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DIREITO AMBIENTAL - Diogo Guanabara - Caderno para 1a Prova

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DIREITO AMBIENTAL 
Aluno: João Felipe Cabral Fagundes Pereira
NECESSIDADE DE PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE E TEMAS GERAIS - O Direito é apenas uma engrenagem para solucionar certos temas ambientais. Apesar disso, o Direito acaba se tornando na sociedade atual um relevante meio de resolução dos temas ambientais. Muitos dos problemas ligados ao ambiente são frutos do comportamento humano.
CAMADA DE OZÔNIO - Uma questão necessária de debate no Direito Ambiental é a destruição da camada de ozônio, responsável por filtrar a luz e o calor solar, onde a quebra de moléculas de ozônio é proveniente da atuação humana que emite em altos níveis o CFC (Gás Clorofluorcarbono), resultando em uma menor filtração dos raios ultravioletas, gerando o aquecimento global. O Direito Ambiental passou a atuar com o intuito de substituir o CFC, através do Protocolo de Montreal de 1989.
AQUECIMENTO GLOBAL - O descontrole do aquecimento global é outro problema. De acordo com os cientistas, a terra ciclicamente esfria e aquece, onde estamos vivendo um momento de aquecimento natural da terra. Entretanto, a atuação humana, com a alta emissão de gases provocantes do efeito estufa que, apesar de necessário, não pode ser um efeito descontrolado, resulta no descontrole do aquecimento global. Por isso, o Direito passa a estabelecer metas proporcionais de redução na emissão desses gases aos países e continentes de acordo com o nível de emissão dos países/continentes.
REFUGIADOS AMBIENTAIS - Quanto maior a temperatura do globo, haverá alterações ainda mais significativas no clima, tendo como consequências além do derretimento das calotas, aumento do nível do mar e extinção de certas espécies, os refugiados ambientais, que saem de seus locais de origem pelo fato do mesmo não apresentar mais condições ambientais de outrora que possibilitem um ambiente ameno e amigável, especialmente devido ao processo de poluição das águas e empobrecimento dos solos. O Direito Ambiental estabelece certas obrigações aos países poluidores (geralmente os mais ricos) com os refugiados ambientais.
GESTÃO DE RESÍDUOS - A gestão dos resíduos que geramos mundialmente é outro tema do direito ambiental. A alta produção de resíduos pelos humanos resulta numa maior dificuldade em como tais resíduos serão geridos (decomposição, reciclagem, incineração, aterramento, etc), exigindo portanto uma intervenção do Direito na regulação de como serão aplicados os recursos ambientais para melhor gestão dos resíduos, como a Política Nacional dos Resíduos Sólidos, que estabelecem os deveres de que todos os municípios devem acabar com os lixões (até agosto de 2016, meta não alcançada), substituindo-os por outras formas de armazenamento, como os aterros sanitários. 
-Logística Reversa: No Brasil, a Logística Reversa, presente na Política Nacional dos Resíduos Sólidos, prega que todos os produtores e importadores de produtos, como pneus, óleos e lubrificantes, pilhas e baterias, agrotóxicos e suas embalagens, devem reter os itens e produtos que não funcionam mais, pois os mesmos não são próprios para serem jogados no lixo. Ou seja, caso um pneu da Pirelli ou iPhone estejam inutilizados, os mesmos devem ser retidos pela empresa produtora/importadora.
GESTÃO DE ÁGUA POTÁVEL - A Gestão de Água Potável, que trata da distribuição e saneamento da água, é outro tema ambiental que deve ser regulado pelo Direito. Apenas 3% da água é potável (dessalinização é um processo custoso), sendo que 80% dessa água potável está congelada, havendo uma distribuição desigual de água no mundo. 
DIREITO AMBIENTAL INTERNACIONAL - As questões ambientais não se encontram apenas nos limites territoriais (a emissão de gases no Brasil vai acabar atingindo os países vizinhos), onde os problemas ambientais atualmente devem ser resolvidos através de uma governança internacional. Com o processo de industrialização humana e seus efeitos no meio ambiente houve, na década de 60, uma percepção das tragédias ambientais que, juntamente com novas descobertas científicas, resultaram na evolução do Direito Ambiental, havendo a criação de ONGs que passaram a questionar a forma com que a humanidade estava lidando com o meio ambiente. Isto acarretou em diversos movimentos sociais populares na década de 60, que forçaram os Estados a se unirem para discutirem sobre o meio ambiente.
CONFERÊNCIA DE ESTOCOLMO DE 1972 - A primeira resposta a este sistema de reivindicação, foi a convocação dos Estados feita pela ONU, que foi a Conferência de Estocolmo sobre Meio Ambiente de 1972. Esta reunião teve como premissa básica inserir todos os Estados Membros da ONU em um debate global sobre meio ambiente, com o intuito de desconstruir a ideia de governança individual, visando a governança coletiva e internacional nas questões ambientais para que os problemas ambientais fossem sanados. 
-Declaração do Meio Ambiente: A Conferência de Estocolmo resultou na Declaração do Meio Ambiente, que é um tratado internacional dotado de normas e premissas como o fato de que o meio ambiente sadio e equilibrado passaria a ser um direito humano (prolongamento da Declaração Universal dos Direitos do Homem), influenciando bastante as Constituições dos Estados que participaram desta Conferência, havendo a necessidade de defesa da essencialidade do meio ambiente. 
 Outra premissa foi a de que o homem é, ao mesmo tempo, artífice (modificador do ambiente) e resultado do ambiente, gerando mudanças e sofrendo consequências. O (i) Princípio da Proteção Intergeracional do Meio Ambiente consiste na ideia de que o meio ambiente deve ser defendido para a presente geração e futuras gerações. Por fim, outra premissa era de que o (ii) desenvolvimento socioambiental deve estar de acordo com o desenvolvimento econômico. 
-Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA): O PNUMA, Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente foi gerado justamente pela Conferência de Estocolmo de 1972, possuindo o papel de ser a agência responsável em promover a conservação e uso eficiente dos recursos naturais, operacionalizando os objetivos estabelecidos pela Declaração do Meio Ambiente, através do estímulo de formas alternativas de desenvolvimento econômico. Antes, a ideia era de que para que quanto maior o uso de recursos ambientais, maior será o desenvolvimento econômico, sendo um modelo falido baseado na lógica extrativista, resultando em diversos impactos negativos no meio ambiente. 
-Relatório Brundtland: O PNUMA teve a iniciativa de desenvolver palestras e discussões mundo afora sobre formas alternativas de desenvolvimento econômico, lideradas por Brundtland, que elaborou o Relatório Brundtland: Nosso Futuro Comum de 1987, condensando uma proposta de modelo alternativo chamado de Desenvolvimento Sustentável que, ao invés de estimular a lógica extrativista antiga, apoia a geração de riqueza, sendo que a mesma deve estar ligada e atenta com a utilização racional dos recursos ambientais e impactos no meio ambiente, devendo estar a serviço do ser humano. Logo, o aspecto social, para o Desenvolvimento Sustentável, nunca deverá ser ignorado. 
