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PLANEJAMENTO, PROGRAMAÇÃO E 
CONTROLE DA PRODUÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof.: Antônio de Mello Villar 
 
Planejamento, Programação e Controle da Produção 
Organizado por: Antônio de Mello Villar 
 
2 
SUMÁRIO 
 
 
1 VISÃO GERAL DOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO 6 
1.1 Produção 6 
1.2 Sistemas de Produção 7 
1.2.1 Projeto 7 
1.2.2 Volume da Produção 8 
1.2.3 Variedades 8 
1.2.4 Classificação Geral 10 
1.3 Fluxo de Informações e Produção 13 
1.4 Organização da Prestadora de Serviços 17 
1.5 Questionário 20 
1.6 Estudo de Caso 21 
 
2 ORGANIZAÇÃO INDUSTRIAL 23 
2.1 Introdução 23 
2.2 Organização Linear 24 
2.3 Organização Funcional 25 
2.4 Organização Linear-staff 28 
2.5 O que se espera do PCP 34 
2.6 Pré-requisitos do PCP 35 
2.7 Funções do PCP 36 
2.8 Questionário 39 
2.9 Estudo de Caso 42 
 
3 PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO 45 
3.1 Introdução 45 
3.2 Missão Corporativa 48 
3.3 Estratégia Corporativa 49 
3.4 Estratégia Competitiva 50 
3.5 Estratégia de Produção 53 
3.5.1 Critérios Estratégicos da Produção 55 
3.5.2 Áreas de Decisão na Produção 58 
3.6 Alguns Conceitos Estratégicos de Produção 61 
3.6.1 Filosofia JIT/TQC 61 
3.6.2 Sistema CIM 64 
3.7 Plano de Produção 68 
3.8 Etapas das Previsões de Demanda 76 
3.9 Previsão de Vendas Fortemente Sazonal 76 
3.10 Questionário 78 
3.11 Estudo de Caso 81 
 
4 GESTÃO DE ESTOQUES 83 
4.1 Introdução 83 
4.2 Definição e Objetivos 83 
4.3 Tipos de Estoques 84 
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3 
4.4 Classificação ABC 85 
4.5 Método Prático de Fazer uma Classificação ABC 86 
4.6 Escolha do Tamanho do Lote de Fabricação ou Compra 
89 
4.6.1 Modelo Supondo Certeza 90 
4.6.2 Modelo Reconhecendo Risco 95 
4.7 Métodos de Controle de Estoque 96 
4.7.1 Método do Período Fixo 96 
4.7.2 Método do Ponto de Encomenda 97 
4.7.3 Modos de Execução do Método do Ponto de Encomenda 
98 
4.7.4 Método do Ponto de Encomenda por Fichas 98 
4.7.5 Método do Ponto de Encomenda sem Fichas 100 
4.8 Questionário 101 
4.9 Estudo de Caso 104 
 
5. Emissão de Ordens 106 
5.1 Estimativa de Vendas 106 
5.2 Plano Mestre de Produção 106 
5.3 Emissão Propriamente Dita 109 
5.3.1 Cálculo das Quantidades pelo Método Direto 110 
5.3.2 Cálculo das Quantidades pelo Método Indireto 111 
5.3.3 Cálculo dos Prazos pelo Método Direto 112 
5.3.4 Cálculo dos Prazos pelo Método Indireto 113 
5.4 Verificação da Capacidade 113 
5.5 Questionário 115 
5.6 Estudo de Caso 116 
 
6. Programação de Ordens de Fabricação 117 
6.1 Introdução 117 
6.2 Ordens de Fabricação 118 
6.3 O Trabalho da Programação das Ordens de Fabricação 
118 
6.4 Tempos Necessários às Operações de Fabricação 119 
6.4.1 Operações de Fabricação 119 
6.4.2 Tarefas Preliminares 120 
6.4.3 Tarefas Intermediárias e Finais 121 
6.5 Disponibilidade de Máquinas 122 
6.6 Métodos de Apressamento do Tempo Total 123 
6.6.1 Corte dos Intervalos 123 
6.6.2 Agrupamento de Operações 124 
6.6.3 Loteamento 124 
6.6.4 Outros 124 
6.7 Questionário 125 
6.8 Estudo de Caso 127 
 
7. Programação com PERT/CPM 130 
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Organizado por: Antônio de Mello Villar 
 
4 
7.1 Introdução 130 
7.2 Rede PERT/CPM 130 
7.2.1 Planejamento 131 
7.2.1.1 Atividade e Evento 131 
7.2.1.2 Relação de Dependência Entre as Atividades 132 
7.2.2 Diagrama Utilizado 134 
7.2.3 Exemplos 134 
7.2.3.1 Projeto Pintar Porta 135 
7.2.3.2 Segundo Exemplo 135 
7.2.3.3 Terceiro Exemplo 136 
7.2.3.4 Quarto Exemplo 136 
7.2.3.5 Quinto Exemplo 137 
7.3 Programação com CPM 137 
7.3.1 Duração Normal, Tempos de Início e Término de uma 
Atividade 
 
138 
7.3.2 Representação Reticular e Cálculos Exemplificados 
dos Tempos de Início e Término de uma Série de 
Atividade 
 
 
139 
7.3.3 Folga e Caminho Crítico 142 
7.4 Programação com PERT 145 
7.5 Questionário 151 
 
8 Sistema KANBAN 154 
8.1 Introdução 154 
8.2 Tipos de Cartões KANBAN 158 
8.2.1 Cartão KANBAN de Produção 159 
8.2.2 Cartão KANBAN de Requisição Interna 161 
8.2.3 Cartão Kanban de Fornecedor 163 
8.2.4 Painel Porta-Kanban 165 
8.2.5 Outros Tipos de Kanbans 167 
8.3 Funcionamento do Sistema Kanban 170 
8.3.1 Sistema Kanban com dois Cartões 172 
8.3.2 Sistema kanban com um Cartão 176 
8.3.3 Sistema Kanban com Fornecedores 178 
8.4 Cálculo do Número de Cartões Kanban 181 
8.5 Funções Executadas Pelo Sistema Kanban 187 
8.6 Pré-requisitos para o funcionamento do Sistema Kanban 
191 
8.7 Questionário 192 
8.8 Problemas 195 
 
9 Movimentação de Ordem de Fabricação 197 
9.1 Introdução 197 
9.2 Roteiro de uma Ordem de Fabricação 198 
9.3 Estação da Movimentação 201 
9.4 Definição e Subordinação da Movimentação 203 
9.5 Questionário 205 
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5 
9.6 Estudo de Caso 207 
 
10. Controle da Produção 209 
10.1 Introdução 209 
10.2 Dificuldades Encontradas pelo Acompanhamento 209 
10.3 Métodos de Acompanhamento 210 
10.4 Vantagem e Desvantagem do Gráfico de Gantt 214 
10.5 Questionário 214 
10.6 Estudo de Caso 215 
 
Bibliografia 217 
 
 
 
 
 
 
Planejamento, Programação e Controle da Produção 
Organizado por: Antônio de Mello Villar 
 
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1. VISÃO GERAL DOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO 
 
 
1.1 Produção 
 
 A produção é definida como a oferta de um bem ou um serviço 
a comunidade. A função de produção não compreende apenas as 
operações de fabricação e montagem de bens, mas também as 
atividades de armazenagem, movimentação, entretenimento, 
aluguel etc., quando estão voltadas para a área de serviços. A 
Tabela 1.1 apresenta alguns exemplos de operações produtivas e 
em quais sistemas produtivos elas ocorrem. 
 
Tabela 1.1 Operações Produtivas 
Tipos de Operações Sistemas Produtivos 
Produção de Bens Manufaturas, construção civil, 
estaleiros, minerações, agropecuárias. 
Movimentação e 
Armazenagem 
Correio, hotelaria, transportadoras, 
aerolinhas. 
Entretenimento e 
Comunicação 
Estações de TV e rádio, clubes, estúdios 
de cinema, telecomunicações. 
Aluguel, permuta e 
empréstimo 
Banco, operadoras de leasing, 
seguradoras, locadoras. 
 
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7 
 
 A função de Produção (Figura 1.1) é o centro dos sistemas 
produtivos, sendo responsável por gerar os bens ou serviços 
comercializados pelas empresas. 
 
INSUMOS CONVERSÃO SAÍDAS 
 Capital Transformar Bens 
 Trabalho Alugar Serviços 
 Materiais Transportar 
 
Figura 1.1 A Função de Produção 
 
1.2 Sistemas de Produção 
 
 Existem várias formas de apresentar os sistemas de produção. 
Como o objetivo dessa apostila é a Administração da Produção, 
optou-se pela classificação via determinada característica 
operacional que implicam na maior ou menor complexidade do 
sistema administrativo PCP – Programação e Controle da Produção. 
 
 Os principais fatores que afetam a complexidade do controle 
da produção e os métodos usados são: Projeto do Produto; Volume 
da Produção e Variedade de Produtos, Componentes e Materiais 
usados. 
 
1.2.1 Projeto 
 
 Uma importante característica doprojeto do produto, que 
afeta o trabalho do controle da produção, é se os produtos são 
“padrão” ou “especiais”. 
 
 Se os produtos são padrão ou, em outras palavras, são todos 
feitos de acordo com a mesma especificação-padrão, o controle da 
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8 
produção é, normalmente, mais simples que em produtos especiais. 
Uma vez que os produtos sejam padronizados, o controle da produção 
pode usar esses mesmos dados todas as vezes que o produto é 
fabricado. Com produtos especiais, feitos de acordo com as 
especificações dos clientes, ou especialmente projetados para 
diferentes clientes, a maioria dos dados de produção é nova para 
cada ordem. 
 
