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D-) AULA 4 – OS PAPÉIS DA GESTÃO DE PESSOAS: 1. COMUNICAÇÃO E “COACH” A Gestão de Pessoas tem como um dos seus maiores desafios o gerenciamento da comunicação e das informações nas organizações. A boa comunicação, feita com clareza, ética, profissionalismo e entusiasmo, além da capacidade de persuasão e convencimento são, sem dúvida, as principais fontes de sucesso nas relações. Pode evitar uma disputa ou conflito. Questões relacionadas a comunicação são trabalhadas em sentido positivo, em situações que fazem parte da rotina de qualquer organização, independente do seu tamanho. A comunicação diz respeito à capacidade que o indivíduo tem em transmitir e receber mensagens. Dividi-se em três tipos: oral, escrita e corporal. A primeira, a comunicação oral, refere-se à capacidade de expressar-se através de palavras, seus pensamentos, sentimentos, visões ou conceitos. Naturalmente, por ser a que aprendemos primeiro em nosso processo de desenvolvimento como ser humano é aquela na qual possuímos maior facilidade, porém, ela é uma grande fonte de equívocos ou mesmo conflitos quando algumas coisas não são observadas, e por esse motivo é necessário que lhe dispensemos atenção especial na tentativa de evitar conflitos. Na comunicação escrita, aquela que aprendemos nas escolas, a observação recai sobre o como as palavras são “ditas” em um texto. É valido lembrar que tudo que é escrito é uma forma de documento, que no caso de um texto ambíguo ou mal esclarecido, esse pode ser interpretado de maneira contrária a intenção inicial do interlocutor, e até mesmo ser usado contra. Um texto bem escrito que contenha um erro de gramática grosseiro pode comprometer a imagem que o leitor está fazendo do seu interlocutor e até mesmo da instituição a qual ele representa. Portanto, cuidado com a palavra escrita. Na realidade tudo pode ser dito, tudo mesmo, depende porém, da forma, do conteúdo e do momento escolhido para fazer isto. Parece óbvio? Mas no dia-a-dia nem sempre isso acontece. Vejamos um exemplo: faz-se necessário solicitar a uma área que nos remeta um relatório com urgência, pois precisamos complementar o nosso que deverá ser entregue ao diretor da área. Se ao fazermos a solicitação não escolhermos o meio adequado (pessoalmente, por memorando ou por mensagem eletrônica), se não utilizarmos uma linguagem (escrita ou verbal) condizente com o que precisamos e de forma respeitosa em relação ao outro, provavelmente encontraremos grande resistência ou não seremos tratados com prioridade. Isso pode causar desavenças, atraso e outras conseqüências negativas para nossa área que recairá em nosso desempenho em algum momento. Para se comunicar bem por escrito ou verbalmente necessitamos utilizar um vocabulário adequado. Para o uso dos termos em larga escala, precisamos estar bem informados, através de leituras. Parece simples, não? É de fato parece, mas é só analisarmos as últimas conversas e/ou correspondências que recebemos internamente ou de clientes e fornecedores para vermos o quanto os profissionais cometem erros grosseiros e primários quando procuram expressar aquilo que necessitam. Assim, a respeito desse tópico, segue abaixo algumas dicas para atentar-se em suas comunicações: 1.1. Comunicação Oral • Pense antes de falar, escolha as palavras, os termos; Se estiver nervoso, verifique se é o melhor momento para uma conversa. Provavelmente, uma respiração profunda, uma saída ou um café sejam melhores companhias antes da conversa; • Seja simples, mas eficiente; • Procure pensar como o outro está, e se está, entendendo o que você diz. Utilize alguma pergunta chave como “O que você entende por isso que estamos conversando?” para verificar se o raciocínio de quem está te ouvindo vai ao encontro do seu; • Solicite “feedback”: “Estou sendo claro? Você compreendeu? Gostaria de mais algum detalhe?”; • Fale devagar, alguns segundos a mais só contribuirão para uma comunicação efetiva; • Procure fazer uma introdução, depois trate do assunto em si e por fim conclua aquilo que começou; • Dê espaço para o outro falar, para questionar-lhe; • Saber ouvir é mais importante que falar descontroladamente. Por mais que a primeira impressão que temos é a de que comunicação envolve somente a fala a respeito de um assunto, na realidade ouvir é a única garantia de que a comunicação está se efetivando, pois só quando o outro se expressa em um diálogo é que temos garantia de