 Portanto, podemos concluir que desenvolvimento sustentável é a geração de riquezas com efetiva utilização dos recursos ambientais visando o bem estar do ser humano (Tripé da Sustentabilidade, composto por geração de riquezas, meio ambiente e o ser humano). Para Brundtland, desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações vindouras satisfazerem as suas próprias necessidades.
ECO 92 - A Eco 92, também chamada de Rio 92, foi a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento, tendo como objetivo estabelecer aliança mundial mediante a criação de novos níveis de cooperação entre Estado e setores-chaves da Sociedade, apresentando para a sociedade o conceito de Desenvolvimento Sustentável, estimulando que os Estados aceitassem também este conceito. Ou seja, além de abrir espaço para um dialogo diplomático entre Estados, a Rio 92inseriu no contexto de proteção ao meio ambiente e expansão da utilização e conhecimento do desenvolvimento sustentável as universidades, centros de pesquisas, ONGs Internacionais, povos nativos e tradicionais (indígenas e aborígenes) e empresas.
 O centro dos debates era incentivar o desenvolvimento econômico-social em harmonia com a preservação do meio ambiente, seguindo a ideia do Tripé da Sustentabilidade. A Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento resultou na criação de documentos amplos e documentos programáticos e específicos.
-Princípio da Responsabilidade (Mas Diferenciada): O Princípio da Responsabilidade, mas Diferenciada consiste na premissa de que os Estados serão responsáveis pela conservação, proteção e recuperação do ecossistema, na medida em que contribuíram, em graus variados, para a degradação. Ou seja, os Estados que historicamente prejudicaram mais o meio ambiente terão maiores responsabilidades a serem cumpridas para a proteção do mesmo. 
-Declaração do Rio (Documento Amplo): A Declaração do Rio, que possui natureza de um tratado internacional, é um conjunto de premissas e princípios que foram debatidos durante a Rio 92, sendo um documento amplo.
-Agenda 21 (Documento Programático): A Agenda 21 tem a natureza jurídica de soft law, sendo um documento programático, ou seja, traz certas normas de conduta, mas não comina nenhuma sanção jurídica ao não cumprimento de tais normas . A Agenda 21 foi um referencial para o desenvolvimento de ações ambientais pelos Estados.
-Documentos Específicos da Eco 92: Além da Agenda 21 e da Declaração do Rio, foram formados e criados tratados internacionais sobre temas ambientais mais específicos, como a: 
(i) Convenção sobre a Diversidade Biológica, visando combater a extinção das espécies biológicas; 
(ii) Convenção Sobre Mudanças do Clima, que trouxe as primeiras premissas de uma governança internacional associadas à forma de combate global contra o aquecimento global e mudanças de clima, havendo reuniões periódicas entre os Estados signatários do tratado internacional. Os documentos gerados dessas reuniões são os protocolos, que criam novos direitos, metas e obrigações para os Estados, tendo como exemplo o Protocolo de Kyoto e o Protocolo de Paris; 
(iii) Declaração de Princípios sobre o Uso das Florestas, que estabelece certas normas de proteção às florestas, tendo como principal foco as florestas tropicais.
CONFERÊNCIA MUNDIAL DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DE 2002 - A Conferência Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável ocorreu em Joanesburgo, em 2002, 10 anos após a Rio 92. Devido aos ataques às Torres Gêmeas em 2001 e a popularização da Guerra ao Terror, os temas ambientais foram deixados de lado, sendo esta uma conferência que basicamente reafirmou o que houve na Eco 92, não sendo bem sucedida. Os documentos oriundos desta conferência foi a Declaração de Joanesburgo e o Plano de Implementação. 
-Declaração de Joanesburgo: Foi basicamente uma reafirmação dos princípios e valores assumidos pelos Estados presentes na ECO 92, não trazendo nenhuma mudança significativa. 
-Plano de Implementação: Foi plano responsável por identificar e estabelecer metas como a erradicação da pobreza, alterações no padrão de consumo e produção e proteção aos recursos naturais. Além disso, o Plano de Interpretação definia um tratamento específico ao continente africano e aos Estados-Ilha.
RIO +20 - Logo após a crise econômica de 2008, foi realizada em 2012 a Conferência das Nações Unidas Sobre Desenvolvimento Sustentável de 2012, também chamada de Rio +20, num período onde o mundo focava apenas crise econômica e nas questões de aumento dos refugiados e etc., onde o desenvolvimento sustentável só seria possível num momento de flexibilidade econômica. Houve apenas a reafirmação do Princípio da Responsabilidade Comum, tendo como pontos principais na Declaração do Rio +20 a energia, água, saneamento básico, segurança alimentar, oceanos e mares, redução de riscos de desastres naturais, mudanças climáticas e biodiversidade.
VISÕES DO DIREITO AMBIENTAL: ANTROPOCENTRISMO X ECOCENTRISMO – É uma forma de analisar as diferentes formas de abordar o meio ambiente. Tudo isto parte de uma discussão filosófica entre homem e meio ambiente. A relação entre o homem e o meio ambiente varia muito de acordo com a reflexão do indivíduo. Desta relação, podemos extrair três modelos axiológicos, que são o Antropocentrismo Clássico, o Ecocentrismo e o Antropocentrismo Alargado.
ANTROPOCENTRISMO CLÁSSICO – A visão antropocêntrica reflete na ideia de que o homem é o eixo principal em qualquer tipo de sistema, indo contra a antiga visão teocêntrica (Deus no eixo de todos os sistemas). Dentro da visão antropocêntrica, o planeta é visto como um um celeiro de recursos naturais à disposição das necessidades humanas, sendo o meio ambiente nada mais do que um meio para satisfação das necessidades humanas através dos extração dos seus recursos, sem uma preocupação sobre a reposição desses recursos. 
-Especismo: Em 1965, Richard Ryde cunhou o Especismo, que é o preconceito ou atitude tendenciosa de alguém a favor dos interesses de membros de sua espécie e contra os de outra. Logo, é uma forma de preconceito onde a espécie humana é melhor e mais importante do que todas as outras espécies, inclusive em relação ao meio ambiente, levando a ideia de que as espécies hierarquicamente inferiores e o meio ambiente devem servir o homem. 
OBS: O Desenvolvimento Sustentável trata da submissão das ações antrópicas ao respeito à capacidade do ecossistema planetário de atender as demandas da espécie dominante.
ECOCENTRISMO – É composta por todas as correntes que rejeitam o antropocentrismo clássico onde, pela logica ecocentrista, o homem está dentro de um contexto do meio ambiente, que é o eixo dos sistemas. A lógica ecocentrista parte da premissa de que não existe uma separação entre o humano e o não-humano, ou seja, o homem é apenas mais um dos diversos elementos que compõem o meio ambiente, como os rios, mamíferos, aves, insetos, etc.
