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Nutrição-UFGD Dados sobre nutrientes e outros componentes presentes nos alimentos, in natura e processados, que são necessários para os estudos nutricionais. Padronização e regulamentação de alimentos. Torna possível relacionar a ingestão alimentar e a função metabólica. A qualidade de um alimento depende de sua composição química. A palavra Bromatologia deriva do grego: Broma, Bromatos significa “alimentos, dos alimentos” e Logos significa Ciência. Logo, pode-se definir Bromatologia como ciência que estuda os alimentos. Relaciona-se com tudo aquilo que, de alguma forma, é alimento para os seres humanos > desde a produção, coleta, transporte da matéria-prima, até a venda como alimento natural ou industrializado. Assim como também estuda: • O valor alimentício/calórico; • Físico, químico; • Toxicológico, adulterantes, etc. Alimento: “toda substância ou mistura de substâncias, naturais ou processadas que, quando ingeridas pelo homem, garantam ao seu organismo os materiais e a energia necessários para o desenvolvimento de seus processos biológicos. Inclui também as que são ingeridas por hábito, costumes ou como aditivos, tenham ou não valor nutritivo.” • Alimentos simples; • Alimentos compostos; • Metabólitos. ALIMENTOS APTOS PARA O CONSUMO São aqueles que respondendo às exigências das leis vigentes, não contêm substâncias não autorizadas que constituem adulteração, vendendo-se com a denominação e rótulos leias. Também são chamados de alimentos genuínos. ALIMENTOS NATURAIS São aqueles que estão aptos para o consumo exigindo-se apenas a remoção da parte não comestível (“in natura”). ALIMENTOS NÃO APTOS PARA O CONSUMO São aqueles que por diferentes causas estão dentro das especificações da lei. Podem ser: • Alimentos contaminados: são aqueles alimentos que contém agentes vivos (vírus, bactérias, parasitas, etc.) ou substâncias químicas minerais ou orgânicas (defensivos, metais pesados, etc.) estranhas à sua composição normal, que pode ser ou não tóxica, e ainda, componentes naturais tóxicos (tais como nitratos, etc.), sempre que se encontrem em proporções maiores que as permitidas. • Alimentos alterados: são os alimentos que por causas naturais, de natureza física, química ou biológica, derivada do tratamento tecnológico não adequado, sofrem deteriorações e suas características organolépticas, em sua composição intrínseca ou em seu valor nutritivo. Como por exemplo de alimentos alterados temos o odor característico da carne no início do estágio de decomposição, o borbulhar do mel (fermentação), ou latas de conservas estufadas A diferença entre alimentos genuínos e naturais estão em que sempre os alimentos genuínos devem estar dentro das regulamentações da lei; no entanto nem sempre o alimento natural é genuíno, como por exemplo uma fruta que está com grau de maturação acima da maturação fisiológica permitida. Nutrição-UFGD enchimento excessivo ou desenvolvimento de microrganismo). EXEMPLOS DE ALTERAÇÕES Segundo Evangelista, as alterações podem ser classificadas em cinco grupos: • Alterações enzimáticas (ranço hidrolítico e escurecimento enzimático); • Alterações por agentes químicos (escurecimento químico e ranço oxidativo); • Alterações por agentes físicos (temperatura e luz solar); • Alterações microbianas (roedores, insetos, etc.); • Alterações por microrganismos (fungos, bactérias e leveduras). ALIMENTOS FALSI FICADOS São aqueles alimentos que tem aparência e as características gerais de um produto legítimo e se denominam como este, sem sê-lo que não procedem de seus verdadeiros fabricantes, ou seja, são alimentos fabricados clandestinamente e comercializados como genuínos (legítimos). Pode acontecer que o alimento falsificado esteja em melhores condições de qualidade que o legítimo, mas por ser fabricado em locais não autorizados ou por não proceder de seus verdadeiros fabricantes, é considerado falsificado, e