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Universidade Federal de Lavras Pêndulo Simples Engenharia de Controle e Automação – 22A Alex Bruno da Silva – 201221428 Bruno Henrique de Bastos Silva – 201221150 Caroline Santos Pereira – 201221158 Heitor Salve Silveira – 201220562 Jéssica Junqueira Benetolo – 201221160 Vitor Trugilho Zardo – 201221151 Lavras – MG Novembro – 2013 Objetivos Estudar o movimento de um pêndulo simples para inclinação de 10º, 20º e 70º obtendo seus respectivos períodos. Determinar a relação entre o período de oscilação e o comprimento do pêndulo, comparando os valores obtidos experimentalmente com os valores teóricos. Verificar como angulações maiores que 10° podem interferir no período de oscilação. Referencial Teórico O pêndulo consiste de um corpo de pequena massa suspenso por um fio ideal (sem peso e inextensível). Quando o corpo for afastado de um ângulo θ com a vertical (retirado da posição de equilíbrio) e solto a partir desse novo ponto ele oscilará em torno da posição de equilíbrio. A figura 01 representa o esquema de um pêndulo simples. Figura 01 – Esquema simplificado de um pêndulo simples Analisando o movimento do pêndulo surge uma relevante questão: o pêndulo simples descreveria um Movimento Harmônico Simples (MHS)? O MHS pode ser descrito como sendo o movimento cuja força restauradora (no caso do pêndulo simples, o peso mg) é proporcional à quantidade de deslocamento e possui orientação contrária ao mesmo. O deslocamento não ocorre em linha reta, mas sim em um arco de círculo com raio L. Sabendo que a força restauradora é o peso do corpo de massa m pode-se decompô-la na direção do eixo x do sistema de coordenadas cartesianas: Equação 01 – Força restauradora no movimento do pêndulo simples O ângulo θ é dado pelo quociente do arco do movimento descrito pelo ângulo e o raio do mesmo, portanto o ângulo θ pode ser descrito de acordo com a equação 02. Equação 02 – Ângulo em função do deslocamento e raio do movimento Substituindo-se a equação 02 em 01 obtém-se: ⁄ Equação 03 – Força restauradora em função do deslocamento Observando a equação 03 é possível concluir que o pêndulo simples não descreve um MHS uma vez que a força restauradora é proporcional ao quando deveria ser proporcional a , apesar de ter orientação contrária a esse deslocamento. Em casos onde o ângulo é pequeno (no máximo 10°) o movimento do pêndulo pode ser estudado como sendo um MHS, pois trabalhando em radianos , nesse caso a força seria proporcional a Ao tratar o pêndulo simples como um MHS a força restauradora pode ser escrita como: Equação 04 – Força restauradora do pêndulo estudado como um MHS Uma vez que a massa do corpo, a gravidade local e o comprimento do fio são constantes a equação 04 pode ser reescrita como sendo: Equação 05 Para todo movimento harmônico simples o seu período pode ser calculado seguindo a fórmula: √ Equação 06 – Fórmula utilizada para o cálculo do período de um MHS Substituindo a constante pelo que representa no caso do pêndulo simples e realizando as devidas manipulações algébricas a equação do período para um pêndulo simples tratado como MHS pode ser descrita da seguinte maneira: √ Equação 07 – Período de oscilação do pêndulo simples estudado como MHS Para pêndulos que não podem ser estudados como movimento harmônico simples (aqueles que começam seu movimento em um ângulo > 10°) o período deve ser calculado utilizando-se uma fórmula que considera a correção devido à aproximação linear entre sin ( e . √ ( ) Equação 08 – Período de oscilação de um pêndulo simples Material Utilizado Disco de aço; Fio de nylon; Um tripé e haste de fixação para o pêndulo; Uma trena; Transferidor; Cronômetro; Esquema da Montagem Experimental A figura a seguir mostra a montagem inicial do experimento que foi realizado. Figura 02 – Esquema inicial da montagem do experimento de Pêndulo Simples A próxima imagem mostra a utilização de um novo fio de nylon para