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Trabalo de Formacao de Impressoes

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Capitulo I
1. Introdução
O presente trabalho tem como tema: Formação de impressões.
No primeiro contacto que temos com alguém que não conhecemos, construímos uma imagem, uma ideia sobre essa pessoa, seleccionando alguns aspectos que consideramos mais significativos, ou que realçamos mais tendo em conta a nossa observação: “Tenho a impressão que ela é uma pessoa orgulhosa”. A produção da impressão é mútua, na medida em que o outro também produz uma impressão sobre mim; por outro lado, a minha impressão afecta o meu comportamento para com o outro e, portanto, o seu comportamento para comigo, baseando-nos e partindo do princípio de que as características que denotamos nessa impressão são reais na pessoa.
Na base da formação das impressões está a interpretação, isto é, nós percepcionamos o outro a partir de um conjunto de avaliações que nos remete para os nossos conhecimentos, valores e experiências pessoais e a partir dessas avaliações, formamos uma impressão global de uma pessoa, a quem atribuímos uma categoria socioeconómica e cultural, um determinado estatuto social. De notar que um mesmo conjunto indícios pode conduzir a diferentes interpretações.
O presente trabalho baseou-se sob pesquisas bibliográficas de leituras exploratórias de obras ligadas a psicologia Social e de artigos relacionados como o tema, que foram complementadas por pesquisas feitas na internet.
Esperamos que o tema em abordagem completamente nossos conhecimentos e dos colegas de turma em relação a construção de impressões que matemos todos dias, e o que estas podem vir a influenciar no nosso comportamento ou atitudes.
Capitulo II
2.1- Formação de Impressões
Para criarmos uma impressão acerca de outra pessoa, não necessitamos, em geral, de muita informação. A informação pode obter-se de forma directa, através da interacção, observando o comportamento verbal e não-verbal, e de forma indirecta, como, por exemplo, através do “ouvir dizer”. Contudo, frequentemente, basta-nos percepcionar pequenos indícios do seu comportamento para rapidamente nos sentirmos em condições de podermos fazer juízos acerca de uma série de particularidades que, supostamente, caracterizam essa pessoa. O facto de não termos observado realmente qualquer dessas particularidades em nada abala a nossa convicção. E, apesar de uma pessoa poder relevar características diferentes, ou mesmo contraditórias, não hesitamos em criar dela uma impressão unificada.
Quem é que nunca ouviu expressões como “a primeira impressão é a que fica” e “não terás uma segunda oportunidade de causar uma primeira boa impressão”?
Exemplo: Num processo de Recrutamento e Selecção para um emprego, a primeira oportunidade de causar “boa impressão” surge na triagem curricular e posteriormente na entrevista. Como é que o entrevistador formula a sua impressão acerca do seu entrevistado
2.1.2 Conceito
A formação das impressões é o processo pelo qual se organiza a informação acerca de outra pessoa de modo a integrá-la numa categoria significativa.
É um processo mediante o qual inferimos características psicológicas e outros atributos de uma pessoa. Pode ser feita a partir de: observação do comportamento dessa pessoa; dados obtidos a partir de uma descrição dessa pessoa feita por um terceiro; conhecimento através dos mídias.
Na base da formação das impressões está a "interpretação", isto é, nós percepcionamos o outro a partir de uma conjunto de avaliação que nos remete para os nossos conhecimentos, valores e experiências pessoais, para tal iremos destacar os seguintes indícios:
Indícios físicos:
São característica que podem remete nos para determinado tipo de personalidade ou categoria social (ex. alta, baixa, magra, gorda, clara).
Indícios verbais;
É o modo como a pessoa fala surge como indicador da sua instrução.
Indícios não-verbais;
É a forma como uma pessoa gesticula enquanto fala, etc…
Indícios comportamentais;
É o conjunto de comportamentos que se observam, e remete também para as experiências passadas.
A partir dos indícios, formamos uma impressão global de uma pessoa, a quem atribuímos uma categoria socioeconómica, cultural, e um determinado estatuto social.