-Animalismo: Dentro desse sistema haveria a divisão entre os animais humanos e animais não-humanos, que é estudada pelo Animalismo, que dentro de uma lógica ecocêntrica, estabelece e define a relação entre animais humanos e não-humanos. Dentro da perspectiva animalista, existem duas visões que enxergam essa relação de forma diferente que são o Bem Estarismo e o Abolicionismo.
 O (i) Bem Estarismo está ligado ao Bem Estar, criada por Peter Singer em 1977, seguindo a lógica de que não existe base moral para sustentar o Especismo, afirmando a igualdade entre homens e animais imposta no âmbito da moralidade. Tal corrente não defende a extensão de direitos pelos animais não-humanos, mas sim o faro de que o ser humano tem obrigação de assegurar que os outros animais não sofram desnecessariamente ao tomarem suas decisões.
 Diante da inexistência do especismo, Singer pressupõe que há a necessidade do (a) Princípio da Igual Consideração de Interesse, que é quando o ser humano, ao tomar sua decisão, deve considerar os interesses dos animais não humanos. 
 O (ii) Abolicionismo foi criado por Tom Regan em 1983, e parte da ideia de extensão de certos direitos dos animais humanos aos animais não-humanos, ou seja, ambos os tipos de animais teriam os mesmos direitos. Logo, é necessária uma definição de quais seriam os animais que possuiriam tais direitos. 
 Todos os (a) Animais Sujeitos De Uma Vida possuem os mesmos direitos dos humanos, ou seja, são os animais sensíveis e autoconscientes e que possuam condições intelectuais necessária para optar o que é melhor e pior para ele. O Abolicionismo segue o (b)Princípio da Coerência, que consiste na ideia de que deve haver a extensão dos Direitos Fundamentais dos humanos aos animais não-humanos.
OBS: A maioria dos animais não-humanos possui consciência do mundo, linguagem e comportamento compreensíveis além de corpos e sistemas parecidos com os dos humanos sob vários aspectos.
ANTROPOCENTRISMOALARGADO – É trabalhada na lógica de uma relação entre homem e meio ambiente, onde o homem ainda está num patamar superior ao meio ambiente. No entanto, essa diferenciação entre homem e meio ambiente exige que o homem reconheça valor intrínseco ao meio ambiente. Esta visão não defende a extensão de direitos fundamentais aos animais não-humanos, porém propõe a imposição de deveres aos humanos para a proteção dos animais não-humanos, vide a Lei de Crimes Ambientais quando versa sobre os maus-tratos dos animais .
TUTELA JURÍDICA DOS ANIMAIS NÃO-HUMANOS NO BRASIL - O Tratamento Jurídico no Brasil na relação entre Humanos e Animais Não-Humanos propõe certas proteções aos animais não-humanos, vide o Artigo 225,§1º, VII, CF/88, que determina que as pessoas devem cuidar dos animais, evitando os maus-tratos, sendo norma constitucional regulamentada pelo Artigo 32 da Lei 9605/98. Há também a tutela jurídica com base em na jurisprudência.
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade. (Regulamento)
-Caso da Farra do Boi (RE 153.531-8/SC): A Farra do Boi era uma festa popular em SC que tinha como objetivo expiar os pecados. Consistia na prisão de um boi, que ficava apreensivo e liberava o boi nas ruas, onde as pessoas poderiam açoitá-lo. Há nesse caso duas previsões constitucionais que entram em conflito, como o Direito à Cultura e a proibição dos maus-tratos aos animais, onde o STF abriu um precedente ao privilegiar a proteção e tutela jurídica dos animais. Esse mesmo precedente foi utilizado no caso da ADI da Vaquejada e na vedação ás rinhas de galo.
-Caso da Objeção de Consciência: Um estudante de medicina, por ser totalmente contra aos maus-tratos com os animais, pediu para que não participasse de disciplinas de anatomia que trabalhavam com a prática de vivissecção. O aluno entrou com uma ação para poder se formar sem ter que fazer as matérias que envolvam vivissecção de animais, onde o PJ decidiu que o aluno não deveria ser obrigado a partilhar de matérias deste tipo, priorizando a objeção de consciência em relação à liberdade de cátedra.
-Caso da Proibição de Finning (TJPA): Finning é uma prática em que o tubarão é pescado, cortam suas barbatanas enquanto o mesmo está vivo e depois as comercializam, devolvendo o tubarão amputado de volta ao mar. Havia no Pará uma empresa que apenas comercializava (não pescava) as barbatanas de tubarão, fazendo com que o TJPA alegasse que a empresa estava cometendo finning, que seria uma prática que causava maus-tratos aos animais. Juntamente com uma ACP pelo MP/PA, houve a condenação da empresa por processamento irregular de 5.593Kgs de barbatanas de tubarão.
CLASSIFICAÇÃO JURÍDICO-CONSTITUCIONAL DO MEIO AMBIENTE - A Classificação Jurídico-Constitucional do meio Ambiente leva em conta aspectos que compõem o meio ambiente, que se divide em meio ambiente natural, artificial, cultural e do trabalho.
MEIO AMBIENTE NATURAL - Meio Ambiente Natural/Físico é o meio ambiente constituído pela atmosfera, biosfera, água, solo, subsolo (inclusive recursos minerais), fauna e flora, concentrando os fenômenos de homeostase (equilíbrio dinâmico entre os seres vivos e meio em que vivem). O tratamento jurídico-constitucional e de tutela jurídica do meio ambiente natural está no Artigo 225 da CF.
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas; (Regulamento)
II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético;  (Regulamento)   (Regulamento)
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção; (Regulamento)
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade;  (Regulamento)
V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente;   (Regulamento)
VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente;
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade. (Regulamento)
§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei.
§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.
§ 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais.
§ 5º São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais.
§ 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas.
§ 7º Para fins do disposto na parte final do inciso VII do § 1º deste artigo, não se consideram cruéis as práticas desportivas que utilizem animais, desde que sejam manifestações culturais, conforme o § 1º do art. 215 desta Constituição Federal, registradas como bem de natureza imaterial integrante do patrimônio cultural brasileiro, devendo ser regulamentadas por lei específica que assegure o bem-estar dos animais envolvidos.   (Incluído pela Emenda Constitucional nº 96, de 2017)
MEIO AMBIENTE ARTIFICIAL - Meio Ambiente Artificial é o meio ambiente artificialmente criado pelos homens, sendo diretamente relacionado com o conceito de cidade (todos os espaços habitáveis), consistindo nas regras de jurídicas que versam sobre a convivência e habitação dos indivíduos em uma cidade, possuindo tratamento constitucional no Artigo 5º, XXIII; Artigo 21, XX; e Artigo 182 e o próprio Artigo 225.
 XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
Art. 21. Compete à União:
XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transportes urbanos;
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem- estar de seus habitantes.
§ 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana.
§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigênciasfundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor.
§ 3º As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa indenização em dinheiro.