portanto, não apto ao consumo. Exemplo de falsificação envolvendo a procedência do alimento: ALIMENTOS ADULTERADOS São aqueles que foram provados, parcial ou totalmente, de seus elementos úteis ou característicos, porque foram ou não substituídos por outros inertes ou estranhos. Também a adição de qualquer natureza, que tenha por objetivo dissimular ou ocultar alterações, deficiências de qualidade da matéria-prima ou defeitos na elaboração, que venham a constituir adulteração do alimento. A adulteração pode ser por acréscimo de substâncias estranhas ao alimento (Ex.: água no leite ou vísceras em conservas de carnes, amido no doce de leite, melado no mel), por retirada de princípios ativos ou partes do alimento (retirada da nata do leite ou cafeína do café) ou por ambas simultaneamente. Exemplos de produtos adulterados por adição de alimentos ou substâncias inferiores: Utilizada para determinar componentes específicos dos alimentos ou de vários componentes. • Boa sensibilidade; • Baixo custo de análise; • Fácil operação; • Equipamentos robustos. FUNÇÃO DA ANÁLISE DE ALIMENTOS Estudo químico e nutricional dos constituintes fundamentais dos alimentos: • Carboidratos; • Lipídios; • Proteínas; • Vitaminas; • Minerais; • Água. Estudo químico nutricional dos constituintes secundários dos alimentos: • Enzimas, constituintes de cor, sabor e aroma. Importância: • Conhecer a composição da matéria-prima e do produto acabado; Nutrição-UFGD • Determinar o padrão de identidade e qualidade dos alimentos; • Controlar e garantir a qualidade da matéria- prima e do produto. • Estabelecer a composição nutricional nos rótulos; • Segurança no consumo e alimentos; • Gerar banco de dados e validação de processo; • Conhecer os efeitos do processamento e da estocagem na qualidade do produto. Alterações que podem ocorrer em alimentos durante a manipulação, processamento ou armazenamento: Reações e eventos envolvidos com as alterações em alimentos: IMPORTÂNCIA DO CONTROLE DE QUALIDADE PELA ANÁLISE DE ALIMENTOS A análise de alimentos desempenha um papel importante na avaliação da qualidade e segurança dos alimentos. Utilização torna-se decisiva: • Resolver problemas de saúde pública; • Definir e complementar ações de vigilância sanitária; • Caracterização de alimentos in natura. Os alimentos são considerados matrizes difíceis de serem manipuladas para análise. Nas indústrias de alimentos. Nas universidades e institutos de pesquisa: • Desenvolvimento de novos produtos. Ex.: desenvolvimento de biscoitos com farinha de resíduos de palmeira real – caracterização (umidade, cinzas, proteína); • Desenvolvimento de novas metodologias analíticas. Nos órgãos Governamentais: • Controle de qualidade; • Padronização: métodos padrões (Manual da AOAC; Organização Internacional de Normatização – ISSO; Métodos Instituto Adolfo Lutz – Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA) Pesquisa: • É utilizada para desenvolver ou adaptar métodos analíticos exatos, precisos, sensíveis, rápidos, eficientes, simples e de baixo custo na determinação de um dado componente do alimento, Controle da qualidade: • É utilizada no controle de qualidade de rotina para checar a matéria-prima que chega, como também o produto acabado que sai da indústria, além de controlar diversos estágios do processamento. Na medida do possível são utilizados os métodos instrumentais devido a sua rapidez nas determinações. Fiscalização: • É utilizada para verificar o cumprimento da legislação através de métodos analíticos que sejam exatos e precisos, preferencialmente aqueles oficiais, realizando o controle de qualidade dos produtos alimentícios e padronização de novos produtos. ANVISA – Legislação – Farinhas • Portaria n° 354, de 18 de julho de 1996Publicada no DOU, de 22/07/1996, Seção 1. Nutrição-UFGD Resolução n° 482, de 13 de setembro de 1999 (*). (Republicada dia 20/06/2000) • Regulamento técnico para fixação de identidade e qualidade de óleos e