Ao fazermos uma avaliação geral da pessoa a partir de algumas características ou traços que observamos na interacção com ela ou que nos foi referida por outros, e construímos o que designa por teoria implícita da personalidade
Nota: No entanto há factores que influenciam a formação de impressões, tais como:  
A motivação; 
A atenção; 
As informações que possuímos
2.2 - Atitudes: Estrutura e mudanças
2.2.1 As atitudes
As atitudes, assim como o comportamento fazem parte da vida de qualquer indivíduo. As atitudes são disposições favoráveis ou desfavoráveis relativamente a objectos, pessoas, acontecimentos, ou até, em relação a alguns dos seus respectivos atributos.
As atitudes são aprendidas através da experiência ou interacção com outras pessoas; são complexas estruturas multicompetentes; têm objectos sociais específicos; são relativamente estáveis; variam na sua quantidade e qualidade possuindo diferentes graus de força motivadora e direcção; são expressas através de predisposições comportamentais para agir de certa maneira.
Podemos definir o termo "atitude", como a tendência ou predisposição adquirida e relativamente estável para agir, pensar ou sentir de uma determinada forma (positiva ou negativa) face a um objecto, pessoa, situação, grupo social, instituição, conceito, e.t.c.
2.3 Estrutura das Atitudes
Uma forma de conceptualizar uma atitude é através da tripla composição das atitudes. As atitudes são compostas por: crenças, sentimentos (ou afectos) e tendências de acção (comportamentos). Ou seja, a atitude é um constructo multidimensional, que tem os seguintes componentes: afectivo, cognitivo e comportamental.
2.3.1 Componente afectiva
Está ligada ao sistema de valores, sendo a sua direcção emocional. Ou seja, relaciona se com a forma como o indivíduo vivencia a situação como um todo.
As atitudes baseadas na componente afectiva derivam de emoções despoletadas ou relacionadas com determinado objecto, através de efeitos de mera exposição e, ou de processos de condicionamento.
2.3.2 Componente cognitiva 
É o que consideramos verdadeiro acerca do objecto. Depende das crenças e dos valores que se têm relativamente ao social.
As crenças são de dois tipos: crenças informacionais (isto é, o que a pessoa acredita acerca dos factos de uma situação) e crenças avaliativas (resumem-se ao que a pessoa acredita  em relação aos méritos ou deméritos, bem ou mal, justo ou injusto de diferentes situações). 
2.3.3 Componente a acção ou comportamento
É uma componente das atitudes, definindo-se como a tendência para agir de forma consistente com a atitude. Para além disto, a componente comportamental pode estar na origem das atitudes, especificadamente através de processos de auto-perceção, que permitem apurar o conteúdo das atitudes (tendo por base comportamentos relevantes para essas mesmas atitudes).
2.4 Medida das Atitudes
As atitudes podem ser medidas, ou seja, podemos avaliar a sua direcção e intensidade (o que permite efectuar comparações entre os indivíduos e os grupos). Porém, existe a possibilidade das respostas serem influenciadas pelo contexto, pela ordem e formulação das questões, pelo humor do entrevistado, pela sociedade e até pela intenção deliberada de mentir por parte dos sujeitos.
Desde que se entenderam as atitudes como uma disposição comportamental, percebeu-se que podiam ser utilizadas para explicar a acção do ser humano (as atitudes podem ser deduzidas através do comportamento). Isto é, as atitudes não são directamente observáveis, mas a partir de uma atitude podemos adivinhar um comportamento. Por exemplo, se tivermos conhecimento de uma pessoa que apresenta uma atitude negativa em relação à inclusão de alunos com deficiência, podemos, de certa forma, prever a forma como se comportará face à inclusão de uma forma geral.
Existem alguns factores que aumentam aconsistência da relação entre atitude e comportamento, como: a força da atitude, a estabilidade da atitude, a acessibilidade da atitude, a relevância das atitudes para o comportamento, a saliência da atitude,.. Por outro lado, existem factores que reduzem a influência das atitudes no comportamento, como: pensar acerca das suas próprias atitudes, pressões situacionais, o alvo da atitude.
