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Aula 03 historia brasil

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DIREITO DO TRABALHO I – Profª. Me. Roseméri Simon Bernardi
Aula 03 - História do Direito do Trabalho no Brasil 
Leitura indicada: 
MARTINS, Sergio Pinto. Direito do Trabalho. 28ª ed. São Paulo: Atlas, 2012. Parte 1 – Introdução ao Direito do Trabalho; História do Direito do Trabalho.
NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Iniciação ao Direito do Trabalho. 37ª ed. São Paulo: LTr, 2011. Capítulo I.
PAULO, Vicente. Manual de Direito do Trabalho. 16ª ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2012. Capítulo 1 – Noções gerais de Direito do Trabalho.
SOCIEDADE INDUSTRIAL E TRABALHO ASSALARIADO
A – ASPECTOS ECONÔMICOS
O direito do trabalho nasce com a sociedade industrial e o trabalho assalariado.
As razões que determinaram o seu aparecimento são econômicas, políticas e jurídicas.
A principal causa econômica foi a Revolução Industrial do século XVIII, conjunto de transformações decorrentes da descoberta do vapor como fonte de energia e da sua aplicação nas fábricas e meios de transportes. Com a expansão da indústria e do comércio, houve a substituição do trabalho escravo, servil e corporativo pelo trabalho assalariado em larga escala, do mesmo modo que a manufatura cedeu lugar à fábrica e, mais tarde, à linha de produção.
B – ASPECTOS POLÍTICOS
No plano político, como reação ao absolutismo que reinava unânime nas principais nações européias – inclusive com o aval da Igreja Católica, que fundamentava e legitimava a origem metafísica e divina do poder dos Reis –, sobreveio o liberalismo político sagrado vitorioso com a Revolução Francesa de 1789 e que foi forjado pela filosofia iluminista racionalista. Por esse novo paradigma de organização política, o papel do Estado foi reduzido substancialmente, a liberdade individual foi dogmatizada em termos absolutos, com o repúdio a quaisquer formas de organização coletiva ou sociedades parciais entre os indivíduos e o Estado. 
Havia, à época, o grande receio de que a liberdade dos indivíduos pudesse ser novamente reduzida pelo Estado, razão pela qual autores como John Locke, partindo da concepção clássica de contratualismo, sustentavam que o Estado deveria permanecer passivo, inerte, como mero espectador da luta pela vida em sociedade, apenas sendo responsável pela garantia da paz e da ordem pública, tal como concebidas sob a óptica liberal. Fato, porém, é que o processo de mecanização da produção de importantes setores da produção das nações européias, qualificado como Revolução Industrial, vivido inicialmente na Inglaterra e depois se alastrando sobre os demais países centrais, desencadeou uma profunda e irreversível alteração nas relações sociais.
Apesar de todo o progresso experimentado no campo econômico, a modernização dos parques produtivos acabou gerando desemprego em massa, agravando contrastes sociais, deixando como legado danoso grandes hordas de homens, mulheres e crianças, subempregados ou desempregados, nas mais absolutas condições de miséria.
O liberalismo econômico encarava como natural a ideia da "lei da oferta e da procura" e a livre concorrência como padrões únicos para a fixação de preços e salários. A ausência de qualquer intervenção externa prestava homenagem à doutrina de Leibniz, da "harmonia preestabelecida", segundo a qual os fatores de produção e consumo regulavam soberanamente preços e salários.
Mas, a postura absenteísta do Estado no campo da regulação social acabou produzindo um quadro de absoluto descalabro, gerando fortes reações da Igreja Católica, que, sob o Papado de Leão XIII, fez editar a Encíclica Rerum Novarum, em 1891. Fazia-se urgente a necessidade de regulação do quadro desumano e brutal surgido, razão pela qual o Estado acabou modificando sua postura de mero "cão de guarda do capitalismo", segundo expressão da época, para intervir e impor limites à liberdade de contratação. Iniciou-se, assim, a fase do "dirigismo contratual", fundado no ideal da Justiça Social, em substituição ao liberalismo contratual, de inspiração individualista.
Rendeu-se o Estado, finalmente, à evidência de que o liberalismo havia se convertido em instrumento de opressão aos menos favorecidos, com o diagnóstico preciso e amplamente conhecido de Lacordaire, para quem "Entre o forte e o fraco, entre o rico e o pobre, é a liberdade que escraviza, é a lei que liberta."
