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Direito Penal – Parte Especial – OAB CRIMES CONTRA A VIDA HOMICIDIO – matar alguém. A vida autônoma começa com o trabalho de parto e vai até a morte (cerebral). Doloso – sujeito quer matar ou assume o risco de matar. Pode ser: Privilegiado – com redução de pena. De três maneiras: a.1) relevante valor social, por exemplo quem mata o bandidão do bairro; a.2) relevante valor moral, por exemplo a eutanásia; a.3) sob domínio de violenta emoção logo após injusta provocação da vitima, um exemplo é o sujeito que mata o amante da mulher, o privilégio é pra quem age de cabeça quente se você sai pra pensar no crime já era. Qualificado – com aumento de pena. Por dois motivos: b.1) motivo torpe, ou seja, matar por dinheiro; b.2) motivo fútil, ou seja, motivo idiota. Ou meios: que causam maior sofrimento a vitima. SE O SUJEITO DESEJA MATAR A VITIMA USANDO DE MEIOS QUE CAUSAM SOFRIMENTO, O CRIME SERÁ DE HOMICIDIO QUALIFICADO. NO ENTANTO, SE O SUJEITO DESEJA TORTURAR A VITIMA E ACABA MATANDO-A, ELE RESPONDERÁ PELO CRIME DE TORTURA QUALIFICADA PELO RESULTADO MORTE. Modos: surpresa é a palavra chave, hipótese em que pega a vitima desprevenida, a pessoa não tem chance de se defender. Outro crime: pelos fins, mata alguém, mas está pensando em outro crime, por exemplo, matar para evitar punição por outro crime. Feminicídio: morte de mulher, deve morrer dentro de uma relação afetiva (ex marido, marido, etc) ou por gênero, só por ela ser mulher. Se enquadra dentro da relação de afeto a coabitação, que vem a ser quando a mulher divide o mesmo teto ainda que não haja relacionamento amoroso. Simples – é o que sobrar eliminando os dois acima. Exemplo: Michel mata Paulo sem motivo. Sempre se perguntar pelo o que a pessoa quer pra saber pelo o que ela responde. Culposo – não tem a intenção de matar. Por imprudência, negligencia ou imperícia. Descuido. Exemplo: coloca uma samambaia na varanda do prédio ela cai e mata alguém. Duas formas: De transito (art. 302 CTB) – matar alguém na direção de veiculo automotor. A pessoa deve estar na direção do carro, se deixa o carro e ele anda sozinho não responde por esse crime. Do código penal (art. 121 CP) – quando é descuidado e não está na condução do veiculo automotor. Chama-se apenas de homicídio culposo. No homicídio culposo e no homicídio culposo de transito, se as consequências do fato forem tão graves ao agente que a pena se torna desnecessária, haverá o crime, mas o agente receberá o perdão judicial. O perdão judicial só se aplica ao homicídio culposo, por obvio. PARTICIPAÇÃO EM SUICÍDIO – você influencia a vitima mediante: Indução – induzir que a pessoa tire a própria vida. A pessoa não pensa em suicídio, você planta a ideia na cabeça dela. Instigação – reforçar a ideia. A pessoa já pensa nisso e você só reforça a ideia. Auxilio – dar meios para que a pessoa pratique o suicídio. Punição: quando o agente pode ou não ser punido. Para ocorrer a punição deve ter: Lesão grave – tenta dar um tiro na cabeça, não morre, fica cego. Morte – morreu. É atípica quando a vitima sofre lesão leve, nesse caso não há punição. Exemplo: pessoa é influenciada, tenta se matar, mas sofre apenas lesão leve. Se ele tenta se matar, mas sofre lesão leve, não haverá punição. Pacto de morte – duas pessoas se ajustam para morrer juntas. Tem que separar as condutas pra perceber se ele agiu pra tirar a vida de terceiro (homicídio) ou e ele apenas instigou o suicídio do outro. INFANTICÍDIO Mãe que esta em estado puerperal. Durante ou logo após o parto. Imediatamente após o parto. Nem sempre que a mãe estiver em estado puerperal vai ser infanticídio, tem que ver se a mãe realmente queria matar para caracterizar infanticídio. Incapaz – qualquer pessoa que não é capaz de se defender MENOS o recém nascido. Exemplo: pessoa bêbada que da pt é incapaz. Erro sobre pessoa: Art. 20, § 3º CP – neste caso levam-se em consideração as características de quem se deseja atingir, e não de quem foi atingido. No infanticídio isso quer dizer que a mãe que mata filho de terceiro pensando que esta matando o próprio filho responderá por infanticídio. Comunicabilidade (art. 30 do CP): Remete ao tema concurso de pessoas. O terceiro que sabendo do estado puerperal da mãe com esta divide tarefas para matar o próprio filho durante ou logo após o parto responderá por infanticídio. CRIMES PATRIMONIAIS FURTO: Ocorre a subtração quando age para pegar o bem sem lesão corporal. Subtração = tomar a posse, pegar algo de alguém. Coisa significa objeto. Deve ser móvel (aquilo que se consegue levar de um local a outro). Alheia, de outro. Se pega coisa de terceiro achando que é sua não é furto! Difere de: Apropriação indébita – ocorre uma posse licita inicialmente. Pego o livro na biblioteca, mas não devolvo. Receptação – nesta a pessoa adquire, conduz ou guarda o bem que é de origem criminosa e a pessoa sabe que é. Quem pratica a receptação não tem envolvimento com o crime que deu origem ao bem. Se tiver envolvimento com o crime anterior responde pelo anterior (roubo, furto) e não por