§ 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento,      sob pena, sucessivamente, de:
I - parcelamento ou edificação compulsórios;
II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;
III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.
MEIO AMBIENTE CULTURAL - O Meio ambiente Cultural se preocupa e é integrado pelo patrimônio histórico, artístico, arqueológico, paisagístico e turístico, traduzindo a história de um povo, a sua formação, cultura e elementos identificadores da sua cidadania. O tratamento constitucional e de tutela jurídica do meio ambiente cultural está previsto no Artigo 216. 
Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem:
I - as formas de expressão;
II - os modos de criar, fazer e viver;
III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais;
V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.
§ 1º O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de acautelamento e preservação.
§ 2º Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão da documentação governamental e as providências para franquear sua consulta a quantos dela necessitem.
§ 3º A lei estabelecerá incentivos para a produção e o conhecimento de bens e valores culturais.
§ 4º Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão punidos, na forma da lei.
§ 5º Ficam tombados todos os documentos e os sítios detentores de reminiscências históricas dos antigos quilombos.
§ 6º É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a fundo estadual de fomento à cultura até cinco décimos por cento de sua receita tributária líquida, para o financiamento de programas e projetos culturais, vedada a aplicação desses recursos no pagamento de: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
I - despesas com pessoal e encargos sociais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
II - serviço da dívida; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
III - qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos investimentos ou ações apoiados. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
-Direito Administrativo e o Tombamento: O Direito Administrativo protege o meio ambiente cultural, mais especificamente os patrimônios históricos e culturais através do tombamento, que é um ato administrativo realizado pelo poder público com o objetivo de preservar, através da aplicação da lei, bens de valor histórico, cultural, arquitetônico e ambiental para a população, impedindo que venham a ser destruídos ou descaracterizados.
MEIO AMBIENTE DO TRABALHO – O Meio Ambiente do Trabalho é o local onde as pessoas desempenham suas atividades laborais relacionadas à saúde (sejam remuneradas ou não). O equilíbrio está baseado na salubridade do meio e na ausência de agentes que comprometam a incolumidade físico-psíquica dos trabalhadores, possuindo tratamento constitucional no Artigo 7º, XXIII e Artigo 200, VIII. Tanto o Direito Previdenciário (SAT – Seguro contra Acidentes do Trabalho) quanto o Direito Trabalhista serão responsáveis por proteger o meio ambiente do trabalho.
Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei:
VIII – colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:
XXIII – adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei;
PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL – São os princípios que norteiam o Direito Ambiental.
PRINCÍPIO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL – Tendo como base a Conferência de Estocolmo de 1972, o conceito de desenvolvimento sustentável só surgiu após o Relátorio Brundtland. É um princípio constitucional baseado e extraído conjuntamente nos Artigos 170, I e 225, Caput da CF/88. Logo, o Princípio do Desenvolvimento Sustentável é um princípio base do Direito Ambiental, responsável por estimular a lógica do desenvolvimento sustentável com o intuito de visar o desenvolvimento econômico e social garantindo a proteção do meio ambiente.
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:
VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.
 O desenvolvimento sustentável baseia-se no tripé social, ambiental e econômico, onde seu conceito vem da ideia de gerar um desenvolvimento econômico, porém, com a preocupação de preservar o meio ambiente, pensando nas gerações futuras. Portanto, há a divisão do desenvolvimento sustentável em três dimensões, que são responsáveis por formar o Tripé da Sustentabilidade (Dimensão Social, Econômica e Ambiental).
-Dimensão Social: A dimensão social tem com objetivos a repartição mais justa das riquezas (justiça social), proporcionando a universalização do acesso à educação e saúde, além da garantia entre a equidade entre sexos, grupos étnicos e religiosos.
-Dimensão Econômica: Se baseia e consiste na criação de riqueza a partir da eficiência do uso de energia e dos recursos naturais, visando mudanças a alterações nos padrões de consumo, gerando a redução do desperdício.
-Dimensão Ambiental: A dimensão ambiental tem como objetivo a utilização parcimoniosa dos recursos naturais e a preservação do meio ambiente natural.
PRINCÍPIO DO LIMITE – Também conhecido como Princípio da Capacidade de Suporte, consiste na ideia de que o Poder Público tem o dever de estabelecer padrões de qualidade ambiental, definindo o que é bom e ruim para a saúde humana e o meio ambiente. O Princípio da Capacidade de Suporte propõe e orienta a criação de padrões estabelecidos (Standards Ambientais) pelo Poder Público, que devem levar em conta o limite de matéria ou energia estranha que o ambiente pode suportar sem alterar suas características básicas e essenciais. Tal princípio pode ser extraído no Artigo 225, §1º, V da CF/88.
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco paraa vida, a qualidade de vida e o meio ambiente;   (Regulamento)
PRINCÍPIO DO POLUIDOR-PAGADOR – O Princípio do Poluidor-Pagador não permite ou não confere autorização ao indivíduo a possibilidade de poluição sem sua responsabilização. Ou seja, de acordo com o Princípio do Poluidor Pagador, aquele indivíduo ou empresa que causar danos ambientais terá que reparar os prejuízos por meio de pagamento dos custos para a preservação do meio ambiente.
-Princípio do Poluidor-Pagador no Plano Preventivo: No plano preventivo, o princípio terá como objetivo evitar o dano ambiental, servindo como um elemento desestimulante de uma atividade ou setor econômico que seja potencialmente poluidor, evitando a “Privatização dos Lucros e Socialização das Perdas”. Logo, no plano preventivo, há uma internalização dos custos dos produtos de acordo com os custos ambientais, ou seja, uma internalização das externalidades negativas. 
 Portanto, caso haja um produto que tenha sido produzido de forma poluente e mais barata, este produto sofrerá uma adição maior de custos ambientais através dos tributos ambientais, aumentando seu preço de venda, enquanto que o produto que teve um custo maior para sua produção mas que fez uso de formas sustentáveis de produção sofrerá uma desoneração, havendo uma redução do preço e orientação do mercado a comprar o produto menos danoso ao meio ambiente. 
OBS: O Estado não cria os tributos ambientais para lucrar, mas sim para moldar um comportamento.
-Princípio do Poluidor-Pagador no Plano Repressivo: No plano repressivo, o Princípio do Poluidor-Pagador tem como função exigir a responsabilização dos indivíduos que poluíram (se você poluiu, pague de acordo com o que foi poluído). A responsabilização pode ser de natureza penal, civil e/ou administrativa.
PRINCÍPIO DO USUÁRIO-PAGADOR – O Princípio do Usuário-Pagador se relaciona com o Princípio do Poluidor-Pagador. Consiste na ideia de que os usuários de recursos-naturais devem pagar por sua utilização. Ou seja, deve haver uma compensação financeira à coletividade pela utilização privada de recursos naturais de uso comum em benefício próprio. Neste caso, não é um princípio de responsabilização, pois não houve dano ambiental, havendo apenas uma compensação pelo benefício obtido pelo individuo ao fazer uso de um recurso natural de uso comum (vide a utilização do ar por uma fábrica de agrotóxicos, da água por todos os cidadãos).