Desta forma, dentre os aspectos políticos, o mais importante foi a transformação do Estado Liberal e da plena liberdade contratual em Estado Neoliberalista. Naquele, o capitalista livremente podia impor, sem interferência do Estado, as suas condições ao trabalhador. Neste, o Estado intervém na ordem econômica e social limitando a liberdade plena das partes da relação de trabalho. Formas de intervenção foram o corporativismo e o socialismo, caracterizando-se por uma presença fortemente autoritária do Estado, que transfere a ordem trabalhista para a esfera das relações de natureza pública, diversamente do neoliberalismo, que, embora restritivo da liberdade contratual, mantém as relações de trabalho no âmbito das relações de direito privado.
C – ASPECTOS JURÍDICOS
Os trabalhadores reivindicaram, por meio dos sindicatos que os representaram e na medida em que o direito de associação passou a ser tolerado pelo Estado, um direito que os protegesse, em especial o reconhecimento do direito de união, do qual resultou o sindicalismo; o direito de contratação, que se desenvolveu em dois âmbitos: o coletivo, com as convenções coletivas de trabalho, e o individual, com a idéia do contrato de trabalho; e o direito a uma legislação em condições de coibir os abusos do empregador e preservar a dignidade do homem no trabalho, ao contrário do que ocorria com o proletariado exposto a jornadas diárias excessivas, salário infames, exploração dos menores e mulheres e desproteção total diante de acidentes no trabalho e riscos sociais como a doença, o desemprego, etc.
D – A IDEIA DE JUSTIÇA SOCIAL
Para essas modificações, contribuiu decisivamente a idéia de justiça social, cada vez mais difundida como reação contra a questão social. Dentre as fontes do pensamento que mais amplamente defenderam a idéia de justiça social está a doutrina social da Igreja Católica, pelos seus documentos denominados Encíclicas, como a Rerum Novarum (1891), que iniciou uma linha desenvolvida até os nossos dias com a Laborem Exercens� (1981).
Acrescente-se o papel desempenhado pelo marxismo, que pregou a união dos trabalhadores para a construção de uma ditadura do proletariado, supressiva do capital, com a passagem prévia pela apropriação, pelo Estado, dos bens de produção, visando a uma futura sociedade comunista, não confirmada pela história.
A unanimidade dos autores nacionais e estrangeiros aponta o final do século XVIII e início do século XIX como o instante histórico de nascimento do Direito do Trabalho, quando sensíveis alterações políticas, sociais e econômicas se fizeram sentir nos países centrais.
Certamente, o Direito do Trabalho é um ramo do direito que buscou desigualar juridicamente os contratantes com o objetivo de igualá-los materialmente, e que constitui uma das mais efetivas políticas públicas de distribuição de renda e de difusão de cidadania.
DIREITO DO TRABALHO NO BRASIL
1830 - Lei de contrato de locação de colonos
1871 - Lei do Ventre Livre e Lei do Sexagenário
1888 - Abolição da escravatura 
Abolida a escravidão e proclamada a República, iniciou-se o período liberal do direito do trabalho e o desenvolvimento do capitalismo.
De 1888 à 1930, liberdade de associação da Constituição de 1891 e leis de sindicalização de 1903 (agricultura e industrias) e 1907 sobre as profissões liberais, Código Civil de 1916 capítulo sobre a locação de serviços, lei do acidente de trabalho, lei sobre caixas de pensões e aposentadoria (1923) e lei de férias de 1925; 
GREVE e ANARQUISMO
Nos primeiros anos da República as greves eram esporádicas: uma em São Paulo em 1890, duas em 1891, quatro em 1893 e até 1896 uma acada ano. 
Reivindicavam: Melhores salários e redução da jornada
Ação intensa dos anarquistas - Oposição ao patronato e ao cooperativismo
1906 – I Congresso Operário
1907 - Lei de Sindicalização, que, apesar de definir normas para a constituição de associações profissionais, não contrariava os princípios e interesses liberais. 
1919 – Criação da OIT (Genebra/Suíça)
	 1ª Lei de Acidentes do Trabalho (regulamentada em 1923). 
1923 - Lei Eloy Chaves (Decreto 4.682), foram criadas as Caixas de Aposentadorias e Pensões para os ferroviários, garantindo-lhes estabilidade aos dez anos de serviço.
1930 – Criado o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio
1932 – Carteira Profissional
No mesmo ano o Governo Provisório, chefiado por Getúlio Vargas, criou dois organismos destinados a solucionar conflitos trabalhistas: Comissões Mistas de Conciliação e Juntas de Conciliação e Julgamento. Não tinham poder executório.
As primeiras tratavam de divergências coletivas, relativas a categorias profissionais e econômicas. Eram órgãos de conciliação, não de julgamento. Se não conseguiam levar as partes a acordo, propunham a solução do conflito por meio de arbitragem ou encaminhavam o caso ao Ministério do Trabalho. Segundo o ministro do TST Ives Gandra da Silva Martins Filho (in Breve História da Justiça do Trabalho), foram instaladas apenas 38 Comissões, e sua atuação foi irrelevante por não poderem impor suas decisões. 
