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MEMORIAL DE CÁLCULO: Galpão de pequeno porte Palmas – TO 2017 Antonio Ricardo O. de Morais Leandro Almeida Alleff Mesaque MEMORIAL DE CÁLCULO: Galpão de pequeno porte utilizado como hotel Trabalho elaborado e apresentado como requisito parcial para aprovação na disciplina de Projeto de Estruturas de Aço orientado pela Prof.M.Sc. Maria Carolina de Paula Estevam D’Oliveira. Palmas – TO 2017 DESCRIÇÃO OBJETIVO Este memorial de cálculo tem por objetivo apresentar a metodologia utilizada no dimensionamento da estrutura de aço de um galpão de pequeno porte, obedecendo-se a norma ABNT NBR 14762:2010, que rege o dimensionamento de perfis formados a frio. NECESSIDADES DO CLIENTE O galpão dimensionado será utilizado como um hotel, localizado em Fortaleza/CE. Possui dimensões de 20 x 60 x 4 metros, sendo respectivamente a largura, comprimento e pé direito. Sua cobertura será de duas águas, com inclinação do telhado de 12º e abertura com quatro faces impermeáveis. Nas figuras 01 e 02 são representados os desenhos em planta e corte do projeto a ser dimensionado, respectivamente. MATERIAIS As seguintes especificações de materiais deverão ser seguidas: Chapa para os perfis formados a frio: A36 (ABNT NBR 6649:1986) Resistência ao escoamento: fy =25 kN/cm² Módulo de elasticidade: E = 20.000 kN/cm² Módulo de elasticidade transversal: G = 7.700 kN/cm² Parafusos de alta resistência: ASTM A 325 com resistência a tração de 850 Mpa. Normas empregadas A elaboração do projeto básico obedeceu às seguintes normas brasileiras: ABNT NBR 8800:2008 - Projeto e execução de estruturas de aço de edifícios; ABNT NBR 14672:2010 - Dimensionamento de estruturas de aço constituídas por perfis formados a frio. ABNT NBR 6123:1988 - Forças devido ao vento em edificações; PREMISSAS DE CÁLCULO distâncias entre os elementos Distância entre pórticos A distância entre pórticos adotada foi de 7,5 metros, sendo que esta não podia ultrapassar 10 metros; Altura da treliça A altura da treliça deve atender as seguintes condições: 6% L < h < 10% L, sendo L igual a metade da largura do galpão; 6% L = 0,06 * 10,2= 0,61 metros 10% L = 0,1 * 10,2= 1,2 metros 1,20 h 1,40 metros para galpões com largura entre 20 e 30 metros; O ângulo de inclinação entre o diagrama montante, diagonal e banzo inferior deve estar dentro do intervalo de 30º e 60º. Desta forma, adotando-se uma distância entre montantes de 0,5 metros e a altura da treliça de 0,8 metros, o ângulo de inclinação deste diagrama será igual a: Estando este no intervalo de 30º e 60º, atendendo-se as condições. Distância entre terças A distância entre terças adotada foi de 1,0 m, sendo esta igual a distância entre montantes. PESO PRÓPRIO DOS ELEMENTOS Peso próprio do pórtico (PPP) = aproximadamente 8 Kgf/m; Peso próprio da terça (PPT) = aproximadamente 4 Kgf/m Peso próprio da telha = 6,0 Kgf/m²; Peso próprio do forro = 3 Kgf/ m²; Peso próprio da iluminação = 2,5 kgf/m²; Sobrecarga de norma 25 Kgf/m². Sobrecarga de utilização 12 Kgf/m². AÇÃO DO VENTO Para o cálculo da ação do vento considera-se que a edificação se localiza em um terreno plano da cidade de Fortaleza/CE. Assim, de acordo com a ABNT NBR 6123:1988 os parâmetros necessários para a determinação da ação do vento são apresentados a seguir: Velocidade básica do vento: V0 = 36m/s (Fortaleza/CE); Fator topográfico: S1 = 1,0 (terreno plano); Rugosidade do terreno: Categoria V (Terrenos cobertos por obstáculos numerosos e pouco espaçados em zona florestal, industrial ou urbanizada. A cota média do topo dos obstáculos é considerada igual a 10m.); Maior dimensão da cobertura: maior ou igual a 50 metros – Classe C; Cota média da altura dos obstáculos: Z= 25,0 m; Fator S2 = 0,62 (Tabela 2 – ABNT NBR 6123:1988); Fator estatístico: S3 = 1,0 (Tabela 3 – ABNT NBR 6123:1988). Grupo 2 - Edificações para hotéis e residências. Edificações para comércio e indústria com alto fator de ocupação; Para a obtenção do coeficiente de pressão interno (Cpi) considera-se o galpão como sendo uma edificação efetivamente estanque e com janelas fixas que tenham uma probabilidade desprezável de serem rompidas por acidente. Sendo os valores do Cpi iguais a -0,20 ou 0, segundo o item 6.2.5 da ABNT NBR 6123:1988. Estes dados foram lançados no programa Visual Ventos onde obteve-se os seguintes resultados: Coeficiente de forma externo nas paredes (Ce), conforme tabela 4 da ABNT NBR 6123:1988 Vento a 0º e Vento a 90º, respectivamente Coeficientes de forma na cobertura, conforme tabela 5 da ABNT NBR 6123:1988 Vento a 0º , Vento a 90º , Cpe médio respectivamente