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■ SITUAÇÃO-PROBLEMA: “Os microrganismos são parte integral e inseparável da vida na Terra. Eles são encontrados em qualquer lugar, revestem a pele e as mucosas dos homens e dos animais. Estão intrinsecamente ligados às vidas de organismos e aos amplos ambientes em que habitam. Muitos microrganismos são inofensivos. Alguns são benéficos para o seu hospedeiro (homem, animal, planta) e provêem nutrientes ou proteção contra patógenos e doenças, limitando a habilidade de colonização de agentes nocivos...” ■ Patógeno primário: capacidade imediata de causar alterações patológicas ■ Patógeno secundário (oportunista): as oportunidades causam alterações nos momentos favoráveis. ■ Colonização: presença e crescimento bacteriano; a presença do microrganismo não altera o organismo do hospedeiro (geralmente são patógenos secundários, constituintes da microbiota normal). ■ Contaminação: contágio com o microrganismo ■ Infecção: a presença do microrganismo causa dano/alterações ao hospedeiro. Danos decorrentes da instalação, invasão, multiplicação e ação de produtos tóxicos de agente infecioso no hospedeiro; ocorre interação imunológica ■ Todos os tecidos do corpo que entram em contato com o meio ambiente externo são colonizados por microrganismos. Ex: pele, mucosas (trato gastrointestinal, trato genital, orelha, olhos). ■ Estéril: ambiente livre de microrganismos, patógenos, sem contaminação. Ex. vasos linfáticos, sanguíneos, músculos, sistema nervoso, etc. ■ Patógenos: podem ser advindos do meio externo (transitórios) ou da microbiota normal (oportunistas) que, ao colonizar os tecidos, causam danos ao hospedeiro. - Para se instalarem, precisam ter a capacidade de: (1) se adaptarem às condições do tecido; (2) vencerem a microbiota nativa; (3) vencerem a resposta imunológica do hospedeiro. ■ Patógenos primários: capacidade de dano imediato após o contágio. ■ Patógenos secundários: não são capazes de vencer, de imediato, as barreiras. Podem se tornar residentes e, eventualmente, causam danos quando as condições se tornam favoráveis. ■ Patogenicidade: capacidade do agente de causar dano. ■ Virulência: grau de patogenicidade. Definidos pelos mecanismos de resistência de cada microrganismo. ■ Mecanismos de controle da população bacteriana: - Secreções (salivar, estomacal, intestinal, etc.) - Peristaltismo - Descamações (Ex. da pele) - Comunidades microbianas (provocam competição entre as colônias, o que se torna um fator limitante da própria microbiota, com a secreção de substâncias microbiostáticas e microbicidas pelas próprias comunidades) ■ Conceitos: - Substâncias microbiostáticas: impedem a proliferação de microrganismos não semelhantes entre si. - Substâncias microbicidas: matam microrganismos não semelhantes entre si. - Probióticos: “pronto”, microrganismos vivos para colonização imediata. Ex. Yakult, Activia, etc. - Prebióticos: “pré-formado”, são os nutrientes que favorecem a proliferação de uma microbiota determinada. - Cepas: equivalente a “raça” de uma espécie. São pequenas variações possíveis entre microrganismos da mesma espécie. - Incidência: casos atuais, seja no ano ou mês. - Prevalência: soma dos casos atuais e dos passados, diz respeito ao histórico de incidência ■ Microbiota normal: organismos residentes em um organismo fisiologicamente normal. ■ Funções: - Impedir a entrada de invasores (competição por sítios de ligação e nutrientes) - Nutrição no metabolismo humano (síntese de vitamina K – coagulação; glicuronidases – quebra dos hormônios sexuais; sulfatases) - Estimulação do sistema imunológico (produção de anticorpos naturais) - Outras funções: - Produção de substâncias que promovem saciedade, peristaltismo intestinal, promoção do fortalecimento do sistema imune (modulação do sistema de defesa: diferenciação entre self e no-self) Relações entre microrganismos da microbiota com o hospedeiro ■ Comensalismo: um é beneficiado e o hospedeiro não é prejudicado ■ Mutualismo: ambos são beneficiados na relação. Pode ser classificado em: - Simbiose: benefício mútuo fundamental para a sobrevivência de ambos - Proto-cooperação: benefício mútuo para ambos, porém quando não ocorre não inviabiliza a sobrevivência dos envolvidos. ■ Parasitismo: a relação causa danos ao hospedeiro. Inclui os agentes patógenos. ■ Anfibiose: ocorre mudança comportamental entre os envolvidos. Ex: comensalismo se transforma em parasitismo. (ex. doenças oportunistas) Etapas do estabelecimento das doenças infecciosas 1) Confronto: o agente infeccioso entra em contato com o hospedeiro (contágio) - Transmissão vertical: doenças congênitas, fontes endógenas (intrauterino – ex. sífilis, HIV, rubéola, toxoplasmose, zika, etc.) ou exógenas (no momento do parto, nascimento) - Via de regra, o primeiro contato com microrganismos na espécie humana é no nascimento, pois a placenta e a bolsa amniótica são ambientes estéreis (em organismos saudáveis). Durante a gestação, a mãe envia anticorpos ao bebê, para que no nascimento ele não seja infectado com microrganismos patógenos durante sua passagem pelo canal vaginal, no parto. A manutenção desses anticorpos é feita pelo aleitamento materno, até que, posteriormente, o bebê consiga produzir seus próprios anticorpos. - Nitrato de prata para prevenir conjuntivite em recém-nascidos Estabelecimento de doenças infecciosas ■ Nem todo microrganismo é patógeno, somente aqueles que tem capacidade de se adaptar e causar alteração ou lesão no indivíduo ■ Transmissão vertical (de mãe para filho): em útero; no momento do parto através da passagem pelo canal vaginal; pelo aleitamento. ■ Transmissão horizontal: interpessoal, de modo direto (aperto de mão, abraço, relação sexual) ou de modo indireto (compartilhar objetos pessoais como talheres, toalha); ou até mesmo por habitar o mesmo ambiente que o indivíduo infectado ■ Susceptibilidade e Resistência ■ Susceptibilidade: indivíduo permissivo, que não tem nenhuma defesa prévia no organismo capaz de bloquear ou impedir o estabelecimento da infecção; não teve contato com o agente, não foi vacinado ■ Resistência: pessoas que já tiveram contato com o microrganismo, e quando tem contato novamente, já tem no seu corpo mecanismos com capacidade de bloquear a multiplicação e o aumento da carga microbiana; já desenvolveram capacidade de produzir anticorpos, células de defesa ■ Existe alguns indivíduos que mesmo que não tenham entrado em contato com o microrganismo, mesmo que não tenha sido vacinado anteriormente, possui alguma maneira de bloquear a infecção e o desenvolvimento da doença. Exemplo: HIV, grupo de prostituas da África que por mais que tenham relação contínua e com muita frequência com soro positivos, elas não desenvolvem a doença; o vírus do HIV não consegue penetrar nas células e são perdidos; naturalmente elas são resistentes. ■ Algumas pessoas tem alguma característica que faz com que sejam resistentes a determinados patógenos e outros podem adquirir essa resistência. Se o indivíduo não tem resistência natural ou não teve imunização prévia, considera esse indivíduo como susceptível, se ele entra em contato com esses agentes ele pode vir a desenvolver a doença. ■ Também há possibilidade de transmissão por intermédio de veículos, como água e alimentos contaminados; a ingestão de água que não é tratada, que pode estar contaminada com agentes que são capazes de resistir ao trajeto do trato gastrointestinal; chegam na mucosa intestinal ainda com capacidade de alterar esse ambiente. Esse tipo de transmissão é chamada de transmissão fecal oral. Indivíduo infectado por microrganismos resistentes a esse percurso do trato gastrointestinal causam alterações na mucosa e faz com que eles sejam liberados nas fezes, que contaminam água, alimentos, solos. Por issoé importante ter uma série de cuidados para quebrar essa cadeia de transmissão. ■ Transmissão através de vetores: vetores biológicos como animais invertebrados ou vertebrados ■ Através de vetores mecânicos: utilização de materiais hospitalares contaminados ■ Levando em consideração a susceptibilidade e resistência, e que mesmo indivíduos que sejam susceptíveis, quer dizer que obrigatoriamente quando entram em contato a contaminação vai acontecer. Tem que levar em consideração o fator nutricional, o estado hormonal, a imunidade. Também tem que levar em consideração a capacidade desses microrganismos de se estabelecer, a capacidade que ele tem de criar artifícios e barreiras pra driblar a microbiota ou o sistema imunológico do individuo. Esse mecanismo de driblar e burlar o sistema de defesa e de fato entrar dentro daquele tecido é chamado Fator de Patogenicidade ou Controle de Virulência. Existem microrganismos que apresentam apenas um tipo de mecanismo pra enganar esse sistema imunológico e existem outros que apresentam um somatório de vários fatores de virulência, isso significa que alguns são mais potentes nesse processo de infectabilidade do que outros. ■ Para que ocorra a infecção é necessário ocorrer a entrada do microrganismo no hospedeiro, essa entrada pode ser por Ingresso ou por Penetração. ■ Ingresso: ele entra e passa a recobrir a superfície; você pode inalar o microrganismo e ele vai ficar na superfície da mucosa respiratória; ingeriu água ou alimento contaminado ele vai ficar na superfície da mucosa gastrointestinal. ■ Penetração: quando ele rompe barreiras, entra dentro das células, passa de uma célula a outra ou de um tecido ao outro, ocorre penetração; microorganismo produz substâncias com capacidade de romper as membranas, digerir os tecidos, e invadir, chegando a camadas mais