a Lei Complementar nº 06, de 15 de julho de 1996 — "Código de Edificações".
§ 2º - Não executando muros ou cercas e calçadas, os proprietários serão notificados por escrito, sendo-lhes dado prazo máximo de 60 (sessenta) dias para fazê-lo.
§ 3º - Os proprietários serão responsáveis pela manutenção, conservação e limpeza das calçadas.
§ 4º - Nos imóveis situados em esquinas, os proprietários de acordo com a presente lei, ficarão obrigados a executarem obras de rebaixamento nos passeios públicos para oferecer acessibilidade aos Portadores de Necessidades Especiais (cadeirantes).
Art. 2º - O descumprimento da notificação ou a inobservância das especificações dos passeios, fornecidas pelo Município no prazo estabelecido, implicará na multa no valor de 05 (cinco) URMs.
Parágrafo único — Caso o proprietário do terreno não execute a construção da calçada após o prazo de 30 (trinta) dias da primeira notificação e multa, incidirá uma nova multa de 10 (dez) URMs, e assim, sucessivamente, a cada 60 (sessenta) dias conforme determina a lei.
Prevista em lei a obrigação do proprietário de construção do passeio público, encontra amparo a pretensão do município embargante.
Neste sentido orientação deste Tribunal de Justiça:
DIREITO PROCESSUAL CIVIL. (...) DIREITO PÚBLICO NÃO ESPECIFICADO. AÇÃO COMINATÓRIA. TERRENO. OBRIGAÇÃO EM CONSERVAR LIMPO E CERCADO O IMÓVEL, COM A PAVIMENTAÇÃO DO PASSEIO DENTRO DOS PADRÕES ESTABELECIDOS PELO MUNICÍPIO. Competência da Secretaria Municipal de Planejamento e Gestão de Esteio para a autuação do proprietário em virtude do descumprimento da legislação urbanística, nos termos do art. 63, a, do Decreto nº 3.967/2003. O proprietário deve conservar limpo e cercado o terreno, com pavimentação do passeio dentro dos padrões estabelecidos pelo Município, em observância aos artigos 40, I e II, da Lei Municipal nº 1.629/90 (Código de Limpeza Urbana), e 12 da Lei Municipal nº 3.134/01 (Disciplina a construção dos passeios públicos). Precedentes do TJRGS. Apelação com seguimento negado. (Apelação Cível Nº 70053361655, Vigésima Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Carlos Eduardo Zietlow Duro, Julgado em 21/03/2013)
APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO PÚBLICO NÃO ESPECIFICADO. (...) AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER. PAVIMENTAÇÃO DE PASSEIO PÚBLICO. RESPONSABILIDADE DO PROPRIETÁRIO DO IMÓVEL. O Código de Posturas do Município de Gravataí, em seus art. 17 a 24, determina a responsabilidade dos proprietários dos imóveis pela construção, reconstrução e manutenção dos passeis públicos. Hipótese em que inobstante o demandado alegue que realizou o conserto do passeio público, na forma e no prazo estipulado pelo Município, o conjunto probatório dos autos demonstra o péssimo estado do passeio público em questão. Assim, no caso, deve ser mantida a sentença que confirmou a antecipação de tutela para que o requerido proceda na construção da pavimentação do passeio público e consolidou a multa em R$ 1.500,00 (R$ 50,00 por dia, consolidando em 30 dias). APELAÇÃO PARCIALMENTE PROVIDA DE PLANO. (Apelação Cível Nº 70055871172, Vigésima Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Marilene Bonzanini, Julgado em 01/11/2013)
APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO PÚBLICO NÃO ESPECIFICADO. AÇÃO COMINATÓRIA. CONSTRUÇÃO DE PASSEIO PÚBLICO. RESPONSABILIDADE DOS PROPRIETÁRIOS DE TERRENOS. ESGOTAMENTO DA VIA ADMINISTRATIVA. DESNECESSIDADE. O art. 1º da Lei nº 2.407/89, do Município de Torres, expressamente prevê ser obrigação dos proprietários de terrenos urbanos a construção do passeio público. (...) POR MAIORIA, APELO PROVIDO. (Apelação Cível Nº 70055049845, Vigésima Primeira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Francisco José Moesch, Julgado em 07/08/2013)