As segundas eram órgãos administrativos, mas podiam impor a solução às partes. Só não podiam executá-las, o que era feito por intermédio dos procuradores do Departamento Nacional do Trabalho. Eram instância única, mas havia possibilidade de o Ministério do Trabalho mandar subir o caso para exame. 
Constituição 1934 – pluralidade sindical
01/05/1941 – Criação da Justiça do Trabalho
1943 – CLT
Lei nº 5.584, de 1970 - Cria-se o rito sumário, também chamado de rito de “instância única”. Somente para ações de valor de até 2 salários mínimos.
A Emenda Constitucional nº 24, de 09 de dezembro de 1999 - extinguiu a representação classista na Justiça do Trabalho, e instituiu as Varas do Trabalho, cuja jurisdição passou a ser exercida por um juiz singular. Com a mudança foram alteradas as composições dos Tribunais Regionais e do Tribunal Superior do Trabalho. 
Também a Consolidação das Leis do Trabalho sofreu alteração, por meio das Leis 9.957 e 9.958, ambas de 12 de janeiro de 2000. 
Lei 9.957/2000 - instituiu procedimento sumaríssimo no processo trabalhista, para “dissídios individuais cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo vigente na data do ajuizamento da reclamação”, excluídas as demandas em que a Administração Pública é parte. Tal procedimento determina agilidade na instrução e julgamento das causas e no encaminhamento e apreciação dos recursos. 
Lei 9.958/2000 - dispôs sobre as Comissões de Conciliação Prévia de empresas e sindicatos, permitindo a execução de título executivo extrajudicial na Justiça do Trabalho. 
Profunda mudança no Poder Judiciário veio a ser implementada com a Emenda Constitucional (EC) nº 45/2004 especialmente no que tange à Justiça do Trabalho, que teve ampliada a sua competência, passando a não mais a resolver apenas conflitos de interesses decorrentes das relações de emprego, mas todos aqueles oriundos da relação de trabalho, passando, o art. 114, da Constituição Federal a ter a seguinte redação:
Art. 114 – Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: 
I - as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; 
Lei 13.467/2017 – também chamada de Reforma Trabalhista, alterou significativamente vários direitos materiais e também o direito processual do trabalho, sob o pretexto de melhorar a relação entre empregados e empregadores, mas na verdade significou um retrocesso dos direitos sociais.
Divisões do Direito do Trabalho: 
1) Dto Individual do Trabalho; 2) Dto Coletivo do Trabalho; 
Exercício: Fazer análise comparativa do antigo com o atual texto do artigo 114 da CF, que ampliou a competência da Justiça do Trabalho.
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
1. Indique as datas dos seguintes eventos históricos:
	a) Encíclica Rerum Novarum:
	b) Constituição do México: 
	c) Constituição de Weimar: 
	d) Tratado de Versalhes: 
	e) Criação da OIT:
	f) Carta Del Lavoro: 
	g) Declaração Universal dos Direitos do Homem: 
	h) Abolição da escravatura no Brasil: 
	i) Criação do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio: 
	j) Criação da Carteira Profissional: 
	k) Criação da Justiça do Trabalho: 
	l) Criação da CLT: 
	m) Extinção da representação classista (EC nº 24): 
	n) Ampliação da competência da JT (EC nº 45): 
	o) Reforma Trabalhista: 
2. Quantos ritos processuais possui o Processo do Trabalho?
3. Qual a diferença entre relação de trabalho e relação de emprego? Dê um exemplo de cada.
� A Encíclica de João Paulo II (14.9.1981) sobre o trabalho humano, no 90.º aniver�sá�rio da � HYPERLINK "http://www.vatican.va/holy_father/leo_xiii/encyclicals/documents/hf_l-xiii_enc_15051891_rerum-novarum_po.html" \t "_blank" �Rerum novarum� (15.5.1891), a � HYPERLINK "http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/encyclicals/documents/hf_jp-ii_enc_14091981_laborem-exercens_po.html" \t "_blank" �Laborem exercens� só foi publicada depois do Papa se refazer do atentado de que foi vítima a 13 de Maio de 1981. Faz uma análise doutrinária teológico-filosófica do trabalho humano, afirma a sua supremacia relativamente ao capital, faz uma prudente abertura ao trabalho profissional da mulher e à nacionalização de certas indústrias. Condena tanto o capitalismo de Estado como o capitalismo liberal.

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