2.5 Funções de atitudes
As atitudes podem desempenhar diversas funções, tais como: 
Favorecer o processo de tomada de decisões (função avaliativa), 
Controlar os comportamentos, propiciar a adaptação à realidade (ajudam a definir grupos sociais, função instrumental, ideológica,...). 
Contribuem para a estabilização da personalidade (estabelecimento da identidade) e podem determinar o modo como pensamos, sentimos e agimos.
2.6 Funções Motivacionais das Atitudes: Atitudes e Necessidades
As atitudes cumprem uma série de funções, que são os fundamentos motivacionais que configuram e reforçam as atitudes positivas frente aos objectos que se percebem como aqueles que satisfazem as necessidades, assim como as atitudes negativas perante os objectos que se percebem como ameaças ou castigos. 
2.6.1 Função de ajuste
Dirige as pessoas para objectos agradáveis e afasta-as dos desagradáveis. Assim, as atitudes dos consumidores dependem das suas percepções, do que é a satisfação das suas necessidades e o que é o castigo. Por exemplo, o tabaco para uns é um prazer e para outros é negativo, por isso o rejeitam.
2.6.2 Função de defesa do ego
Atitudes formadas para proteger o ego ou a auto-imagem contra as ameaças que atentam contra a percepção de si mesmo. Por exemplo: as pessoas que gostam de tabaco defendem-no e não o reconhecem como prejudicial à saúde.
A base desta função apoia-se na existência da chamada dissonância cognitiva. Produz-se uma dissonância cognitiva quando existe uma oposição entre o desejo e uma situação. Por exemplo: a compra de um produto que não é tão bom como se espera, levará o indivíduo a uma mudança de atitude, criará argumentos para resolver o problema, a dissonância e recuperar a sua tranquilidade
2.6.3 Função de expressão de valores
Permite ao indivíduo manifestar os seus valores centrais ou o seu conceito de si mesmo, daí que os consumidores adoptem determinadas atitudes com o objectivo de traduzir os seus valores a algo mais tangível e fácil de exteriorizar.
A diferença da função anterior, que tende a proteger o indivíduo perante si mesmo, a expressão de valores tende a pôr em ressalto a imagem que a pessoa tem de si. Por exemplo: com o tabaco, algumas pessoas pretendem expressar um valor de rebeldia.
2.6.4 Função de conhecimento
Surge da necessidade que o indivíduo tem de conhecer certos aspectos da vida. Por exemplo: com o tabaco seria a necessidade de conhecer as suas vantagens (para os consumidores) e as suas desvantagens. Os consumidores não vão querer conhecer os aspectos prejudiciais do seu consumo.
De um modo geral, existem alguns agentes que influenciam a formação das atitudes: grupos primários como, a família, a escola, os amigos, etc., que criam ou limitam as situações para o indivíduo, das quais surgem as cognições e sentimentos.
Para além destes, existem ainda os grupos de referência (de participação ou não do indivíduo), que modelam a formação das suas atitudes na medida em que o indivíduo se identifica com eles.
Assim sendo, as atitudes do indivíduo desenvolvem-se, ao mesmo tempo que este se desenvolve. Ou seja, ao longo do desenvolvimento das atitudes o indivíduo adquire uma educação formal e informal, através da escola, dos pares e de outros agentes sociais (grupos de participação do indivíduo e grupos dos quais não faz parte). Deste modo, os componentes cognitivos, afectivos e comportamentais que integram as atitudes influenciam-se mutuamente, isto é, qualquer mudança num destes três componentes é capaz de modificar os outros, uma vez que todo o sistema é accionado quando um dos seus componentes é alterado.
2.7 Função de orientação para acção: atitudes e comportamento
As atitudes não nascem connosco, formam-se e aprendem-se no processo de socialização.
As atitudes são consequência de uma construção, e das quais os agentes sociais são responsáveis pela sua formação (pais e família, a escola, o grupo de pares, os mass mídia).