profundas. Alguns microrganismos para fazer a penetração necessitam de se ligar em receptores, por exemplo os vírus. ■ A quantidade de microrganismos é inversamente proporcional a virulência; quanto maior os fatores de patogenicidade menor a quantidade de microrganismos exigida para que ele consiga se estabelecer. ■ Seja pela inalação, digestão, contato direto. Se esse agente não consegue se adaptar às variáveis presentes no meio o qual conseguiram adentrar, serão considerados agentes transitórios, não conseguirão de nutrir e sobreviver, e serão perdidos rapidamente. ■ Entramos em contrato frequente com os microrganismos transitórios, mas que não nos causam danos, pois não se adaptam aos nossos tecidos (ex. micróbios presentes nos animais e plantas) ■ Fatores de adaptação: temperatura, pH, nível de oxigênio, disponibilidade de nutrientes, etc. Se não é possível a adaptação, os microrganismos não se instalam. Microrganismos patogênicos - Microrganismos capazes de causar dano - Para se instalarem, precisam: - Ser capaz de se adaptarem às variáveis - Vencer a microbiota residente - Vencer a resposta imunológica ■ Passos para estabelecimento das doenças infecciosas: 1) Contato 2) Confronto - Entrada (ingresso ou penetração) - Replicação ou disseminação – essa ordem pode mudar, ele pode disseminar primeiro e depois iniciar a replicação, vai depender se o local de entrada garante ou não um ambiente propício para sua multiplicação *A replicação depende do tipo de microrganismo, se for bactéria é por divisão binária, se for por vírus é replicação 3) Lesão ■ Ter presença do microrganismo no sangue significa que teremos infecção do sistema circulatório? Determina que o sangue está infectado? ■ A infecção é lesão em certo local, o microrganismo pode usar essa via de transporte (sangue) para ir de um local ao outro, usam a via para chegar em determinado local que irá causar a infecção, mas não causam danos. Mas existem aqueles que conseguem causar alteração nos vasos sanguíneos e alteram o sistema circulatório, promovem uma resposta inflamatória no organismo que faz com que esses vasos sofram dilatação, e ai se observa uma vaso dilatação generalizada, porque o microrganismo está causando uma infecção do sistema circulatório como um todo. A consequência dessa vasodilatação generalizada é a lentificação do fluxo sanguíneo. 1) Contato: ocorre no nascimento (transmissão vertical), pode ser durante a vida intra-uterina ou no momento do parto. Patógenos passados através do aleitamento também estão inclusos na transmissão vertical. A partir do contato, esse microrganismo pode se tornar residente, transitório ou patogênico - Residentes - Transitórios - Patogênicos: somente os capazes de se adaptar e causar lesão no hospedeiro Existem ainda os inofensivos, que podem se adaptar mas não são capazes de causar danos ao hospedeiro. Transmissão horizontal: contato interpessoal. Aperto de mão, abraço, relação sexual, compartilhamento de copos, talheres, toalhas, roupas, habitar o mesmo ambiente, etc. - Período de infectividade: intervalo de tempo onde existe possibilidade de contágio de um indivíduo para outro. ■ Infecção Subclínica ou Assintomática: A quantidade de microrganismos não é tão grande ao ponto do indivíduo ter manifestações. Há a presença do agente que causa dano, o indivíduo é possível transmissor mas não há percepção da lesão pois a quantidade de microrganismos não é suficiente para provocar manifestações. - Motivos: Virulência do agente ou capacidade de defesa do indivíduo. - É possível que tenha regressão e recuperação e cura. ■ Em um segundo contágio há uma defesa prévia e imediata devido ao primeiro contato com o microrganismo, garantindo a não manifestação mesmo se nesse segundo contágio a carga microbiana for maior. - Ex: Dengue Hemorrágica: o indivíduo que manifesta a alteração hemorrágica já teve contatos prévios pois não é possível ter o desenvolvimento da forma hemorrágica na primeira infecção. Portanto, nos contatos anteriores as manifestações foram, possivelmente, assintomáticas e subclínicas, ou tão brandas que não foi possível correlacionar com o quadro clássico de dengue, mas já houve contato prévio. ■ Em outras circunstâncias é possível que o microrganismo se multiplique e consiga chegar numa quantidade expressiva em que os danos causados são consideráveis e as manifestações advém pois o patamar de sensibilidade é ultrapassado, aparecendo os sintomas da doença. Podem ter um curto período de duração (dias ou semanas) ou longo período de duração (meses, anos ou até por toda vida) ■ Doença aguda: período de ocorrência é curto (dias ou até 4 semanas). *Com exceção da Hepatite B pois até 6 meses é considerado período da doença, só após esses 6 meses considera-se crônico. ■ Doença Crônica: período de ocorrência é longo (meses, anos ou por toda vida) - Obs: no caso da Chicungunya, a persistências dos sintomas são devido ao comprometimento imunológico, não é devido à ação do vírus. Portando não é contabilizado esse período para caracterização de doença crônica ou aguda. ■ A classificação de doenças agudas ou crônicas não se dá pelo tratamento, pelo número de óbitos ou pelas manifestações. Porém, refere-se apenas ao período em que o microorganismo está no organismo do indivíduo desde sua entrada mesmo sem existir sintomas e manifestações. ■ Existem doenças crônicas que não tem cura, como HIV, que mesmo não havendo manifestações o agente está presente. ■ Infecção Latente: Períodos que não há manifestações, sinais ou sintomas (período de remissão, em que as manifestações não são percebidas) e outros momentos em que estas estão presentes. Como é o caso do Herpes vírus, onde essa variação ocorre ao longo de toda vida. Em períodos de imunidade baixa, estresse, ansiedade, exposição ao sol e comorbidades há as manifestações do tecido e da mucosa que posteriormente cessam, porém o vírus continuapresente. - Obs: Não manifestar a doença não significa não ser portador do vírus. ■ Período de Incubação: Período de contágio até o aparecimento das primeiras manifestações, mesmo que estas manifestações sejam inespecíficas. ■ Período Prodrômico: São as próprias manifestações inespecíficas (febre, dor no corpo, indisposição, dor de cabeça, perda de apetite). Não dá pra definir a infecção, o agente causador dessas anormalidades. Qualquer agente pode provocar essas alterações no organismo, pois são alterações decorrentes da resposta inflamatória. É o lapso de tempo entre os primeiros sintomas da doença, em que há as manifestações inespecíficas, e o início dos sinais ou sintomas com os quais o diagnóstico pode ser estabelecido. Toda infecção sintomática inicia-se com o período prodrômico. - Não é possível chegar ao diagnóstico clínico por essas manifestações inespecíficas, prodrômicas. O médico deve solicitar um hemograma para verificar se o agente é um parasita, virus, bactéria ou se é apenas uma resposta alérgica. ■ Manifestações clássicas (patognomônicas): Após o período prodrômico iniciam-se as manifestações mais específicas, que possibilitam um diagnóstico ou identificação dos agentes. - Algumas manifestações são únicas e exclusivas de determinados agentes infecciosos, e quando são evidenciadas não há necessidade de pedir exames complementares pois a clínica é soberana nesses casos, e por essa observação pode ser feito o diagnóstico. - Ex: Paciente chega com exantema, coriza, congestão nasal, dor nas articulações, febre, indisposição, etc. Associado ao exantema na avaliação física observa-se presença de manchas na cavidade oral. Essas manchas são patognomônicas de sarampo. Portando já exclui-se outras possibilidades de doenças q apresentam exantema, como a rubéola, zica, roséola, chikungunya. ■ Período de infectividade: Algumas infecções apresentam período de inventividade que antecedem as manifestações, outras nas vigências das manifestações e outras quando elas já estão na fase final e quando já ocorreu a recuperação clínica total do indivíduo. - Ex: Rota vírus: é transmissível por até 20 dias após o cessamento dos quadros diarréicos. Ainda existe carga viral eliminada nas fezes sem que haja manifestações clínicas. ■ Intoxicação: Presença de lesões causadas simplesmente pela presença da toxina e não do microrganismo produtor desta toxina. - Ex: diarréia, cólicas, náuseas por 24 a 48h devido à ingestão de alimento contaminado com determinada toxina. No momento do preparo o alimento foi contaminado pelo microrganismo e este liberou toxinas no mesmo. O alimento é frito/assado/cozido, e o microrganismo não resiste ao calor, porém as toxinas permaneceram pois são termoestáveis. Sua ação, entretanto, é curta pois a toxina (proteína) é desnaturada. No caso de alimentos in natura, a ingestão do microrganismo além da toxina faz com que essas manifestações permaneçam por um período maior. - No caso da intoxicação os cuidados são para diminuir o mal estar e o desconforto. Porém quando há a presença do agente é necessário o uso de antibióticos. - Algumas toxinas tem uma vida média mais prolongada (toxina botulínica), que tem ações mais prolongadas. ■ Sinais: É o que pode ser constatado sem que o paciente precise relatar. ex: Edema, úlcera. ■ Sintoma: É o que apenas o indivíduo pode relatar. ex: Dor, calor, tontura. ■ Manifestações Clínicas: conjunto de Sinais e Sintomas. - Obs: Febre e Hipertensão são sinais que podem ser identificados pelo paciente e pelo médico, porém devem ser de fato constatados (aferir pressão e medir a temperatura). ■ Mácula: Mancha, alteração na pigmentação da pele. Pode ser hiper ou hipopigmentada. ■ Pápula: Elevação do tecido que é refratária ao