1.2.2 Volume da Produção 
 
 O segundo fator, com efeito, sensível sobre o controle da 
produção é o volume da produção. O trabalho necessário para 
planejar, dirigir e controlar o suprimento de materiais para uma 
produção de dez produtos por mês costuma ser quase o mesmo do que 
é necessário para uma produção de 1.000 unidades por mês. O que 
significa dizer que empresas detentoras de elevados volumes de 
produção suportam sistemas administrativos mais complexos, uma 
vez que os custos fixos gerados por esses sistemas são diluídos 
nos significativos volumes produzidos. 
 
1.2.3 – Variedades 
 
 Finalmente, o terceiro fator que afeta o controle da 
produção é a variedade de diferentes produtos, componentes e 
materiais que devem ser produzidos. Se há uma variedade muito 
grande de itens que devem ser planejados e controlados, é óbvio 
que o controle da produção será muito mais complicado e difícil 
do que se houver uma pequena variedade. 
 
As proporções entre o número de variedade distintas de 
produtos acabados (saídas) e os componentes e itens de material 
(entradas) são também importantes para o controle da produção. 
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9 
Em geral, três tipos principais de sistema de produção, variando 
em função dessas proporções são identificados e conhecidos como: 
 
1. Sistemas Implosivos; 
2. Sistemas de Processo; 
3. Sistemas Explosivos. 
 
Esses três tipos podem ser ilustrados através dos diagramas da 
Figura 1.2. 
 
 
a) Implosivos 
 
 
 
b) De Processo 
 
 
 
c) Explosivo 
 
 
 
Figura 1.2 Sistemas que Relacionam Variedades de Insumos e 
Produtos 
 
Os sistemas implosivos começam com uma pequena variedade de 
materiais e produzem uma grande variedade de componentes 
distintos. Exigem uma maior complexidade administrativa no 
controle dos Produtos Acabados. 
 
Os sistemas de processo são aqueles que começam com pequena 
variedade de diferentes materiais e produzem uma variedade 
P Ex: Indústrias de 
Cimento. 
 Panificação e Química 
M P Ex: Fundição 
M 
M P Ex. Montagem 
fIGURA 
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10 
igualmente pequena de produtos finais distintos. O controle de 
produção é extremamente simples. 
 
Os sistemas explosivos começam por uma grande variedade de 
diferentes componentes e os transformam numa pequena variedade 
de diferentes produtos. O que significa dizer, um maior esforço 
administrativo para controlar as entradas de componentes. 
 
1.2.4 Classificação Geral 
 
De uma maneira geral, pode-se classificar as empresas 
industriais pelo tipo de produção empregada em seus dois tipos 
básicos que se desdobram em três, a saber: 
 
 
 
 
 
 
Na produção contínua, visualiza-se facilmente um único 
fluxo de transformação das matérias-primas em produtos acabados. 
Por outro lado, no tipo de produção intermitente, não se visualiza 
facilmente esse fluxo de produção único. 
 
Na produção intermitente repetitiva, a fábrica produz 
artigos padronizados em lotes repetitivos, os quais serão 
colocados em lojas de revendedores à disposição dos consumidores. 
Às vezes, um mesmo modelo de produto acabado é produzido ao longo 
de anos a fio, sofrendo apenas pequenas alterações de forma, nesse 
ponto assemelhando-se à produção contínua. Na produção sob 
encomenda a fábrica produz artigos especiais indicados pelo 
consumidor (no caso um cliente) e somente inicia a produção depois 
de receber um pedido de compra. 
Tipos de Produção 
Contínua 
Intermitente 
Repetitiva 
Sob encomenda 
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11 
 
Pode-se apresentar, também, um tipo misto muito comum que 
é o da fábrica que produz repetitivamente nas suas Seções de 
Fabricação e continuamente nas Linhas de Montagem (Figura 1.3). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1.3 Produção Tipo Misto 
 
 
Este tipo de produção implicará em um arranjo físico também 
do tipo misto (Figura 1.4), ou seja, departamental ou funcional 
na fabricação e “por produto” ou linear na montagem. 
 
 
 
 
 
MP 
 
 
 
 
 
SF1 
 
 
 
SF2 
 
 
 
 
PF 
 LM 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PA 
 
SF3 
 
 
SF4 
SF – Seção de Fabricação PF – Peças Fabricadas 
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12 
LM – Linhas de Montagem PA – Produtos Acabados 
MP – Matérias Primas 
Figura 1.4 Layout misto: departamental na fabricação e “por 
produto” na montagem. 
 
Outro fator, que alguns acreditam ser determinante, é o 
tempo que uma preparação do equipamento pode ser usada sem 
alteração. Assim, uma indústria pode ser considerada do tipo 
contínuo se esse tempo é pequeno em relação ao tempo de operação. 
O equipamento é preparado para operar certas tarefas que duram 
meses ou anos. Por outro lado, a produção intermitente refere-se 
à situação na qual uma dada preparação é usada por um período 
pequeno e, logo em seguida, alterada para produzir outra 
operação. Nesse caso o tempo de preparação é em geral grande em 
relação ao tempo de operação. Mas exatamente a relação entre os 
dois é indefinida. Às vezes, uma dada preparação de equipamento 
é utilizada durante alguns minutos ou algumas horas. Quando é 
produzida a quantidade necessária, novas preparações são feitas 
para outras tarefas. 
 
Existem outros fatores, não tão relevantes, que se enumera 
a seguir: instrução de serviço – quantidade maior na produção 
intermitente; qualificação do operário - maior na produção 
intermitente; movimentação de materiais – rápida na produção 
contínua etc. 
 
1.3 Fluxo de Informações e Produção 
 
Na Figura 1.5 encontra-se representado o Fluxo de 
Informações e de Produção na empresa industrial tomada como 
referência para análise: intermitente – repetitiva na fabricação 
e contínua na montagem. 
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13 
 
O processo inicia-se com o consumidor razão de ser de uma 
empresa. No caso da produção intermitente sob encomenda, o 
consumidor é quem procura o Departamento de Vendas da empresa e, 
depois de várias negociações, entrega-lhe um Pedido de 
Fornecimento. Na produção contínua e na intermitente – repetitiva 
(produção para estoque), o consumidor não encomenda os produtos 
acabados, mas, pelo contrário, espera encontrá-los quando se 
dispõe a comprá-los nas lojas dos revendedores ou representantes. 
A tarefa do Departamento de Vendas é, por conseguinte,bem mais 
difícil, pois tem que estimar o provável consumo futuro dos 
produtos acabados da empresa. 
 
Num e noutro caso, cabe ao Departamento de Vendas informar 
à fábrica o que deseja. Se o produto acabado a ser solicitado já 
está em produção na fábrica, o Departamento de Vendas encaminha 
sua solicitação diretamente ao PCP. 
 
Caso contrário, envia-a, primeiramente, ao Departamento de 
Engenharia que vai projetar o produto acabado e especificar sua 
constituição em matérias-primas e peças componentes, fabricadas 
ou compradas. Aqui a função Controle de Qualidade tem sua primeira 
atuação, preocupando-se com a qualidade do projeto. 
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14 
 
 
Vendas Engenharia Compras 
 
 Consumidor PCP Fornecedor 
 Fornecedor 
 Fornecedor 
 
 Revendedor Controle 
 de 
 Qualidade 
 
 Expedição Almoxarifado de Seções de Almoxarifado 
 Matérias Primas Fabricação de Peças 
 
 Estoque de Linhas de Montagem 
 Produtos Acabados 
 
 
------- Informações _______Materiais 
 
CQ – Controle de Qualidade MP – Matéria Prima 
OM – Ordem de Montagem PF – Peça Fabricada 
OC – Ordem de Compras PC – Peça Comprada 
OF – Ordem de Fabricação PA – Produto Acabado 
SC – Solicitação de Compras 
 
Figura 1.5 Fluxo de Informação e Produção 
 
De posse da solicitação do Departamento de Vendas e das 
informações do Departamento de Engenharia, e supondo que a 
fábrica está adequadamente capacitada a produzir esse produto, 
PF 
PC 
OC 
OC 
SC 
SC 
PC 
MP 
OM OF 
PA 
PA 
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pode o PCP completar o planejamento da produção e, oportunamente, 
encomendar os itens necessários à produção: matérias-primas, 
peças compradas, peças fabricadas e os próprios produtos 
acabados, através da Emissão de Ordens. 
 
Tanto matérias-primas quanto peças compradas serão 
encomendadas ao Departamento de Compras pelo PCP. Através das 
ordens de Compras, esse Departamento entrará em contato com os 
fornecedores e colocará as Solicitações de Compras, depois de 
verificadas as possibilidades de atendimento global 
(especificações, prazo de entrega, qualidade, preço, condições 
de pagamento etc.). 
 
Recebendo as Solicitações de Compras, os fornecedores 
deverão providenciar a separação das mercadorias e enviá-las à 
fábrica. Depois de recebidas e inspecionadas, a saber, na 
Recepção e na Inspeção do Controle de Qualidade, serão as mesmas 
encaminhadas aos armazéns respectivos: matérias primas para o 
almoxarifado de matérias-primas e peças compradas para o de 
peças. 
 
Por sua vez, as peças fabricadas serão solicitadas pelo PCP 
às Seções de Fabricação do Departamento de Produção, através das 
Ordens de Fabricação. Atendendo a essa solicitação, as Seções de 
Fabricação recebem as matérias-primas do Armazém de Matérias 
Primas e as transformam em peças fabricadas que são encaminhadas 
ao Armazém de Peças. 
 