que está entendendo e envolvido com o tema em questão; • Ouça e preste atenção às informações que o outro lhe passa; 1.2. Comunicação Escrita • Nunca envie nada para outra pessoa antes de reler; • Escolha as palavras mais adequadas ao que pretende expressar; • Faça uma introdução, desenvolvimento e fechamento; • Veja se o que escreveu representa aquilo que quer dizer, retire palavras, expressões ou frase que puderem ter sentido dúbio. • Boas leituras, a respeito de assuntos que lhe interessem, ampliarão o vocabulário, refinarão seu estilo de escrita e mostrarão outras formas de comunicação a respeito do mesmo assunto. Aproveite a leitura e memorize a forma como algumas palavras, a respeito das quais tinha dúvidas, são escritas. • Procure auxilio quando o texto exigir um grau de complexidade maior. Não hesite em trabalhar em grupo em prol de um objetivo comum, como o envio de uma proposta, o resultado será muito melhor nesse caso; • Procure manter certo grau de formalismo, nem sempre temos proximidade com nosso interlocutor; • Preocupe-se sempre com a qualidade daquilo que escreve, não relaxe, pois isso manterá a efetividade da sua comunicação. 1.3. Comunicação Não verbal • Procure analisar como se comporta na presença das outras pessoas, solicite “feedback” para pessoas da sua confiança. • Fique atento para não falar algo “com a boca” e demonstrar outra opinião ou intenção com o restante do corpo; • Cuide do seu visual/aparência, seja discreto para que elas não chamem mais atenção do que aquilo que está expondo; • Procure sempre uma posição confortável, porém não displicente para sentar frente ao seu interlocutor; • Faça gestos suaves e evite mexer-se constantemente; • Programe-se para que o tempo não o faça ficar ansioso e com isso inquieto. Se tiver que esperar, use o tempo com uma leitura. • Seja objetivo, defina também seu limite de tempo para o encontro/reunião. • Evite lugares com excesso de ruídos isso pode fazê-lo ficar inquieto, ou dificultar a comunicação. • Seja natural, mas controle-se a fim de que sua expressão corporal contribua para o sucesso da sua comunicação. • É um processo de INTERAÇÃO e TROCA DE INFORMAÇÕES, de transmissão de idéias e sentimentos por meio de PALAVRAS ou SÍMBOLOS que veiculam uma mensagem, idéia ou sinal. • O objetivo é a COMPREENSÃO e a INTERPRETAÇÃO da mensagem por parte de quem a recebe, embora nem sempre as pessoas se entendam. O processo de comunicação ocorre: EMISSOR SIGNIFICADO CODIFICADOR MENSAGEM - codificada Canal - RUÍDOS RECEPTOR DECODIFICADOR COMPREENSÃO REALIMENTAÇÃO FEEDBACK Segundo CHIAVENATO ( ) , as principais Interferências na comunicação são: RUÍDOS NA COMUNICAÇÃO EMISSOR CANAL RECEPTOR ? ? ? COMUNICACÃO VERBAL COMUNICAÇÃO NÃO-VERBAL 2. “FEEDBACK” “feedback” é um termo muito utilizado hoje. Muitas vezes utilizado de maneira inadequada. Pode ser definido como um processo de fornecer dados a uma pessoa ou grupo contribuindo para melhorar aspectos da sua comunicação, do seu desempenho e para sua auto análise. Este processo só ocorre se houver uma relação de confiança e segurança para que asbarreiras na comunicação sejam rompidas. Quando vamos dar “feedback” a outras pessoas temos que ter em vista aspectos fundamentais, tais como: 2 2.1. Quando o “feedback” for individual: 1. Ter em mente o porquê queremos dar “feedback” a outra pessoa: • Para de alguma forma puni-la? • Para desabafar nossos pontos de vista e sentirmo-nos aliviados? • Para exibir r nossa inteligência e habilidade? • Para ajudar outra pessoa enxergar seus aspectos passíveis de melhoria de maneira mais efetiva? 2. E com relação à pessoa que recebe o “feedback”? • Não dê “feedback” a uma pessoa que não ache necessário ou que não esteja preparada para ouvir. • Simplesmente a pessoa que esteja recebendo o “feedback” pode julgá-lo pouco útil. • Lembre-se de ressaltar os pontos positivos e negativos das pessoas. O “feedback” não precisa ser utilizado apenas para demonstrar defeitos. Deve e é indicado para apontar qualidades. 3. Porque temos dificuldade em dar “feedback”? • Não somos incentivados a dar “feedback”. Culturalmente não é adequado apontar defeitos e nem rasgar elogios públicos aos outros. • Há o receio de falando a verdade aconteça da pessoa que recebe o “feedback” ficar magoada e assim acabamos perdendo um amigo. • Temem que ao darem “feedback” a outra pessoa os ataque ou puna ou ainda que seu “feedback” seja mal interpretado. • E também não tem a menor idéia de como tratar o assunto. 