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Universidade Federal do Ceará – UFC Centro de Ciências Departamento de Física Disciplina de Física Experimental para Engenharia Semestre 2018.1 PRÁTICA 03 PÊNDULO SIMPLES Aluno (A): Robson Nonato Oliveira da Silva Curso: Bacharelado em Engenharia Elétrica Matrícula: 413141 Turma: 09A Professor: Victor Nocrato Moura Data de realização da prática: 12/03/2018 Horário de realização da prática: 16:00 -18:00 26/04/2018 Sumário 1. Objetivos ............................................................................................................... 01 2. Material.................................................................................................................. 01 3. Introdução ............................................................................................................. 02 4. Procedimento experimental .................................................................................. 05 5. Questionário .......................................................................................................... 08 6. Conclusão................................................................................................................11 7. Bibliografia ......................................................................................................... . 12 1. Objetivos Verificar as leis do pêndulo. Determinar a aceleração da gravidade local. 2. Material - Pedestal de suporte com transferidor; - Massas aferidas m1 e m2; - Cronômetro (alternativamente pode ser usado a função cronômetro de um celular); - Fita métrica; - Fio (linha zero). 01 3. Introdução O pêndulo simples foi arquitetado pelo físico, astrônomo, matemático e filósofo Galileu Galilei, que se ateve bastante no estudo referente ao movimento dos corpos, desenvolveu pesquisas que posteriormente serviram de base para Isaac Newton na descrição das três leis do movimento. As observações de Galileu sobre as oscilações de um pêndulo surgiu antes mesmo do desenvolvimento de relógios de alta precisão, dessa forma o físico utilizou da contagem de pulsações sanguíneas para comparar os períodos de oscilações com maior e menor amplitude, constatando assim que não havia diferença entre estes tempos. O estudo de Galileu sobre o movimento possibilitou que o médico e fisiologista Santorio Santorio desenvolvesse o primeiro contador de pulsos (pulsilogium) utilizado por médicos nos hospitais da época, pois como o período de oscilação dependia unicamente do tamanho do fio, foi padronizado um comprimento que tornava possível comparar o período de oscilação do pêndulo com uma determinada quantidade de pulsações do paciente. Com o estudo mais aguçado dos movimentos, tornou-se possível através do Movimento Harmônico Simples, compreender a física envolvida no pêndulo. Para analisar o movimento do pêndulo necessita-se conhecer o princípio da segunda Lei de Newton, descrita pela equação: F= m.a, onde “F” é força, “m” é massa e “a” é aceleração. Deve-se também compreender alguns termos que serão utilizados, são eles: Figura 2: Funcionamento do Pêndulo. Fonte: Ebah. 02 Período: intervalo gasto para realizar uma oscilação completa, ou seja, ida e volta; Elongação: ângulo formado entre o pêndulo e a posição inicial é um dado instante; Amplitude: é a elongação máxima alcançada por um pêndulo, ou seja, o maior ângulo formado. Analisando a figura 2 é possível observar todas as forças envolvidas no movimento de pêndulo simples. É importante salientar que o fio utilizado é inextensível, ou seja, não aumenta seu comprimento assim como a massa apresenta características puntiformes. Verifica-se que um corpo é deslocado da sua posição inicial (B) até uma posição final (C), formando um certo ângulo θ com a origem. Decompondo a força peso (P) obtemos uma componente Py e uma componente Px, observando a figura constata-se que a resultante entre a componente