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Relatório Carboidratos v.1.3

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MATO GROSSO
CAMPUS AVANÇADO LUCAS DO RIO VERDE
BACHARELADO EM BIOTECNOLOGIA
CARLOS HENRIQUE OLIVEIRA RODRIGUES, 
DANIEL MARCOS R. KROHN, 
IGOR CAMARÃO AMORIM SILVA,
 WESLEY DA SILVA SANTOS
RELATÓRIO DA AULA PRÁTICA IDENTIFICAÇÃO DE CARBOIDRATOS
Componente Curricular: Bioquímica I
Docente: Prof. Dr. Reginaldo Vicente Ribeiro
LUCAS DO RIO VERDE
	
	
	
1
2017
INTRODUÇÃO
	
Carboidratos são composto que na sua estrutura encontramos o grupo Aldeio ou Cetona, são conhecidos por açucares, hidratos de carbono ou sacarídeos. São as biomoléculas mais abundantes na natureza (amido e celulose) e em sua estrutura contem basicamente três elementos C, H e O. Os animais não tem capacidade de sintetizar os carboidratos que são adquiridos através da alimentação. De acordo com LEHNINGER, 2006
“Os carboidratos são as biomoléculas mais abundantes do planeta Terra. [...] certos carboidratos (açúcar comum e amido) são a maior base da dieta na maior parte do mundo e a oxidação dos carboidratos é a principal via metabólica fornecedora de energia na maioria das células não-fotossintética. Polímeros insolúveis de carboidratos funcionam tanto como elementos estruturais quanto de proteção nas paredes celulares bacterianas e vegetais e nos tecidos conjuntivos de animais. Outros polímeros de carboidratos agem como lubrificantes das articulações esqueléticas e participam do reconhecimento e coesão entre as células. ”
O carboidrato tem propriedades redutoras, isso é possível quando a hidroxila do carbono anomérico está livre, assim são capazes de reduzir íons metálicos, através da reação de Benedict o grupamento reduz livre reduz os íons cuprosos (Cu++), cúpricos (Cu+) para a forma de óxido de cobre (Cu2O). De acordo com SANTOS, 2013
“Nas estruturas cíclicas dos monossacarídeos os átomos de carbono anomérico (C1 nas aldoses e C2 nas cetoses) são susceptíveis de oxidação por vários agentes oxidantes contendo íons cúpricos (Cu2+) devido a presença de grupos aldeidos ou cetonas livres ou potencialmente livres. Na reação de Benedict os íons cúpricos são reduzidos pela carbolina dos carboidratos a íons cuprosos formando óxido cuproso que tem cor vermelho tijolo. ”
Essa redução de íons é obtida em meio alcalino, aquente, que é possível com o reagente Benedict que possui íons Cu++.
Imagem 1: Reação Benedict
Fonte:http://www.fcfar.unesp.br/alimentos/bioquimica/praticas_ch/benedict.htm
De acordo com Barreiros 2012,
“O teste de Benedict foi desenvolvido pelo químico americano Stanley Rossiter Benedict e usado para detectar a presença de açúcares redutores. Pode detectar a presença de carboidratos em menores concentrações e apresentando uma graduação de cores do azul (negativo), passando pelo verde, amarelo, laranja e vermelho para as mais concentradas”.
 A sacarose é um dissacarídeo formado pela ligação glicosídica entre a glicose e uma frutose, não sendo positivo para reação de Benedict. De acordo com Barreiros 2012
“A sacarose é um dissacarídeo formado pela frutose e glicose com uma ligação acetal. Em meio ácido essa ligação é hidrolisada, liberando glicose e frutose. ”
O reagente de Lugol colore o amido, formando um complexo de cor azul e com o glicogênio, um complexo de cor vermelho. Este complexo é instável, sendo produto da adsorção das moléculas de iodo (I2) pela cadeia polissacarídica. A celulose, mono e dissacarídeos não colorem com o iodo. De acordo com Barreiros 2012
“O amido na verdade é formado por dois polímeros da glicose, a amilose e a amilopectina. A estrutura helicoidal da amilose pode acomodar os íons triiodeto I3- formando um complexo de transferência de carga. Esse é o teste mais conhecido para a presença de amido, denominado teste de Lugol. Para acomodar o triiodeto são necessárias seis voltas da hélice, sendo que cada volta contém seis unidades de glicose num total de 36 unidades monoméricas, formando um complexo azul. ”
OBJETIVOS
Objetivo Geral
Executar teste qualitativos para o reconhecimento de carboidratos.
Entender o significado do teste de Benedict e do lugol.
Objetivos específicos
Verificar a presença de açúcar redutor;
Verificar a ação hidrolisante do HCl na Sacarose;
Analisar como o Lugol colore o Amido;
MATERIAL E MÉTODOS
Materiais
	