4. Porque as pessoas comumente reagem contra o “feedback”? Porque ele é visto freqüentemente como crítica. Deste modo as pessoas muitas vezes reagem defendendo-se de uma das seguintes maneiras: • Preferem não ouvir o que lhes é dito, adotando uma postura de recepção seletiva. • Podem duvidar dos motivos da pessoa que está dando o “feedback”. • Não aceitam ou negam a validade dos dados do “feedback”. • Parte para racionalização, procurando imediatamente justificar seu comportamento. • Adotam uma postura de contra ataque apontando os erros do interlocutor. 2.2. E quando o “feedback” é realizado em grupo? Quando trabalhamos em grupo ou equipe também sentimos a necessidade de receber “feedback” sobre o desempenho, sobre a atmosfera de trabalho, se está ocorrendo rigidez nos procedimentos, ou ainda sub-utilização de pessoas, se há confiança no líder, se existe maturidade no grupo, entre outros... Os mesmos problemas envolvidos no “feedback” individual podem ser encontrados no “feedback” de grupo, em maior ou menor grau. O grupo pode receber “feedback” de: • De pessoas atuando como participantes/observadores. • De participantes selecionados para desempenhar uma função específica de observador do grupo. • De consultores externos ou especialistas contratados para fazer comentários mais objetivos e neutros. • Pode ainda ser utilizados formulários, questionários e entrevistas. 2.3. Para ter eficácia preste atenção nos itens abaixo ao dar “feedback”, segundo o site Attender (2009): • descritivo ao contrário de ser um processo de avaliação: ao relatar um evento, sem julgamentos, reduzem-se as possibilidades de reações defensivas. Quem ouve, usa o dado e a informação como julgar conveniente; • específico ao contrário de verbalizar uma generalização: "na última reunião você fez o que tem feito outras vezes, deixou de ouvir a opinião dos demais e novamente fomos forçados a aceitar sua decisão". Ao verbalizar desta maneira, indicou-se o comportamento na determinada reunião e em outras, porém, não se acusou a pessoa de "controlador ou autoritário". • compatível com as motivações e objetivos de ambos (emissor e receptor): quando atende apenas ao interesse de desabafo do emissor pode ser muito destrutivo, de acordo com a agressividade presente, irritação ou raiva. • direcionado a esferas de atuação em que o receptor tenha possibilidade de aperfeiçoar: características pessoais, idiossincrasias, limitações de raciocínio e outras manifestações individuais não podem ser apontadas como falhas mas toleradas como próprias daquele indivíduo. • solicitado , desejado e oportuno: é útil quando os observadores podem ajudar e mais próximo do comportamento ou fato em questão. • referir-se à pessoa presente: falar no próprio nome e não fazer referências a terceiros - "muita gente já falou sobre isso de você". O “feedback” serve para aperfeiçoar o comportamento de alguém em relação a nós e nosso grupo. 2.4. Não se esqueça que o “feedback” permite: • Saber se estamos ou não no caminho adequado. • Se necessitamos mudar o nosso comportamento ou a forma de comunicarmos. • A disposição para DAR e RECEBER FEEDBACK indica: – MATURIDADE; – Autodesenvolvimento; – Auxilia formação de equipes engajadas e comprometidas; – Permite adotar ações corretivas. • O feedback é útil para: – Aumentar as competências e reforçar o comportamento desejado; – Alinhar as expectativas e definir prioridades; – Preencher lacunas com novas informações; – Identificar e promover ações corretivas; – Aliviar o medo do desconhecido. 3. COACH E “COACHING” O termo “coach” tem origem no campo esportivo e tem sido utilizado para designar o papel do técnico, que procura transformar os atletas em campeões. Nas organizações tem sido utilizado para designar um papel profissional e não necessariamente um cargo. “coach” é aquela pessoa que se compromete a apoiar alguém com vista a melhorar seu desempenho e promover seu desenvolvimento profissional e pessoal. Basicamente este profissional detecta qualquer discrepância entre a realidade de um profissional e onde este deve chegar, passando a dar subsídios para que se supere as dificuldades. Pode auxiliar no incremento da capacidade de raciocínio e analise, no estabelecimento de metas, determinando prioridades e identificar soluções na administração do tempo, na aquisição de confiança, no equilíbrio entre emoção e razão, no aprimoramento de habilidades para execução de uma tarefa, na