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Rua Fontoura da Costa, 425 | Fone/fax: (54)3232-9119 CEP 95200.000 | VACARIA - RS | Criado pela Lei nº 11.892 de 29 de dezembro de 2008. Lei de Criação n° 11.646, de 10 de julho de 2001 Parecer CEED de Autorização n° 1.150/2002 INTRODUÇÃO A BROMATOLOGIA* *Este texto foi elaborado com o objetivo de servir de material de apoio para o componente curricular Bromatologia do curso de Agronomia do Instituto Federal do Rio Grande do Sul e Universidade Estadual do Rio Grande do Sul. 1. O QUE É BROMATOLOGIA? A palavra bromatologia deriva do grego: bromatos (alimento) logos (estudo), sendo assim, pode ser conceituada como a ciência que estuda os alimentos. É possível estudar os alimentos sob várias perspectivas: estudar os critérios de qualidade das matérias-primas; avaliar a carga microbiológica dos alimentos e suas implicações sobre o valor nutritivo; estudar os processamentos utilizados na indústria de alimentos, bem como suas finalidades etc. No entanto, na bromatologia o foco está em estudar os alimentos sob o ponto de vista de sua composição química, estudando os componentes químicos que compõe os alimentos, bem como a ação desses componentes no organismo. Além disso, estuda-se também os métodos de avaliação (físico-químicos, sensoriais e microbiológicos) dos alimentos, o valor alimentício e calórico dos alimentos, suas propriedades físicas, químicas, toxicológicas e também adulterantes e contaminantes. Portanto é uma área de conhecimento multidisciplinar: envolve conhecimentos e habilidades oriundos de outras áreas de estudo como química, bioquímica e botânica. 2. IMPORTÂNCIA DA BROMATOLOGIA Os conhecimentos oriundos da bromatologia têm grande importância em diferentes áreas como: a) Fornece informações sobre os alimentos disponibilizados à população. Essas informações são importantes para pessoas que apresentam restrições alimentares, como por exemplo intolerância à lactose ou ao glúten. Além disso, por meio das informações disponibilizadas nos rótulos os consumidores podem obter informações sobre o valor nutricional de um determinado alimento. b) Verificação da eficiência do processamento dos alimentos. Exemplos são os testes das enzimas fosfatase alcalina e peroxidase realizados no leite para avaliar a eficiência do processo de pasteurização. c) Permite detectar a presença de adulterantes nos alimentos. Um adulterante é uma substância cuja presença em um alimento não é permitida pela legislação ou por outros motivos. Dentre os alimentos mais comumente adulterados estão o mel, o leite e o café. No mel os adulterantes mais comuns são o xarope de milho, a glicose e a frutose. No leite a presença de água oxigenada e soda cáustica (substâncias que mascaram um produto com falhas de origem), bem como de uréia, melanina e outras fontes de nitrogênio não proteico no leite em pó (para aumentar o teor de proteína) são exemplos de adulterantes. Ao café pode vir misturado milho, cevada, centeio ou ainda caramelo, este aparentemente visando atrair os consumidores que têm preferência por alimentos com sabor mais doce. d) Permite verificar se os alimentos se enquadram nas especificações legais quanto ao teor de nutrientes, quanto aos padrões microbiológicos etc. 3. DEFINIÇÕES Para o estudo da bromatologia o conhecimento de alguns conceitos se faz importante. A seguir são apresentados alguns desses conceitos. 3.1 Nutrição Associação dos processos físicos, químicos e biológicos, por meio do qual há assimilação do alimento, formação e recuperação de tecidos. Ou seja, o termo nutrição engloba os processos de digestão, absorção e metabolismo dos nutrientes. Digestão é o conjunto de transformações químicas e físicas a que os alimentos são submetidos ao longo do sistema digestivo e que resultam na conversão de compostos maiores (proteínas, carboidratos e lipídios) em compostos menores, hidrossolúveis e absorvíveis (aminoácidos, glicose e ácidos graxos). O processo de absorção consiste na passagem desses compostos, formados no trato gastrointestinal (lúmen ou epitélio) para a corrente sanguínea. Por fim, metabolismo é o conjunto de transformações a que são submetidos os compostos absorvidos, bem como aqueles que estão armazenados nos diferentes tecidos que compõe o organismo. No metabolismo há reações de síntese (anabolismo) e de desassimilação (catabolismo) que liberam energia. 