toque ■ Placa: leve elevação de grande extensão. É áspera e concisa. ■ Vesícula: Coleções líquidas menor que 1cm ■ Bolha: Coleções líquidas maior que 1cm ■ Pústula: Elevação na pele com supuração de material purulento. ■ Erosão: A erosão representa perda parcial do epitélio sem exposição do tecido conjuntivo subjacente. ■ Úlcera e ulceração: São lesões em que ocorre solução de continuidade do epitélio com exposição do tecido conjuntivo subjacente. ■ A presença da crosta na ferida é importante para impedir que microrganismos utilizem essa via facilitada de entrada e para garantir que a recuperação desse tecido seja feita de uma maneira total, sem interferência no processo de regeneração e cicatrização. ■ Surto: Acontece quando há um aumento inesperado do número de casos de determinada doença em uma região específica. Em algumas cidades, a dengue, por exemplo, é tratada como um surto e não como uma epidemia, pois acontece em regiões específicas (como um bairro). ■ Epidemia: Uma epidemia irá acontecer quando existir a ocorrência de surtos em várias regiões. A epidemia a nível municipal é aquela que ocorre quando diversos bairros apresentam certa doença, a nível estadual ocorre quando diversas cidades registram casos e a nível nacional, quando a doença ocorre em diferentes regiões do país. Exemplo: Em fevereiro deste ano, vinte cidades haviam decretado epidemia de dengue. ■ Pandemia: A pandemia, em uma escala de gravidade, é o pior dos cenários. Ela acontece quando uma epidemia se estende a níveis mundiais, ou seja, se espalha por diversas regiões do planeta. Em 2009, a gripe A (ou gripe suína) passou de uma epidemia para uma pandemia quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) começou a registrar casos nos seis continentes do mundo. ■ Endemia: A endemia não está relacionada a uma questão quantitativa. É uma doença que se manifesta com frequência e somente em determinada região, de causa local. A Febre Amarela, por exemplo, é considerada uma doença endêmica da região norte do Brasil. CLASSIFICAÇÃO BACTERIANA ■ Procariotas= sem membrana nuclear (material genético disperso na celula bacteriana) ■ Vantagens e desvantagem de nao ter a carioteca: - É um passo evolutivo apresentar carioteca - A usência de carioteca facilita a troca de material genético - Variabilidade - A ausência dessa carioteca faz com que o material genético fique mais propício a alterações e a mudanças - Pode ser prejudicial, pois pode levar a extinção do microrganismo, visto que não há sobrevivência e perpetuação dessa alteração. - A falta de carioteca faz com que essas alterações ocorram de forma frequente. - O tempo de divisao de novas celulas bacterianas é de 20min - É importante pra desenvolver mecanismos de resistência que utilizamos para sua eliminação [seja produtos antimicrobianos ou medicamentos para eliminação] ■ Tamanho 0,5 a 2 micrômetros - Pode ser visualizada macroscopicamente como um ponto ■ As bactérias são procariotos, que existem no meio ambiente. Algumas sobrevivem a condições extremas, adversas e inóspitas. QUANTO À MORFOLOGIA: 1. cocos: arredondado 2. bacilos: forma alongada e dependendo do tamanho pode se chamar de bastonetes 3. espiraladas: inclui treponema, espiroquetas, vibrião são formas que apresentam curvaturas - Embora tenha essas diferenças de morfologia elas podem formam colônias, arranjos característicos importantes na definição de grupos e gêneros ( critério fundamental para a classificação) - Essas formas são características genéticas imutáveis, ou seja, são monomorfas. Com exceção da Neisseria Gonorrae que pode ser alterada, mas não trabalhamos com as exceções. - A identificação morfológica é fundamental para o critério de classificação desses microrganismos. oo laboratório a identificação direta é feita pela microscopia, dessa forma, é possível fazer uma triagem de identificação. Sozinha, cocos. Aos pares, diplo. Em cadeia, strep. Em cachos, stafi e em 4, tétrade e em 8, sarcina. ■ Mas uma vez que são reconhecidos a forma e o arranjo, exclui-se umainfinidade de possibilidades e restringe os agentes etiológicos em decorrência dessa característica morfológica. E assim, inicia-se uma chave de identificação. Para cocos gram positivos que se arranjam formando cadeias, se é necessário saber a espécie, faz-se o cultivo em ágar sangue. Se eu tenho coco gram positivos formando cachos (staphylococcus) e eu quero identificar a espécie, o próximo passo é a prova da catalase, prova da coagulase. De acordo com esse reconhecimento inicial e do arranjo eu vou determinar qual a sequência de experimentos que eu vou fazer para chegar a espécie causadora daquele processo ou desordem. ■ Nos caso das bactérias o reconhecimento da morfologia e do arranjo é de extrema importância para identificação da espécie e definição do agente etiológico. Principalmente quando tem doenças, cujas manifestações clinicas são similares, por exemplo, manifestações biogênicas. ■ Piogênico: é a presença de secreção purulenta. Os microrganismos que são piogênicos, tem em comum essa capacidade de produzir pus. ■ Pus: é o neutrófilo morto. Nas infecções virais e fúngicas não ocorre produção de pus. Os vírus não estimulam a produção de neutrófilos, e sim de monócitos. Esses neutrófilos tentando matar as bactérias, entram em estresse oxidativo e morrem, e a morte deles promove a necrose de liquefação que gera o pus. Quando se tem uma infecção purulenta, sabe-se que infecção é bacteriana, entretanto para determinar o microrganismo que tem a capacidade de produzir coleções de pus é necessário diagnóstico laboratorial. ■ Portanto, já nos garante um diagnóstico presuntivo, ou seja, amplamente sugestivo, mesmo que não haja verificação bioquímica, com a procura direta da espécie. Exemplo: gonorreia, não se faz a identificação exata da Neisseria Gonorrae, faz-se a identificação das miniestações clinicas do paciente associada a visualização de diplococos gram-negativos. ■ As formas que apresentam curvatura (vibrião, espirilos e espiroquetas) não se agregam, não formam arranjos, são formas isoladas. PODEM em grande quantidade estar emaranhadas, mas quando se separam, significa que terminaram a divisão. O fato de algumas manter-se unidas é vantajoso para manutenção da colônia. ■ Os bacilos podem se unir pelas extremidades (strep) ou pelas laterais formando uma “paredinha” chamada de paliçada. ■ Forma intermediária – cocobacilos: não é circular, nem alongado, fica entre essas duas formas. Pela microscopia ótica não é possível identificar se são cocos, bastonetes ou coco bacilos, apenas no microscópio de varredura. ■ Treponema apresenta muitas curvaturas (agente da sífilis) ■ Formas filamentosas: não está relacionada a infecções em humanos. Mais comum no ambiente. Sem potencial de se adaptarem e causar alterações significativas. Se assemelham a fungos filamentosos. ■ QUANTO À COLORAÇÃO ■ Coloração de GRAM: Coloração básica, padrão e usual. Qualquer amostra que chega ao laboratório é realizada a coloração de Gram. A não ser que já venha com uma hipótese diagnóstica. Gram foi um microbiologista que desenvolveu essa coloração para facilitar a visualização das bactérias, visto que são translucidas, ou seja, a luz passa pelas estruturas. Se não utilizar o corante, não é possível visualiza-las. - Gram-negativa: quando perdem o pigmento roxo, e é necessário um segundo corante para visualiza- las, o vermelho. Apresentam camada fina de proteína. Quando se adiciona o álcool o corante é perdido, pois as gram negativas tem uma camada fina de peptideoglicanos. - Gram-positivas: se pigmentam de roxo e permanecem pigmentadas, possuem peptideoglicano de várias camadas que estão na parede celular. Conseguem reter o corante. Acrescenta-se lugol que garante a permanência desse corante na membrana. ■ A importância de saber se é gram positiva ou negativa é fundamental para saber qual medicamento será utilizado. ■ Tem antibióticos que só conseguem agir em gram-negativas ou gram-positivas (deve atravessar as paredes proteicas) ■ Entretanto há antibióticos que agem em gram positivas e negativas são denominados de antibióticos de amplo espectro. Se eu começar utilizar esses antibióticos em qualquer ocasião, vou ficar sem arsenal para combater futuras infecções, pois podem selecionar as bactérias resistentes a tal medicamento= amostras multirresistentes ■ No Brasil ocorrem surtos causados por bactérias multirresistentes em ambientes hospitalares ■ Deve-se orientar o paciente a fazer o uso correto da medicação ■ A indústria farmacêutica não consegue acompanhar o ritmo de aparecimentos de novas cepas bacterianas ■ A maioria das infecções de garganta são causadas por vírus. ■ É importante ressaltar que pode ocorrer casos em que é dado o antibiótico e ele não possui ação nenhuma naquela infecção= pode ser um microrganismo resistente ou o antibiótico pode ter sido ministrado de forma errada ■ A penicilina age na parede de peptideoglicano, por isso a maioria das bactérias possui sensibilidade a esse medicamento= antibiótico microbicida ■ Bactérias que tem a parede imperfeita são, obrigatoriamente, intracelulares. Necessitam estar dentro de outras células. Se essa parede é irregular, pode haver falso positivo para a ação de determinado antibiótico. ■ staphylococcus= gram positivos ■ bacilos= gram negativos ■ A coloração de gram não serve para bactérias com paredes imperfeitas e nem para as microbactérias, pois não apresentam essa forma de parede (peptideoglicano) ■ A presença de cápsula é um fator de virulência, resistência, aderência e são mais difíceis de ser tratadas e combatidas. (Não é obrigatório que esteja presente) ■ Parede celular: capacidade de determinação tintorial, patogenicidade, virulência, contenção da pressão osmótica, proteção - Formada por camada de peptideoglicano - As bactérias gram positivas que tem varias camadas de peptideoglicano apresentam ácidos lipodeicoico e lipoicoico o corpo faz reconhecimento como sendo material estranho, realizando resposta imunitária. Se não apresentassem isso, não teria as camadas de peptideoglicanos, essas proteínas “amarram” essas camadas= antígeno conservado! Sempre deve estar presente - As bactérias gram negativas na parede externa tem substancia chama de LVS, causando sepse. ■ Flagelos: locomoção (estrutura não obrigatória) ■ Material genetico= DNA- enrolado=repouso\ aberto=em atividade ■ Nucléolo ■ Plasmídeos= conjugação por pilis sexuais= confere resistência ■ Citoplasma ■ Ribossomos ■ Algumas espécies produzem esporos ■ ESTRUTURAS EXTERNAS - Essenciais: parede bacteriana, membrana plasmática - Não essenciais: capsula, flagelo, fímbria, pili ■ ESTRUTURAS INTERNAS - Essenciais: área nuclear (nucleoide), mesossomo, ribossomos - Não essenciais: plasmídeos, esporos, grânulos de reserva ■ Temperatura, ph e pressão osmótica= determinam a capacidade de manutenção das bacterias ■ Divisão binaria = expansão em escala logarítmica ■ Há bactérias com período de incubação longo, demorando mais de 20 min para se multiplicarem ■ Para se fazer o repique a melhor fase é a de log (exponencial), pois há intensa atividade metabólica ■ Mecanismos de resistência bacteriana - Resistencia constitutiva=resistência natural- pode ser variada - Resistencia seletiva = resistência natural - Mutação espontânea ou induzida= inerente ao uso de antibióticos - Transferência de material genético= resistência adquirida (alteração genética) ANTIBIOTICOTERAPIA ■ Toda vez que há o desenvolvimento de um processo infeccioso, há de se levar em consideração a necessidade da administração do antibiótico. Nem sempre é necessário, às vezes é contra-indicado (ex. casos de diarreia – a diminuição da microbiota é muito mais prejudicial do que o microrganismo em si) ■ Toda vez que é administrado um antibiótico,sua ação não é específica e nem exclusiva de um agente microbiano, e acaba agindo sobre todo um grupo de ação do fármaco (ex. administração de antibiótico para gram-positivas atingem tanto o agente patogênico quanto a microbiota normal) ■ O desenvolvimento de cepas está relacionada à exposição indireta de antibióticos frequentemente, o que acabam incentivando o aparecimento de superbactérias, as quais costumam ser provenientes da microbiota normal, após exposição frequente a fármacos. ■ Antibióticos: São substâncias químicas que podem ser produzidas de forma natural pelos microrganismos (ex. penicilina), ou semissintéticos, de produção laboratorial. Importante para atender a demanda desses fármacos. ■ Podem inibir o crescimento (microbiostático) ou destruir (microbicida) o microrganismo ■ Obs: a produção de antibióticos naturais ainda é utilizada, principalmente da penicilina, que têm sofrido com a alta demanda e baixa produtividade dessa substância, estando em falta em diversas partes do mundo, principalmente nos casos de sífilis congênita (grupo prioritário para penicilina natural). Atualmente trata-se a mãe infectada com sífilis, mas para o parceiro não é ofertada a penicilina, o que está causando a resistência desse problema, ocorrendo a reinfecção da mulher/gestante. A síntese artificial da droga é benéfica para suprir a demanda do produto que está em falta. ■ Classificação dos medicamentos - Quimioterápicos: qualquer fármaco que tem ação benéfica sobre o indivíduo - Antimicrobiano: quimioterápico com a capacidade específica de destruir microrganismos. - Antimicrobiano viral: agem especificamente interrompendo a propagação e replicação viral - Antifúngicos: agem especificamente sobre fungos - Antibióticos: agem especificamente sobre bactérias, de forma específica (grupos ou espécies) ou inespecífica. - São subdivididos em classes. ■ Penicilina: foi descoberta acidentalmente durante a cultura de S. aereus (relacionado a diversas doenças), que foi contaminada por fungo. Aonde o fungo se encontrava, não havia desenvolvimento da colônia bacteriana. A purificação do produto produzido por esse fungo deu origem ao penicillium (penicilina). - A utilização da penicilina foi tão intensa que, a princípio, todas as bactérias staphilococos eram sensíveis à penicilina, porém atualmente a maioria é resistência a esse antibiótico. - É o melhor antibiótico disponível quanto aos benefícios, pois é bastante específico, agindo sobre o patógeno sem prejudicar as células do hospedeiro (poucos efeitos colaterais e reações adversas) ■ O antibiótico pode agir diretamente sobre o microrganismo ou agir impedindo a sua replicação, ou inibindo o metabolismo. ■ Sempre que possível é melhor utilizar um fármaco microbicida, e não microbiostático (demoram um tempo maior para que a morte da bactéria de fato aconteça – geralmente por inibição metabólica). ■ Para a utilização do antibiótico, o primeiro passo é confirmar que a infecção é causada por agente bacteriano (60% dos casos de faringite viral nos EUA são tratados com antibiótico, desnecessariamente) ■ A utilização desnecessária de antibioticoterapia é um fator indutor de resistência, além de prejudicar a microbiota normal do indivíduo. Escolha do antibiótico - É necessário que o antibiótico seja eficaz contra aquela bactéria - Que o antibiótico tenha a capacidade de chegar ao local da infecção in vivo - Não pode ser inativado sem atingir o alvo (chega ao local com ação residual muito pequena, ineficiente, e pode induzir a resistência) ex. infecções do trato gastrointestinal e nas infecções urinárias – importante utilizar medicamentos que no momento da excreção ainda tenham potencial de ação garantido). É comum o aparecimento de superbactérias advindas do trato gastrointestinal, pois é uma microbiota geralmente sempre exposta a antibiótico, pois a maioria é excretada pelas fezes. Esses microrganismos são constantemente expostos a antibióticos a níveis de baixo potencial de ação, induzindo, assim, à criação da resistência) - Para diversas manifestações existem protocolos pré-determinados pelo Ministério da Saúde O antibiótico ideal - Alta toxicidade seletiva: ser prejudicial somente ao agente-alvo, patógeno, com danos mínimos às células do hospedeiro. Ex. penicilina - Ser eficiente em baixa concentração: importante para não ultrapassar o limite da toxicidade seletiva e prejudicar, além do patógeno, as células do hospedeiro - Poder residual: ter potencialidade para causar efeito sobre o agente-alvo. - Baixo custo: fácil acesso ao medicamento - Especificidade: causar danos ao agente patógeno, sem causar danos à microbiota normal (é o quesito mais difícil de ser cumprido, pois geralmente os antibióticos agem sobre classe, grupos, gêneros, ou até mesmo de amplo espectro. Poucos tem alta especificidade). ■ Classes de antibióticos - São determinadas pela composição química e agrupadas conforme sua semelhança. Compartilham mecanismos de ação, mas podem agir sobre microrganismos diferentes. - Espectro de ação: - Amplo espectro - Micobactérias - Gram-positivas - Gram-negativas - Ação antifúngica ■ Mecanismo de ação: - Inibição de síntese, formação ou manutenção da parede celular (é essencial para a sobrevivência da bactéria, exceto nas intracelulares obrigatórias). Ação imediata - Inibição do metabolismo (causa falência, degeneração e morte da bactéria); agente microbiostático, ação demorada. - Inibição da produção de ácido nucleico: interrupção da divisão celular e síntese de proteínas e outros compostos, com posterior morte do agente; ação demorada ■ Escolha do antibiótico - Tratamento de infecções instaladas - Prevenção em pacientes de risco, como em grandes cirurgias. Ex. cirurgias cardíacas, implantes dentários múltiplos, etc. procedimentos altamente suscetíveis à infecção (não se utiliza com tanta frequência antibioticoterapia preventiva, atualmente). ■ Como escolher o antibiótico: - Avaliação clínica: pela anamnese, identificação de sinais e sintomas, exame física e correlação com um agente específico (nos casos de sinais e sintomas patognomônicos) - Exames laboratoriais - Administração empírica (em último caso): não é a situação ideal e só deve ser usada se for a única opção, onde o agente etiológico é desconhecido e a realização de exames laboratoriais não é possível. - Características de um processo infeccioso: presença de material purulento, turbidez da amostra, etc. - Antibiograma (teste de sensibilidade): qualquer amostra clínica pode ser utilizada (esfregaço, escarro, líquor, leite, sangue, etc.). A amostra é levada para o laboratório e semeada nos meios de cultura apropriados (ágar ou caldo), com o isolamento do microrganismo. Após o isolamento, é feito o repique do microrganismo para um meio ágar Müeller Hinton, recomendado para a difusão do microrganismo, formando uma monocamada sobre este ágar. Sobre o ágar são adicionados discos de papel impregnados com antibióticos. Aonde houver medicamento capaz de inibir ou eliminar o agente patogênico, ocorre a formação de um halo de inibição. Se o halo não é formado, o microrganismo é considerado resistente àquele antibiótico. COCOS GRAM-POSITIVOS ■ São os principais responsáveis pelas manifestações que entram na rotina sejam na unidade básica, seja no hospitalar. Esse grupo de cocos gram positivos são de muita importância na microbiologia e na prática médica. ■ Grupo de cocos gram positivos, cocos = forma esférica, gram positivos = que se coram com método de gram