Já os produtos acabados serão pedidos pelo PCP às Linhas de 
Montagem do mesmo Departamento de Produção, através das Ordens 
de Montagem. Atendendo a essa solicitação, as Linhas de Montagem 
recebem as peças componentes do Armazém de Peças e montam-nas em 
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produtos acabados que são enviados ao Estoque de Produtos 
Acabados. 
 
O Controle de Qualidade atua tanto na fabricação como na 
montagem através do Controle de Processo, evitando a ocorrência 
de lotes de peças ou produtos acabados defeituosos, bem como 
realizando inspeção de qualidade por ocasião do recebimento das 
peças fabricadas e dos produtos acabados que são enviados ao 
Estoque de Produtos Acabados. 
 
O Controle de Qualidade atua tanto na fabricação como na 
montagem através do Controle de Processo, evitando a ocorrência 
de lotes de peças ou produtos acabados defeituosos, bem como 
realizando inspeção de qualidade por ocasião do recebimento das 
peças fabricadas e dos produtos acabados pelos armazenamentos 
respectivos. 
 
 
Finalmente, cabe à Expedição entregar o produto acabado ao 
Consumidor, diretamente ou através do Revendedor autorizado pela 
Empresa seguindo as instruções do Departamento de Vendas e 
fechando o circuito de produção e ordens. Como já foi colocado, 
Expedição e Estoque de Produtos Acabados pertencem ao 
Departamento de Distribuição. 
 
É claro que nem todas as empresas industriais têm seu fluxo 
de informações e de produção exatamente dentro desse contexto, 
o que não significa que estejam erradas. O tamanho da empresa e 
o tipo de produção são fatores determinantes, tanto da estrutura 
organizacional da empresa quando do seu fluxo de informações e 
de produção. 
 
 
1.4 Organização da Prestadora de Serviços 
 
Planejamento, Programação e Controle da Produção 
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17 
Os sistemas de produção podem estar voltados para a geração 
de bens ou de serviços. Tanto a manufatura de bens, como o 
prestação de serviços é similar sob o aspecto de transformar 
insumos em produtos úteis aos clientes. Ambas devem projetar seus 
produtos, prever sua demanda, balancear seu sistema produtivo, 
treinar sua mão-de-obra, vender seus produtos, alocar seus 
recursos e planejar e controlar suas operações. 
 
Existem, porém, grandes diferenças em como essas atividades 
são executadas. Uma diferença básica reside no fato de a 
manufatura de bens ser orientada para o produto enquanto a 
prestação de serviços é orientada para a ação. Nesse sentido, 
lista-se a seguir algumas características que diferenciam esse 
sistema de produção. 
 
Orientação do produto: os serviços são intangíveis, ou seja, 
são experiências vivenciadas pelos clientes, enquanto os bens são 
tangíveis, ou seja, são coisas que podem ser possuídas pelos 
clientes. Em conseqüência, os serviços não podem ser previamente 
executados e estocados como os bens; há necessidade da presença 
do cliente para ocorrer a ação, pois a produção e o consumo ocorrem 
simultaneamente. 
 
Contato com o cliente: os serviços envolvem maior contato 
do cliente, ou um bem de sua propriedade, com o sistema produtivo, 
enquanto a manufatura de bens separa claramente a produção do 
consumo, ocorrendo a fabricação dos bens longe dos olhos dos 
clientes. Nesse sentido, o planejamento da prestação dos serviços 
deve levar em conta o tempo que os clientes estão dispostos a 
esperar nesta operação, bem como a qualificação da mão-de-obra 
prestadora do serviço, pois é ela que terá contato direto com o 
cliente, sendo por ele avaliada. 
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18 
 
Uniformidade dos fatores produtivos: os serviços estão 
sujeitos a maior variabilidade de entrada do que a manufatura. 
Por exemplo, um carro quebrado que chega a uma oficina ou um 
paciente que é atendido em uma consulta médica podem ter uma gama 
muito variável de problemas a serem tratados. 
 
Avaliação do Sistema: como as entradas, o processamento e 
as saídas do sistema de serviços são variáveis, fica mais complexo 
avaliar seu desempenho. Devido a esta dificuldade de avaliação 
bem como senti-los antes da compra, os consumidores tendem a ser 
mais instáveis e a basear-se em opiniões (outros clientes ou a 
reputação da empresa) do que em dados reais para sua escolha. 
 
 Não obstantehaja diferenças claras entre prestação de 
serviços e manufatura de bens, na prática a maioria das empresas 
está situada entre esses dois extremos, produzindo 
simultaneamente bens e serviços. Por exemplo, um restaurante que 
é considerado um prestador de serviços, ao “produzir” a refeição 
atua como se fosse uma manufatura, assim como a manutenção e o 
reparo dos equipamentos vendidos por uma fábrica podem ser 
considerados prestação de serviços. A tendência é considerar os 
“sistemas produtivos” geradores de um pacote composto de bens e 
serviços, tendo predominância maior de um ou de outro fator. 
 
 Nesta apostila, apesar de os exemplos apresentados 
estarem predominantemente dentro da manufatura de bens, as 
funções do PCP descritas podem, e devem, ser empregadas no 
gerenciamento dos sistemas voltados aos serviços. 
 
1.5 Questionário 
 
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1.5.1 Coloque-se na situação de um gerente industrial de uma 
fábrica de roupas para homens, senhoras e crianças (confecções), 
que está precisando de um elemento para chefiar seu PCP. O 
Departamento de Recursos Humanos encaminha-lhe três candidatos 
com experiência anterior em outros tipos de indústria. 
Que elemento escolheria? 
 
a) Um que tivesse trabalhado numa fiação; 
b) Um que tivesse trabalhado numa tecelagem; 
c) Um que tivesse trabalhado numa fábrica de malhas e bolsas de 
couro. 
 
1.5.2 Numa empresa de pequeno porte costuma-se recomendar um PCP 
mais simples. Assim se procede porque: 
 
a) Em tal empresa a coordenação entre várias funções é mais fácil; 
b) Fica mais oneroso um sistema mais sofisticado; 
c) Em tal empresa as funções de produção são em menor número. 
 
1.5.3 De acordo com o tipo de produção, as empresas industriais 
podem ser classificadas em: 
 
a) Contínuas ou sob encomendas; 
b) Contínuas ou intermitentes; 
c) Contínuas ou repetitivas. 
 
1.5.4 Costuma-se dizer que não existe um PCP padrão, isto é, não 
existe um conjunto de técnicas de planejamento e controle da 
produção adaptável a qualquer empresa industrial. Isso ocorre 
porque: 
 
a) Nem todas as empresas industriais precisam de PCP; 
b) Cada empresa industrial merece um PCP especial, diferente de 
todos os outros; 
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c) Cada empresa industrial tem um tipo de produção e tamanho 
peculiar. 
 
1.5.5 A prestação de serviços é muito variada não sendo possível 
encontrar uma organização empresarial típica nem aplicar os 
princípios administrativos usados na produção industrial. 
Esta afirmativa está: 
 
a) Certa; 
b) Errada; 
c) Incompleta. 
 
1.6 Estudo de Caso 
 
Uma fábrica possuía um Departamento de Fabricação e várias 
Linhas de Montagem. No Departamento de Fabricação eram fabricados 
peças e subconjuntos que exigiam operações mecânicas. Era 
organizado por processo. Algumas peças eram compradas prontas. 
Nas Linhas de Montagem, uma para cada modelo de produto, 
executavam-se apenas operações manuais. 
 
Um dos subconjuntos preparados na fabricação, uma vez que 
as seções se localizavam distantes uma das outras e o seu 
transporte era complexo, chegava constantemente danificados na 
Linha de montagem. 
 
Qual a sua opinião sobre a criação de uma seção de fabricação 
exclusiva para a fabricação desse subconjuntos, onde seriam 
agrupadas as operações de sua fabricação? Explicar, 
detalhadamente, as vantagens e desvantagens dessa solução. 
Haveria uma solução intermediária melhor? 
Planejamento, Programação e Controle da Produção 
Organizado por: Antônio de Mello Villar 
 
21 
 
 
2. ORGANIZAÇÃO INDUSTRIAL 
 
 
 
2.1 Introdução 
 
A Programação e Controle da Produção são uma função de apoio 
de staff de coordenação de diversas atividades da área industrial 
e se constitui na base em que se apóia a maioria dos controles 
industriais. 
 
Diferentemente das demais funções de apoio da área 
industrial, o PCP é uma função administrativa relacionada com o 
planejamento, direção e controle do suprimento de materiais, 
peças e componentes e das atividades do processo de produção em 
uma empresa. 
 
A administração pode ser definida como: “a arte e a ciência 
relacionadas com o planejamento, direção e controle do trabalho 
de seres humanos, com vistas a um fim específico, de acordo com 
políticas aceitas”. O Planejamento é o processo de decidir sobre 
o que fazer no futuro. A direção compreende a operação de emissão 
de ordens, dar instruções àqueles que devem trabalhar de acordo 
com o plano a ser implementado e, por fim, coordenar o trabalho 
das diferentes pessoas envolvidas e motivar sua atuação. 
Finalmente, o controle pode ser descrito como a orientação de 
eventos para que sigam planos. O controle opera de acordo com o 
princípio geral de comparação do que é feito na realidade com o 
que foi planejado, e de retorno das informações relativas às 
variações àqueles que estão em condição de empreender ações 
corretivas. 
 