3.2 Nutriente Qualquer substância química consumida como componente de um alimento que proporcione energia, ou seja, que seja necessária para o crescimento, desenvolvimento e manutenção da saúde e da vida. Sua carência faz com que se produzam mudanças químicas ou fisiológicas características. Os nutrientes podem ser orgânicos ou inorgânicos. Os nutrientes orgânicos, podem fornecer energia para o organismo, como por exemplo os carboidratos, as proteínas e os lipídios. Os minerais, ao contrário não geram energia durante seu metabolismo e são considerados nutrientes inorgânicos. 3.3 Composição Centesimal A proporção em que aparecem nos alimentos os grupos homogêneos de substâncias que o constituem é definida como composição centesimal. Os diferentes grupos homogêneos que compõe um alimento são: umidade, cinza ou resíduo mineral fixo, lipídios, gorduras ou extrato etéreo; fibras ou substâncias insolúveis e proteína. A composição centesimal geralmente é expressa em 100 g de alimento e exprime, de forma grosseira, o valor nutritivo dos alimentos. 3.4 Valor Calórico ou Valor Energético A quantidade de energia contida em um determinado alimento é definida como valor calórico ou valor energético, expresso, geralmente em calorias (kcal). A estimativa do valor calórico é feita com base na composição centesimal do alimento e a quantidade de energia que cada componente fornece, sendo que 1 g proteína fornece 4 kcal; 1 g carboidrato fornece 4 kcal e 1 g lipídio fornece 9 kcal, portanto a estimativa do valor calórico (VC) pode ser feita pela seguinte fórmula: VC= (g proteína x 4) + (g carboidrato x 4) + (g lipídio x 9) 3.5 Alimento Alimento é toda substância ou mistura de substâncias, no estado sólido, líquido, pastoso ou qualquer outra forma adequada, destinada a fornecer ao organismo humano os elementos normais à sua formação, manutenção e desenvolvimento. Todo alimento de origem vegetal ou animal, para cujo consumo imediato se exija apenas, a remoção da parte não comestível e os tratamentos indicados para sua perfeita higienização é considerado alimento in natura. 3.6 Matéria-prima Toda substância de origem vegetal ou animal, em estado bruto, que para ser utilizada como alimento precise sofrer tratamento e/ou transformação de natureza física, química ou biológica. 3.7 Produto Alimentício Todo alimento derivado de matéria-prima alimentar ou de alimento in natura, obtido por processos tecnológicos adequados. 3.8 Ingrediente Qualquer substância, inclusive os aditivos alimentares, empregada na fabricação ou preparação de um produto alimentício e que permanece no produto final, ainda que de forma modificada. 4. PROCESSAMENTO DOS ALIMENTOS O processamento dos alimentos consiste em um conjunto de operações e processos usados para transformar matéria-prima de origem vegetal, animal ou mineral em produto alimentício para consumo humano; conservar o alimento ou melhorar suas características químicas ou organolépticas. O termo operação refere-se às transformações físicas sofridas pela matéria-prima na sua forma, dimensão e temperatura. Quando durantea transformação da matéria-prima ocorrem reações químicas utiliza-se o termo processo. Neste texto serão abordados apenas aqueles processamentos que têm por finalidade conservar os alimentos. Tais processos são baseados na eliminação total ou parcial dos agentes que os alimentos, sejam os de natureza biológica (microrganismos), sejam aqueles de natureza química (enzimas). 4.1 Processamento de Alimentos pelo Frio A utilização de baixas temperaturas para conservação de alimentos é um dos métodos mais utilizados, tanto para alimentos de origem vegetal, como animal. Por meio desse processamento é possível inibir ou retardar a multiplicação dos microrganismos, além de retardar as reações químicas e enzimáticas. a) Refrigeração: todo processo de redução de temperatura de um alimento dentro de um espaço fechado. É utilizado, principalmente para armazenar alimentos a baixas temperaturas, inibindo assim a ação das bactérias, reações de fermentação e o aparecimento do bolor provocado pela multiplicação de fungos. A temperatura utilizada durante a refrigeração de um alimento tem influência no período de conservação deste alimento (Tabela 1). Tabela 1: Influência da temperatura de resfriamento sobre o período de conservação de diferentes alimentos. Alimento Período médio de armazenamento (dias) 0° C 22° C 38° C Carne bovina 6 a 10 1 < 1 Peixe 2 a 7 1 < 1 Carne de frango 5 a 18 1 < 1 Frutas 2 a 180 1 a 20 1 a 7 Verduras 3 a 20 1 a 7 1 a 3 Fonte: Gava (1983) b) Congelamento: a utilização de temperaturas abaixo