b) a) Combinações dos coeficientes de pressão internos e externos, com base nos coeficientes de forma interno e externo Vento a 0º, Cpi= -0,20 e 0, respectivamente Vento a 90º, Cpi= -0,20 e 0, respectivamente Carregamentos máximos nas faces do galpão devido à ação do vento, com base nos coeficientes de forma e pressão Vento a 0º, Cpi= -0,20 e 0, respectivamente Vento a 90º, Cpi= -0,20 e 0, respectivamente Velocidade característica do vento Vk = Vo * S1 * S2 * S3 Vk = 36,00 * 1,00 * 0,62 * 1,00 Vk = 22,32 m/s Pressão dinâmica q = 0,613 * Vk² q = 0,613 * 22,32² q = 305,38N/m² q = 30,5 kgf/m² CÁLCULO DOS ESFORÇOS SOLICITANTES Neste tópico serão ilustrados os cálculos dos carregamentos atuantes sobre a cobertura do galpão, podendo estes ser permanentes (atuam permanentemente na estrutura, não variando ao longo do tempo, nem mudando o ponto de aplicação, é formada pelo peso próprio de todos os elementos constituintes da estrutura, incluindo os pesos de equipamentos e instalações permanentemente suportados na estrutura.) ou variáveis (podem atuar ou não na estrutura, podendo atuar parcialmente, agindo em determinados trechos, podendo ser ações fixas ou móveis, resultam do uso e ocupação do edifício), bem como as combinações em estado limite último e estado limite de utilização, que fornecem os esforços máximos para cada elemento a ser dimensionado. As combinações de ações últimas normais, segundo o item 6.7.2.1 da ABNT NBR 14762:2010, são obtidas por meio da equação: (Eq. 01) Já as combinações em estado limite de utilização, segundo o item 6.7.3.2 da ABNT NBR 14762:2010, são obtidas por meio da equação: (Eq. 02) Onde: FGi ,k representa os valores característicos das ações permanentes; FQ1,k é o valor característico da ação variável principal; FQj ,k é o valor característico das demais ações variáveis, gi são os coeficientes de ponderação das ações permanentes, extraídos do item 6.6 NBR;, qi são os coeficientes de ponderação das ações variáveis, extraídos do item 6.6 NBR;; Ѱ0j e Ѱ2j são fatores de combinação, extraídos do item 6.6 NBR; terça Ações atuantes: Ações Permanentes: Peso próprio = aproximadamente 4,00 Kgf/m; Telha = Peso próprio da telha x distância entre terças Forro = Peso próprio do forro x distância entre terças Iluminação = Peso próprio da iluminação x distância entre terças Ações Variáveis: Sobrecarga de norma (SCn) = Sobrecarga x distância entre terças Sobre carga de utilização(SCu) = Sobrecarga x distância entre terças Vento (Vs) = Pressão dinâmica X cpe médio x Distância. Terças) Combinações normais segundo o estado limite último Combinação 01 - Sobrecarga de norma como variável principal ) +(1,5*0,7*12) Combinação 02 – Sobrecarga SCu como variável principal +(1,5*0,8*25) Combinação 03 – Vento como variável principal Combinações normais segundo o estado limite de utilização – Estado quase permanente pórtico Ações atuantes: Ações Permanentes: Peso próprio = Sobrecarga por nó + Contribuição da terça no nó Telha = Peso próprio da telha x Área de Influência Forro = Peso próprio do forro x Área de Influência Iluminação = Peso próprio da iluminação x Área de Influência AçõesVariáveis: Sobrecarga de norma = Sobrecarga x Área de Influência Vento (Vs) = Pressão dinâmica X (cpi +cpe) x Área de influência) Combinações normais segundo o estado limite último Combinação 01 - Sobrecarga de norma como variável principal ) Combinação 02 – Vento como variável principal Combinações normais segundo o estado limite de utilização – Estado quase permanente DIMENSIONAMENTO DO PÓRTICO DIMENSIONAMENTO QUANTO A TRAÇÃO No dimensionamento dos elementos de aço submetidos a tração, a força axial de tração solicitante de cálculo deve ser menor que a força resistente de cálculo. A força axial de tração solicitante em cada elemento do pórtico foi determinada por meio da utilização do software FTOOL, onde foram inseridos os esforços resultantes das combinações do estado limite último, gerando-se um diagrama de esforço normal (anexo A). Deste diagrama coletamos as barras (montante, banzo e diagonal) mais tracionadas: Para combinação 01: Banzo superior: 0 KN; Banzo Inferior: 277,22 KN; Montante: 115,40 KN; Diagonal: 74,64 KN. Para combinação 02: Banzo superior: 235,80 KN; Banzo Inferior: 0 KN; Montante: 49,00 KN; Diagonal: 73,00 KN. Para o cálculo da tração foram feitos um comparativo entre as duas combinações para determinar qual é a maior solicitação entre elas, resultando: Banzo superior e inferior: 277,22 KN; Montante: 115,40 KN; Diagonal: 74,64 KN. O parafuso utilizado para ligação dos perfis das estruturas com a chapa de ligação será o ASTM 