P.cosθ (mg.cosθ) e a força tração (T), é a aceleração centrípeta. Como o movimento descrito pelo pêndulo tem características de um movimento harmônico simples, ou seja, o corpo retorna ao ponto inicial após uma oscilação, conclui-se que para tal fato deve-se existir uma força restauradora proporcional ao deslocamento, em sentido oposto a este. Esta força é representada pela equação: F = -mg.senθ. (Eq.1) . Para o estudo desse movimento é necessário que sejam feitas algumas aproximações quanto ao senθ, dessa forma, como podemos notar na figura 3, quando um determinado ângulo tende a 0, pode-se dizer que o seno deste ângulo é igual ao próprio ângulo. Está aproximação restringe-se aos ângulos menores que π/12 (15º). Na figura 2, é possível notar que senθ=CB/L, como visto anteriormente, é possível aproximar senθ ao próprio θ, dessa forma, substituindo na equação 1, tem-se: F = -mg(CB/L). (Eq.2). Por conta de se tratar de um MHS, tem-se que m, g e L são grandezas constantes, logo tem-se que: K= mg/L. (Eq.3). Figura 3: Limites. Fonte: SlideShare. 03 Dessa forma é possível reescrever a equação 2 da seguinte forma: F = -K CB. (Eq. 4). Tomando que o período (T) de um movimento harmônico simples é descrito por: T= 2π . (Eq. 5). Substituindo o valor de K, representado na equação 3, na equação 5, obtêm-se: . (Eq. 6). A equação 6 representa o período de um pêndulo simples, que depende unicamente do comprimento do fio de da gravidade. É possível obter a equação que determina a aceleração da gravidade manipulando a equação 6, dessa forma, elevando os dois membros da equação ao quadrado, obtêm-se a seguinte sentença: . (Eq. 7). Reorganizando a equação 7, é obtida a seguinte equação: = L. (Eq. 8). É possível obter a gravidade através do gráfico da equação 8, ou seja T 2 versos L, pois como o e a gravidade são constantes, logo o T2 só irá variar em função do comprimento do fio L. Dessa forma manipulando a equação 8, tem-se: = . (Eq. 9). Isolando a gravidade na equação 9, obtêm-se uma equação que relaciona diretamente a gravidade com a variação do comprimento do fio e inversamente com a variação do período ao quadrado. . (Eq. 10). 04 4. Procedimento experimental 1. Primeiramente foram anotadas as massas dos corpos que foram utilizados na prática, segue abaixo os resultados: m1(massa menor) = 50g m2(massa maior) = 100g 2. Posteriormente foi ajustado o comprimento do fio da pêndulo para 20cm, mensurados do ponto de suspensão até o centro de gravidade do corpo; 3. A primeira série de experimentos foi realizada com uma elongação de 15º, sendo cronometrado o tempo necessário para que o pêndulo oscilasse 10 vezes. Para cada comprimento do fio foram realizadas três repetições, a fim de calcular a média. Posteriormente foram realizados os mesmos testes para os comprimentos de 40cm, 60cm, 80cm, 100cm, 120cm e 140cm. Segue abaixo a tabela 1 contendo os resultados obtidos: Tabela 1: Resultados experimentais para o pêndulo simples. L (cm) θ (graus) m(gramas) 10T(s) T(s) T2(s2) L1=20 θ1=15 m1=50 10T1=8,8 10T1=8,9 10T1=8,9 T1=0,89 T 2 1=0,79 L2=40 θ1=15 m1=50 10T2=12,3 10T2=12,5 10T2=12,5 T2=1,24 T 2 2=1,54 L3=60 θ1=15 m1=50 10T3=15,0 10T3=15,5 10T3=15,2 T3=1,52 T 23=2,31 L4=80 θ1=15 m1=50 10T4=17,5 10T4=17,6 10T4=17,8 T4=1,76 T 2 4=3,10 L5=100 θ1=15 m1=50 10T5=19,9 10T5=20,0 10T5=19,9 T5=1,99 T 2 5=3,96 L6=120 θ1=15 m1=50 10T6=21,6 10T6=21,6 10T6=21,7 T6=2,16 T 2 6=4,66 L7=140 θ1=15 m1=50 10T7=23,4 10T7=23,8 10T7=23,3 T7=2,35 T 2 7=5,52 4. A quarta etapa da prática teve como objetivo buscar a relação entre a amplitude e o período, dessa forma, foram realizadas duas séries de repetições com a mesma massa de 50g e com comprimento do fio de 150cm, porém na primeira série a elongação máxima foi de 15º e na segunda série a elongação foi de 10º. 05 Segue abaixo a tabela 2, a qual contém todas as informações obtidas nos testes citados acima. Tabela 2: Resultados experimentais para o estudo da