Planejamento, Programação e Controle da Produção 
Organizado por: Antônio de Mello Villar 
 
22 
Existem diversos modelos de organização, dos quais 
destacam-se seus três tipos principais: Linear, Funcional e 
Mista. 
 
2.2 Organização Linear 
 
As mais diferentes atividades empresariais podem ser 
classificadas em grupos de atividades conhecidas como funções 
gerenciais. 
 
Qualquer empresa industrial necessita exercer três funções 
gerenciais básicas para cumprir seu objetivo: transformar 
materiais em produtos acabados (produção); conseguir recursos 
para financiar sua produção (finanças); e, colocar seus produtos 
à disposição de seus consumidores (vendas). 
 
Essas três funções (produção, vendas e finanças), pelas 
razões descritas, constituem-se nas funções primárias ou 
básicas. 
 
Uma pequena empresa industrial, por não suportar estruturas 
administrativas mais densas, somente exerce funções que têm 
relações diretas com os objetivos básicos da empresa. 
Caracterizando uma pura Organização Linear. 
 
Para clarear o conceito, suponha-se uma pequena indústria 
mecânica que se apresenta conforme o organograma da figura 
seguinte. 
Planejamento, Programação e Controle da Produção 
Organizado por: Antônio de Mello Villar 
 
23 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2.1 Organização Linear 
 
Na área de produção, o empresário delegou a um chefe da 
Produção a execução desta função gerencial básica, colocando dois 
encarregados a ele subordinados, que por sua vez coordenam os 
trabalhos dos operários de suas áreas respectivas. 
 
2.3 Organização Funcional 
 
Uma análise superficial no organograma anterior revela que 
somente se pode administrar com uma estrutura pura de linha uma 
empresa de pequeno porte. Uma vez que uma série de funções 
complementares ao pleno gerenciamento da empresa certamente é 
acumulada por uma ou mais pessoas que ocupam a estrutura em linha 
EMPRESÁRIO 
VENDAS PRODUÇÃO 
VEND. VEND. 
ENCARREGADO 
DE MECÂNICA 
CONTABILIDADE 
ESCRITUR
ÁRIO 
ESCRITUR
ÁRIO 
ENCARREGADO 
DE FUNDIÇÃO 
 
OPER. OPER. OPER. OPER. 
Planejamento, Programação e Controle da Produção 
Organizado por: Antônio de Mello Villar 
 
24 
(empresário/gerente, chefe de produção, chefe de vendas ou o 
contador). 
 
 Suponha-se, por exemplo, que a empresa necessitasse 
contratar mais pessoas para ampliar a produção. Quemirá se 
encarregar da convocação deste pessoal, sua seleção, 
adestramento etc.? 
 
 Evidentemente, o chefe do departamento de produção, uma vez 
que essas pessoas necessitam de habilidades para trabalhar em sua 
área. Desta forma, o chefe de produção se tornará ocupado, além 
da sua função específica, de outra função para a qual não se 
encontra devidamente preparado, específica de Recursos Humanos. 
 
 Na medida em que o número de pessoas envolvidas na produção 
aumenta, cada vez mais aquele chefe será convocado a exercer a 
função de Recursos Humanos. 
 
 Assim, gera-se a necessidade de contar com alguém que exerça 
este trabalho e tome a seu cargo todas as atividades relacionadas 
com a administração do pessoal da empresa. Certamente se 
precisarão de alguém com conhecimentos de psicologia, testes de 
admissão etc. 
 
 Esta função se caracteriza como a do chefe do Departamento 
de Desenvolvimento de Recursos Humanos ou de Relações 
Industriais. 
 
 Ampliando este conceito, se aprecia também a necessidade de 
contar com alguém para gerenciar a aquisição de materiais, com 
conhecimento do trato com fornecedores, políticas de compras etc. 
 
Planejamento, Programação e Controle da Produção 
Organizado por: Antônio de Mello Villar 
 
25 
 À medida que a empresa cresce, aumenta a necessidade de 
cobrir novas funções, tais como: desenvolvimento de novos 
produtos e de processos, manutenção, controle de qualidade etc.. 
 
 Todas as funções que são criadas para colaborar com as 
funções de linha e que as assessoram de forma especializada, a 
fim de atingir os objetivos da empresa, são de “staff” ou de 
assessoramento. 
 
 Se uma organização é estruturada para aproveitar ao máximo 
os conhecimentos dos distintos especialistas em cada tema, tem-se 
uma organização funcional (Fig. 2.2). 
 
 
 GERENTE 
 
 
 
CONTROLE FERRAMEN- 
 DE FABRICAÇÃO TARIA MATERIAIS 
QUALIDADE 
 
 
 
OPERÁRIO OPERÁRIO OPERÁRIO OPERÁRIO 
 
 
Fig. 2.2 Organização Funcional 
 
 Como se vê na Figura anterior, neste tipo de organização cada 
operário recebe instruções especializadas sobre que tipo de 
controle empregar, como realizar a peça; quais ferramentas e 
materiais devem usar etc; por parte dos especialistas em Controle 
Planejamento, Programação e Controle da Produção 
Organizado por: Antônio de Mello Villar 
 
26 
de Qualidade, Fabricação, Ferramentaria e Materiais, 
respectivamente. 
 
 Este sistema não tem dado bons resultados na prática, por 
muitos motivos, entre outros o de se deixar ao operário a decisão 
de discernir a quem deve recorrer para que se solucione um dado 
problema. 
 
 Observe a diferença com a organização linear, onde o 
operário recebe ordens e instruções somente de seu encarregado 
e este de seu chefe de departamento. 
 
 
2.4 Organização Linear-Staff 
 
 
 
 DIREÇÃO 
 
 
 
 GERÊNCIA GERÊNCIA GERÊNCIA 
 MARKETING INDUSTRIAL FINANCEIRA 
 
 
Distri- Pesqui- Controle Conta- Contro- 
buição Vendas sas de Orçamen- bili- le de 
 Mercado tário dade Custos 
 
 
 
Engenha- Controle Manu- Compras Recursos 
 ria de Qua- ten- Produção PCP Humanos 
 lidade ção 
 
Figura 2.3 Organização Linear-Staff 
 
A maioria das empresas modernas associa as vantagens da 
organização linear com as da funcional trabalhando com 
organização linear–staff. 
 
Planejamento, Programação e Controle da Produção 
Organizado por: Antônio de Mello Villar 
 
27 
Na organização linear–staff, se o gerente necessita 
desincumbir-se de um assunto muito especial, recorre a um 
assessor para realizar a tarefa e autoriza-o a instruir 
diretamente aos executores de funções de linha. 
 
Uma empresa que requer uma estrutura deste tipo trata-se, 
em termos organizacionais, de uma empresa de porte médio, não 
sendo mais recomendável ser comandada por um único homem, 
tornando-se indispensável à constituição de uma Direção, a qual 
exercerá as tarefas típicas de alta direção, como por exemplo, 
e principalmente, as decisões de natureza estratégica. 
 
Na Gerência de Marketing, o Departamento de Vendas ficou 
exclusivamente com a tarefa de vender, surgindo o Departamento 
de Distribuição, encarregado de complementar a venda (entrega do 
produto) e “sentir” a satisfação do cliente. Ainda nesta gerência 
encontra-se o departamento de pesquisa de mercado, encarregado 
de identificar as tendências de preferências do consumidor, 
realizar pesquisas para lançamento de novos produtos e 
quantificar o mercado. 
 
O departamento de linha na Gerência de Marketing é o de 
Vendas porque é o responsável por uma das três funções 
gerenciais básicas. Como todos os departamentos ligados a 
marketing, venda deve também procurar “sentir” o mercado, tanto 
a demanda como a oferta. Em resumo, “Vendas”, é o departamento 
encarregado de atender os clientes da empresa, procurando saber 
o que desejam consumir e pressionar a fábrica para produzir 
artigos na época e quantidade desejadas, ao menor preço de vendas 
e um elevado padrão de qualidade. 
 
Distribuição atua como apoio ao departamento de vendas, 
fazendo com que os produtos acabados cheguem às mãos dos 
Planejamento, Programação e Controle da Produção 
Organizado por: Antônio de Mello Villar 
 
28 
consumidores em perfeitas condições físicas e fiscais. Engloba 
o Estoque de Produtos Acabados, a Expedição (que embala os 
produtos acabados e emite os documentos de entrega – Nota Fiscal 
e Fatura) e a própria Seção de Entregas ou de Transporte, que 
manipula os meios de transporte externos de mercadoria (de 
propriedade da empresa ou subcontratados de terceiros). Apesar 
de desincumbir-se de uma função tipicamente comercial, vamos 
vê-lo, freqüentemente, subordinado ao gerente industrial, 
porque, usualmente, sua localização física situa-se na área, 
fabril, em uma visão distorcida da função comercial. 
 
A Gerência Financeira subdivide-se em três departamentos: 
Contabilidade, Custos Industriais e Orçamento. 
 
A Contabilidade, em linha com a Gerência Financeira, é o 
departamento encarregado da execução das atribuições cotidianas 
deste subsistema, como o atendimento das obrigações fiscais, 
trabalhistas etc. 
 
Custos industriais é o responsável pelo controle dos custos 
de produção, isto é, cabe-lhe estabelecer o custo padrão, a partir 
das especificações do Departamento de Engenharia e compará-lo 
regularmente com o custo real, por ele próprio apurado, a partir 
das informações, sobretudo emanadas do PCP. É um importante apoio 
ao Gerente Industrial pois é através de um eficiente controle de 
custos que se consegue um dos mais eficazes controles da 
produtividade industrial. Por isso não são poucos os que defendem 
sua subordinação ao próprio Gerente Industrial, providência que 
parece desnecessária. 
 
