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Aparelho Digestório Professora Mônica Mano 5º período Manhã e Noite Anátomo-fisiologia • Alto • Boca • Esôfago • Estômago • Baixo • Intestino Delgado • Duodeno • Jejuno • Íleo • Intestino Grosso • Cólons • Reto e Ânus Histologia • Mucosa • Luz do órgão • Submucosa • Onde se deposita o colágeno para a cicatrização • Muscular • Movimento peristáltico • Serosa • Rica em vasos sanguíneos Fisiologia • Funções: • Motilidade • Propulsão do alimento da boca em direção ao reto – músculo liso • Secretora • Água, eletrólitos , enzimas e hormônios • Digestória • Hidrólise enzimática dos macronutrientes, emulsificação de gorduras, • Absortiva • Passagem dos nutrientes da luz intestinal para a corrente sanguínea • Excretora • Eliminação de fezes, água, medicamentos Células gástricas • Células parietais • HCl e FI • Células principais • Pepsinogênio • Células G • Gastrina • Células mucosa • Muco Fisiologia • Principais Hormônios: Hormônio Local de produção Órgão-alvo Função Gastrina Estômago Estômago Estimula a produção de suco gástrico/aumenta a pressão do esfíncter esofagiano inferior (EEI) Secretina Intestino Pâncreas Estimula a liberação de bicarbonato Colecistoquinina (CCK) Intestino Pâncreas e vesícula biliar Estimula a liberação de bile pela vesícula e a liberação de enzimas pelo pâncreas/reduz a pressão do EEI Enterogastrona Intestino Estômago Inibe o peristaltismo estomacal OBJETIVOS DO TRATAMENTO DIETOTERÁPICO • Aliviar a sintomatologia ou curar a patologia • Manter um bom estado nutricional • ETAPAS • Avaliação, diagnóstico e parecer nutricional • Prescrição e objetivos a serem atingidos • Implementação da conduta dietoterápica • Análise e avaliação permanente • Síntese e registro no prontuário do paciente Boca • Funções • Mastigação • Secreção Salivar: • Produzida pelas glândulas salivares (1l/dia), secretada na boca • Bacteriostática, alcalina e protetora da erosão dentária • Digestão inicial do amido (Amilase salivar ou ptialina), diluição do alimento e lubrificação com muco • Glândulas salivares: Parótidas, sublingual e submandibular (ou submaxilar) • Saliva = água, eletrólitos, -amilase, lipase, muco e calicreína cinina (enzima (polipeptídeo proteolítico) que quebra cininogênio em bradicinina – potente vasodilatador) Glândulas salivares 1.Gl.Parótida; 2.Gl.Submandibular e 3.Gl.sublingual Deglutição Boca • Principais patologias • Estomatites (estoma = boca): Inflamação da mucosa oral e palato • Etiologia: traumáticas (ex: aparelho dentário), infecciosas (ex: herpes); dietéticas (ex: hipovitaminoses) e metabólicas (ex: diabetes); problemas digestivos/ alergias (aftas); tumores (cigarro/álcool); • Os sintomas variam: •Dor, halitose, sangramento, pus, lesões por hipertermia, úlceras dolorosas, gangrena e disfagia • Tratamento: • Realizar refeições pequenas, frequentes e com enxágue oral. Deve-se testar temperaturas e umidade dos alimentos BOCA • Principais patologias • DISFAGIA • Dys = dificuldade; fagia = comer - Alteração na deglutição, que pode resultar de uma anormalidade anatômica ou funcional (neuromuscular ex. AVE, TCE, paralisia cerebral, sd. Guillian – Barret ( AC contra a mielina),... em qualquer estrutura e fase do processo de deglutição, como oral, faríngea ou esofagiana. • Sintomas: • Engasgos, tosses, odinofagia (dor ao deglutir), resíduo alimentar na boca após a deglutição, demora para engolir os alimentos, broncoaspiração do alimento, pneumonias de repetição, perda de peso, desnutrição, desidratação Disfagia • Líquidos Deglutição de líquidos de consistência fina (água) Requer coordenação e controle máximos Disfagia • Líquidos aspirados para os pulmões PNM por aspiração • Águamesmo sendo estéril, pode adquirir a carga bacteriana da boca • Preencher exigências