	PRINCÍPIO DO POLUIDOR-PAGADOR
	PRINCÍPIO DO USUÁRIO-PAGADOR
	Internalizar, no custo dos produtos, os prejuízos sentidos por toda a sociedade com a degradação do meio ambiente.
	Imputar, ao usuário dos bens ambientais, o custo por sua utilização privada em benefício próprio.
	Destina-se à atividade de poluentes
	Destina-se às atividades não-poluentes e que estão geralmente regularizadas.
PRINCÍPIO DA PARTICIPAÇÃO – Consiste na ideia de que toda sociedade tem o dever/direito de tomar decisões relacionadas à defesa do meio ambiente. O Princípio da Participação exige uma proatividade dos indivíduos, conferindo aos mesmos alguns instrumentos, que são os judiciais, administrativos e políticos.
-Instrumentos Judiciais: Todos os direitos fundamentais possuem uma garantia que os resguardando, sendo estes os remédios constitucionais, como o Habeas Corpus, Habeas Data, MI, ACP, Ação Popular e Mandado de Segurança, por exemplo. A Ação Popular e a Ação Civil Pública são os instrumentos judiciais que melhor tutelam e asseguram a defesa do meio ambiente. Outros exemplos são as ADIs e ADPFs que, diante de uma lei contrária ao meio ambiente, tais ações serão instituídas para declararem a inconstitucionalidade da Lei. 
-Instrumentos Administrativos: Um exemplo de instrumentos administrativos é a (i) Lei de Acesso às Informações Públicas, responsável por garantir aos cidadãos certas informações relacionadas ao meio ambiente, efetivando o Princípio da Publicidade da Administração Pública. O (ii) Direito de Petição garante que qualquer brasileiro tenha o direito de peticionar a um órgão público, buscando a efetivação de certo pedido. É uma garantia de que o pleito do cidadão será atendido.
-Instrumentos Políticos: Politicamente, o cidadão pode fazer uso dos referendos, plebiscitos e iniciativas populares para poderem participar pela via política na defesa do meio ambiente.
-Princípio da Informação Ambiental: O Princípio da Informação Ambiental, que decorre do Princípio da Participação, consiste na ideia de que só haverá participação da coletividade sobre as questões relacionadas ao meio ambiente caso os cidadãos possam ter acesso às informações ambientais básicas. Consistem em instrumentos destinados a difundir a informação ambiental, como: o (i) Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), que informa aos cidadãos sobre os impactos ambientais de certas obras; o (ii) Selo Ruído contra a Poluição Sonora; (iii) Relatório de Qualidade, que mensura o quanto as empresas estão respeitando os limites e condicionantes da licença ambiental; e a (iv) publicação do pedido de licenciamento ambiental. 
-Princípio da Educação Ambiental: Princípio da Educação Ambiental consiste na ideia de que o Poder Público deve educar e conscientizar as pessoas em relação ao meio ambiente, sendo uma forma de conscientização das pessoas sobre o meio ambiente através da educação das mesmas. A (i) Educação Ambiental Formal é aquela baseada no âmbito dos currículos das instituições de ensino públicas e privadas. Já a (ii) Educação Formal Material é toda forma de educação que não está dentro dos currículos escolares, correspondendo a uma formação prática e mais efetiva de gerar a consciência ambiental.
PRINCÍPIO DA PREVENÇÃO – Também conhecido como Princípio da Precaução, reza que é mais vantajoso prevenir um eventual dano ambiental do que remediá-lo, tendo como função primordial a prevenção de um dano ambiental futuro que é certo caso não haja a prevenção. Tal princípio é uma diretriz para a restrição de uma atividade diante da evidencia de perigo ou risco ambiental concreto e certo. Tal Princípio decorre do Tratado de Estocolmo de 1972 e da RIO 92.
PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO – De acordo com o Princípio da Precaução, diante da dúvida entre uma atividade ser ou não danosa ao meio ambiente, o meio ambiente será protegido, sendo um caso de in dubio pro ambiente. Possui como pressupostos a falta de evidencia científica a respeito da existência de um dano e a possibilidade de que condutas humanas causem danos coletivos vinculados à situações catastróficas que podem afetar o meio ambiental.
-Inversão do Ônus da Prova: Isso quer dizer que aquele a quem se imputa o dano ambiental é quem deve suportar o ônus de provar que tal atividade não traz risco, de acordo com a Súmula do STJ 418. 
PRINCÍPIO DA UBIQUIDADE - Também chamado de Princípio da Integração, o Princípio da Ubiquidade é a capacidade de algo de se fazer presente me todos lugares, sendo um sinônimo de onipresença. Consiste na ideia de que o meio ambiente é ubíquo e onipresente, estando presente em todos lugares, necessitando ser considerado em tudo que é feito pela sociedade. Isto nos leva a compreender que qualquer decisão política resultará na afetação do meio ambiente.
 O Princípio da Ubiquidade resulta na obrigatoriedade de integração das exigências ambientais na definição e aplicação das políticas públicas, pois não há como se pensar em meio ambiente de modo restrito/compartimentalizado, já que a poluição não encontra limites. 
PRINCÍPIO DA PROIBIÇÃO DO RETROCESSO AMBIENTAL – Possui a mesma lógica do Princípio da Proibição do Retrocesso Social, consistindo na ideia de que as garantias de proteção ambiental, uma vez conquistadas, não podem retroagir, sempre podendo ser aumentadas e nunca diminuídas. Tal princípio tem como objetivo preservar o bloco normativo (constitucional e inconstitucional) já consolidado no ordenamento jurídico, impedindo ou assegurando o controle de atos que venham a provocar sua restrição.
PRINCÍPIO DA FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE – O Código Civil define que o direito depropriedade privada será exercido consonantemente com as suas finalidades, de modo que sejam preservados os elementos do meio ambiente (flora, fauna, belezas naturais e equilíbrio ecológico). O interesse ambiental gerará uma série de restrições à propriedade privada do indivíduo. 
Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.
§ 1o O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL E O MEIO AMBIENTE – A Constituição Federal de 1988 prevê e versa, em diversos artigos, sobre o meio ambiente. 
DIREITO AO MEIO AMBIENTE = DIREITO FUNDAMENTAL (Artigo 225, Caput) - O Caput do Artigo 225 estabelece que todos têm o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, garantindo ao meio ambiente a qualidade de direito fundamental. 
-Visão Antropocêntrica: havendo a visão antropocêntrica de que “todos” equivalem às Pessoas Humanas brasileiras ou Pessoas Humanas brasileiras e estrangeiras. 
-Visão Ecocêntrica: Já a visão ecocêntrica estabelece que “todos” equivalem a todos os animais, humano e não-humanos.
-Meio Ambiente como Bem de Uso Comum: No direito ambiental, não há relevância na classificação entre bem público ou privado, sendo o meio ambiente um bem de uso comum do povo, podendo estar em propriedade privada ou pública, cujos recursos ambientais presentes nas propriedades são de uso comum do povo (cachoeira e riachos dentro de uma fazenda).