gorduras vegetais. • Ministério da agricultura Portaria n° 146 de 07 de março de 1996. (*) • Regulamento técnico de identidade de qualidade do leite UAT (UHT) COMPOSIÇÃO CENTESIMAL 1. Umidade; 2. Cinzas; 3. Lipídios; 4. Proteína bruta; 5. Carboidratos; 6. Fibras. CONSTITUINTES DOS ALIMENTOS Quantitativamente majoritários: • Carboidratos, lipídios, proteínas. Minerais: • Macrominerias e microminerias. Substâncias orgânicas (ocorrem em quantidades proporcionalmente pequenas). • Vitaminas, emulsificantes naturais, ácidos orgânicos, oxidantes e antioxidantes, enzimas, pigmentos responsáveis pela cor, compostos responsáveis pelo conjunto de aroma e sabor (“Flavor”) naturais. Água. Origem: • Vegetais (autotróficos), animais (heterotróficos) e minerais. Conservação: • Não perecíveis (grãos, açúcar); • Semiperecíveis (algumas hortaliças e frutas); • Perecíveis (leite, carnes). Pelo nutriente presente: • Ricos em carboidratos (cereais e derivados); • Proteicos (carnes); • Gordurosos (manteiga, azeite, creme); • Vitamínicos (frutas e hortaliças); • Fibra (grãos inteiros, frutas e verduras). Alimentos de origem vegetal: • Variedade (genética); • Condições de cultivo (solo, clima, irrigação, etc.); • Estágio de maturação; • Condições e tempo de estocagem; • Parte do alimento (casca ou polpa) Alimentos de origem animal: Alimento: todo material que pode ser consumido. Esse material pode se apresentar em qualquer estado físico e deve ser suficiente para a manutenção, crescimento, respiração e realização de trabalhos. Nutriente: substâncias quimicamente definidas e que exercem atividades distintas no organismo. Ex.: carboidratos, aminoácidos, ácidos graxos, vitaminas e componentes minerais. Valor nutritivo de um alimento é dado pelo seu conteúdo em: • Carboidratos, lipídios, proteínas e minerais. Nutrição-UFGD • Teor de gordura; • Parte do animal; • Alimentação e idade do animal; • Raça. Fatores no pós-colheita: • Perda ou absorção de umidade; • Perda de constituintes voláteis; • Decomposição química e enzimática; • Deterioração microbiológica; • Contaminação com metais (provenientes de equipamentos). Convencionou-se chamar “Composição Centesimal” de um alimento à proporção em que aparecem, em 100g do produto homogêneos de substâncias que constituem o alimento. Também por convenção, os grupos homogêneos de substâncias constituintes do alimento são os seguintes: • Umidade ou voláteis a 105 °C; • Cinzas ou resíduo mineral fixo; • Lipídios, gorduras ou extrato etéreo; • Proteína bruta ou extrato nitrogenado; • Carboidratos, glicídios, açúcares ou sacarídeos; • Fibras ou substâncias insolúveis. A composição centesimal de um alimento exprime de forma grosseira o valor nutritivo destes alimentos. Podemos, a partir da composição centesimal, verificar a riqueza do alimento em alguns grupos homogêneos considerados, assim como verificar, por cálculo, o valor calórico desse alimento. ANÁLISE DA COMPOSIÇÃ O CENTESIMAL DOS ALIMENTOS Análise físico-química da composição (g): • Lipídios; • Umidade; • Cinzas; • Proteínas; • Fibras; • Carboidratos. Analisa-se o conteúdo destes componentes em 100g ou 100 mL do alimento. Somatória das 6 frações vai dar 100%. • Através da composição centesimal tenho uma ideia do valor nutritivo. • Através do valor nutritivo obtenho o valor calórico: proteínas, lipídios e glicídios. Supor: tabela de composição centesimal da soja: • Proteína: 40%; • Lipídios: 20% • Glicídios: 20%; • Fibra: 5%; • Cinza: 10% Utiliza na Rotulagem Nutricional Obrigatória. EVANGELISTA, JOSE; Tecnologia de alimentos. 2. Sao Paulo: Atheneu, 2006. 652p. CECCHI, Heloisa Mascia. Fundamentos teóricos e práticos em análise de alimentos. 2. ed. Campinas, SP: Ed. Unicamp, 2003. 206p. OETTERER, Marilia; SPOTO, Marta Helena Fillet; REGINATO-D'ARCE, Marisa Aparecida Bismara. Fundamentos de ciência e tecnologia de alimentos. São Paulo: Manole, 2006. 612p.
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