hídricas com líquidos engrossados ou picolés, frutas e gelo • Estimular consumo de fontes não cafeinadas • Cafeína tem efeito diurético que contribui para a desidratação, fadiga e saliva espessa • Fadiga e mal-estar • Podem estar associados à “desidratação crônica leve” devido à diminuição da ingestão de líquidos • Leite • Ingestão associada a sintomas de produção excessiva de muco, porém não há comprovação científica ?????? Tratamento da disfagia • Varia de acordo com a causa: • Sucos de frutas espessados, sorvetes, gelatinas, pudim de leite, flans, leite espessado com 10 a 20% de cereais, massas bem cozidas com molho, queijos brancos macios, iogurte, ovo pochê, mexido no leite, ensopados, purês de frutas e legumes, sopas batidas. Espessantes • Farinhas • Tubérculos e raízes – batatas, inhame, aipim • Produtos industrializados disponíveis no mercado para espessar qualquer tipo de preparação líquida: • Thick & easy®- Fresenius • Thicken up clear®- Nestlé • Nutilis®- Nutrícia (Support) Consequências das enfermidades orais • Limitação da ingestão → Déficit de nutrientes → Emagrecimento → Desnutrição • Má trituração → Ação das enzimas digestivas dificultadas → Problemas digestivos • ↓ptialina → desdobramento deficiente dos CHOs • Deglutição rápida de alimentos inteiros →Distensão gástrica Dentes • Nutrição e cárie dental • A cárie dental é uma desordem degenerativa de origem multifatorial que destrói os dentes. • É um processo infeccioso EVITÁVEL da cavidade oral, na qual metabólitos ácidos orgânicos produzidos pelos MO da cavidade oral levam à desmineralização gradual do esmalte, permitindo a penetração de outras bactérias na dentina. Dente Dentes Saudável Cárie Fisiopatologia da cárie Implantação precoce do streptococcus mutans na cavidade oral + -amilase Hidrólise de açúcares (sacarose) e amido Produção de ácidos (lático) Ataque aos tecidos mineralizados do dente Risco aumentado de cáries Fatores relacionados a cariogenicidade • Cariogenicidade = capacidade do substrato diminuir o pH salivar. • Alimentos cariogênicos: reduzem o pH a valores inferiores a 5,5 em 30 minutos. • Grãos e amido: bolachas, batatas, cereais, pães (REFINADOS); • Frutas e sucos de frutas; • Produtos lácteos adoçados com frutose ou sacarose; • Sacarose ou bebidas adoçadas. • Ex: caramelos Fatores relacionados a cariogenicidade • Alimentos cariostáticos: não contribuem para a cárie, pois não são metabolizados em ácidos que diminuem o pH < 5,5 em 30 minutos. • Proteínas animais (Ovos, Peixes, Carnes, Aves); • Gorduras, • Fibra (celulose): mecanismo de limpeza e favorecimento na irrigação • Liquidos (água): mecanismo de limpeza • Consistência da dieta: a líquida é menos cariogênica (< tempo de retenção e aderência na boca). • Gomas de mascar e doces sem açúcar ou com ciclamato, sacarina ou aspartame. Fatores relacionados a cariogenicidade • Alimentos anticariogênicos: impedem a placa de reconhecer um alimento cariogênico quando é consumido primeiro. • Goma de mascar ; Xilitol; • Queijos (Cheddar, Monterrey e suíço). • Aumentam a produção salivar, reduzem a placa bacteriana. Fatores relacionados a cariogenicidade • O fluxo salivar remove os alimentos ao redor dos dentes e por meio de um sistema tampão, neutraliza o metabolismo ácido bacteriano. • Xerostomia = produção salivar diminuída pode ser um fator que auxilia à formação de cáries. • Causas da xerostomia: • Estado de sono, síndrome de Sjögren, efeito colateral do jejum, irradiação do pescoço, deficiência de vitamina A • ou por uso de medicações (maioria de efeito parassimpático): •Anticonvulsivantes; antidepressivos; anti-histamínicos; anti- hipertensivos; diuréticos; narcóticos; sedativos; tranqüilizantes. Síndrome de Sjögren • Doençaautoimune onde o sistema imunológico ataca e destrói as glândulas