	
	
2
Para a realização dos experimentos, foram utilizados os seguintes materiais:
Água destilada
Glicose
Sacarose
Frutose
Amido
Benedict
Lugol
HCl concentrado
Banho Maria
Tubos de Ensaio
 Métodos
Para a prática de nº um, quatros tubos de ensaio foram separados e identificados, no tubo A continha 1mL de Água, B 1mL de Glicose, C 1mL de Sacarose e no D 1mL de Amido. Em cada tubo foi acrescentado 1mL do reagente Benedict e foram aquecidos por 5 minutos em Banho-Maria a uma temperatura próxima de 85,7°C.
Já para a prática de nº dois foram separados dois tubos de ensaio. No tubo A foi acrescentado 1mL de Sacarose, no tubo B 1mL de Amido. Adicionou-se em todos os tubos 10mL de HCl 10% e foram aquecidos por 2 minutos e em seguida resfriados. Após isso se acrescentou em cada tubo 1mL do reagente Benedict e os tubos foram aquecidos por 2 minutos em Banho-Maria fervente.
A prática de nº três necessitou de quatro tubos de ensaio, que foram separados. Tubo A continha 1 mL de Água, tubo B 1 mL de Glicose, no tubo C Sacarose e no tubo D 1 mL de Amido 0,1%. Acrescentou- se a cada tubo 2 gotas de Lugol. Os tubos foram aquecidos brandamente no Banho-maria e resfriados.
RESULTADOS
	
	Tubos
	Amostras
	Interpretação
	Reação de Benedict
	a.
	1 mL de água
	Negativo, por ter apenas água.
	
	b.
	1 mL de glicose
	Positivo, pela coloração vermelho-tijolo, confirmando a hidroxila anomérica livre nos monossacarídeos, caracterizando um açúcar redutor.
	
	c.
	1 mL de sacarose
	Negativo, porque todas as hidroxilas estão comprometidas nas ligações.
	
	d.
	1 mL de amido 0,1%
	Negativo, por ser um polissacarídeo.
	
	
	
	
	Inversão da sacarose
	A
	1 mL de sacarose
HCl 10%
	Positivo, após a quebra das ligações glicosídicas pelo HCl concentrado a quente. 
	
	B
	1 mL de Amido
HCl 10%
	Negativo, pois o HCl não rompeu todas as ligações glicosídicas.
	
	Identificação do amido
	a.
	1 mL de água
	Negativo, por ter apenas água.
	
	b.
	1 mL de glicose
	Negativo, por ser um monossacarídeo não é colorido pelo Iodo.
	
	c.
	1 mL de sacarose
	Negativo, por ser um dissacarídeo não é colorido pelo Iodo.
	