influência da amplitude sobre o período do pêndulo simples. L (cm) θ (graus) m(gramas) 10T(s) T(s) L=150 θ1=15 m1=50 10T8=24,4 10T8=24,3 10T8=24,4 T8=2,44 L=150 θ2=10 m1=50 10T9=24,1 10T9=24,2 10T9=24,3 T9=2,42 5. Por fim, foi verificada a influência da massa no período do pêndulo simples, para isso foram realizadas duas séries de testes, ambas com uma elongação de 10º e comprimento do fio igual a 150 cm, porém na primeira série os testes foram com a massa de 50g e na segunda com a massa de 100g. Segue abaixo a tabela que fornece os resultados obtidos: Tabela 3: Resultados experimentais para o estudo da influência da massa sobre o período do pêndulo simples. L (cm) θ (graus) m(gramas) 10T(s) T(s) L=150 θ1=10 m1=50 10T8=24,3 10T8=24,4 10T8=24,3 T8=2,44 L=150 θ2=10 m2=100 10T9=24,6 10T9=24,6 10T9=24,2 T9=2,42 6. Segue abaixo o gráfico de T em função de L, obtido pela tabela 1. 06 Gráfico 1: T x L. Fonte: Autor. 7. Segue abaixo o gráfico de T 2 em função de L, obtido pela tabela 1. 07 Gráfico 2: T 2 x L. Fonte: Autor. 5. Questionário 1) Dos resultados experimentais é possível concluir-se que os períodos independem das massas ? Justifique. De acordo com os resultados obtidos na terceira parte do experimento, que está demonstrada na tabela 3, onde foi analisada a influência da massa do pêndulo no seu período, podemos afirmar que a massa não possui influência sobre o período, pois a média do período utilizando a massa de 50g foi de 2,44s, enquanto quando foi utilizada a massa de 100g, o período obtido foi de 2,42s. Dessa forma podemos concluir que a pequena variação que houve nos resultados foi em decorrência de erros sistemáticos, dentre estes estão o posicionamento incorreto da elongação e a cronometragem inadequada do tempo. 2) Dos resultados experimentais o que se pode concluir sobre os períodos quando a amplitude passa de 10º para 15º? Justifique. Como foi constatado na tabela 2, os valores dos períodos obtidos com as elongações de 15 e 10 graus foram respectivamente 2,44s e 2,42s. Dessa forma podemos concluir que a utilização de elongações diferentes não influencia no período de um pêndulo simples. 3) Qual a representação gráfica que se obtém quando se representa T x L? Explique. A representação gráfica obtida é uma leve curvatura, o que pode ser explicado pela análise da equação que relaciona período e comprimento do fio. Como podemos observar na equação abaixo, 2 é uma constante, logo o período dependerá somente da raiz da razão entre L e g. A equação de uma função raiz do tipo y = x 1/n tem características de alto crescimento para os pontos próximos à origem e um crescimento menor para valores maiores, logo o gráfico obtido com a equação em questão também apresenta essa característica, sendo nesse caso n=2. 4) Qual a representação gráfica que se obtém quando se representa T 2 x L? Explique. A representação gráfica obtida foi uma reta, o que ocorre devido a relação direta entre o quadrado do período e o comprimento do fio. Como podemos observar na equação abaixo, o fator que multiplica L pode ser comparado ao coeficiente angular de uma equação do primeiro grau do modelo y = ax+b, onde o T 2 é o y, e L é o x. = L 08 5) Determine o valor de “g” a partir do gráfico T2 x L? Utilizando a equação 10, podemos obter a gravidade através da variação do quadrado do período e a variação do comprimento do fio. Para essa cálculo, utilizaremos os seguintes valores: π = 3,1416; ∆T2= 4,73s2; ∆L= 1,20m Dessa forma temos que g = 10,0 m/s 2 . 