de zero paralisa a atividade dos microrganismos interrompendo seu metabolismo até o descongelamento. É considerado um método de conservação caro, pois há necessidade de manter o produto à baixa temperatura desde a produção até o armazenamento na casa do consumidor. Como em outros métodos de conservação, os microrganismos comportam-se de maneira viável durante o congelamento. Por exemplo, os cocos são mais resistentes do que os bacilos Gram- negativos. Entre os causadores de origem alimentar, as salmonelas são menos resistentes do que os Staphylococcus aureus ou células vegetativas de clostrídios. Esporos e toxinas bacterianas não são afetados por baixas temperaturas. Existem diferentes métodos de congelamento, mas os melhores exigem rápida redução da temperatura visando preservar as características sensoriais do alimento (sabor, cor, textura, odor). Alimentos congelados podem ser armazenados por tempo maior em relação aqueles congelados (Tabela 2). Tabela 2 – Tempo de armazenamento de alimentos embalados à vácuos sob refrigeração ou congelados. 4.2 Processamento de Alimentos pelo Calor Neste tipo de processamento a desnaturação de proteínas e a inativação de enzimas necessárias ao metabolismo microbiano são a causa da morte dos microrganismos. a) Branqueamento: tratamento térmico usualmente aplicado no processamento de vegetais (frutas e hortaliças), principalmente com o objetivo de inativar enzimas presentes nesses alimentos que podem causar reações de deterioração, mas também pode ser utilizado para fixação da cor, aroma e sabor dos vegetais e eliminação de ar dos tecidos para evitar oxidações. Alimentos embalados à vácuo Tempo de armazenamento Refrigerado até 4° C Congelado a -18° C Pescados 6 dias 12 meses Carne bovina e suína 15 dias 18 meses Carne de aves 9 dias 12 meses Sopas e cremes 16 dias 8 meses Queijos duros 4 meses 18 meses Vegetais sanitizados crus 25 dias 8 – 12 meses Dentre as enzimas responsáveis pela deterioração da qualidade de vegetais estão a lipoxigenase, responsável pelo desenvolvimento de aroma atípico; as enzimas pécticas que causam modificações da textura dos vegetais; a polifenoloxidase e a peroxidase que provocam modificações na cor e a ácido ascórbico oxidase, responsável por modificações nutricionais. b) Esterelização comercial: expressão utilizada na indústria de alimentos processados para dizer que o alimento teve sua população de microrganismos reduzida para um limite seguro, o que não implica em destruição absoluta de todos os microrganismos como o termo esterilização sugere. Sendo assim, alimentos comercialmente estéreis podem conter um pequeno número de esporos bacterianos termorresistentes que não se multiplicam no alimento. Na esterilização comercial define-se um microrganismo patogênico alvo e o alimento é processado de forma que a probabilidade de sobrevivência desse microrganismo seja inferior a um dado valor que se admita como seguro. Em geral, nesse processamento, é possível reduzir em 12 vezes a população microbiana inicial. A maioria dos alimentos enlatados é comercialmente estéril, apresentando vida de prateleira de, pelo menos, dois anos. Mesmo após períodos mais longos de estocagem, sua deterioração, geralmente ocorre devido alterações não microbiológicas. O leite UHT (ultra hight temperature) também é um exemplo de alimento comercialmente estéril. Em virtude da elevada temperatura que é empregada durante a esterilização comercial (acima de 100° C) há alterações nas características sensoriais e nutritivas dos alimentos. As modificações sensoriais mais comuns ocorrem na cor, sabor, aroma e consistência. As modificações nutritivas mais frequentes são com relação as vitaminas, principalmente a vitamina C. As vitaminas A e E, apesar de termostáveis, podem sofrer perdas se o aquecimento se processar na presença de oxigênio. A tiamina sofre perdas quando processada em alimento que apresentem baixa acidez. c) Pasteurização: consiste no tratamento térmico dos alimentos utilizando temperaturas inferiores a 100° C. A essa temperatura há inativação de algumas enzimas e destruição de bactérias vegetativas, bolores e leveduras. Entretanto, não ocorre destruição de todas as formas vegetativas presentes. Existe dois tipos de pasteurização: a pasteurização lenta em que o alimento é submetido a uma temperatura de 65° C por 30 minutos e a pasteurização rápida, em que o alimento é submetido, durante 15 a 20 segundos, a temperatura de 72° C. Uma vantagem da pasteurização em relação