exócrinas que produzem lágrimas e saliva. • Associada a distúrbios reumáticos, como artrite reumatóide. • O cuidado nutricional na diminuição do fluxo salivar (xerostomia) consiste na administração de alimentos úmidos e líquidos. Cuidados preventivos na cárie • Mascar gomas sem açúcar por 15 –20minutos após refeições e lanches; • Combinar alimentos cariogênicos com cariostáticos; • Fazer lanches com alimentos cariostáticos; • Limitar a alimentação e ingestão de líquidos com carboidratos fermentáveis entre as refeições. Tratamento dietoterápico nas enfermidades orais • Hiperprotéica – reduz processo inflamatório, promove cicatrização, e minimiza o catabolismo (febre, inflamação e infecção); e função cariostática. • Normo a hipoglicídica – evitar concentração de açúcares simples prevenindo a fermentação e a cariogenicidade. • Normo tendendo a hiperlipídica – lubrificação da cavidade e função cariostática. • Minerais – destaque para o ferro (evitando anemia), zinco (deficiência relacionada ao comprometimento da barreira gengival) e sódio (reduzido em função da dor) Tratamento dietoterápico nas enfermidades orais • Após uso de doces ou bebidas carbonatadas, evitar longos períodos de jejum e lavar ou enxaguar a boca após as refeições. • Vitaminas: • A (reepitelização), • Complexo B (B6 ajuda na utilização da ptn da dieta), • C (↑ da permeabilidade da barreira gengival, processo inflamatório e cicatrização) e • Folato (comprometimento da barreira gengival e anemia). Tratamento dietoterápico nas enfermidades orais • Hiperídrica – evitar hipo-hidratação tão comum. • Evitar caldos concentrados em purinas – excitatórios da mucosa GI. • Alto fracionamento e menor volume – evitar a saciedade precoce. • Temperatura adequada para evitar a dor. • Líquida completa ou pastosa – depende da tolerância individual. • Evitar alimentos de díficil digestibilidade, flatulentos, fermentáveis, excitantes e irritantes do TGI e condimentos picantes. Doenças do esôfago • Causadas por obstrução, função anormal do esfíncter (principalmente o EEI) , inflamação ou alteração no mecanismo de deglutição. • Manifestações clínicas mais frequentes: • Pirose / azia, • Pneumonia por aspiração, • Disfagia, • Estenose, • Esofagite/ Úlcera esofágica • decorrente do contato do conteúdo gástrico sobre a mucosa do esôfago (refluxo) e diminuição da pressão do EEI • Hemorragia por erosões esofágicas Fisiologia da deglutição • O bolo alimentar é movimentado voluntariamente da boca para a faringe • ocorre relaxamento do esfíncter esofagiano superior • o alimento desloca-se para dentro do esôfago • e o esfíncter esofágico inferior (EEI) ou cárdia relaxa (diminui a pressão no esfíncter) para receber o bolo alimentar • e chegar ao estômago. Deglutição ACALASIA OU DISSINERGIA ESOFÁGICA OU APERISTALTISMO ESOFÁGICO • Calásia = relaxamento • Desordem da motilidade do esôfago inferior, onde ocorre falência do EEI para relaxar (aumento da pressão) e abrir durante a deglutição. • Etiologia: • Pode resultar de alterações degenerativas primárias na inervação neural, cuja base continua obscura. Os estudos mostram três grandes anormalidades da acalasia: • Aperistalse; • Relaxamento parcial ou incompleto do EEI; • Aumento do tônus basal do EEI. ACALASIA OU DISSINERGIA ESOFÁGICA • Sintomatologia : • Disfagia, regurgitação , dificuldade de deglutição e dilatação do esôfago (megaesôfago*). • *No Brasil a principal causa é a doença de Chagas –Trypanossoma cruzi • Complicações: • Manifestação de carcinoma esofagiano, esofagite, divertículos esofagianos inferiores e aspiração (do alimento impactado) com pneumonia ou obstrução das vias aéreas. E desnutrição. ACALASIA OU DISSINERGIA ESOFÁGICA • Tratamento clínico-cirúrgico: • Melhora dos sintomas e no esvaziamento esofagiano pode ocorrer com