O Gerente Financeiro terá sempre melhores condições de 
exercitá-la, sendo esta por outro lado uma das melhores maneiras 
de fazer com que este último partilhe dos problemas da produção, 
Planejamento, Programação e Controle da Produção 
Organizado por: Antônio de Mello Villar 
 
29 
o que torna de maior utilidade sua participação nas reuniões da 
direção, fortalecendo, sobremaneira a visão de que a empresa é 
um todo. 
 
O Departamento de Orçamento é o encarregado de planejar todo 
o orçamento da empresa, de todas as gerencias, departamentos e 
seções, e de fazer o acompanhamentoda execução orçamentária, 
atividade de grande relevância para uma boa gestão industrial. 
 
O Departamento de Engenharia ou departamento técnico 
subdivide-se em Engenharia do Produto ou Engenharia de Projeto 
e Engenharia Industrial ou Engenharia de Métodos. Cabe à 
Engenharia do Produto o projeto acabado, o que envolve desenhos, 
tolerâncias, escolha do material, especificações etc. A 
Engenharia Industrial cabe a decisão de como e onde devem ser 
produzidos as várias peças componentes e conjuntos, e como essas 
peças e conjuntos articulam-se para constituir os produtos 
acabados; é quem decide, em princípio, quanto à procedência das 
peças – compra ou fabricação – e, também, respondendo comumente 
pelo projeto do ferramental e, às vezes, de sua produção. 
 
 O Departamento de Controle de Qualidade é o encarregado de 
verificar se os padrões de qualidade especificados pelo 
Departamento de Engenharia estão sendo obedecidos (qualidade de 
conformação). Modernamente este Departamento vem ganhando 
destaque, atuando em todos os departamentos da empresa e 
enfatizando sua atuação na Garantia de Qualidade, iniciando sua 
atuação na qualidade do projeto. Pode-se encontrar o Departamento 
de Controle de Qualidade subordinado diretamente à Direção a fim 
de evitar influências do Gerente Industrial cuja tarefa orgânica 
é a produção. Essa subordinação depende também se a indústria é 
do tipo onde a qualidade é essencial ou muito relevante como é 
o caso da indústria aeronáutica, farmacêutica e outras. 
Planejamento, Programação e Controle da Produção 
Organizado por: Antônio de Mello Villar 
 
30 
 
 Do Departamento de Manutenção espera-se que cuide 
adequadamente das máquinas, equipamentos e instalações, bem como 
dos edifícios e terrenos. Terá que atender a pedidos de consertos 
eventuais e executar um programa de manutenção preventiva; às 
vezes é também o responsável pela produção do ferramental da 
fábrica e de algumas máquinas mais simples. Sua importância é bem 
maior na produção do tipo contínuo, onde as máquinas se encadeiam 
e a paralisação de uma delas interrompe toda a produção. 
 
 O Departamento de Compras é o incumbido de adquirir 
matérias-primas, peças e conjuntos que não serão produzidos na 
fábrica. Esses itens poderão ser encontrados no mercado ou 
precisarão ser fabricados sob encomenda. Também a aquisição de 
materiais auxiliares e de uso geral é de sua responsabilidade. 
É importante que consiga os materiais dentro da especificação 
projetada, prazo necessário, qualidade exigida, quantidade 
solicitada e, obviamente, nos melhores preços e condições de 
pagamento. Embora indiscutível sua melhor subordinação ao 
Gerente Industrial, pois é responsável por uma função tipicamente 
industrial, encontramo-los, freqüentemente, subordinado ao 
Gerente Financeiro ou mesmo diretamente à Diretoria e, às vezes, 
ao Gerente de Marketing. É um problema de localização física, 
mesclado com problemas de comunicação. O Departamento de Compras 
situa-se fisicamente melhor no centro da cidade, fora da área 
fabril e, devido a dificuldade de comunicação, ele acaba por se 
subordinar a um dos gerentes que também se localizam no centro. 
Nessa alternativa também influi a hipertrofia da importância do 
preço de compra, que muitos ainda erradamente defendem. Somos a 
favor da subordinação ao Gerente Industrial que fica 
sensivelmente prejudicado sem o apoio direto do Departamento de 
Compras. Por outro lado, este encontra melhores condições 
Planejamento, Programação e Controle da Produção 
Organizado por: Antônio de Mello Villar 
 
31 
globais de funcionar perto das outras funções de produção que lhe 
dão apoio. 
 
O Departamento de Recursos Humanos ou Departamento de 
Relações Industriais (antigo Departamento de Pessoal) é a unidade 
encarregada do recrutamento e seleção do elemento humano 
necessário à execução de todas as tarefas da empresa. Deve 
procurar obter o máximo de rendimento do pessoal e fazer com que 
ele se sinta satisfeito no trabalho, seja bem pago e bem 
assistido, médica e socialmente. Às vezes encarrega-se também do 
treinamento, procurando criar, dentro da própria empresa, 
elementos para cargos mais altos. A consideração com o elemento 
humano tem mudado desde as épocas distantes do início da Revolução 
Industrial, sendo generalizado, hoje em dia, o conceito de que 
o elemento humano é o patrimônio mais precioso da empresa. Isso 
tem refletido na importância do Departamento de Recursos Humanos, 
justificando-se, planamente, sua ligação direta com a Diretoria, 
reforçada pela circunstância que lhe cabe tratar também dos 
problemas de pessoal da Gerência de Marketing e da Gerência 
Financeira. Em nosso país esse novo conceito ainda não se 
generalizou suficientemente. 
 
 O PCP (Programação e Controle da Produção) é aquele 
departamento responsável pela coordenação dos vários 
departamentos da fábrica, com vistas ao bom atendimento das 
solicitações do Departamento de Vendas que lhe são 
encaminhadas, cabendo-lhe providenciar que as mesmas sejam 
atendidas no prazo e quantidade exigidas. Supondo a existência 
de facilidades industriais adequadas em relação aos programas de 
venda e conhecida a maneira de produzir o produto acabado, o PCP 
encarrega-se de emitir as várias ordens, programar e movimentar 
as Ordens de Fabricação e acompanhar a produção de um modo geral. 
Planejamento, Programação e Controle da Produção 
Organizado por: Antônio de Mello Villar 
 
32 
As providências por ele solicitadas destinam-se ao Departamento 
de Produção (Seções de Fabricação e Linhas de Montagem) e também 
ao Departamento de Compras, ambos funcionando, portanto segundo 
informações do PCP. 
 
 Esse relacionamento, entretanto, não justifica uma relação 
de dependência, isto é, não é necessário que aqueles 
departamentos lhe sejam subordinados para que sigam suas 
instruções. Essa alternativa elimina, sem dúvida, o constante 
atrito que caracteriza as relações do PCP com produção e compras, 
porém agiganta desnecessariamente esse departamento, 
transformando-o numa verdadeira subgerência que, pelo menos no 
caso da pequena e média empresa, não nos parece recomendável. 
 
2.5 O que se Espera do PCP 
 
Nas unidades fabris encontram-se três pontos de vista: da 
Gerência Industrial, do Departamento de Vendas e do Departamento 
de Produção. 
 
A Gerência Industrial espera que o PCP mantenha pressão 
constante sobre a Produção, Compras e outros Departamentos, a fim 
de que sejam cumpridos os planos de produção preestabelecidos. 
 
O Departamento de Vendas está principalmente preocupado com 
o consumidor – gostaria de ter a sua disposição, para pronta 
entrega, os melhores produtos do mercado, apresentados através 
de uma enorme variedade de modelos e todos ao menor preço 
possível. Quer passar pedidos mais recentes na frente de outros 
já programados. 
 
O Departamento de Produção está preocupado com a eficiência 
da produção – a produtividade. O de fabricar lotes enormes de 
produtos idênticos com o menor número de modelos possível. Deseja 
Planejamento, Programação e Controle da Produção 
Organizado por: Antônio de Mello Villar 
 
33 
do PCP programas os mais estáveis possíveis e informações com a 
máxima antecedência. Deseja, também, que o PCP não deixe faltar 
os elementos necessários à produção. 
 
Cabe ao PCP buscar um estado de equilíbrio entre os diversos 
pontos de vista, para dar condições de eficiência à empresa como 
um todo. 
 
2.6 Pré-requisitos do PCP 
 
O primeiro se constitui no Roteiro da Produção – tarefa do 
Departamentode Engenharia. A Engenharia do Produto projeta o 
produto acabado formalizando-o através de desenhos e 
especificações. A Engenharia Industrial determina como o produto 
será montado a partir das peças componentes, quais as peças 
comparadas e fabricadas e, principalmente, os métodos de 
fabricação de cada uma dessas últimas. 
 
O trabalho da Engenharia Industrial é apresentado através 
dos Fluxogramas do Produto Acabado, Relação Geral de Peças, 
Seqüência de Operações, Folhas de Matérias-primas e Folhas de 
Máquinas. Ao PCP bastam as informações fornecidas pela Engenharia 
Industrial. 
 
O outro pré-requisito é o Planejamento da Capacidade, que 
consiste basicamente no acerto do Programa de Produção para um 
determinado período (um ano em geral), a partir das perspectivas 
de vendas, da capacidade de produção e dos recursos financeiros 
disponíveis. Este assunto transcende aos departamentos da 
fábrica, sendo decidido pelo Comitê Executivo, formado pelo 
Gerente de Marketing, Gerente Industrial, Gerente Financeiro e 
o Gerente Geral da Empresa. 
 