a esterilização comercial é que na pasteurização não há modificação significativa no valor nutritivo e nas características organolépticas do alimento. d) Desidratação: consiste na retirada da água dos alimentos pelo calor produzido artificialmente sob condições de temperatura, umidade e corrente de ar cuidadosamente controlados. Os alimentos desidratados, secos ou om baixa umidade, denominados LMF (low moisture foods) apresentam teor de umidade inferior a 25% e atividade de água inferior a 0,60. Atualmente são consumidos diversos produtos desidratados: sopas instantâneas, sucos em pó, barras de cereais com frutas secas, maçã desidratada e tomate seco são alguns exemplos. 4.3 Defumação Neste processamento o alimento é impregnado de essências aromáticas que se desprendem da combustão lenta da madeira, sendo eucalipto, ipê, pau-ferro, jabuticabeira, goiabeira e jacarandá as madeiras recomendadas. Muitos dos componentes presentes na fumaça têm efeito bactericida e desinfetante. Além disso, os fenóis são antioxidantes e inibem a oxidação das gorduras e evitam o sabor de ranço. Alimentos como queijos, peixes, carnes podem ser defumados com o intuito de aumentar o prazo de validade, conferir sabor ou ainda agregar valor à alimentos como toucinho, costela, linguiça, salame etc. 4.4 Irradiação Trata-se de um método físico de conservação que envolve a exposição do alimento, embalado ou não, a um dos três tipos de energia ionizante: raios gama, raios X ou feixe de elétrons. Os alimentos irradiados não apresentam nenhum ricoà saúde, pois em nenhum momento os produtos a serem preservados entram em contato direto com a fonte de irradiação. Além da eliminação de microrganismos patogênicos e outros microrganismos, esse processamento também pode ser utilizado para eliminação de insetos e para retardar o processo germinativo em produtos vegetais. De acordo com as normas brasileiras, qualquer alimento pode ser irradiado, desde que sejam observados os limites mínimos e máximos da dosagem aplicada. Na rotulagem dos alimentos irradiados deve constar a expressão Alimento Tratado por Processo de Irradiação, com letras de tamanho não inferior a um terço em relação a letra de maior tamanho da rotulagem. Deve estar presente também, o símbolo internacional para alimento irradiado, denominado radura (Figura 1). Figura 1: Radura, símbolo internacionalmente usado para indicar que o produto foi irradiado, 4.5 Conservação pela salga Neste processamento sal (NaCl) é adicionado ao alimento, o que provoca a morte dos microrganismos em virtude do aumento da pressão osmótica. Esse processo é aplicado na conservação por salga ou por salmoura de peixes (bacalhau, anchovas), carnes ou vegetais. Apesar de eficiente preservação dos produtos sob o ponto de vista microbiológico, a salga não evita a degradação sob o ponto de vista químico. Com o passar do tempo podem ocorrer reações de oxidação dos lipídios, com consequente sabor de ranço. 4.6 Conservação pelo uso do açúcar Neste processamento o açúcar é o soluto utilizado para promover aumento da pressão osmótica e morte dos microrganismos. Este processo é bastante utilizado para conservação de frutas, produzindo geleias, doces em massa ou pasta, frutas cristalizadas, frutas em conserva. 5. CLASSIFICAÇÃO DOS ALIMENTOS Os alimentos podem ser classificados de acordo com sua origem, quanto sua função ou ainda, de acordo com a extensão e o propósito do processamento. 5.1 Classificação dos alimentos quanto a origem a) Alimentos de origem animal: neste grupo de alimentos encontra-se as carnes de diferentes espécies (bovinos, suínos, aves, coelhos, rãs), os ovos, o leite e seus derivados e o mel. b) Alimentos de origem vegetal: neste grupo estão os cereais, leguminosas, nuts, oleaginosas, frutas e hortaliças. 5.2 Classificação dos alimentos quanto a função a) Alimento construtores: este grupo é composto por alimentos ricos em proteína, componente que participa da formação de novos tecidos, de enzimas, hormônios e anticorpos. São exemplos de alimentos construtores: carnes, peixes, leite e derivados, lentilha, grão de bico e feijão. b) Alimentos energéticos: alimentos ricos em carboidratos e lipídios, responsáveis por fornecer energia ao organismo. Por exemplo: pães, mel, batata, azeite, óleos. c) Alimentos reguladores: alimentos que apresentam elevado teor de fibra e são ricos em vitaminas (exceto B12) e minerais, compostos responsáveis por regular diversas funções no organismo. As hortaliças pertencem a esse grupo de alimentos. 