 O meio ambiente, no Artigo 225, é categorizado como um direito fundamental e bem essencial que não pode ser ignorado pelos indivíduos, impondo-se à coletividade (cidadãos e Estado) o dever de defendê-lo e preservá-los para as presentes e futuras gerações.
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.
DEVERES DO PODER PÚBLICO (Artigo 225, §1º) – Os deveres do poder público para a proteção e defesa do meio ambiente estão presentes no Artigo 225,§1º da CF/88.
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas; (Regulamento)
-Preservação da Biodiversidade e Biossegurança: É o dever do Poder Público de proteger e preservar a biodiversidade, levando o Poder Público a estimular a proteção de florestas e espécies com o intuito de assegurar a diversidade e a biossegurança. A (i) Biossegurança é a responsabilidade de regulação do mercado que envolvam alterações nos organismos geneticamente modificados, possuindo uma Lei própria, que é a Lei 11.105/05.
II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético;  (Regulamento)   (Regulamento)
-Espaços Ambientalmente Protegidos: É um dever do Poder Público de que todos os Entes Federados devem criar em seus territórios espaços ambientalmente protegidos (APP, Unidade de Conservação e Áreas de Reserva Legal), que só poderão ser suprimidos ou alterados mediante lei. 
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção; (Regulamento)
-Necessidade de Estudo Ambiental Prévio: É uma previsão constitucional relevante, que trata da necessidade de prévio estudo de impacto ambiental para um empreendimento, que é altamente complexo, fazendo um exame de previsões dos impactos ambientais que o empreendimento vai causar. O estudo só é necessário caso haja possibilidade de que o empreendimento tenha alto e significativo potencial de degradação do meio ambiente. 
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade;  (Regulamento)
-Controle de Produção, Comercialização e Técnicas: O Poder Público terá o dever de controlar a produção, comercialização e uso de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco de vida para os indivíduos e ao meio ambiente.
V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente;   (Regulamento)
-Educação Ambiental: É o dever do Poder Público de promover e incentivar a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente.
VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente;
-Proteção da Fauna e Flora: É um dever fundamental do Poder Público proteger a fauna (animais não-humanos) e a flora (área verde), sendo proibidas, na forma da lei, práticas que coloquem em risco de extinção certas espécies, desequilíbrio ecológico e crueldade aos animais. 
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade. (Regulamento)
OBS: De acordo com o Artigo 225,§7º da CF/88, não serão consideradas cruéis as práticas desportivas que utilizem animais, desde que sejam manifestações culturais, devendo ser registradas como bem de natureza imaterial integrante do patrimônio cultural brasileiro, sendo regulamentadas por lei específica que assegure o bem-estar dos animais. É um dispositivo resultante da EC 96/2017.
§ 7º Para fins do disposto na parte final do inciso VII do § 1º deste artigo, não se consideram cruéis as práticas desportivas que utilizem animais, desde que sejam manifestações culturais, conforme o § 1º do art. 215 desta Constituição Federal, registradas como bem de natureza imaterial integrante do patrimônio cultural brasileiro, devendo ser regulamentadas por lei específica que assegure o bem-estar dos animais envolvidos.   (Incluído pela Emenda Constitucional nº 96, de 2017)
EXPLORAÇÃO DE RECURSOS MINERAIS (Artigo 225, §2º) - O §2º trata da atividade de exploração de recursos minerais, estabelecendo que aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei.
§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei.
OBS: Recuperação não se confunde com restauração. Recuperação é a recuperação do ecossistema degradado a uma condição não degradada, que pode ser diferente da sua condição original. Já a restauração consiste na restituição do ecossistema degradado o mais próximo possível da condição original.
TRÍPLICE SANÇÃO (Artigo 225, §3º) – Qualquer conduta ou atividade lesivas ao meio ambiente poderão sujeitar os infratores (PJs ou PFs) a sanções penais e administrativas, além da responsabilidade civil de reparar os danos causados.
§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.
PROTEÇÃO ESPECIAL AOS BIOMAS - A CF/88, em seu Artigo 225, §4º, estabelece que 5 biomas (Floresta Amazônica, Mata Atlântica, Serra do Mar, Pantanal e Zona Costeira) são patrimônio nacional, devendo ser criadasleis que regulem as utilização dos recursos naturais desses biomas, buscando assegurar a preservação do meio ambiente.
§ 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais.
OBS: Existe uma PEC tramitando no Congresso que visa incluir o bioma da caatinga neste dispositivo constitucional.
INDISPONIBILIDADE DE TERRAS NECESSÁRIAS (Artigo 225,§5º) – As terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados necessárias para a proteção dos ecossistemas naturais serão indisponíveis.
§ 5º São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais.
LOCALIZAÇÃO DE USINAS NUCLEARES (Artigo 225, §6º) - O Artigo 225, §6º da CF determina que as usinas nucleares deverão ser instituídas em locais definidos em lei federal pelo Congresso Nacional.
§ 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas.
COMPETÊNCIA CONSTITUCIONAL DO MEIO AMBIENTE – Os entes federativos possuem competências materiais (criação de políticas públicas, direcionando a atuação política dos entes) e legislativas. O meio ambiente está referenciado na CF/88 como uma competência material comum para, em lato sensu, proteger o meio ambiente.
-Meio Ambiente como Competência Comum: Competências Comuns são as competências materiais pertencentes a mais de um ente da federação, elas girando entorno de matérias de ordem social, importando apenas que seja feito e não quem vai fazer. Estão presentes no artigo 23 da Constituição Federal. Leis complementares vão disciplinar sobre os limites de atuação de cada um desses entes nas competências comuns. Nelas, os entes atuam conjuntamente.
 O meio ambiente como competência comum define que os entes devem: (i) proteger o meio ambiente; (ii)combater a poluição em qualquer de suas formas; (iii) preservas as flores, faunas e floras; além de (iv)registrar, acompanhar e fiscalizar a concessão de direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios.
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:
III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;
IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural;
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;
XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios;
OBS: A Lei Complementar 140 estabelece e regula o exercício da competência comum do meio ambiente, conforme o Artigo 23, Parágrafo Único.
Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
-Meio Ambiente como Competência Concorrente: Competências Concorrentes são as competências legislativas pertencentes a mais de um ente da federação, elas girando entorno de matérias de ordem social, importando apenas que seja feito e não quem vai fazer. Estão presentes no artigo 24 da Constituição Federal. Diferenciam-se das competências comuns, porque são legislativas. Os municípios vão legislar juntamente com os Estados e a União sobre algumas matérias, embora eles não estejam presentes no artigo 24, eles possuem competências concorrentes devido à previsão do parágrafo 2º do artigo 30 da CF.