dinitrato de isossorbida ou nifedipina (bloqueador dos canais de cálcio = vasodilatação), • Dilatação mecânica (balão pneumático) • Dilatação cirúrgica (quando há falha da dilatação ou grande risco de perfuração, realiza-se a secção direta do músculo EEI, poupando as fibras musculares gástricas, para prevenir refluxo pós-operatório). ACALASIA OU DISSINERGIA ESOFÁGICA • Tratamento nutricional: • Adaptar a dieta ao grau de disfagia = consistência; • Promover a recuperação nutricional. • Na DISFAGIA: • Prevenir a aspiração e sufocação; • Facilitar a alimentação e deglutição segura e independente • Melhorar e/ou manter o estado nutricional e a hidratação • Dieta hipercalórica e hiperprotéica – cuidado pode liberar gastrina (cicatrização); • Consistência: de acordo com a disfagia – LÍQUIDA (espessante); • Disfagia para líquidos – Dieta enteral; • Inflamação da mucosa esofágica: • Evitar sucos e frutas ácidas, condimentos, especiarias picantes e irritantes e temperaturas elevadas. Doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) e esofagite • O refluxo do conteúdo gástrico (RGE) é a primeira e a mais proeminente causa de esofagite (esofagite de refluxo). Seu risco é aumentado por: • Pressão reduzida no EEI • Presença de hérnia hiatal; • Maior volume gástrico, que contribui para o volume do material refluído; • Esvaziamento gástrico retardado, • Vômitos recorrentes, • Tabagismo; • Aumento da pressão intra-abdominal • Obesidade, gestação e doenças pulmonares obstrutivas, roupas apertadas, esforço físico DRGE • RGE - Refluxo de ácido gástrico e/ou conteúdo intestinal através do EEI; • Manifestações clínicas • Principalmente azia ou pirose (queimação retroesternal), • Refluxo crônico: dor subesternal, eructação, espasmo esofágico, irritação faríngea, rouquidão e sintomas asmáticos. • Doença prolongada: Esofagite, ulceração, hematêmese ou melena, cicatriz e em alguns casos disfagia Esofagites • Lesão da mucosa esofágica com subsequente inflamação. Pode ser decorrente de: • Refluxo de conteúdo gástrico/ intestinal; • Intubação gástrica prolongada; • Ingestão de irritantes: álcool, ácidos ou álcalis corrosivos, líquidos expressivamente quentes e fumo; Terapia anticancerosa (quimioterapia e radioterapia); • Infecção após bacteremia ou viremia; • Infecção fúngica nos pacientes debilitados ou imunossuprimidos (candidíase ou monilíase); Esofagite • Aguda – ingestão de algum agente irritante, inflamação viral ou intubação. • Crônica ou de refluxo – hérnia de hiato, redução da pressão do EEI, aumento da pressão intra-abdominal, retardo do esvaziamento gástrico, vômitos recorrentes. Esofagite • Esofagite crônica = esôfago de Barret ou metaplasia intestinal especializada • Condição que atinge a porção inferior do esôfago, alterando seu revestimento interno, cujas células originais são substituídas por células semelhantes às do intestino (metaplasia intestinal). • tentativa de proteger do conteúdo erosivo, o organismo substitui esse revestimento por um outro mais resistente. • Outras causas: • infecção viral ou bacteriana, ingestão de substâncias corrosivas e irradiação. • Quando não tratado apresenta um risco de evoluir para câncer em até 10% dos casos. Terapia nutricional da esofagite • Prevenir a dor e a irritação da mucosa esofágica na fase aguda; • Auxiliar na prevenção do RGE; • Reduzir a capacidade erosiva ou acidez das secreções gástricas; • Contribuir para o aumento da pressão do EEI; • Corrigir e manter o peso ideal Terapia nutricional da esofagite • Normo a Hipolipídica - <20% VCT • reduzir a liberação da CCK: diminui a pressão do EEI. • Hiperprotéica • cicatrização; aumenta a liberação de Gastrina: aumenta a pressão do EEI. • Normoglicídica • Para evitar a fermentação e distensão abdominal. Terapia nutricionalda esofagite • Consistência • Fase aguda - : Líquida ou semilíquida com evolução até geral • Crônica - Depende da tolerância • Fracionamento • 6 a 8 refeições e menores volumes • Líquidos entre as refeições • MICRONUTRIENTES – VOLTADOS PARA RECUPERAÇÃO DA MUCOSA Terapia nutricional da esofagite • Excluir alimentos e substâncias que diminuem a pressão do EEI (relaxamento do EEI): • Cafeína (café, chocolate, mate, chá preto), bebidas alcoólicas; gorduras, e carminativos (hortelã e menta – eliminam gases), refeições grandes e de alto teor de gordura e fumo • Excluir alimentos que irritam a mucosa: • Sucos e frutas ácidas, tomate, refrigerantes, condimentos (pimenta vermelha e do reino); raras condições: alimentos ásperos (batatas fritas, bolachas crocantes e cascas secas) – levar a perfuração • Excluir alimentos que aumentam a secreção ácida: • Café, bebidas alcoólicas fermentadas (cerveja e vinho), chocolate, refeições volumosas ricas em gordura e proteínas (Krause); consomê (Cuppari). Mudança comportamental • Tem o objetivo de amenizar os sintomas e cicatrizar o tecido. • Medidas simples: • Eliminar o fumo, • Evitar o uso de roupas apertadas ao redor da cintura, • Evitar ficar deitado após as refeições (a última refeição deve ser de 3 a 4 horas antes de deitar-se), • Elevar a cabeceira da cama ; • Temperatura dos alimentos - baixa ou ambiente, • Evitar atividades físicas vigorosas logo após as refeições. Atenção • Refrigerante à base de cola →↓ pressão EEI e facilita o RGE, ↑ a produção ácida, leva a distensão gástrica e tem um pH 2,8 a 3,5 (> pH estômago ≈ 1,0 a 2,0 – valores divergem na literatura) • Frutas ácidas - Respeitar a tolerância do paciente, pois nenhuma fruta é mais ácida que o pH do estômago. O suco de laranja (pH 3,2 a 3,6). Atenção • Nicotina → ↓ pressão EEI e facilita o RGE, promove alterações do conteúdo gástrico → ↑ secreção ácida à gastrina e ↓ habilidade da cimetidina e outras drogas usadas para ↓ secreção ácida noturna que tem papel importante na ulcerogênese • Suplementação dietética quando necessário (ex: Fe e B12) Tratamento clínico-cirúrgico do RGE • Tratamento clínico: uso de antagonistas dos receptores (histamínicos) H2 – ranitidina, cimetidina, agentes procinéticos (metoclopramida) ou inibidor da bomba de prótons (omeprazol) os quais reduzem a secreção ácida, antiácidos 01 hora após as refeições e ao deitar-se, antibióticos. • Tratamento cirúrgico: restauração da competência esfincteriana (fundoplicatura). • Pacientes com doença grave que não responderam ao tratamento medicamentoso após 3 a 6 meses Hérnias de hiato São projeções de uma porção do estômago para dentro da cavidade torácica, através do hiato esofágico, por defeitos de fixação do esôfago e/ou relaxamento diafragmático. O hiato esofágico está ligado diretamente ao diafragma através de feixes musculares Hérnias de hiato • Tipos: • a) Hérnia por deslizamento • Há ascensão direta do estômago acima do diafragma através do hiato esofágico, cria uma dilatação com formato de sino, limitada em baixo pelo estreitamento diafragmático. É o tipo mais comum e a sua causa é desconhecida. • Complicações: O RGE pode determinar esofagite de refluxo, ulceração, sangramento e disfagia que é observado com freqüência nas hérnias por deslizamento. • b) Hérnia por rolamento • Uma porção separada do estômago, habitualmente ao longo da grande curvatura, penetra no tórax ao lado do esôfago. • Tratamento • Mesmos cuidados destinados ao RGE e à esofagite Hérnias de hiato Câncer • Grupo de doenças que se caracterizam pela perda do controle da divisão celular e pela capacidade de invadir outras estruturas orgânicas (metástase). • Desafio para o nutricionista prevenir a caquexia FATORES QUE CONTRIBUEM PARA A CAQUEXIA DO CÂNCER 1. Redução da ingestão alimentar: • Anorexia, Náuseas, Vômitos, Alteração