2.7 Funções do PCP 
Planejamento, Programação e Controle da Produção 
Organizado por: Antônio de Mello Villar 
 
34 
 
Antes de se apresentar as funções do PCP, vai-se discutir 
um conceito muito importante para as atividades de curto prazo 
do PCP, quais sejam: “puxar” e “empurrar” a produção, conforme 
ilustrado na Figura 2.4. 
 
Empurrar a produção significa emitir ordens periodicamente, 
para atender ao PMP (Plano Mestre da Produção), através de ordens 
de compra, de fabricação e de montagem. 
 
Puxar a produção significa não produzir até que o cliente 
(interno ou externo) solicite a produção de um determinado item. 
Neste caso, a programação da produção usa as informações do PMP 
para emitir ordens apenas para o último estágio do processo 
produtivo, assim como para dimensionar a quantidade de estoques 
em processo para os demais setores. A medida em que o cliente de 
um processo necessita de itens, ele recorre aos estoques do 
fornecedor, acionando diretamente este processo para que os itens 
consumidos sejam fabricados e reponham os estoques. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Processo Processo Processo PA MP 
 
PROGRAMAÇÃO DA PRODUÇÃO 
 OC 
OF OF OM 
OM 
Empurrar a Produção 
 
Programação da Produção 
Planejamento, Programação e Controle da Produção 
Organizado por: Antônio de Mello Villar 
 
35 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2.4 Empurrar e Puxar a Produção 
 
Em sua forma mais complexa, o PCP exerce cinco funções a fim 
de cumprir sua missão: 
- Gestão de estoques; 
- Emissão de ordens; 
- Programação de ordens de fabricação; 
- Movimentação de ordens; 
- Acompanhamento da produção. 
 
A Gestão de Estoques é a função através da qual o PCP mantém 
a produção abastecida de matérias-primas, peças, acessórios, 
materiais auxiliar etc. 
 
A Emissão de Ordens consiste na preparação do Programa de 
Produção e na tomada de providências para se ter, a tempo, todos 
os itens necessários a esse programa, tais como: matérias-primas, 
peças compradas, peças fabricadas e produtos acabados. 
 
A Movimentação das Ordens de Fabricação fornece as 
informações do que foi fabricado e, nos PCPs mais complexos toma 
todas as providências para fabricar: retirada de 
Planejamento, Programação e Controle da Produção 
Organizado por: Antônio de Mello Villar 
 
36 
matérias-primas, liberação das Ordens de Fabricação, contagem 
das peças, transferências e entrega das peças produzidas etc. 
 
A Programação de Ordens de Fabricação, uma verdadeira 
verificação de viabilidade do atendimento das Ordens de 
Fabricação, significa a função de preestabelecer a ocasião em que 
serão executadas as operações de fabricação pelas quais passarão 
as peças. 
 
O Acompanhamento da Produção consiste da comparação do que 
foi programado com o que foi produzido e a ação de corrigir ou 
fazer corrigir a anomalia entre os dois. 
 
2.8 Questionário 
 
2.8.1 Assuma a posição de um Gerente Industrial que tem sob suas 
ordens sete departamentos, a saber: Engenharia, Controle de 
Qualidade, PCP, Compras, Produção, Manutenção e Pessoal. 
Suponha, ainda, que a situação financeira da empresa está 
precária e é importante reduzir de sete para quatro o número de 
departamentos. Como você faria essa redução? 
 
a) Juntando Engenharia com Compras, Controle de Qualidade com 
PCP, Produção com Manutenção e deixando Pessoal sozinho; 
b) Juntando Engenharia com Compras, Controle de Qualidade com 
Produção, PCP com Manutenção e deixando Pessoal sozinho; 
c) Juntando Engenharia com Controle de Qualidade, PCP com 
Compras, Produção com Manutenção e deixando Pessoal sozinho. 
 
2.8.2 O Departamento de Engenharia em resumo é aquele que: 
 
a) Estabelece todas as especificações; 
b) Determina como se constitui o produto acabado; 
Planejamento, Programação e Controle da Produção 
Organizado por: Antônio de Mello Villar 
 
37 
c) Determina como e onde as várias peças componentes são 
produzidas. 
2.8.3 O Departamento de Controle de Qualidade é o Departamento. 
 
a) Responsável pela qualidade; 
b) Responsável pela especificação dos padrões de qualidade; 
d) Co-responsável pela qualidade. 
 
2.8.4 O Objetivo operacional de uma empresa industrial é: 
 
a) Transformar matérias-primas em produtos acabados; 
b) Transformar matérias-primas em produtos acabados e colocá-los 
à disposição dos consumidores, envidando esforços para 
vendê-los; 
c) Transformar matérias-primas em peças e agrupar as peças 
componentes em produtos acabados. 
 
2.8.5 Função de “apoio” é uma função de assessoria, especializada 
ou de coordenação que: 
 
a) Não deve ter autoridade direta sobre as funções de linha; 
b) Pode instruir diretamente os órgãos executivos das funções 
de linha; 
c) As duas respostas. 
 
2.8.6 O PCP é o departamento encarregado da coordenação dos vários 
departamentos da fábrica, com vistas ao bom atendimento das 
solicitações do Departamento de Vendas que a ele são 
encaminhadas, cabendo-lhe providenciar que sejam atendidas na 
quantidade exigida. Esta definição está: 
 
a) Incompleta; 
b) Certa; 
Planejamento, Programação e Controle da Produção 
Organizado por: Antônio de Mello Villar 
 
38 
c) Errada. 
 
2.8.7 Qual o Departamento encarregado de transformar 
matérias-primas em peças, e estas e os conjuntos em produtos 
acabados? 
 
a) O Departamento Industrial; 
b) O Departamento de Fabricação; 
c) O Departamento de Produção. 
 
2.8.8 Qual a melhor subordinação para o Departamento de Compras, 
enfocando-se o problema de uma maneira global? 
 
a) Sob o Gerente de Marketing; 
b) Sob o Gerente Industrial; 
c) Sob o Gerente Financeiro. 
 
2.8.9 A função do Departamento de Recursos Humanos é importante: 
 
a) Somente nas empresas de médio porte; 
b) Em todas as empresas, independente do tamanho; 
c) Nenhuma das duas respostas. 
 
2.8.10 Para funcionar adequadamente, o PCP exige os seguintes 
pré-requisitos: 
 
a) Previsão de Vendas e Planejamento da capacidade; 
b) Planejamento da Capacidade e Roteiro da Produção; 
 
2.8.11 Como já vimos, o PCP fica melhor definido quando se 
considera o que dele esperam o Gerente Industrial, o Departamento 
de Vendas e o Departamento de Produção. Qual desses três tem 
interesses mais semelhantes? 
 
Planejamento, Programação e Controle da Produção 
Organizado por: Antônio de Mello Villar 
 
39 
a) Gerente Industrial e Departamento de Vendas;b) Departamento de Vendas e Departamento de Produção; 
c) Departamento de Produção e Gerente Industrial. 
 
2.9 Estudo de Caso 
 
Uma empresa fabricante de material elétrico e eletrônico, 
aproveitando-se das vantagens oferecidas pela SUDENE, resolveu 
instalar uma linha de montagem de seus produtos no Nordeste. Essa 
linha de montagem seria abastecida pela fábrica em São Paulo e, 
tanto quanto possível, por fornecedores locais. 
 
Essa empresa fabrica e vende três produtos que chamaremos 
X, Y e Z. Os produtos Y e Z são aparelhos vendidos prontos para 
utilização e, normalmente, são encontrados em estoque. Já o 
produto X, é apenas fabricado sob encomenda e montado nas 
instalações do cliente. Uma grande parte das peças desse último 
são ainda importadas. 
 
Os produtos são vendidos pelo Departamento de Vendas, que 
os solicita à fábrica através do Departamento de Administração. 
Este, por sua vez, solicita sua produção ao Departamento de 
Produção. Para os produtos do tipo X, o Departamento de Engenharia 
entra no circuito acima, projetando-o. 
 
Depois de prontas, suas várias unidades são entregues ao 
Departamento de Vendas Técnicas, que providencia sua instalação 
na casa do cliente. Os produtos Y e Z são inteiramente planejados 
pela Seção de Controle da Produção, enquanto que o produto X tem 
cerca de 20% (peças que não são processadas na fábrica) planejadas 
pela Seção de Controle de Material. 
 
Planejamento, Programação e Controle da Produção 
Organizado por: Antônio de Mello Villar 
 
40 
O Departamento de Administração foi criado recentemente 
(suas seções já existiam, porém subordinadas a outros 
departamentos) como uma alternativa de minorar um dos grandes 
problemas que era o atraso da produção. Ainda persiste este 
problema, aliado a outro, também antigo, que ganhou importância 
com a entrada de um grande concorrente no mercado: a qualidade 
dos produtos. 
 
Comente a estrutura da organização dessa empresa, que está 
assim constituída, sugerindo modificações, tendentes a minorar 
os problemas existentes: 
 
Departamento de Vendas 
 Seção de Vendas Produto “X” – sob encomenda 
 Seção de Vendas Produtos “Y” e “Z” 
 
Departamento de Engenharia 
 Seção de Engenharia Produto “X” 
 Seção de Engenharia Produtos “Y” e “Z” 
 Laboratório 
 Sala de Desenho 
 
Departamento de Produção 
 Seção de Métodos 
 Seção de Controle da Produção 
 Linha de Montagem do Produto “X” 
 Linha de Montagem do Produto “Y” 
 Linha de Montagem do Produto “Z” 
 Seção de Recuperação 
 Seção de Inspeção 
 
Departamento de Administração 
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41 
 Seção de Compras 
 Almoxarifado 
 Estoque de Vendas e Expedição 
 Seção de Controle de Material 
 Seção de Estatística 
 
Departamento de Vendas Técnicas 
 Seção de Instalação 
 Assistência Técnica 
 Seção de Custo Industrial 
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42 
 
 
3. PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO 
 
3.1 Introdução 
 
O Professor Robert N. Anthony
1
 sugere como a estrutura mais 
eficiente ao Sistema de Planejamento e Acompanhamento, sua 
divisão em três tópicos principais: planejamento estratégico, 
controle gerencial e controle operacional. 
 