receptação. Modalidades: Furto privilegiado: é réu primário. Se não transitou em julgado ainda o outro processo (na data do fato) é réu primário. Cumprindo pena = transitou em julgado. A coisa tem que ser de pequeno valor, bem em torno de um salario mínimo. Qualificadoras: Rompimento de um obstáculo. O obstáculo serve para proteger os bens. O sujeito quebra, destrói, rompe o obstáculo para subtrair o bem. O sujeito quando danifica obstáculo para a pratica do crime de furto responderá apenas pelo furto com rompimento de obstáculo. Isto porque o furto com rompimento de obstáculo absorve o crime de dano. Abuso de confiança. Fraude. O autor para subtrair o bem com uma facilidade maior vai empregar um meio enganoso contra a vitima. A diferença do furto com fraude para o estelionato: no estelionato tem a fraude e a fraude engana a vitima, mas nesse caso a própria vitima entrega o bem para o autor. Apropriação indébita: eu recebo a posse ilícita do bem. Destreza. Ocorre uma habilidade fora do comum do sujeito ativo (ex: chamado mão de seda). A vitima não percebe a subtração. Concurso de pessoas. Duas ou mais pessoas envolvidas na subtração do bem. Eu tenho que querer a subtração junto com o meu comparsa, não basta somente saber que ele vai furtar. Se entre as pessoas envolvidas tiver um menor de 18 anos a pessoa maior responde cumulado com o crime de corrupção de menores. Tenho que saber que a pessoa é menor de 18 anos. Sumula 500 STJ: não importa se o menor de idade já é corrompido, já cometeu muitos crimes. Para caracterizar o crime basta tão somente a prática de delito com menor de 18 anos. Consumação: O crime de furto se consuma com a posse do bem ainda que essa posse não seja mansa e pacífica. ROUBO: Ocorre a subtração mediante o emprego de violência. Mediante grave ameaça (promessa de um mal injusto). Consumação: Sumula 582 STJ – se consuma com a posse do bem ainda que essa posse não seja mansa e pacífica. Basta somente a posse. Será tentado quando não consigo tomar posse do bem por alguma circunstância que não é de minha vontade. Latrocínio – emprego de violência que resulta na morte da vitima. A violência é empregada para roubar e não depois! Sumula 610 STF – o latrocínio se consuma com a morte da vitima independentemente da subtração ou não do bem. CRIMES SEXUAIS ESTUPRO: Violência ou grave ameaça, tem como finalidade constranger/obrigar a vitima. Conjunção carnal ou ato libidinoso forçado. A vítima neste crime tem 14 anos ou mais! Estupro de vulnerável – ter conjunção carnal ou ato libidinoso, com o consentimento ou não, mediante violência ou grave ameaça ou não, com pessoas que a lei proíbe (menor de 14 anos, vitima é doente mental, sem capacidade de resistência). Sumula 593 STJ – não importa a experiência sexual do menor de 14 anos, se consentiu ou não, o crime se caracteriza mesmo assim. Para responder pelo crime de estupro de vulnerável o agente precisasaber que a vitima é vulnerável. ABORTO Hipóteses do aborto praticado pela gestante: Pode praticar o chamado auto aborto. Provoca o aborto em si mesma. Possibilidade da gestante autorizar que um terceiro a realizar o aborto, neste caso é o aborto consentido. Hipóteses do aborto praticado por terceiro: Aborto com consentimento da gestante. Aborto sem o consentimento. Ocorre quando o sujeito não tem autorização da gestante. O crime de aborto somente se caracteriza na modalidade dolosa. Se a gestante ou terceiro culposamente provocam o aborto a conduta será atípica. Para responder pelo crime de aborto o terceiro ou a gestante devem saber da gravidez. Se não souberem da gravidez a conduta será atípica em virtude do erro de tipo essencial. Para praticar o crime de aborto é preciso que a gestante esteja gravida. Além disso é necessário que em casos de gravidez existente que se utilize de meios capazes de causar o aborto. CRIMES CONTRA A HONRA Calunia: Significa imputar. Imputar fato falso (chamar alguém de estuprador não é calunia, contar que ele estupra é). O fato deve ser falso e de um crime. C de calunia C de crime. Se o fato se definir como contravenção penal estará caracterizado o crime de difamação. A calunia é um crime que atinge a reputação da vitima, isto é, a imagem que terceiros fazem desta pessoa. Basta com que terceiros tomem conhecimento das ofensas para caracterizar a calunia consumada. Para ser calunia tenho que saber que o crime é falso. Difamação: Fato que se for imputado atinge a reputação. Não é crime o fato imputado. Pode ser um fato verdadeiro ou falso. Injuria: Xingamento. Três modalidades: a. simples – simplesmente quando vc usa o xingamento; b. real – quer ofender a pessoa, vai usar da lesão corporal (não importa a extensão o que importa é a lseão) ou vias de fato (usa força física mas não causa lesão), as duas são usadas para humilhar a vitima; c. racial/preconceituosa – usa elementos de raça, origem, deficiência para ofender a pessoa. Não confundir injuria preconceituosa com o crime de racismo. Isto porque no racismo há limitação de liberdade em virtude de raça, cor, origem, etc.
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