pelo cristal violeta e permanecem tingidas após utilização do álcool. A parede é composta por uma camada de peptídeoglicano, uma camada proteicaespessa capaz de reter esse corante. Quanto ao arranjo esses cocos podem estar sozinhos, aos pares, em 4, 8 em cadeias ou cachos. Quanto a caracterização morfo-tintorial, separamos as famílias. As de maior relevância são: ■ Peptostreptococcus - É um grupo que vive em anaerobiose, faz parte da microbiota normal na mucosa intestinal abaixo na espessa camada de muco. Pode ser causador de doença quando há trauma e ruptura dessa mucosa intestinal garantindo que ele acesse outras localidades que não seja seu sítio normal. - Os Peptostreptococcus embora tenham pouca frequência de casos pode sim causar caso haja trauma. ■ Estafilococos e Gemella - Família muito grande, onde os estafilococos são os mais importantes, tendo diversas espécies pertencentes a esse gênero sendo as 3 mais importantes: ■ S. aureus ■ S. epidermidis ■ S. saprophyticus ■ Gemella - Presente na microbiota oral, podemos considerar normal na mucosa oral, porem quando caem em contato com a corrente sanguínea podem causar endocardite bacteriana. Normalmente é inofensivo, mas em alguns casos está relacionado com abscessos na cavidade oral. ■ Microrganismos mais comuns e de maior virulência: ■ Estafilococos ■ Estreptococos ■ Enterocos - Estreptococos do grupo B, agora chamados de Enterococos ( S. faecalis ). ■ Como fazemos a distinção - Quanto a capacidade de resistir as tensões de oxigênio: - os anaeróbios obrigatórios: - pepestreptococos, abaixo da camada de muco - anaeróbios – facultativos: estafilos, estreptos, entero ■ Como separa-los: - Verificação da capacidade ou não de produzir a enzima catalase. - Catalase = Capacidade de quebrar de fazer a quebra do peroxido de hidrogênio. - Os microorganimos capazes de produzir a catalase quando fagocitados passam a produzir uma serie de substancias, que são capazes de intensificar a resposta inflamatória, tornando a manifestação mais grave. - Estafilococos produzem catalase. - Para combatê-los é preciso produzir substancias mais fortes que a água oxigenada, essas substancias matam o microrganismo, mas matam também os neutrófilos devido sua toxidade. Chamamos esses microrganismos de piogênicos que geram a formação de pús devido a morte de células além do microrganismo. ■ Dos cocos gram positivos de importância médica apenas os estafilococos são catalase positivos. ■ A determinação da catalase é importante para fazer a triagem de qual é o microrganismo a ser identificado. Por que é mais eficaz do que avaliação macroscópica, que pode falhar pela qualidade da amostra ou dos materiais de coloração e tempo. ■ Fastidiosos: microrganismo difícil de ser isolado. ■ Estafilococos: - São catalase positivo, tem mais de 50 especies reconhecidas, mas somente 6 de importância médica. Se organizam em cachos, são gram positivos, tem parede de peptídeoglicano. Estão presentes em todos os lugares, sem exceções. Entramos em contato com eles quando nascemos. Podem causar doenças de acordo com as cepas, cerca de 11 distintas, se você entrar em contato com uma que você não possui pode causar doença, ou entrar em contato com uma quantidade grande de uma cepa que você já tem. Ou aqueles em quantidade normal encontre uma oportunidade de migrar para outras áreas do corpo como um machucado uma fissura, lesão e etc, nesse caso são considerados patógenos secundários. ■ S. aureus – todas as mucosas ■ S.epidermites – superfície cutânea ■ S. saprofidius – mucosa uretral ■ Fatores de virulência: ■ S. aureus ■ Cápsula: mais resistentes a: alterações do ambiente, sistema de defesa e ação de antibióticos. ■ Camada espessa de peptideoglicano: endotoxina que faz parte do microrganismo, pode causar maior resposta do sistema imunológico que passa a produzir interleucina I, causa mal estar, cansaço e sintomas podrômicos. ■ Membrana: barreira osmótica que impede a entrada de algumas substancias como medicamentos. Associada a membrana podem haver enzimas capazes de fazer a lise de medicamentos ou podem ser secretadas para agir em outros pontos específicos como por exemplo: ■ Hialuronidase: faz a quebra do acido hialuronico, que constitui a matriz, digerindo a matriz aumentando o tamanho da lesão. ■ Lipase: digestão dos lipídeos ■ Penicinalase: quebra da penicilina e seu anel aromático. ■ Molécula de adesão ao tecido: garantir a adesão e multiplicação do microrganismo ao tecido. ■ Proteína A: Molécula presente na superfície do microrganismo, capaz de ativar produção de anticorpos contra proteína A, quando isso acontece a bactéria secreta grande quantidade de proteína A para os tecidos conseguindo assim que os anticorpos se liguem a proteína livre e não a bactéria. ■ Coagulase: molécula de superfície que faz a conversão do fibrinogênio em fibrina, que forma uma malha envolvendo o microrganismo, formando uma barreira de proteção, dificultando ação das células de defesa. Além disso forma uma menor tensão de oxigênio limitando o acesso das células de defesa, com exceção dos neutrófilos (grupo de defesa mais ativo contra bactérias) que no processo inflamatório causam a formação do pus. - Quando a quantidade de microrganismo cresce muito na malha de fibrina elas quebram essa malha e mais fortes aumentam a área da lesão. ■ Capacidade de produzir toxinas: Substancias capazes de agir em receptores específicos, podendo causar a falência de células. - Nossa medula óssea produz células de defesa continuamente entre elas os linfócitos, que apresentam receptores únicos para cada tipo de microrganismo, a toxina SST1 é superantígeno é capaz de ativar receptores dos linfócitos específicos para todos os tipos de microrganismos ao mesmo tempo, levando a uma inflamação muito mais forte, podendo levar ao colapso do sistema de defesa e levar a morte. ■ Enterotoxina: toxina que age nos enterócitos, ingeridas em alimentos contaminados, no intestino age na bomba de sódio- potássio, movendo a água do meio intracelular para o extracelular e provocando diarreias. ■ Toxina Escarlatina: age promovendo a ruptura do tecido da epiderme e o descolamento desse tecido. ■ Leucocidinas: Toxina que provoca abertura de poros na membrana dos leucócitos que vão se enchendo de água até explodir. ■ Plasmídeos de resistência: resistência a penicilina e outros antimicrobianos – supermicróbios. Relação com contaminações hospitalares. - Esses diversos fatores de virulência fazem com que esses microrganismos dispertem manifestações clínicas que podem ser classificadas como: superficiais, profundas (acesso a circulação sanguínea, pode ocorrer choque séptico), tóxicas (pele escaldada, choque tóxico). ■ MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS SUPERFICIAIS ■ Piodermite – inflamação da pele ( quando há uma abrasão ou escoriação que possibilita a entrada do microrganismo ao tecido) ■ -Foliculite – inflamação do funículo piloso (ocorre quando microrganismo tem acesso a base do pêlo), pode evoluir para o furúnculo quando a resposta inflamatória é maior. Forma uma pápula edemaciada de elevada sensibilidade, onde há intensa formação de secreção purulenta que precisa ser drenada com cuidado para que o pus não tenha contato com a corrente sanguínea, para que não haja contaminação de outras áreas. ■ Furúnculo: infecção do folículo piloso ■ -Carbúnculo – União de vários furúnculos ■ -Furunculose – Vários furúnculos espalhados pelo corpo -Hidranite – Quando na foliculite o microrganismo pode chagar até a glândula sebácea causando comprometimento da glândula e causando cicatriz. -Hordéolo (Terçol)– ao coçar o olho entra o microrganismo, inicia a inflamação. Não é porque ridica comida pra mulher grávida =) -Conjuntivite Bacteriana: Secreção densa, olho vermelho, coça, arde, sensação de areia. -Impetigo– Bolhoso causado por estafilococos – lesão da pele entra microrganismo que produz toxina esfoliatina que forma vesículas ou bolhas na superfície da pele, que se rompem expondo o tecido. Pode atingir todas as idades. Quando localizado na face ou membro – impetigo bolhoso. Porém, se a toxina cair na corrente sanguínea as lesões se espalham por toda a pela e é chamada de síndrome da pele escaldada. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS TÓXICAS ■ Síndrome da pele escaldada ■ Síndrome do choque tóxico: manifestações semelhantes a sepse, a diferença é que na sepse o microrganismo está na corrente sanguínea, no choque tóxico o microrganismo está em uma região e a sua toxina está na corrente sanguínea. Primeira vez que foi observado a esta síndrome foi devido ao uso se absorvente interno sem as devidas esterilizações. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS PROFUNDAS – BACTEREMIAS ■ Endocardite bacteriana – Pode ocorrer quando qualquer microrganismo cai na corrente sanguínea, a multiplicação das bactérias nas válvulas cardíacas pode levar a insuficiência cardíaca. ■ Pneumonia – O parênquima pulmonar infectado pode formar abscessos e destruição do tecido, quando a infecção acontece na região das pleuras as secreções precisam ser drenadas. ■ Quando o microrganismo esta na corrente sanguínea pode desencadear uma serie de alterações circulatórias como a vasodilatação e levar ao choque séptico. ■ S. epidermidis e S. saprophyticus – coagulase negativos. ■ Virulência - capacidade de formar biofilme, crescimento em camada, tem maior proteção das camadas inferiores. Tratamentos demorados e manifestações crônicas. ■ O biofilme também pode se formar em materiais cirúrgicos e equipamentos. O biofilme pode ser formado por uma mesma espécie ou por misto de espécies. É formado também na superfície dos dentes quando a grande período sem escovação. ■ AVC – relacionado a bactérias da cavidade oral. ■ Pessoas que passam muito tempo com sonda tem grande possibilidade de desenvolver infecção por S. saprophyticus ■ Como diferenciar S. epirdemidis de S. saprophyticus – Prova da novobiocina, sensível: epidermidis, resistente: saprophyticus. ■ Como fazer o diagnóstico: ■ CLÍNICO: exame físico, anamnese. ■ LABORATORIAL: - Coleta de amostra e encaminhamento para laboratório. - Triagem do material: Isolamento do microrganismo, coloração de gram, identificação bioquímica enzimática. Cocos, gram positivos, prova da catalase positiva, prova da coagulase (plasma de coelho), contraprova Sal manitol. S aureus – Coagulase positivo. 