comunicação interpessoal, na solução de um conflito ou no exercício da liderança. O “coach” não é um amigo, um conselheiro, um professor, um chefe, um mentor, um irmão, um terapeuta, nem um colega de profissão, muito embora num momento ou outro possa ser um pouco de cada coisa. “coach” é , portanto, um profissional que se compromete, no âmbito de uma organização, a apoiar as pessoas que visam alcançar determinado resultado. Sua ação é o “coaching”, processo desenvolvido com as pessoas e que tem como finalidades: ☺ Ajudar a descobrir o potencial de trabalho; ☺ Ajudar a perceber com maior facilidade as oportunidades e se libertar das limitações. ☺ Fornecer o suporte necessário para assumir o gerenciamento do próprio medo, questionando premissas e paradigmas; ☺ Ajudar a definir objetivos e estabelecer metas e assegurar que estejam na direção correta; ☺ Apoiar a descoberta de competências necessárias para o melhor desempenho e sua avaliação de forma objetiva; ☺ Ajudar a superar os obstáculos, tais como: crenças, atitudes, e condutas que atrapalham a realização profissional; ☺ Desenvolver um sistema de dar e receber feedbacks para motivação e melhoria de desempenho; ☺ Fornecer suporte e estrutura para melhor comunicação com a equipe de gerenciamento de conflitos; ☺ Favorecer a percepção de suas deficiências profissionais; ☺ Auxiliar na correção da conduta do trabalho; ☺ Encorajar o crescimento pessoal e profissional. Enfim, o objetivo do “coach” é auxiliar na aquisição de alguma capacidade importante que talvez esteja faltando. 1.1.Importância do coaching Num ambiente de mudanças constantes, rupturas tecnológicas, reestruturações e competição brutal, necessita-se constantemente de novos hábitos de trabalho. Os empregados precisam aprender coisas novas, desenvolver novos métodos de trabalho e nem sempre é possível a participação de treinamentos com esta finalidade. Como um dos maiores desafios das organizações é reter talentos, aprender a gerir seu capital intelectual e criar condições de desenvolvimento interno, o “coaching” exerce papéis importantes na organização. São eles: � As pessoas são diferentes entre si: sendo diferentes precisam receber tratamento individualizado para correção de falhas e para seu desenvolvimento. � As pessoas são interdependentes: necessitam das outras para se tornarem mais competentes, serem ouvidas, apoiadas, reconhecidas e valorizadas; � As pessoas comportam-se de acordo com suas crenças: entender as crenças individuais e canalizá-las para o alcance de alvos mais apropriados é uma das finalidades do “coaching” � As pessoas possuem um potencial maior do que aquele que demonstram ter: aqui o “coach” não apenas identifica as habilidades das pessoas, ensina como utilizá-las de modo mais apropriado. � Melhor do que ensinar é ajudar a aprender: o “coach” exerce um papel importante no desbloqueio do potencial das pessoas. O “coach” ajuda, sem limitar e deixar de lado as opiniões e o poder de raciocínio das pessoas, estimulá-las a descobrir por si mesmas e ajudá-las a encontrar suas próprias soluções. � O aprendizado deve ser constante: aprender é condição essencial para o crescimento profissional. As pessoas precisam obter novos conhecimentos, desenvolver novas habilidades e estar atentas as mudanças. O “coaching” pode ajudar neste processo de aprendizado constante. � As pessoas e os negócios são inseparáveis: o “coaching” pode ser entendido como uma ferramenta de capacitação, motivação e desenvolvimento das habilidades das pessoas que pretendem compatibilizar suas expectativas com os objetivos e necessidades das organizações. � As pessoas precisam de estímulos ao longo de sua trajetória profissional: as conquistas pessoais devem ser aplaudidas e o esforço pessoal deve ser recompensado. � As organizações requerem trabalho de equipe: o “coaching” favorece a manutenção de sólidos relacionamentos, pois envolve também a valorização das competências individuais de cada membro da equipe, integrando-as num desenvolvimento harmônico pra que a vitoria de cada um seja também a vitoria da equipe. � As organizações procuram novos equilíbrios: estão abandonando as estruturas piramidais e hierárquicas em favor de um modelo de redes e de cooperação. Estão deixando os valores culturais ligados a industria em favor de valores ligados a sociedade de informação. O “coach” tem importante papel nesta transição de valores.
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