 O meio ambiente como competência concorrente permite que os entes legislem sobre as florestas, caça, pesca, fauna, conservação e defesa de recursos naturais, controle da poluição e proteção do patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico, conforme o Artigo 24, VI, VII, VIII da CF/88.
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição;
VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico;
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;
 A CF/88, §§1º-4º, estabelece que a União possui a competência para criar normas gerais para as matérias do Artigo 24, enquanto os Estados, DF e Municípios serão responsáveis por criar as normas específicas (natureza específica do local) das matérias dispostas no Artigo 24, da CF/88
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais.
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados.
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.
OBS: As normas gerais são as que possuem uniformidade e aplicação em todo território nacional. As normas gerias também podem ser consideradas normas permissivas ou proibitivas. Outra conceito menos aceito é o de que Normas Gerais seriam normas de conteúdo geral à semelhança de princípio. 
-Meio Ambiente como Competência Privativa: Competências Privativas são atribuídas unicamente à União, elas se diferenciam das exclusivas, porque podem ser delegáveis. O STF chama essa competência de privativa delegável. Toda delegação deve ser estrita e limitável. Está presente no artigo 22 da CF.
 O meio ambiente como competência privativa estabelece que a União pode legislar privativamente, de acordo com o Artigo 22, IV, XII, XIV e XXVI da CF/88 sobre as águas, energia, jazidas, minas e outros recursos minerais e atividades nucleares. 
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão;
XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia;
XIV - populações indígenas;
XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza
OBS: Competências Exclusivas são atribuídas pela Constituição a União, sendo elas indelegáveis. A regra é a indelegabilidade, uma competência só pode ser delegada se houver essa previsão na Constituição. O Supremo Tribunal Federal chama essa competência de privativa indelegável. Estão previstas no artigo 21 da CF.
POLÍTICA AMBIENTAL E SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE – Todos os entes irão se organizar para exercer a política pública de proteção ao meio ambiente por meio de leis e do Princípio da Legalidade e Proporcionalidade. A União estabelecerá a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), por meio da Lei Federal 6938/81. Já o Estado da Bahia se organizou pela Lei Estadual 10431/06, que estabelece a Política Estadual do Meio Ambiente (PEMA). Por fim, o Município de Salvador se organizou por meio da Lei Municipal 8915/15, que estabelece a Política Municipal do Meio Ambiente (PMMA).
 O Artigo 3º da Lei Federal 6938/81 estabelece conceitos essenciais para a o entendimento do sistema nacional do meio ambiente. Estes conceitos são o meio ambiente, a degradação do meio ambiente, a poluição, o poluidor e os recursos ambientais.
Art 3º - Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por:
I - meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas;II - degradação da qualidade ambiental, a alteração adversa das características do meio ambiente;
III - poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente:
a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;
c) afetem desfavoravelmente a biota;
d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;
e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos;
IV - poluidor, a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental;
V - recursos ambientais: a atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora.  (Redação dada pela Lei nº 7.804, de 1989)
CONCEITO DE MEIO AMBIENTE – Para o Artigo 3º, I da Lei 6938/81, meio ambiente é o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas.
I - meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas;
DEGRADAÇÃO DA QUALIDADE AMBIENTAL – Também chamada de degradação do meio ambiente, podemos conceituar este termo como a alteração adversa das características do meio ambiente, sendo provocada por causa natural (erupção vulcânica, incêndios naturais, etc) conforme o Artigo 3º, II da Lei 6938/81.
II - degradação da qualidade ambiental, a alteração adversa das características do meio ambiente;
CONCEITO DE POLUIÇÃO – Segundo o Artigo 3º, III da Lei 6938/81, a poluição é a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades humanas que, direta ou indiretamente: (i) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população; (ii) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; (iii) afetem desfavoravelmente a biota; (iv) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; (v) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos.
III - poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente:
a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;
c) afetem desfavoravelmente a biota;
d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;
e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos;
CONCEITO DE POLUIDOR – Conforme o Artigo 3º, IV, poluidor é aquele responsável pela prática direta ou indireta da poluição, seja Pessoa Física ou Jurídica, de direito público ou privado.
IV - poluidor, a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental;
CONCEITO DE RECURSOS AMBIENTAIS – De acordo com o Artigo 3º, V, recursos ambientais são a atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora.
V - recursos ambientais: a atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora.  (Redação dada pela Lei nº 7.804, de 1989)
INSTRUMENTOS DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (Artigo 9º) – O Artigo 9º da Lei 6938/81 retrata como o Estado Brasileiro trata da tutela do meio ambiente,
Art 9º - São instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente:
I - o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental;
II - o zoneamento ambiental;                (Regulamento)
III - a avaliação de impactos ambientais;
IV - o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras;
V - os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou absorção de tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade ambiental;
VI - a criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo Poder Público federal, estadual e municipal, tais como áreas de proteção ambiental, de relevante interesse ecológico e reservas extrativistas;                     (Redação dada pela Lei nº 7.804, de 1989)
 VII - o sistema nacional de informações sobre o meio ambiente;
VIII - o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental;
IX - as penalidades disciplinares ou compensatórias ao não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção da degradação ambiental.
X - a instituição do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente, a ser divulgado anualmente pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA;                    (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989)
XI - a garantia da prestação de informações relativas ao Meio Ambiente, obrigando-se o Poder Público a produzí-las, quando inexistentes;                         (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989)
 XII - o Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras dos recursos ambientais.                     (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989)
XIII - instrumentos econômicos, como concessão florestal, servidão ambiental, seguro ambiental e outros.                       (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006)
-Padrões de Qualidade Ambiental: Se relaciona com o Princípio do Limite/Capacidade de Suporte, onde cabe ao Poder Público estabelecer os limites e padrões de qualidade ambiental, sendo tais padrões fixados pelo CONAMA, servindo como diretrizes de segurança para a Administração e para a população.
I - o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental;
-Zoneamento Ambiental: O Artigo 9º, II, estabelece para os Municípios, Estados e a União objetivos e aspectos que devem ser levados em conta para a fixação de zonas de proteção ambiental. O zoneamento ambiental resulta na divisão do território em parcelas nas quais se autorizam ou se interditam atividades. Ao depender do nível de proteção ambiental da área, certas atividades serão estimuladas ou proibidas.
II - o zoneamento ambiental;                (Regulamento)
-Sistema Nacional de Informação sobre o Meio Ambiente: O Artigo 9º, VII, estabelece o direito de informação sobre o meio ambiente, garantindo o subprincípio da Informação Ambiental, decorrente do Princípio da Participação. Na prática, tal sistema só opera com qualidade no âmbito da União, sendo falho nos Estados e Municípios. A Lei Federal 10653/13 garante o acesso público à informação e dados de órgãos e entidades do SISNAMA.
 VII - o sistema nacional de informações sobre o meio ambiente;
-Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental: Previsto no Artigo 9º, VIII, estabelece o registro ambiental obrigatório para entidades que: (i) desenvolvam atividades consideradas potencialmente poluidoras; (ii) utilizadoras de recursos ambientais; e (iii) pratiquem atividades de defesa ambiental. É válido notar que a ausência de registro torna a atividade inválida.