demarcar a posição de equilíbrio do pêndulo montado com o primeiro fio e o disco de aço. Figura 03 – Demarcação do ponto de equilíbrio do pêndulo Procedimento Experimental Foi montado o suporte para o experimento, que consiste em um tripé, duas hastes de ferro e um suporte na parte superior (como mostra a figura 02). Amarrou-se no suporte superior um fio de comprimento L. No final desse fio foi amarrado um pequeno disco de aço m. Com o sistema em equilíbrio, foi medido o comprimento L do fio, até o centro de massa do corpo pendurado. O valor encontrado para L foi de 0,495m. Foi amarrado outro fio, de comprimento maior que L, no mesmo ponto em que o primeiro fio havia sido amarrado, e em sua extremidade foi colocado outro corpo para mantê-lo esticado, a fim de ser usado como referencial da posição de equilíbrio do fio L (paralelo ao suporte do experimento). Tendo o valor de L, foi possível calcular a distância que L deveria ser afastado de sua posição de equilíbrio, de acordo com a fórmula , onde d é a distância do centro de massa do corpo m à posição de equilíbrio do fio L, de acordo com o ângulo desejado para cada parte do experimento: 10º, 20º e 70º. Com a ajuda de uma trena, a massa m foi posicionada na distância necessária para que os fios formassem o ângulo de 10º. Após isso, o corpo era solto e o cronômetro acionado, medindo o tempo gasto para 10 oscilações. O processo foi repetido, nas mesmas condições, cinco vezes. Os dois últimos passos foram realizados novamente, para os ângulos de 20º e 70º. Todos os valores encontrados foram anotados para serem utilizados na análise de resultados posteriormente. Resultados e Discussões Sabendo-se que o comprimento L (do fio até o centro de massa do disco) é de (49,50 ± 0,05) cm e os ângulos desejados eram θ = 10º, θ = 20º e θ = 70º, utilizou-se a projeção de L no eixo x para encontrar a distância d, como mostrado no esquema a seguir: Figura 04 – Mostra a relação (I) Utilizando a fórmula (I), obteve-se os seguintes valores: Para θ = 10º d = 49,50 * sin (10º) d = (8,60 ± 0,05) cm Para θ = 20º d = 49,50 * sin (20º) d = (16,90 ± 0,05) cm Para θ = 70º d = 49,50 * sin (70º) d = (46,50 ± 0,05) cm Experimento I (θ = 10º) Os tempos medidos com o cronômetro estão na tabela a seguir: Tabela 1: Tempo gasto para 10 oscilações Tempo (s) 1º 14,04 2º 13,84 3º 13,95 4º 13,79 5º 13,98 Com os valores obtidos acima calcularam-se os períodos de oscilação experimentais através da seguinte fórmula: Em que t é o tempo (s) e n, o número de oscilações (no caso do experimento, 10). Os respectivos valores encontram-se na tabela 2: Tabela 2: Períodos de oscilação Período (s) 1º 1,404 2º 1,384 3º 1,395 4º 1,379 5º 1,398 Assim, calculou-se a média dos períodos experimentais . Como os tempos foram medidos através de cronômetros de celulares, não foi possível obter o erro para os períodos experimentais e médio. Para título de comparação, foi calculado o período de oscilação teórico, utilizando-se a seguinte fórmula: √ Onde L é o comprimentodo fio até o centro de massa do disco e g é a gravidade (9,8 m/s²). L = (49,50 ± 0,05) cm = (0,4950 ± 0,0005) m √ √ Como existe somente uma variável, o erro foi calculado da seguinte forma: √ √ √ Logo, encontrou-se o valor teórico do período de oscilação: Comparando-se os períodos experimental médio e teórico pôde-se calcular o percentual de erro com a seguinte fórmula: Em que é o valor teórico do período e , o valor experimental médio. Como o erro foi menor que 5%, pode-se descartá-lo. Assim, conclui-se que o experimento foi conduzido corretamente. Experimento II (θ = 20º) Os tempos medidos com o cronômetro estão na tabela a seguir: Tabela 3: Tempo gasto para 10 oscilações Tempo (s) 1º 14,02 2º 13,89 3º 14,11 4º 14,24 5º 13,79 Com os valores obtidos acima calcularam-se os períodos de oscilação experimentais através da fórmula (II). Os respectivos valores encontram-se na tabela 4: Tabela 4: Períodos de oscilação Período (s) 1º 