É através da observação, da identificação e da imitação de modelos (pais, professores, figuras públicas…) que se aprendem e se forma as atitudes.
A aprendizagem ocorre ao longo da vida, mas tem maior importância na infância e na adolescência.
Apesar da aparente estabilidade das atitudes, estas podem mudar ao longo da vida.
As experiências vividas podem levar à alteração das atitudes
2.8 Mudança de Atitudes
Assim, um método para mudar as atitudes consiste em apresentar informações persuasivas às pessoas para que ajam da maneira como queremos. Ou ainda apresentar o que é conhecido como comunicação geradora de medo: uma mensagem persuasiva que tente, através do medo, mudar as atitudes. 
Um outro modo de mudar as atitudes das pessoas é através da mensagem que enfatiza ou os ganhos ou as perdas. Através da mensagem que enfatiza os ganhos, é mostrado para a pessoa o que ela tem a ganhar ao adoptar o comportamento que está sendo proposto e a mensagem que enfatiza as perdas destaca o que ela tem a perder ao evitar o comportamento mostrado.
Exemplo de três formas para se mudar uma atitude. 
A primeira consiste na comunicação geradora de medo, apresentando uma cena representando um acidente, o que gera medo em quem assiste, e em seguida mostra a recomendação de se usar o cinto de segurança para que quem assiste possa se tranquilizar, pensando que se adoptar o comportamento que foi mostrado reduzirá seu medo.
 A segunda enfatiza as perdas, de maneira que se a pessoa que assiste não adopta o comportamento de usar o cinto de segurança, em um acidente ela pode perder principalmente sua vida.
 E a terceira destaca os ganhos, se a pessoa estiver usando o cinto de segurança, mesmo se se envolver ou não em um acidente, ela estará mais segura.
É importante ressaltar que a atitude e mudança de comportamento, são influenciadas pelo que as outras pessoas fazem. Tudo que vemos ou ouvimos, seja por influência das pessoas ou da mídia pode mudar o nosso jeito de pensar, sentir e agir. Por isso, devemos ter bastante cuidado com o que vemos ou pior, com o que permitimos que as crianças vejam, já que por estarem em uma fase de desenvolvimento, estão mais sujeitas ainda a serem influenciadas.
III Capítulo
3.1 Conclusão
No final deste trabalho pudemos concluir que a primeira informação é a que tem maior influência sobres as nossas impressões que temos sobre uma pessoa. Quando conhecemos alguém não nos ficamos apenas com a primeira imagem que resulta desse primeiro contacto: criamos expectativas que decorrem das características que apreendemos nesse encontro.
Que as atitudes formam-se e aprendem-se no processo de socialização, no meio social onde estamos inseridos. Os agentes sociais responsáveis pela formação de atitudes, são os pais e família, escola, grupo de pares e os mídia. Os pais são como modelos com os quais as crianças se tentam identificar.
Os mídia actualmente têm muita influência na formação de novas atitudes e reforço das que já existem, tudo isto através de publicidade, telenovelas e filmes. É através da observação, identificação e imitação dos modelos que se aprendem, que se formam atitudes. Esta aprendizagem ocorre ao longo da vida, mas tem particular prevalência na infância e adolescência. Isto não significa que depois destas idades as atitudes não possam mudar. Há, no entanto, uma tendência para a estabilidade das atitudes. As experiências vividas pelo próprio podem conduzir à alteração das atitudes.
3.2 Referencias Bibliográficas
LIMA, Vera Maria Leal Moreira e D'AMORIM, Maria Alice Magalhães. A relação atitude-comportamento à luz da Teoria da Acção Racional. Rio de Janeiro
VALA,Jorge e MONTEIRO Maria Benedita. Psicologia Social. Lisboa (2002)
VALA, Jorge e MONTEIRO Maria Benedita. Psicologia Social das Organizações, Celta. Lisboa, 1995
RODRIGUES, Aroldo. Psicologia Social. Editora Vozes Lda, Rio de Janeiro, 1979

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