VIII - o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental;
-Servidão Ambiental: O Artigo 9º-A da Lei prevê a servidão ambiental, que consiste no fato de que o proprietário rural deverá renunciar voluntariamente o uso, extração, supressão e exploração de recursos naturais em sua propriedade. A servidão ambiental deve ser registrada em um Cartório de Registro de Imóveis. A renúncia pode ser parcial ou total, assim como pode ser temporária ou permanente, só podendo ocorrer após anúncio do órgão competente. A servidão não pode ocorrer em áreas de APP e Reserva Legal, assim como não pode ocorrer em área inferior a da reserva legal.
Art. 9o-A.  O proprietário ou possuidor de imóvel, pessoa natural ou jurídica, pode, por instrumento público ou particular ou por termo administrativo firmado perante órgão integrante do Sisnama, limitar o uso de toda a suapropriedade ou de parte dela para preservar, conservar ou recuperar os recursos ambientais existentes, instituindo servidão ambiental.  
TAXA DE CONTROLE E FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL – O Artigo 17-B da Lei 6938/81 estabelece um tributo que é a taxa de controle e fiscalização ambiental, cuja incidência é direcionada aos sujeitos que exerçam certas atividades estabelecidas na PNMA. Deve ser entregue anualmente um relatório para o IBAMA que, ao depender do tamanho da empresa, haverá uma alteração do valor da taxa. 
Art. 17-B. Fica instituída a Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental – TCFA, cujo fato gerador é o exercício regular do poder de polícia conferido ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA para controle e fiscalização das atividades potencialmente poluidoras e utilizadoras de recursos naturais.                         (Redação dada pela Lei nº 10.165, de 2000)                       (Vide Medida Provisória nº 687, de 2015)
OBS: O Artigo 17-F estabelece as hipóteses de isenção tributária para a TCFA.
Art. 17-F. São isentas do pagamento da TCFA as entidades públicas federais, distritais, estaduais e municipais, as entidades filantrópicas, aqueles que praticam agricultura de subsistência e as populações tradicionais. (Redação dada pela Lei nº 10.165, de 2000)
CONCESSÃO FLORESTAL – A Lei 11284/06 versa sobre a concessão ambiental, que é um processo pelo qual a tutela de determinada floresta é delegada para o setor privado. O particular, a partir da concessão florestal, passa a ter obrigações de cuidar e vigiar a floresta, além de adquirir os direitos de exploração, seguindo o manejo sustentável da atividade, cabendo ao mesmo a recuperação do dano ambiental causado.
SISNAMA – O Sistema Nacional do Meio Ambiente, também conhecido como SISNAMA, é o conjunto de órgãos e instituições vinculados ao Poder Executivo que se encarregam da proteção do meio ambiente. É um sistema que possui órgãos nos âmbitos da União, Estados e Municípios, estando integrados no sistema de efetivação das políticas do meio ambiente, devendo agir de forma cooperativa entre eles (consórcios públicos e convênios, que são acordos de cooperação técnica).
OBS: No SISNAMA é permitido a delegação de atribuições e de execução de ações administrativas de um ente para o outro, de acordo como o previsto na Lei Complementar 140, Artigo 5º. 
Art. 5o  O ente federativo poderá delegar, mediante convênio, a execução de ações administrativas a ele atribuídas nesta Lei Complementar, desde que o ente destinatário da delegação disponha de órgão ambiental capacitado a executar as ações administrativas a serem delegadas e de conselho de meio ambiente. 
Parágrafo único.  Considera-se órgão ambiental capacitado, para os efeitos do disposto no caput, aquele que possui técnicos próprios ou em consórcio, devidamente habilitados e em número compatível com a demanda das ações administrativas a serem delegadas. 
-CONAMA: O CONAMA, ou Conselho Nacional do Meio Ambiente, é um órgão de assessoria e de caráter deliberativo, que tem como função de assessorar e prestar consultoria e de propor diretrizes para o Governo. As deliberações do CONAMA se tornam vinculantes, versando sobre normas e padrões compatíveis com o meio ambiente equilibrado e sadio. As competências do CONAMA estão previstas no Artigo 8º da Lei 6938/81.
Art. 8º Compete ao CONAMA:                          (Redação dada pela Lei nº 8.028, de 1990)
I - estabelecer, mediante proposta do IBAMA, normas e critérios para o licenciamento de atividades efetiva ou potencialmente poluídoras, a ser concedido pelos Estados e supervisionado pelo IBAMA;                      (Redação dada pela Lei nº 7.804, de 1989)
II - determinar, quando julgar necessário, a realização de estudos das alternativas e das possíveis conseqüências ambientais de projetos públicos ou privados, requisitando aos órgãos federais, estaduais e municipais, bem assim a entidades privadas, as informações indispensáveis para apreciação dos estudos de impacto ambiental, e respectivos relatórios, no caso de obras ou atividades de significativa degradação ambiental, especialmente nas áreas consideradas patrimônio nacional.  (Redação dada pela Lei nº 8.028, de 1990)
IV - homologar acordos visando à transformação de penalidades pecuniárias na obrigação de executar medidas de interesse para a proteção ambiental; (VETADO);
V - determinar, mediante representação do IBAMA, a perda ou restrição de benefícios fiscais concedidos pelo Poder Público, em caráter geral ou condicional, e a perda ou suspensão de participação em linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito;                      (Redação dada pela Vide Lei nº 7.804, de 1989)
VI - estabelecer, privativamente, normas e padrões nacionais de controle da poluição por veículos automotores, aeronaves e embarcações, mediante audiência dos Ministérios competentes;
VII - estabelecer normas, critérios e padrões relativos ao controle e à manutenção da qualidade do meio ambiente com vistas ao uso racional dos recursos ambientais, principalmente os hídricos.
Parágrafo único. O Secretário do Meio Ambiente é, sem prejuízo de suas funções, o Presidente do Conama.                       (Incluído pela Lei nº 8.028, de 1990)
-IBAMA: Já o IBAMA, ou Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, é uma autarquia federal que desenvolve diversas atividades para a preservação e conservação do patrimônio natural, exercendo o controle e a fiscalização sobre o uso dos recursos naturais (água, flora, fauna, solo, etc). A competência do IBAMA está prevista no Artigo 11, caput, da Lei 6938/81.
Art. 11. Compete ao IBAMA propor ao CONAMA normas e padrões para implantação, acompanhamento e fiscalização do licenciamento previsto no artigo anterior, além das que forem oriundas do próprio CONAMA.                         (Redação dada pela Lei nº 7.804, de 1989)
§ 2º - Inclui-se na competência da fiscalização e controle a análise de projetos de entidades, públicas ou privadas, objetivando a preservação ou a recuperação de recursos ambientais, afetados por processos de exploração predatórios ou poluidores.

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