Segundo o Professor: 
 
Planejamento Estratégico “é o processo de decidir quanto aos 
objetivos da Organização, às alterações desses objetivos aos 
recursos usados para atingir esses objetivos, e às políticas que 
devem governar a aquisição, uso e disposição desses recursos” – 
Planejamento da Produção. 
 
Controle Gerencial “é o processo pelo qual os gerentes se 
asseguram que os recursos são obtidos da Organização” – Emissão 
de Ordens. 
 
Controle Operacional “é o processo de se assegurar que as 
tarefas específicas sejam levadas a cabo de uma maneira efetiva 
e eficiente” – Programação de Ordens. 
 
 O planejamento estratégico busca maximizar os resultados 
das operações e minimizar os riscos nas tomadas de decisões das 
empresas. O impacto de suas decisões são de longo prazo e afetam 
a natureza e as caracterísiticas das empresa no sentido de 
 
1 Robert N. Anthony. Planning and Control Systems: A Framework for Analysis 
(abstract). Division of Research, Harvard Business School, 1965. 
Planejamento, Programação e Controle da Produção 
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43 
garantir o atendimento de sua missão. Para efetuar um 
planejamento estratégico, a empresa deve entender os limites de 
suas forças e habilidades no relacionamento com meio ambiente, 
de maneira a criar vantagens competitivas em relação à 
concorrência, aproveitando-se de todas as situações que lhe 
trouxerem ganhos. Em outras palavras, planejar estrategicamente 
consiste em gerar condições para que as empresas possam decidir 
rapidamente perante oportunidades e ameaças, otimizando suas 
vantagens competitivas em relação ao ambiente concorrencial onde 
atuam, garantindo sua perpetuação no tempo. 
 
 Existem três níveis hierárquicos dentro de uma empresa onde 
se encontram estratégias de planejamento: o nível corporativo 
define estratégias globais, a estratégia corporativa, apontando 
as áreas de negócios nas quais a empresa irá participar, e a 
organização e distribuição dos recursos para cada uma dessas 
áreas ao longo do tempo, com decisões que não podem ser 
descentralizadas. O nível da unidade de negócios é uma subdivisão 
do nível corporativo, no caso de a empresa atuar com unidades de 
negócios semi-autônomas. Cada unidade de negócios teria uma 
estratégia de negócios, também chamada de estratégia 
competitiva, definindo como seu negócio compete no mercado, o 
desempenho esperado e as estratégias que deverão ser conduzidas 
pelas áreas operacionais para sustentar tal posição. O terceiro 
nível é o da estratégia funcional. Nesse nível, estão associadas 
as políticas de operação das diversas áreas funcionais da 
empresa, consolidando as estratégias corporativa e competitiva. 
Esta relação de dependência pode ser visualizada na Figura 3.1. 
Planejamento, Programação e Controle da Produção 
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44 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 3.1 Visão Geral do Planejamento Estratégico 
 
 
 Como resultado da definição de uma estratégia funcional, são 
gerados os planos de ação dentro das três áreas básicas da 
empresa: o Plano Financeiro, o Plano de Marketing e o Plano de 
Produção. Esses planos serão detalhados e desmembrados em nível 
tático para fornecer os métodos e a direção que os vários setores 
da empresa necessitarão para por em prática tal estratégia. O 
Planejamento e Controle da Produção atua dentro desses três 
níveis de decisões (estratégico, tático e operacional). No nível 
estratégico, colabora com a formulação de um Plano de Produção 
Missão 
Estratégia Corporativa 
Estratégia Competitiva 
Estratégia Funcional 
 
 
 Finanças Marketing Produção 
Plano Financeiro Plano de Marketing Plano de Produção 
Táticas 
Operações 
Financeiras 
Operações de 
Marketing 
Operações de 
Produção 
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45 
consolidado com o Plano Financeiro e o de Marketing. No nível 
tático, desmembra o Plano de Produção em um Plano Mestre de 
Produção, detalhando os bens ou serviçosque serão executados. 
E no nível operacional, programa e acompanha cada implementação 
desse plano mestre. 
 
3.2 Missão Corporativa 
 
 Consiste da definição clara de qual é o negócio atual da 
empresa e qual deverá ser no futuro, bem como a filosofia 
gerencial da empresa para administrá-lo. Uma vez definida a 
missão da empresa, os gerentes poderão priorizar suas ações e 
criar um padrão de decisões para todos os níveis hierárquicos 
dentro da empresa. 
 
 Ela representa os interesses dos diversos públicos que 
compões o negócio, como acionistas, funcionários, clientes, 
fornecedores etc. Deve ser entendida por todos, inspirar e 
desafiar a organização para atingi-la. Além disso, deve ter 
alcance social. 
 
 Como exemplo, a missão de uma empresa fabricante de bens 
poderia ser: 
 
 “Buscar por meio de constante crescimento e inovação 
tecnológica dos produtos e/ou serviços, preservando o meio 
ambiente, a satisfação de clientes, acionistas e colaboradores.” 
 
 Como a missão corporativa é uma meta a ser alcançada, ela 
deve ser operacionalizada por meio da definição e implementação 
das estratégias corporativa, competitiva e funcional. 
 
Planejamento, Programação e Controle da Produção 
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46 
3.3 Estratégia Corporativa 
 
 A estratégia corporativa define as áreas de negócios em que 
a empresa deverá atuar, e como ela deverá adquirir e priorizar 
os recursos corporativos para atender às reivindicações de cada 
unidade de negócios. Dessa forma, é a estratégia corporativa que 
faz com que os diversos negócios da empresa tenham um sentido 
comum, e obtenham resultados superiores à mera soma dos 
resultados individuais. 
 
 Segundo Porter (1986), a estratégia corporativa está 
associada as questões da diversificação dos negócios. A medida 
que as empresas diversificam seus negócios, podem surgir custos 
que restrinjam essas expansões. A estratégia corporativa deverá 
especificar em que condições a diversificação de negócios 
contribuirá para o crescimento sustentável de toda a corporação. 
 
 Nesse sentido, ao se diversificarem os negócios da empresa, 
deve-se verificar se o novo negócio é financeiramente atrativo, 
qual o custo de entrar nesse novo negócio, e quanto a empresa 
ganhará de competitividade ao incorporar esse novo negócio. 
Dentro desse contexto, é muito importante a experiência e 
habilidade que a empresa possui em cada unidade de negócios, e 
como essa experiência pode ser absorvida pela nova diversificação 
que se pretende. 
 
 Como a competição pelo mercado ocorre no nível das unidades 
de negócios, a estratégia corporativa busca apenas consolidar as 
várias estratégias competitivas na direção da missão a que a 
empresa se propõe (Figura 3.2). 
 
 
 
A Missão 
Estratégia Corporativa 
Planejamento, Programação e Controle da Produção 
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47 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 3.2 Direcionamento da Estratégia Corporativa 
 
3.4 Estratégia Competitiva 
 
 As unidades de negócios são organização semi-autônomas 
dentro de uma corporação que atuam em determinada área de negócio. 
Dependendo da estrutura corporativa, as unidades de negócios 
podem ser uma divisão do grupo, uma empresa em particular, uma 
unidade fabril, ou mais recentemente, dentro da idéia de produção 
focalizada, uma minifábrica dentro da fábrica. 
 
 A estratégia competitiva, ou estratégia da unidade de 
negócios propõem a base na qual os diferentes negócios da empresa 
irão competir no mercado, suas metas de desempenho, e as 
estratégias que serão formuladas para as várias áreas funcionais 
do negócio, para suportar a competição e buscar tais metas. 
Pode-se dizer que uma estratégia competitiva, em dado instante, 
Planejamento, Programação e Controle da Produção 
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48 
é a escolha de determinada posição competitiva. Na Figura 3.3 está 
resumida a dinâmica de uma estratégia competitiva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 3.3 Dinâmica da Estratégia Competitiva 
 
 A escolha de determinada estratégia competitiva define a 
alocação de recursos e as habilidades organizacionais 
necessárias para a produção dos bens e/ou serviços oferecidos ao 
mercado. Dessa forma, determinada gama de custos produtivos gera 
um conjunto de benefícios (bens e/ou serviços) para os clientes. 
A opção custo/benefício tomada pela empresa irá competir com as 
demais opções dos concorrentes no mercado. Os clientes, por sua 
vez, ao perceberem as vantagens e desvantagens de cada oferta, 
definirão a margem de lucro aceitável e o volume de vendas para 
atender a suas necessidades. Assim, a melhor relação entre margem 
de lucro e volume vendido definirá a escolha de determinada 
estratégia competitiva. 
 