1,402 2º 1,389 3º 1,411 4º 1,424 5º 1,379 Assim, calculou-se a média dos períodos experimentais . Assim como no experimento I, os tempos foram medidos através de cronômetros de celulares e não foi possível obter o erro para os períodos experimentais e médio. Para comparar os valores dos períodos teórico e médio experimental, foi calculado o período de oscilação teórico, utilizando-se a fórmula: √ ( ) Onde L é o comprimento do fio até o centro de massa do disco, g é a gravidade (9,8 m/s²) e θ o ângulo em questão. Como θ > 10°, não se pode fazer a aproximação θ sin θ. Assim, utiliza-se a fórmula acima com aproximação de segunda ordem. L = (49,50 ± 0,05) cm = (0,4950 ± 0,0005) m √ ( ) √ Como existe somente uma variável, o erro foi calculado da seguinte forma: √ ( ) √ ( ) √ Logo, encontrou-se o valor teórico do período de oscilação: Através da fórmula (V), calculou-se o erro percentual: Novamente, como o erro foi menor que 5%, pode-se descartá-lo. Logo o experimento II também foi conduzido de forma correta. Experimento III (θ = 70º) Os tempos medidos com o cronômetro estão na tabela a seguir: Tabela 5: Tempo gasto para 10 oscilações Tempo (s) 1º 14,73 2º 15,05 3º 15,00 4º 15,23 5º 15,03 Com os valores obtidos na tabela anterior calcularam-se os períodos de oscilação experimentais através da fórmula (II). Os respectivos valores encontram-se na tabela 6: Tabela 6: Períodos de oscilação Período (s) 1º 1,473 2º 1,505 3º 1,500 4º 1,523 5º 1,503 Assim, calculou-se a média dos períodos experimentais . Assim como nos experimentos I e II, os tempos foram medidos através de cronômetros de celulares e não foi possível obter o erro para os períodos experimentais e médio. Para comparar os valores dos períodos teórico e médio experimental, utilizou- se a fórmula (VI). Novamente, como θ > 10°, não se pode fazer a aproximação θ sin θ. Assim, utiliza-se a fórmula acima com aproximação de terceira ordem. L = (49,50 ± 0,05) cm = (0,4950 ± 0,0005) m √ ( ) √ Utilizou-se a fórmula (VII) para calcular o erro do período de oscilação teórico: √ ( ) √ Logo, encontrou-se o valor teórico do período de oscilação: Através da fórmula (V), calculou-se o erro percentual: Mais uma vez, como o erro foi menor que 5%, pode-se descartá-lo. Logo o experimento III também foi conduzido de forma correta. Ao observar os valores experimentais e teóricos do período, pode-se notar um aumento, mesmo que pequeno comparando o experimento I e II. Isto ocorre devido ao aumento do ângulo θ, pois a partir de θ = 10º não se pode fazer a aproximação , o que causa uma discrepância nos valores obtidos, porque não se pode mais considerar um movimento harmônico simples. Isto é, a aceleração já não é mais proporcional a θ e sim a como mostra a relação abaixo. ∑ ⃗ s n θ θ s n θ θ s n θ *Com L e g constantes. Portanto só se pode considerar um MHS angulações θ ≤ 10º. Com angulações maiores que esta deve-se usar os fatores de correção mostrado na fórmula (VI). Bibliografia Física 2 (Mecânica dos Fluidos – Calor – Movimento Ondulatório) – SEARS.ZEMANSKY.YOUNG – Livros Técnicos e Científicos Editora S.A – 2ª Edição Fundamentos de Física (Volume 2 Gravitação, Ondas e Termodinâmica) – HALLIDAY.RESNICK – LTC – 8ª Edição Imagem. Disponível em: <http://www.google.com.br/imgres?sa=X&biw=1280&bih=697&tbm=isch&tbnid= ff2znUp46e5s9M:&imgrefurl=http://www.oceanica.ufrj.br/deno/prod_academic/r elatorios/2008/Debora%2BThiagoDouglas/relat2/frame.htm&docid=2pfnAuveho hRwM&imgurl=http://www.oceanica.ufrj.br/deno/prod_academic/relatorios/2008/ Debora%252BThiagoDouglas/relat2/PROJETO%252520ZILMA%252520TRUE _arquivos/image099.jpg&w=216&h=197&ei=eMx2UqW0FImikQep44DABQ&zo om=1&ved=1t:3588,r:28,s:0,i:181&iact=rc&page=2&tbnh=141&tbnw=150&start =12&ndsp=25&tx=39&ty=84> Acessado em: 3 nov. 2013 Só Física. Disponível em: <http://www.sofisica.com.br/conteudos/Ondulatoria/MHS/pendulo.php> Acessado em: 3 nov. 2013
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