	d.
	1 mL de amido 0,1%
	Positivo, pois o Iodo é capaz de colorir o Amido interagindo com Amilose e com o Glicogênio.
DISCUSSÃO
Os resultados obtidos na reação de Benedict foram positivos para o tubo B que continha Glicose que é um monossacarídeo e tem uma hidroxila do carbono anomérico livre e possui propriedade de reduzir íons metálicos. De acordo com Barreiros 2012,
“A presença de açúcar redutor turva a solução e muda sua cor. A cor final depende da concentração do carboidrato podendo variar de verde, amarelo, laranja até vermelho para as mais concentradas. Caso a solução permaneça límpida e azul o teste é negativo para açúcares redutores”.
A sacarose é um dissacarídeo formado pela ligação glicosídica entre uma glicose e uma frutose onde todas as hidroxilas dos carbonos anoméricos estão envolvidas nas ligações glicosídicas e assim não é um açúcar redutor. A inversão da Sacarose só é possível pela ação hidrolisante do HCl. De acordo com Barreiros 2012,
“A sacarose dá resultado negativo, pois os monossacarídeos que a compõem fazem ambos ligação do tipo cetal ou acetal, a qual não se rompe em meio básico. Os polissacarídeos amido e celulose, apesar de apresentarem uma ligação hemiacetal no final da cadeia, esta não é detectada, poistodo o resto da cadeia apresenta ligações do tipo acetal. A Sacarose é um dissacarídeo formado pela frutose e glicose com uma ligação acetal. Em meio ácido essa ligação é hidrolisada, liberando glicose e frutose”.
O amido é um polissacarídeo encontrado nos vegetais e muito importante na alimentação humana. É possível identificar o amido com Lugol como demonstrado no experimento de número três. De acordo com Barreiros 2012,
“O amido é o principal polissacarídeo de reserva vegetal. Sua importância na alimentação humana é evidenciada pelo consumo de arroz, batata, trigo, mandioca, milho etc, que são as principais fontes de calorias de nossa dieta. [...] O amido na verdade é formado por dois polímeros da glicose, a amilose e a amilopectina. A estrutura helicoidal da amilose pode acomodar os íons triiodeto I3- formando um complexo de transferência de carga. Esse é o teste mais conhecido para a presença de amido, denominado teste de Lugol. Para acomodar o triiodeto são necessárias seis voltas da hélice, sendo que cada volta contém seis unidades de glicose num total de 36 unidades monoméricas, formando um complexo azul. A amilopectina, por ser ramificada possui hélices menores, formando um complexo marrom-avermelhado”.
CONCLUSÃO
Com os testes realizados foi possível verificar as propriedades redutoras dos carboidratos. E com o reagente Benedict é possível identificar essa característica dos carboidratos que possuem uma hidroxila no carbono anomérico livre.
Todos os monossacarídeos e quase todos os dissacarídeos com exceção da sacarose que tem todas as ligações glicosídicas comprometidas dão positivo para este reagente. 
Só é possível verificar a característica redutora da sacarose quando ocorre a quebra das ligações glicosídicas em meio ácido, que a separa em glicose e frutose, esses monossacarídeos são carboidratos redutores. Isso foi possível verificar na prática de número dois.
O amido é um polissacarídeo que encontramos nos vegetais, este é muito importante na alimentação humana. Por ser um polissacarídeo e ter sua estrutura helicoidal as práticas um e dois não deram positivo, sendo possível verificar a mudança de cor apenas com o Lugol, que interage com as unidades monoméricas e confere coloração ao amido.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LEHNINGER, A.L.; NELSON, D.L.; COX, M.M. Princípios de Bioquímica. 2. ed. São Paulo: Sarvier, 2000. 839p
MARZZOCO, Anita; TORRES, Bayardo Baptista. Bioquímica básica. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.
SANTOS, Ana Paula S. Azevedo dos. Bioquímica Prática. Protocolos para Análise de Biomoléculas e Exercícios Complementares. Departamento de Ciências Fisiológicas. Universidade Federal do Maranhão. São Luís – MA, 2013.
BARREIROS, André Luís Bacelar Silva.; BARREIROS Marizeth Libório. Carboidratos Experimental. Disponível em: <http://www.cesadufs.com.br/ORBI/public/uploadCatalago/12175010072012Quimica_Biomoleculas_aula_2.pdf> Acesso em 05/11/17
ANEXOS
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Foto 1 Reação de Benedict
Fonte: O Autor, 2017
	
Foto 2 Inversão da Sacarose
Fonte: O Autor, 2017
Foto 3: Identificação do Amido
Fonte: O Autor, 2017

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