1% negativo. Fermenta no sal manitol ( fica amarelo) Grupo dos cocos gram-positivos ■ STREPTOCOCCUS E ENTEROCOCCUS (catalase negativos) - Habitam diferentes tipos de ambiente, alguns fazem parte da microbiota normal, principalmente das vias aéreas superiores e do trato gastrointestinal. Alguns são patógenos primários, outros são classificados como oportunistas. - Arranjam-se formando cadeias - Microrganismo muito fastidioso (difícil cultivo): precisam de grandes quantidades de nutrientes – cultivo em ágar- sangue. - Prova da catalase é imprescindível para identificar se o grupo é staphylococos ou streptococos - Grupo envolvido em manifestações rotineiras e graves nos seres humanos. - Espécies de relevância médica - S. pyogens (preferencialmente naso-oro-faringe) - S. agalactiae (preferencialmente na mucosa genital, especialmente das mulheres. Envolvido em alterações no momento do parto, tanto para a gestante quanto para o bebê) - S. pneumoniae (principal agente da pneumonia bacteriana. Também é causador da meningite strepcocócica, frequente em adultos e idosos) - S. faecalis (enterococcus – infecções nosocomiais, aparecimento de abcessos em locais diversos, microrganismo multirresistente, capacidade de ter acesso à circulação sanguínea, pois habita naturalmente a cavidade oral, podendo causar danos em diferentes tecidos) - S. viridans (cavidade oral. Causa cárie, gengivite, periodontite. Pode ter acesso à circulação e ser distribuído para outros locais) OBS: estudo correlaciona AVC com bactérias da cavidade oral - Apresentam sensibilidade à penicilina ■ Triagem de identificação: 1) Lâmina de Gram (caracterização morfotintorial) ■ Se positivo, semear em ágar-sangue. ■ Em ágar-sangue, classificação em beta-hemolíticos, alfa-hemolíticos ou gama-hemolíticos. ■ CLASSIFICAÇÃO: ■ Beta-hemolíticos: fazem hemólise total (s. pyogens, s. agalactiae) ■ Alfa-hemolíticos: fazem hemólise parcial (s. pneumoniae) pigmento esverdeado, decorrente da degradação parcial da hemoglobina ■ Gama-hemolíticos: não fazem hemólise (s. faecalis, s. viridans) - Nem sempre é possível diagnosticar baseando-se somente na clínica. Existem microrganismos que apresentarão sinais e sintomas patognomônicos, e outros que, devido a localização da infecção e outras características, estatisticamente é possível afirmar com quase certeza a especificidade de determinado microrganismo que acomete a infecção. - Ex. 99% das faringites bacterianas são de origem estrepcocócica (não envia para análise laboratorial, exceto se paciente desenvolver resistência aos antibióticos) - OBS: staphylococcus em ágar-sangue também é beta-hemolítico. Porém os staphylococcus são catalase positivos, os streptococcus são catalase negativos. ■ S. pyogens - É o agente patogênico de maior incidência patogênica no homem Fatores de virulência dos Streptococcus Pyogens - Garantem a instalação da infecção, combate ao sistema imunológico, etc. ■ Cápsula: - Proteção - Antimicrobiano - Mimetismo antigênico com ácido hialurônico (componente básico da matriz extracelular). A cápsula contém moléculas semelhantes ao ácido hialurônico, por isso quando o microrganismo invade os tecidos, as células de defesa não identificam prontamente a presença do invasor, pois é confundido com ácido hialurônico. Com o aumento de quantidade, liberação de enzimas e catabólitos, o microrganismo consegue fazer a discriminação do agente (demora em torno de 15 dias). Permite que, nos indivíduos que apresentam infecção recorrente, o desencadeamento de doenças autoimunes, como a febre reumática (casos de faringite e amigdalite recorrentes). Nem toda criança que tem faringite e amigdalite recorrentes desenvolvem febre reumática, existe um fator genético envolvido. Porém, todas aqueles que desenvolvem com recorrência devem ser investigados com o exame ASO/ASLO, que busca um anticorpo contra a estreptolisina O. Quando positivo, aquela criança tem possibilidade de desenvolver febre reumática. Opções: benzetacil mensalmente, preventivo. ■ Parede celular: - Gram-positivos: estimulam a resposta inflamatória, produção de interleucina-1. - Proteína M: semelhante à proteína A dos staphylococcus. Elimina anticorpos, é expelida para consumir os elementos de defesa e preservar o agente. - Extocinas: superantígenos, que estimula uma resposta imunológica desenfreada, prejudicial para o próprio hospedeiro - Enzimas diversas - Proteína F: retenção do microrganismo na faringe ■ Relação entre o inverno/tempo frio e a maior incidência de faringites e amigdalites: o tempo frio causa o ressecamento da mucosa, que causa pequenas fissuras nas mucosas, por onde os microrganismos conseguem acesso aos tecidos. Parafina também resseca muito a mucosa (utilizado em vários alimentos, como no chocolate caseiro). S. PYOGENS - Região naso-oro-faringe - Quando respiramos, conversamos, perdigotos, aerossóis, etc. podem contaminar outros tecidos, como o cutâneo. Eles não podem sobreviver na pele por muito tempo (transitórios), mas caso haja algum tipo de fissura ou microlesão na pele, eles podem ter acesso a outros tecidos e causar manifestações cutâneas. - Estruturada pele: - 3 camadas: 1) Epiderme: tecido queratinizado, com extrato córneo (difícil de ser digerida pela bactéria) 2) Derme (Tecido frouxo): menos concentração de células, mais matriz, mais colágeno, ricamente vascularizado (camada mais fácil de digerir) 3) Hipoderme: camada adiposa (camada mais frágil, de fácil digestão) ■ Abaixo da pele: fáscia muscular (camada de tecido conjuntivo denso) ■ Músculo ■ Ossos ■ S. pyogens recebe o nome de bactéria carnívora quando consegue penetrar e se instalar no tecido cutâneo e subcutâneo, levando à necrose. ■ Caso paciente esteja apresentando essas alterações, é necessário realizar remoção cirúrgica desse tecido necrosado. Nunca se faz a remoção somente do material, realiza-se de uma faixa maior como garantia de segurança, pois mesmo que se visualize a lesão em determinado local, o organismo está disseminado nas proximidades, e também deve ser removido. Resulta em perda para o indivíduo, com perda de tecido, massa muscular, tecido ósseo, entre outros (sequelas) ■ Assim como nos staphylococcus, as manifestações também podem ser separadas em superficiais, profundas e tóxicas. ■ MANIFESTAÇÕES SUPERFICIAIS E SUBCUTÂNEAS 1) Impetigo (piodermite) - Formação de placas melicérias aderentes (não bolhosas). Lembram favo de mel - Sinal patognomônico (exclusivo) - Importância do diagnóstico diferencial: escolha ideal do antibiótico. Se strepcococcus, pode usar penicilina. 2) Erisipela - Apresenta-se com pápulas avermelhadas com bordas elevadas, que pode progredir para a destruição total do tecido, com necrose local e disseminação via hematogênica. - Lesões eritematosas, com sensação de queimação, formação de bolhas e descolamento do tecido e disseminação rápida, aumentando a extensão da lesão - Mais comum em idosos, que tem a pele mais fina e frágil. 3) Celulite infecciosa - Chegada da infecção da hipoderme (tecido adiposo) - Necessário intervenção com remoção do material 4) Fascite necrosante - Chegada da infecção na fáscia 5) Miosite necrosante - Chegada da infecção na camada muscular - Tempo de evolução rápido - Comprometimento extenso - Longo tempo de recuperação ■ CAMADAS PROFUNDAS 1) Faringite/Amigdalite bacteriana - inicia-se com vermelhidão e sinal de inflamação local (eritrema, edema) com presença de pequenas vesículas. Acompanho as manifestações inflamatórias, observa-se a formação de placas purulentas (exsudato) - Diagnóstico diferencial: faringite bacteriana x faringite viral: na bacteriana há a formação de placas purulentas e febre elevada, com calafrios e dor no corpo. Na viral a febre é branda, apenas com vermelhidão, sem presença de placas purulentas. Na faringite viral, utiliza-se anti-inflamatórios. Na bacteriana, anti-inflamatório + antibiótico. - Amigdalite pode evoluir pra faringite, geralmente ambos estão presentes. TOXINA ERITROGÊNICA DECORRENTE DE S. PYOGENS Escarlatina (rash cutâneo) ■ Algumas cepas de streptotoccus produzem toxinas chamadas de eritrogênicas. Quando essas cepas causam manifestações na orofaringe, observa-se o aparecimento de petequias, vesículas e lesões no palato que se disseminam por toda a cavidade oral. Evidenciando uma manifestação patognomônica conhecida como língua de framboesa. Acompanhado à língua de framboesa também vai apresentar ■ A produção e disseminação dessas toxinas pode evoluir para as bochechas e ainda para o restante do corpo, no sentindo crânio-caudal. ■ É comum a criança ter uma amigdalite/faringite, e após a cura, cerca de 10 dias depois, a criança desenvolver a escarlatina devido a essas toxinas eritrogênicas. ■ Não necessariamente precisa ser na vigência da manifestação orofaríngea, mas pode ocorrer no mesmo período. ■ Possíveis problemas decorrentes de uma amigdalite/faringite bacteriana - Distribuição (bacteremia), causando: - Escarlatina - Glomerulonefrite aguda: microrganismo na corrente sanguínea chega aos glomérulos renais, que são tortuosos, e ocorre deposição dos microrganismo nesse local. Os anticorpos começam a formam complexos antígeno- anticorpo nessa região, que dispara uma resposta inflamatória que lesa o tecido, podendo levar Pa falência ou comprometer as funções renais. - Febre reumática: distribuição sistêmica do microrganismo atinge o coração, leva à cardite, artrite, nódulos nas articulações, febre, obstrução das válvulas e tecidos. Prejuízo motor das articulações. Pode ser incapacitante. - Endocardite - Meningite ■ S. AGALACTIAE - Em menor proporção, está associada a manifestações decorrentes de lesões no canal vaginal, principalmente no parto natural. - É componente natural da microbiota, mas podem ocorrer microlesões com o parto normal, causando a febre pós-puerperal. - Também é possível a contaminação das fontanelas no bebê, ocasionando meningite após o nascimento (meningite neonatal) ■ S. PNEUMONIAE (PNEUMOCOCCO) - Responsáveis pela pneumonia bacteriana (maior frequência, mas existem outros microrganismos que causam pneumonia bacteriana) - Lesões no parênquima pulmonar, grande quantidade de exsudato, escarro com pus e/ou sangue (hemoptise) - Evolução rápida (manifestações evidentes em 24h) - Habita normalmente as vias aéreas superiores de 5 a 70% dos indivíduos - Contato: acredita-se que a infecção seja decorrente da instalação de novos sorotipos adquiridos por contato direto com indivíduos infectados através de aerossóis ou perdigotos ou quando há diminuição da imunidade com perda da resistência natural. - Pneumonia e empiema: a infecção provoca o extravasamento de líquido e edema no interior dos alvéolos, levando a resposta inflamatória com grande produção de pus - Sintomas: dificuldade para respirar, dor pleural, febre, calafrios, expectoração com escarro sanguinolento ■ S. FAECALIS (enterococcus) - gama-hemolítico, presente na pele, mucosa, trato gastrointestinal - Patógeno oportunista - Adquiriu resistência a múltiplos antibi[óticos, inclusive a vancomicina - Contaminação por resquícios fecais - Infecções hospitalares decorrentes de feridas causadas durante cirurgias e/ou uso de cateter. - A infecção surge quando a bactéria é transmitida do seu habitat normal para outro órgão ou região. Frequentemente causa alterações no trato urinário de crianças e mulheres (higienização ântero- posterior), causando uretrite ou cistite por ascendência. - Agentes produtores de biofilme, e por isso relacionam-se com infecções nosocomiais. - Multi-resistente, com múltiplos fatores de virulência ■ S. VIRIDANS - Grupo viridans: s. salivaris, s. sanguis, s. oralis, s. mutans, s. mitis, s. sobrinus - Bactérias associadas a manifestações patológicas na cavidade oral - Formação de placa, tártaro, gengivite, aparecimento de lesões escariosas que rompem o esmalte do dente e dão acesso ao canal pulpar - Não sobrevivem bem no canal pulpar, mas o enterococcus sim. Pelo canal, tem acesso à circulação sanguínea, podendo disseminar-se para o coração (endocardite bacteriana, ou SNC, com o desenvolvimento de AVC, glomerulonefrite, etc.) DIAGNÓSTICO ■ Clínico laboratorial ■ Bacteriológico: coloração, isolamento e identificação enzimática e bioquímica ■ Sorológico: pesquisa de anticorpos contra a streptolisa O (ASLO) ■ Amostra biológica - Pus (impetigo, faringite, fascite necrozante) - Saliva ou secreção oronasal (faringite) - LCR (meningite) - Sangue (bacteremia) - Escarro (pneumonia) - Urina (enterococcus) ■ Triagem: 1) Identificação morfo-tintorial - Cocos gram-positivos - Formação em cadeias ou diplococcus 2) Cultura em ágar-sangue - Prova da catalase - Padrão de hemólise ■ Suspeita de febre reumática:pesquisa de ASO/ASLO ■ A coleta da amostra depende de onde a infecção está instalada. Estudo de casos clínicos ■ Um estudante de 19 anos procurou atenção médica relatando dor de garganta há 2 dias, dificuldade de deglutição, indisposição e mal estar geral. Não relatou nenhum episódio considerável de doença prévia, nem de alergia medicamentosa e não indicou ter tomado nenhuma medicação. O exame físico permitiu constatar processo inflamatório evidente na orofaringe com adenopatia cervical, presença de exsudato purulento nas amígdalas e temperatura de 38,2º C. Na possibilidade do quadro ser de etiologia bacteriana, pergunta-se: 1) Qual a hipótese diagnóstica e qual o agente bacteriano mais provavelmente envolvido? Amigdalite bacteriana causada por S. pyogenes 2) Qual exame laboratorial deve ser solicitado à seção de Bacteriologia? Pode ser requisitada a classificação morfotintorial e testes bioquímicos e enzimáticos. 3) Qual o espécime clínico que deve ser submetido a exame bacteriológico e como deve ser coletado? Pode ser coletado material biológico (exsudato) diretamente das amígdalas, com o uso de um swab. 4) Quais as características morfológicas e tintoriais do agente etiológico hipoteticamente associado ao caso, conforme sua resposta no item 1? Cocos esféricos e ovoides, dispostos em cadeias, gram-positivos quando jovens, corando-se de roxo com a técnica Gram, mas podem perder sua característica gram-positiva com o envelhecimento e aparentarem ser gram-negativos. 5) Quais os resultados na triagem diagnóstica do laboratório de Bacteriologia são observados, caso a sua hipótese diagnóstica seja confirmada? Triagem: prova da catalase, semeadura em ágar-sangue para definir padrão hemolítico. No padrão ouro, sorologia. 6) Será necessário realizar o teste de susceptibilidade a antimicrobianos para o microrganismo em questão? Justifique. Não. Todas as amostras de S. pyogenes são sensíveis à penicilina G, com alguns casos de resistência relatados na região dos EUA e Europa. Entretanto, as doses de penicilina e eritromicina (para os pacientes com histórico de alergia à penicilina), administrados por 10 dias, geralmente atingem seu objetivo na resolução da infecção. 7) Que medidas preventivas podem ser empregadas para o controle das infecções causadas pelo agente em questão? Os principais meios de controle são: - Detecção e tratamento precoce das infecções respiratórias e curâneas por Streptococcus A, a fim de evitar o surgimento de doenças pós-estrepcocócicas. Quimioprofilaxia antiestreptocócica em indivíduos que sofreram crise de febre reumática, pois esses indivíduos são suscetíveis a reinfecções por estreptococos, com a necessidade de quimioprofilaxia ainda por vários anos após a primeira infecção. - Erradicação do S. pyogenes dos portadores. - Não compartilhar utensílios pessoais 8) Quais doenças podem surgir em decorrência dessa infecção e quais são as suas manifestações e sequelas? Após infecção aguda por S. pyogenes, existe um período latente de 1 a 4 semanas após o qual ocasionalmente se verifica o desenvolvimento de nefrite (manifestada por glomerulonefrite aguda) ou febre reumática, como uma resposta por hipersensibilidade. A febre reumática é a sequela mais grave da infecção por S. pyogenes, pois resulta em lesão das valvas e músculo cardíacos. MICOBACTÉRIAS ■ Possuem parede perfeitas mas não são nem gram positivas nem gram negativas. ■ Nas micobactérias coloração de Gram não terá sucesso em definir o agente, dão resultados falsos. Ziehl-Neelsen desenvolveu uma nova forma de coloração de BAAR (para microrganismos ácido-álcool resistentes). ■ Mycobacterium Tuberculosis (Tuberculose) ■ Mycobacterium Leprae (Hanseníase) ■ Existem outras micobactérias que manifestam no organismo os mesmos sintomas da Tuberculose e são tratadas da mesma forma ■ Teste Padrão Ouro para diagnóstico de Tuberculose: Coleta de Escarro para verificação dos bacilos. ■ Teste padrão ouro para diagnóstico da Hanseníase: Coleta da Linfa. ■ Capacidade de transmissão: Multibacilares tem maior capacidade de transmissão. ■ Paucibacilares necessitam de um período mais curto de medicação, ao contrario dos multibacilares. ■ Morfologia: bacilos (bacilo de Koch - tuberculose); bacilo de Hansen (hanseníase). Forma alongada, que pode permanecer isolada ou não. As cepas virulentas formam cordões e criam o efeito corda. - Visualizadas nas amostras clínicas. Na tuberculose: escarro; na hanseníase: linfa. - Classificação do portador em paucibacilar ou multibacilar: depende da resistência imunológica, estado nutricional, comorbidades, etc. importante para definir o tempo de tratamento - Multibacilares: carga bacilar alta; Deficiência imunológica; principais transmissores; tratamento prolongado. ■ Sequência de coloração na coleta de escarro: - Corante carbofuxina. Em seguida, acrescenta-se álcool e ácido. Todos os outros elementos da amostra perdem a coloração, exceto pelas micobactérias. Usado para diagnóstico e acompanhamento do tratamento. - Tudo que ficar vermelho na amostra é mico bactéria. ■ Tanto a tuberculose quanto a hanseníase tem tempo de tratamento muito longo, na tuberculose é cerca de 6 meses quando feito corretamente, e a hanseníase 6 meses a 2 anos quando feito corretamente. ■ A hanseníase tem uma alta infectividade e uma baixa patogenicidade para que haja contaminação o contato tem que ser íntimo e continuo, então o atendimento esporádico de um paciente ou outro não garante essa infecção com doença, apenas a infecção com resolução espontânea. Os indivíduos multibacilares são os principais transmissores da hanseníase, os paucibacilares são bem mais difíceis de promover a transmissão. ■ Tuberculose tem maior capacidade de transmitir a doença do que a hanseníase. Enquanto na hanseníase são necessários contatos contínuos, na tuberculose apenas um contato pode