325, com rosca, que possui resistência à tração de 850 Mpa. A tensão de cisalhamento deste parafuso é dada pela multiplicação de um fator relacionado ao tipo de parafuso (0,4 para rosca total) pela resistência a ruptura deste, sendo neste caso igual a: Banzo Superior e Inferior Quanto a análise a tração, será utilizado para o banzo dois perfis L de 175 x 4,75 mm com fixação por parafusos de 16 mm. A determinação deste perfil deu-se por meio da validação da força resistente deste perfil ser menor que a força solicitante sobre o perfil, conforme abaixo. Determinação da quantidade de furos necessários para fixação da chapa Para determinação da quantidade, primeiramente é necessário verificar a área necessária para suportar a força solicitante: Esta área será distribuída em dois perfis L, portando a área em cada perfil será 420,03 mm². Como parafusos de 16 mm possuem área igual a 201,06 mm², então serão necessários três parafusos. Conforme NBR 8800:2008, a distância mínima entre os furos deve ser três vezes a dimensão do furo, portanto não deve ser inferior a 48 mm. Cálculo do escoamento da seção bruta Onde, A – Área bruta da seção transversal da barra; Fy - Tensão de escoamento do aço; Cálculo da ruptura na seção liquida na região de ligação Onde, Ct = coeficiente de redução da área líquida efetiva An = Área liquida da seção transversal da barra na regia da ligação fu = resistência à ruptura do aço na tração ϒ = Coeficiente de ponderação da resistência ou das ações Cálculo da área liquida da seção transversal da barra na regia da ligação Onde: A= Área bruta da seção transversal da barra nf = Quantidade de furos contidos na linha de ruptura analisa; df = Dimensão do furo na direção perpendicular à solicitação conforme a tabela 15 da NBR 14762/2010; t = Espessura da parte conecta analisada; s = Espaçamento dos furos na direção da solicitação. g = Espaçamento dos furos na direção perpendicular à solicitação. Cálculo do coeficiente de redução da área líquida efetiva: Onde; L = comprimento da ligação parafusada; X = excentricidade da ligação, toma como a distância entre o centroide da seção da barra e plano de cisalhamento da ligação. Como no banzo serão utilizados dois perfis L, a força será dívida entre a duas peças. . Logo o Portanto considerando essa condição, o perfil foi aprovado. Montante Quanto a análise a tração, será utilizado para o montante um perfil L de 175 x 4,75 mm com fixação por parafusos de 16 mm. A determinação deste perfil deu-se por meio da validação da força resistente deste perfil ser menor que a força solicitante sobre o perfil, conforme abaixo. O processo de cálculo foi executado com a mesma metodologia do banzo. Determinação da quantidade de furos necessários para fixação da chapa Como parafusos de 16 mm possuem área igual a 201,06 mm², então serão necessários dois parafusos. Conforme NBR 8800:2008, a distância mínima entre os furos deve ser três vezes a dimensão do furo, portanto não deve ser inferior a 48 mm. Cálculo do escoamento da seção bruta Cálculo da ruptura na seção liquida na região de ligação Cálculo da área liquida da seção transversal da barra na regia da ligação Cálculo do coeficiente de redução da área líquida efetiva: Não passou, pois este deve estar compreendido entre um intervalo de 0,4 e 0,9, sendo necessário alterar o valor de L para 9,60 cm. Logo o novo Logo o Portanto considerando essa condição, o perfil foi aprovado. Diagonal Quanto a análise a tração, será utilizado para o montante um perfil L de 125 x 4,75 mm com fixação por parafusos de 16 mm. A determinação deste perfil deu-se por meio da validação da força resistente deste perfil ser menor que a força solicitante sobre o perfil, conforme abaixo. O processo de cálculo foi executado com a mesma metodologia do banzo. Determinação da quantidade de furos necessários para fixação da chapa Será utilizado apenas um perfil L. Como parafusos de 16 mm possuem área igual a 201,06 mm², então serão necessários dois parafusos. Conforme NBR 8800:2008, a distância mínima entre os furos deve ser três vezes a dimensão do furo, portanto não deve ser inferior a 48 mm. Cálculo do escoamento da seção bruta Cálculo da ruptura na seção liquida na região de ligação Cálculo da área liquida da seção transversal da barra na regia da ligação Cálculo do coeficiente de redução da área líquida efetiva: Não passou, pois este deve estar compreendido entre um intervalo de 0,4 e 0,9, sendo necessário alterar o valor de L para 6,50 cm. Logo o novo Logo o Portanto, considerando essa condição o perfil foi aprovado.
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