do paladar 2. Efeitos locais do tumor: • Odinofagia, Má absorção intestinal, Disfagia, Saciedade precoce, Obstrução gástrica 3. Efeitos do tratamento do câncer • CIRURGIA • QUIMIOTERAPIA • RADIOTERAPIA • PSICOSSOCIAL RECOMENDAÇÕES PARA REDUZIR O RISCO DE CÂNCER - OMS • Manter o IMC entre 18,5 e 24, 9 kg/m2 e evitar o ganho de peso > 5kg na vida adulta. • Manter atividade física regular – 60min/dia de atividade moderada . • Não exceder 10g de álcool (1 copo de cerveja ou vinho). • Moderar consumo de alimentos conservados em sal / com sal. • Diminuir a exposição a aflatoxinas em alimentos. • Incluir pelo menos 400g /dia de frutas, verduras e legumes. • Moderar consumo de carnes vermelhas e embutidos. • Evitar alimentos ou bebidas em temperaturas muito ↑. CÂNCER DE CABEÇA E PESCOÇO • lábios, cavidade oral, orofaringe, nasofaringe, hipofaringe, fossa nasal, seios paranasais, laringe, glândulas salivares, esôfago. • Ca estágio avançado – 70% dos casos • Compromete - mastigação, deglutição, salivação e acuidade do paladar e pode ocorrer: cáries dentárias, necrose e infecções locais. • Fatores de risco : • População asiática; Etilismo e tabagismo • 3 x mais frequente em homens do que mulheres • No Brasil: Baixo estado sócio econômico, tabaco e álcool • OBS: Cada fator ↑ o risco 2-3 vezes e combinados ↑risco para mais de 15 vezes. Câncer de esôfago • Incidência: • > em pessoas negras • > em tabagistas e etilistas crônicos • Manifestações clínicas: • Disfagia – primeiro para sólidos, depois para líquidos • Anorexia e perda de peso • Dor retroesternal • Rouquidão Câncer de esôfago • Complicações: • Dor • Pneumonia por aspiração • Hemorragias • Fístulas esofagotraqueais • Infecção pulmonar • Tratamento e prognóstico: • Se disseminam (metástase) de modo precoce • 25% são passíveis de ressecção cirúrgica Tratamentos • Ressecção cirúrgica, radioterapia, quimioterapia • Terapia nutricional • Evitar a desnutrição; • Dietas hiperprotéicas e hipercalóricas; • Modificar a consistência da dieta para que haja melhor aceitação, normalmente dietas de consistência líquida ou semilíquida são mais bem toleradas; • Utilizar suplementação via oral; (medicações utilizadas – gosto metálico na boca) • Diminuir o volume e aumentar o fracionamento; • Utilizar TNE (via gástrica ou entérica) na impossibilidade de utilização via oral, posicionar o catéter por endoscopia/ostomias • Caso, não seja possível a alimentação via digestiva, avaliar o quadro e indicar NPT. Esofagectomias • Após a retirada do esôfago e linfonodos contíguos, o trânsito alimentar é reconstruído com o estômago (transforma-se o estômago num tubo através do uso de um grampeador, sendo o tubo de estômago então colocado no lugar do esôfago torácico e emendado no esôfago cervical) ou com um pedaço do intestino grosso. Sempre que possível, o estômago é preferido para a reconstrução. Esofagectomias e reconstrução ESOFAGECTOMIAS • Cuidado nutricional: • Primeiros dias de pós operatório: jejum • Ao ter retorno de peristalse: •dieta enteral por CNE (introduzido durante a cirurgia) – esôfago é muito suceptível a ocorrência de fístulas, sendo necessário diminuir sua motilidade pelo estímulo à deglutição. • Via oral quando possível: •↓volume e ↑ fracionamento, ↑ densidade calórica - trazem maior conforto e maior proteção contra o sangramento. ESOFAGECTOMIAS • Cuidado nutricional: • 1º dia de via oral • alimentos frios ( bebidas lácteas, sorvete e néctar de pêssego, pêra ou damasco) • 2º dia: • alimentos mornos e macios, conforme tolerância os alimentos quentes. Retomar a dieta original em 3 a 5 dias. • Em caso de esteatorréia –TCM • CHO complexos no lugar dos simples • Ingestão frequente de líquidos/caldos para prevenir a boca seca
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