PROCESSUAL CIVIL. CERCEAMENTO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA. (...) ADMINISTRATIVO. TERRENOS BALDIOS. LIMPEZA, CONSTRUÇÃO DE MUROS OU CERCAS E CALÇAMENTO. PROVA DOS AUTOS E LEGISLAÇÃO MUNICIPAL. DILAÇÃO DE PRAZO. DESCABIMENTO. Verificando-se que a pretensão deduzida pelo Município de Torres, no sentido de impor à ré obrigação de fazer consistente em limpar e cercar/murar os terrenos de sua propriedade, adequando o passeio público, está amparada pela legislação municipal, regularmente editada em função de o Município deter competência para legislar sobre assuntos de interesse local, bem como promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano, tudo na forma dos artigos 30, I e VIII, e 182, ambos da Constituição Federal, é de ser mantida a sentença proferida pelo juízo de 1.º grau, inclusive no que se refere ao prazo estipulado para a consecução das obras. (Apelação Cível Nº 70053567509, Vigésima Primeira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Armínio José Abreu
Lima da Rosa, Julgado em 08/05/2013)
AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO PÚBLICO NÃO ESPECIFICADO. DECISÃO EXTRA PETITA NÃO CONFIGURADA. CONSTRUÇÃO DE ÁREA DE PASSEIO. RESPONSABILIDADE DO PROPRIETÁRIO DO RESPECTIVO IMÓVEL. INTELIGÊNCIA DOS ARTIGOS 30, I E 182 DA CF, COMBINADOS COM O ART. 13 DA LEI MUNICIPAL N. 1.807/70 (CÓDIGO DE POSTURAS DO MUNICÍPIO DE PELOTAS). AGRAVO DE INSTRUMENTO PROVIDO. (Agravo de Instrumento Nº 70041994856, Primeira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Luiz Felipe Silveira Difini, Julgado em 24/08/2011)
DIREITO PÚBLICO NÃO ESPECIFICADO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. (...) Responsabilidade do proprietário do imóvel pela construção e conservação de passeio público. Reconhecimento. Apelos improvidos. (Apelação Cível Nº 70036606820, Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Pedro Luiz Rodrigues Bossle, Julgado em 18/08/2010)
EMBARGOS A EXECUCAO FISCAL. DEVER LEGAL DO PROPRIETÁRIO MURAR, GUARDAR E EXECUTAR PASSEIO PÚBLICO RELATIVO AO IMÓVEL DE SUA PROPRIEDADE. NAO ARREDA ESSE DEVER A INVASAO DO IMOVEL POR TERCEIROS, NEM O AJUIZAMENTO DE ACAO DE REINTEGRACAO, A QUAL OCORREU APOS A AUTUACAO FISCAL. EVENTUAL INTENCAO DE EDIFICAR TAMBEM NAO AFASTA O ALUDIDO DEVER LEGAL. NAO SE CONHECE DE DOCUMENTOS QUE DEVERIAM TER SIDO JUNTADOS NA FASE DE CONHECIMENTO. ARGUMENTOS NAO DEDUZIDOS NAQUELA FASE NAO PODEM SER APRECIADOS EM SEDE RECURSAL, SOB PENA DE AMPUTAR-SE UM GRAU DE JURISDICAO. APELO IMPROVIDO. (Apelação Cível Nº 198075327, Décima Quinta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Adão Sérgio do Nascimento Cassiano, Julgado em 30/06/1999)
A obrigação de construção e manutenção da calçada ou passeio público, imposta ao particular com amparo em disposições constitucionais e da legislação municipal, legitimou a lavratura do auto de infração e a aplicação da multa à autora, ante a constatação de terreno sem passeio público pela fiscalização, observado o prévio processo administrativo.
Por estes fundamentos, acolho os embargos infringentes para julgar improcedente a ação, mantidos os ônus sucumbenciais fixados na sentença.
Des.ª Denise Oliveira Cezar (REVISORA) - De acordo com o(a) Relator(a).
Des. Marco Aurélio Heinz - De acordo com o(a) Relator(a).
Des. Almir Porto da Rocha Filho - De acordo com o(a) Relator(a).
Des. Arminio José Abreu Lima da Rosa (PRESIDENTE)
Estou acompanhando o douto voto do Eminente Relator, que se alinha com aquilo que votei, como relator, na AC nº 70053567509, gentilmente referida.
Des.ª Maria Isabel de Azevedo Souza - De acordo com o(a) Relator(a).
DES. ARMINIO JOSÉ ABREU LIMA DA ROSA - Presidente - Embargos Infringentes nº 70059066621, Comarca de Bento Gonçalves: "ACOLHERAM OS EMBARGOS INFRINGENTES. UNÂNIME."
Julgador(a) de 1º Grau: CHRISTIANE TAGLIANI MARQUES
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