 Nesse sentido, Porter (1986) define três estratégias 
genéricas de margem/volume que podem ser empregadas pelas 
empresas na competição pelo mercado: liderança de custos, 
diferenciação e focalização. Na liderança de custos, a empresa 
deverá buscar a produção ao menor custo possível, podendo com isto 
praticar os menores preços do mercado e aumentar o volume de 
Estratégia 
Competitiva 
Benefícios 
para 
Clientes 
Custos 
para 
Empresa 
Margem de Lucro 
Volume de Vendas 
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49 
vendas. A produção em grande escala, a experiência adquirida, a 
padronização dos produtos e métodos, a facilidade de acesso aos 
mercados fornecedores e compradores são algumas das 
características necessárias para se competir dentro desta 
estratégia. 
 
 Na estratégia de diferenciação, busca-se exclusividade em 
alguma característica do produto que seja mais valorizada pelos 
clientes. Neste sentido, não desprezando as questões referentes 
a custo, pode-se trabalhar considerando a qualidade do produto, 
a imagem, a marca, a assistência técnica, a entrega imediata e 
pontual etc., procurando diferenciar seus produtos e com isso 
obter uma margem maior de lucro. 
 
A terceira estratégia, a de focalização, a empresa deverá 
buscar caso não consiga liderança de custos ou diferenciação da 
concorrência. Nessa estratégia, a empresa deverá focar suas 
habilidades em determinado grupo de clientes e com isso 
atendê-los melhor do que os demais competidores no mercado. 
 
O equacionamento dessas estratégias de competição deve ser 
feito à luz do posicionamento dos concorrentes diretos e 
indiretos que atuam no mercado, conhecidos como as cinco forças 
competitivas de Porter: a rivalidade entre as empresas 
concorrentes, o poder de barganha dos clientes e dos 
fornecedores, a ameaça de novos entrantes potenciais, e a ameaça 
de produtos substitutos. A escolha da melhor estratégia 
competitiva inclui a avaliação dessas forças e seu impacto sobre 
o desempenho das alternativas de custo/volume disponíveis à 
empresa. 
 
Planejamento, Programação e Controle da Produção 
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50 
Atualmente a visão de confronto de forças entre clientes e 
fornecedores está sendo substituída pela cooperação dentro da 
cadeia produtiva, onde o ganho na melhora do relacionamento entre 
os elos desta cadeia é repassado ao cliente final, fazendo com 
que a posição competitiva de toda a cadeia melhore. O que será 
abordado mais adiante em JIT/TQC. 
 
Definida a posição competitiva da empresa, pode-se então 
passar ao detalhamento das estratégias funcionais adequadas aoatendimento dessa questão. Genericamente, tem-se três grupos de 
estratégias funcionais: marketing, produção e finanças (Figura 
3.4), que podem ser desmembradas de acordo com cada subárea de 
apoio que a empresa tiver. Com o objetivo de direcionar a 
discussão sobre o planejamento estratégico no âmbito do 
planejamento e controle da produção, será direcionada a 
estratégia funcional apenas para a função de produção, que será 
chamada de estratégia de producão. 
 
 
3.5 Estratégia de Produção 
 
 Uma estratégia produtiva consiste na definição de um 
conjunto de políticas, no âmbito da função de produção, que dá 
sustento à posição competitiva da unidade de negócios da empresa. 
A estratégia produtiva deve especificar como a produção suportará 
uma vantagem competitiva, e como complementará e apoiará as 
demais estratégias funcionais. 
 
 A definição de uma estratégia produtiva (Figura 3.5) 
baseia-se em dois pontos chaves: as prioridades relativas dos 
critérios de desempenho, e a política para as diferentes áreas 
de decisões da produção. Logo, uma estratégia de produção 
Planejamento, Programação e Controle da Produção 
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51 
consiste em estabelecer o grau de importância relativa entre os 
critérios de desempenho, e formular políticas consistentes com 
esta priorização para as diversas áreas de decisão. 
 
Estratégia Competitiva 
Unidade de negócio A 
 
 
 
 Estratégia Estratégia 
 Funcional Funcional 
 Marketing Estratégia Finanças 
 Funcional 
 Produção 
 
Figura 3.4 Estratégias Funcionais 
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52 
 
Prioridades dos 
critérios de 
 desempenho Estratégia Políticas 
 de da 
 produção produção 
 
 
 
Figura 3.5 Definição de uma Estratégia Produtiva 
 
3.5.1 Critérios Estratégicos da Produção 
 
 O objetivo da estratégia de produção é fornecer à empresa 
um conjunto de características produtivas que dêem suporte à 
obtenção de vantagens competitivas a longo prazo. O ponto de 
partida para isto consiste em estabelecer quais critérios, ou 
parâmetros de desempenho são relevantes para a empresa e que 
prioridades relativas devem ser dadas a eles. Esses critérios 
deverão refletir as necessidades dos clientes que se buscam 
atingir para um determinado produto de maneira a mantê-los fiéis 
à empresa. 
 
 De forma geral, os principais critérios de desempenho nos 
quais a produção deve agir são colocados em quatro grupos: custo, 
qualidade, desempenho de entregas e flexibilidade. Na Tabela 5.1, 
é dada rápida descrição sobre cada um deles. 
Áreas 
de decisões 
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53 
 
Tabela 3.1 Descrição dos Critérios de Desempenho 
Critérios Descrição 
Custo Produzir bens/serviços a um custo mais 
baixo que a concorrência. 
Qualidade Produzir bens/serviços com desempenho de 
qualidade melhor que a concorência. 
Desempenho de Entrega Ter confiabilidade e velocidade nos 
prazos de entrega dos bens/serviços 
melhores que a concorrência. 
Flexibilidade Ser capaz de reagir de forma rápida a 
eventos repentinos e inesperados 
 
 Atualmente, estão sendo considerados como critérios de 
desempenho desejáveis nos sistemas de produção, além dos quatro 
básicos citados, a inovatividade e a não-agressão ao meio 
ambiente. A inovatividade corresponde à capacidade de o sistema 
produtivo introduzir de forma rápida em seu processo produtivo 
nova gama de bens e/ou serviços. A não agressão ao meio ambiente, 
como o próprio nome indica, consiste em se ter um sistema de 
produção integrado ao meio ambiente. Já existem ações concretas 
de toda a sociedade nesse sentido, visando informar aos 
consumidores quais empresas são “amigas do meio ambiente””, com 
objetivo de pressionar as empresas nessa direção. 
 
 Como todo sistema de produção possui uma atuação de 
desempenho limitada pelas forças estruturais que emprega, há 
necessidade de se priorizar e quantificar o grau de intensidade 
que se buscará atingir em cada um dos critérios de desempenho 
citados. Convencionalmente, trabalha-se com a curva de troca 
(trade offs), ou seja, para aumentar o desempenho de um critério, 
perde-se em outro. Um exemplo simplificado desta situação é a 
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54 
troca entre a qualidade e o custo, conforme Figura 3.6, em que 
para aumentar o nível de qualidade (de A para B) de um sistema 
produtivo, acaba-se aumentando também o custo. 
 
 Atualmente, porém, com os modernos conceitos de 
produtividade associados ao JIT/TQC, e com a tecnologia de 
automação flexível proposta pelo CIM, é possível incrementar um 
critério competitivo sem deteriorar os outros, como por exemplo 
aumentar a qualidade e a flexibilidade sem perder em custos. Nesse 
sentido, parece ser mais coerente tratar a questão de priorização 
dos critérios dentro da ótica de quais são qualificadores e quais 
são ganhadores de pedidos. Os critérios qualificadores 
possibilitam que a empresa participe do mercado que se pretende 
atingir, como, por exemplo possuir o certificado ISO 9000 para 
exportar para a Europa. Já os critérios ganhadores de pedidos 
definem a escolha do cliente pela empresa, uma vez que ela esteja 
qualificada. Nesse sentido, sempre que atingido o nível mínimo 
exigido elo mercado nos critérios qualificadores, a empresa deve 
trabalhar na busca da excelência dos critérios ganhadores. 
Planejamento, Programação e Controle da Produção 
Organizado por: Antônio de Mello Villar 
 
55 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 3.6 Curva de Troca 
 
 Uma vez definidos os critérios competitivos e estabelecidos 
prioridades entre eles, o passo seguinte, dentro da estratégia 
de produção consiste em definir as políticas de ação em cada uma 
das áreas de decisão do sistema produtivo. 
 
3.5.2 Áreas de Decisão na Produção 
 
 Resumindo: pode-se considerar a estratégia competitiva como 
a posição competitiva da empresa em um ambiente concorrencial, 
e a estratégia de produção como um conjunto coeso de políticas 
nas diversas áreas de decisão relativas ao sistema de produção 
que sustentem essa posição competitiva (Tabela 3.2). 
 
 
 
 
B 
Q U A L I D A D E 
 A 
C 
 
U 
 
S 
 
T 
 
O 
Planejamento, Programação e Controle da Produção 
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56 
 
Tabela 3.2 Descrição das Áreas de Decisão 
Área de 
Decisão 
Descrição 
Instalações Qual a localização geográfica, tamanho, volume e 
mix de produção, que grau de especialização, 
arranjo físico e forma de manutenção. 
Capacidade de 
Produção 
Qual seu nível, como obtê-la e como incrementá-la. 
Tecnologia Quais equipamentos e sistemas, com que grau de 
automação e flexibilidade, como atualizá-la e 
disseminá-la. 
Integração 
Vertical 
O que a empresa produzirá internamente, o que 
comprará de terceiros, e qual política implementar 
com fornecedores. 
Organização Qual a estrutura organizacional, nível de 
centralização, formas de comunicação e controles 
das atividades. 
Recursos 
Humanos 
Como recrutar, selecionar, contratar, 
desenvolver, avaliar, motivar e remunerar a 
mão-de-obra. 
Qualidade Atribuição de responsabilidades, que controles, 
normas e ferramentas de decisões