transmitir a infecção produtiva. TRATAMENTO PROLONGADO NAS INFECÇÕES POR MICOBACTÉRIA ■ O tratamento é tão demorado porque o tipo da parede das micobatérias é composta por ácidos graxos longos e ramificados o que dificulta muito a entrada dos antimicrobianos, é necessário a associação de drogas e a manutenção da terapêutica para garantir a passagem de uma quantidade suficiente de antimicrobianos pela parede, porque eles precisam ser lipossolúveis para conseguir interagir com essa gordura e penetrar na célula bacteriana para concluir sua ação dentro da bactéria. ■ O tempo de divisão das micobactérias também influencia no período de tratamento enquanto as bactérias comuns levam 20min na divisão, as mico bactérias levam 14h. E assim tem momentos do ciclo de vida da mico bactéria que ela não estará metabolicamente ativa, e nesses momentos o antimicrobiano não terá capacidade de agir contra ela. O que diminui a ação do fármaco aumentando o período de tratamento. ■ Outra explicação é que área de lesão leva à uma necrose caseosa, que terá áreas de digestão e de coagulação o que também dificulta a distribuição do fármaco, além disso formam-se granulomas, onde o organismo contém o microrganismo dentro de uma corrente de células para evitar seu espalhamento, porem isso também dificulta a entrada do fármaco sendo outra justificativa para a extensão do período de tratamento. Se o indivíduo interromper o tratamento no meio, terá que reiniciar tudo. ■ Ácido micólico: fator de virulência tão importante que a característica dá nome ao grupo. A presença desse ácido garante resistência aos macrófagos, antimicrobianos, produtos de desinfecção ( - Obs: álcool 70%,- usado para fixação geralmente, não como bactericida. ■ Não possuem cápsulas ■ Não produzem enzimas semelhantes às secretadas no tecido ■ Proteína repetitiva exportada: impede a fusão do lisossomo ao vacúolo fagocítico (processode degradação de substância fagocitada pelos macrófagos e monócitos). Geralmente o corpo reage liberando substâncias mais potentes na tentativa de eliminar o agente, produzindo por exemplo, peróxido de hidrogênio, entretanto o agente é catalase positivo, quebra o peróxido em água + oxigênio ■ Catalase positivo ■ Doença de característica crônica, mesmo com diagnóstico precoce (período de vigência das manifestações e terapêutica é longo) ■ Aeróbios obrigatórios ■ Transmissão: aerossóis, perdigotos, secreções respiratórias, inclusive escarro (mesmo ressecado, continua sendo viável, pois o ácido micólico confere resistência no meio ambiente por longo período; fica viscoso porque o agente tem enzimas eletrolíticas, que digerem o muco) ■ 15 dias de medicação são suficientes para cessar a transmissão. ■ Carga bacilar e resistência do indivíduo vão influenciar no desenvolvimento ou não da doença. ■ Fatores de risco: - Fator nutricional: um dos principais fatores de risco. Ex. crianças e idosos. - Aglomerados: fator de risco - Ambientes fechados - Pacientes com HIV (todos nós provavelmente teremos contato com esse agente na vida, mas a maioria das pessoas tem a capacidade de proteger o organismo e não desenvolver a doença. Pode eliminar o vírus ou tornar-se portador da doença. Com o advento da HIV, a imunidade é reduzida e os bacilos que estavam silenciosos tornam-se ativos. O percentual de tuberculose em aidéticos é elevado. - Bacilos se multiplificam e vão para os nódulos linfáticos, estimulando linfócitos. No indivíduo imunocompetente, é organizado o granuloma. Entretanto, pode ocorrer a chegada do agente e resposta inadequada imunológico. O agente passa para o sistema linfático, vasos sanguíneos e disseminação para outros sítios anatômicos em outros locais (tuberculosa extrapulmonar: comum nos rins, SNC, tecido ósseo, pele, mucosa) ■ 3 possibilidades após contágio - Infecção em sistemas imunes competentes, ocorre contenção da doença, mas é portador assintomático. Pode ocorrer eliminação do agente com o tempo. - Infecção em sistemas imunes competentes, porém com ocorrência da doença. Tratamento elimina a infecção - Infecção em sistemas imunes não competentes, ocorre a doença. Tratamento controla a doença, mas podem ocorrer recidivas periodicamente, necessitando de repetição do tratamento. - Existem cepas multirresistentes de tuberculose. Entretanto, a resistência não é mediada por plasmídeos. A resistência nas micobactérias é adquirida por mutação cromossomal, e só é passada por hereditariedade. Esse fator reduz drasticamente o surgimento de cepas multirresistentes. - O aumento dos casos de tuberculose nos últimos anos é consequência, principalmente, do aumento dos casos de AIDS no mundo. ■ Complexo de Ghon: cordão de isolamento típico de um granuloma na tentativa de isolar o agente (cordão de macrófagos). Visível nos exames de imagem após 5 anos, em 25% dos casos. ■ Indivíduos portadores: - 91% permanecem assintomáticos por toda a vida (mas existe a possibilidade de manifestação a qualquer momento) - 9% desenvolvem tuberculose clínica - 2% tuberculose pulmonar - 3% tuberculose extratorácica (- Indivíduo pode iniciar com tuberculose pulmonar e desenvolver focos extrapulmonares pela própria deglutição constante do próprio escarro contaminado) - 1% ambas ■ Tuberculose pulmonar Manifestações clássicas: - Febre alta - Fadiga - Emagrecimento progressivo - Tosse seca - Sudorese noturna - Pode haver manifestação com granuloma ou exsudativa, que forma cavitações no parênquima pulmonar, liquefaço de tecidos, etc. - Após tratamento completo, as cavitações decorrentes da doença NÃO são regeneradas, pois os pulmões não tem capacidade regenerativa boa. As cavitações são preenchidas por tecido conjuntivo, a fibrose, causando uma enfermidade conhecida como enfisema pulmonar ■ DIAGNÓSTICO - A clínica é soberana. Característica + história + vivência + ausculta + raio-X = suspeita forte de tuberculose. - Ainda assim, recomenda-se a coleta da amostra, pois mesmo em percentual menor, pode ocorrer falha no diagnóstico, confundido com microrganismos fúngicos. A instituição da medicação pode ocasionar em falso negativo. Por isso, sempre é recomendada a coleta do escarro, ideal o primeiro escarro do dia, antes da alimentação), mas a amostra é coletada a qualquer momento. - Baciloscopia (para ácido-alcool resistentes – BAAR) - Cultura demora cerca de 8 semanas, geralmente inicia-se a medicação antes da confirmação laboratorial. - Teste molecular: rápido e eficiente, porém muito caro e inacessível - Teste da niacina: exclusivo para tuberculose. Usado para rastrear a luciferase, enzima que se liga em ATP do agente. luciferase emite luz, e quando a emissão de luz é intensa isso significa que a produção de ATP está boa. Com a emissão de luz menos intensa, significa a redução metabólica do microrganismo, com menos ATP, que averigua se o tratamento está tendo eficácia. A luciferase é colocada em amostra contendo o agente. Se o M. tuberculosis estiver viável, ele irá infectar o fago e o gen da luciferase funcionará produzindo luz visível com o acréscimo de luciferina ao meio. ■ Teste de PPD: proteínas purificadas provenientes do agente. - Injeção intradérmica com retorno 48 horas após a aplicação. - Se já houver contato anterior com o agente, o indivíduo tem resposta imunológica. Várias células de defesa se acumulam no local e formam um nódulo (contato prévio: por contágio ou por vacina – BCG) - Medição do nódulo: - De 1 a 5 mm: normal (memória imunológica) - Valores elevados – acima de 15 mm: indivíduo infectado com doença ativa - PPD negativo (sem resposta): existem 2 possibilidades – o indivíduo nunca foi exposto ao agente OU não tem capacidade de ativar o sistema de defesa contra o agente (mau prognóstico) - Realizar o teste em todos os contactantes. - Os valores de referência são diferentes em certos casos (idosos: acima de 10 já é infecção ativa; HIV/AIDS: acima de 5 ■ Tratamento: - Combinação de 4 drogas, medicação por cerca de 6 meses. Em caso de resistência (por mutação cromossomal) realiza-se a troca da medicação. Casos Clínicos 1 - Homem, 22 anos de idade, chega ao setor de emergência com história de intensa dor uretral com disúria e secreção purulenta há um dia. Relata contato sexual com novo parceiro há quatro dias. Informações a serem observadas para auxílio da formulação da hipótese diagnóstica: secreção purulenta e tempo de incubação (gonorreia é de 5 a 10 dias) ■ Qual a suspeita de diagnóstico? - Uretrite gonocócica, causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae, ou gonococo, diplococo gram-negativo. Não é cultivado rotineiramente, não há exames padrão ouro a não ser bacterioscopia direta. O aspecto morfotintorial + história do paciente já fecha o diagnóstico. O próprio médico pode coletar a amostra do material purulento para análise (swab ou lâmina pressionada diretamente sobre a secreção). ■ quais as possibilidades de infecção e as manifestações clínicas desta doença no homem e na mulher? - Homens: a uretrite causa muito desconforto, principalmente na primeira micção do dia, pois durante a noite a secreção se acumula na uretra, causando obstrução da urina. Geralmente é uma das únicas doenças em que o homem procura ajuda médica, pois geralmente nas DSTs a mulher ou parceira procura atendimento médico em favor do parceiro. Manifestações são mais evidentes no sexo masculino. - Glande vermelha e edemaciada com secreção purulenta sendo liberada continuamente - Inchaço testicular - Mulheres: podem ser portadoras assintomáticas ou sintomas mais brandos. Entretanto, pode levar a complicações, como a infertilidade por desenvolvimento de
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