5.3 Classificação dos alimentos quanto a extensão e o propósito de processamento A classificação que categoriza os alimentos de acordo com a extensão e o propósito do processamento é chama de NOVA. De acordo com essa classificação os alimentos podem ser agrupados em: a) Alimentos in natura ou minimamente processados: legumes, verduras, tubérculos, raízes, frutas secas, castanhas, especiarias, carnes e pescados in natura, resfriados ou congelados. b) Ingredientes culinários processados: sal de cozinha, açúcar, melado, mel, óleos, amido de milho, creme de leite etc. c) Alimentos processados: hortaliças em conserva, castanhas adicionadas de açúcar ou sal, frutas em calda, pães etc. d) Alimentos ultraprocessados: refrigerantes, pós para refresco, chocolates, balas, misturas para bolos, cereais matinais etc. 6. ALIMENTOS FUNCIONAIS Todo alimento ou ingrediente que, além das suas funções nutricionais básicas, quando consumido como parte da dieta usual, produza efeitos benéficos à saúde, devendo ser seguro para consumo sem supervisão médica é considerado um alimento funcional. São exemplos de alimentos funcionais: a) Peixes marinhos (salmão, sardinha, atum, anchova): são ricos em ácidos graxos ômega-3. Este ácido graxo auxilia na redução do LDL – colesterol, possui ação anti-inflamatória, é indispensável para o desenvolvimento do cérebro e da retina de recém nascidos. b) Chá verde, cereja, framboesa, mirtilo, vinho tinto: contém catequinas, composto responsável por reduzir a incidência de certos tipos de câncer, reduzir o colesterol e estimular o sistema imunológico. c) Tomate e derivados, melancia, pimentão vermelho: são vegetais ricos em licopeno, composto antioxidante, reduz níveis de colesterol e o risco de certos tipos de câncer como o de próstata. 7. ALIMENTOS LIGHT Um alimento light é aquele que apresenta redução, em pelo menos, 25% para valor energético, açúcar, gordura total, gordura saturada, colesterol ou sódio. O alimento referência, com o qual o alimento light deve ser comparado deve ser do mesmo fabricante. Na legislação brasileira não há menção sobre alimentos diet, no entanto são definidos os termos “baixo”, “não contém” ou “zero”. Esses alimentos são destinados a pessoas que apresentam intolerância alimentar (a lactose ou ao glúten, por exemplo) ou problemas metabólicos (diabéticos, hipertensos). Não são recomendados para pessoas que desejam perder peso, uma vez que esses alimentos nem sempre apresentam baixo valor calórico. 8. ALIMENTOS TRANSGÊNICOS Alimentos provenientes de plantas cujo genoma foi modificado por meio da inserção ou eliminação de um ou mais genes por meio de técnicas de engenharia genética. O objetivo dessa modificação é atribuir novas características ou alterar alguma característica já existente com o intuito de melhorar a produtividade ou melhorar as características nutricionais dos vegetais. De acordo com o Decreto N° 4.680 (24/04/2003), tanto nos produtos embalados, como nos vendidos a granel ou in natura, o rótulo da embalagem ou do recipiente em que estão contidos deverá constar, em destaque, o símbolo que identifica o alimento transgênico (Figura 2) com as seguintes inscrições: “(nome do produto) transgênico” ou “contém (nome do ingrediente) transgênico” ou “produto produzido a partir de (nome do produto) transgênico”. Figura 2: Símbolo utilizado para identificar alimentos transgênicos ou formulados com algum ingrediente transgênico. REFERÊNCIAS BRASIL. Decreto – Le i nº 986, de 21 de outubro de 1969. Institui normas básicas sobre alimentos. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del0986.htm>. BRASIL. Decreto nº 4.680, de 24 de abril de 2003. Regulamenta o direito à informação, assegurado pela Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990, quanto aos alimentos e ingredientes alimentares destinados ao consumo humano ou animal que contenham ou sejam produzidos a partir de organismos geneticamente modificados, sem prejuízo do cumprimento das demais normas aplicáveis. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2003/d4680.htm>. MONTEIRO, C.A.; CANNON, G.; LEVY, R. et al. Classificação dos alimentos. NOVA. A estrela brilha. World Nutrition. v.7, n.1-3, p. 28 – 40, 2016. PIMENTEL, C.A. Alimentos transgênicos: mitos e verdades. Disponível em: < http://www.uesb.br/eventos/ebg/anais/7c.pdf>. SALINAS, R. D. Alimentos e Nutrição: introdução à bromatologia. 3.ed., Porto Alegre: Artmed, 2002.
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