6) Qual o peso de uma pessoa de massa 70,00kg no local onde foi realizada a experiência? Como o peso é dado pela equação P = m.g, utilizaremos os seguintes valores para esse cálculo: g= 10,0m/s 2 ; m= 70,00kg. Logo aplicando na equação teremos: P =70,00kg.10,0m/s 2 , resultando em 700N 7) Qual o peso da pessoa em questão na lua? Utilizaremos os seguintes dados para o cálculo do peso de uma pessoa de 70,00kg no lua: glua=1,62m/s 2 ; m=70,00kg. Logo aplicando na equação P=m.g, teremos P =70,00Kg.1,62m/s 2 , logo teremos que o peso dessa pessoa na lua é de 113N. 8) Compare o valor médio de T obtido experimentalmente para L=120cm com o seu valor calculado pela fórmula (use g=9,81m s2). Comente. Segundo a tabela 1, para o comprimento do fio igual a 120cm, o período médio encontrado foi de 2,16s. Agora calcularemos o período com os dados fornecidos na questão: π = 3,1416 09 Logo obtemos que T=2,20s. É possível concluir que a diferença de 0,04s entre os períodos é decorrente de erros sistemáticos, ou seja, imprecisão no acionamento do cronômetro tanto no momento inicial quanto no final. Além disso, podemos citar a presença de erros mínimos no que diz respeito ao posicionamento do fio em relação ao eixo, o que ocasiona interferências no número de oscilações do pêndulo. 9) Discuta as transformações de energia que ocorrem durante o período do pêndulo. Analisando o movimento do pêndulo, temos que quando este encontra-se na posição mais alta, ou seja, na elongação máxima, sua energia é convertida em energia potencial gravitacional, já quando o pêndulo está na posição inicial, ou seja, quando não há elongação, sua energia está completamente convertida em energia cinética. Dessa forma podemos concluir que a energia total do pêndulo é mantida a mesma, porém assume formas diferentes no decorrer da trajetória. 10) De acordo com o valor de g encontrado experimentalmente nesta prática, qual seria o comprimento para um período de 3s? Reorganizando a equação 7 a fim de isolar o L temos que: π Podemos chegar ao resultado pretendido, para isso iremos demonstrar quais valores usaremos para o cálculo: π = 3,1416; g = 10,0m/s2. Aplicando na equação ficaremos com: Logo obtemos que o comprimento do fio é de 2,28m. 10 6. Conclusão Através da prática de pêndulo simples foi possível desenvolver nosso conhecimento acerca do princípio de funcionamento deste, bem como suas limitações de uso, ou seja, sua restrição a elongações máximas de até 15º. Por meio da análise da tabela 1, foi possível observar, que à medida que o comprimento do fio é acrescido, o período das oscilações também sofre acréscimo, o que é comprovado pela equação (6), pois essas duas grandezas são diretamente proporcionais. Por meio da tabela 2, verificar que a amplitude não exerce nenhuma influencia no período, pois as médias dos períodos para as elongações de 15º e 10º, foram respectivamente 2,44s e 2,42s, ou seja, quase não houve variaçãoentre os valores obtidos, pois essa divergência de 0,02s é advinda de erros sistemáticos que ocorrem durante as aferições, as quais sofrem influências diversas. Assim como ocorreu com a amplitude, a massa dos corpos utilizados não implicou em alterações no período, pois de acordo com a tabela 3 as médias dos testes com 50g e 100g foram respectivamente 2,44s e 2,42s. Esse fato está relacionado diretamente à independência do período quanto à massa, pois através da equação (6) percebemos a dependência do período somente quanto à gravidade que está inserido e ao comprimento do fio utilizado. Por fim, com o cálculo da gravidade local pela equação 10, foi possível chegar a um resultado de 10,0m/s 2 , o que distou-se do valor padrão 9,81m/s 2 em 0,19m/s 2 . Existe a possibilidade desse desvio ter sido provocado por interferências nas aferições de período e medição do tamanho do fio, porém o valor encontrado encontra-se bastante próximo do esperado, tendo em vista que a gravidade varia de um lugar para outro, dependendo da altitude em relação ao nível do mar. 11 7. Bibliografia DIAS, Nildo Loiola. Roteiros de aulas práticas de Física. Fortaleza. 2018.Páginas 23 a 35. HALLIDAY, David / RESNICK, Robert / WALKER Jearl. Fundamentos de física, volume 2: gravitação, ondas e termodinâmica, Rio de Janeiro, 2012. Páginas: 88 a 93. UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ. Biblioteca Universitária. Guia de normalização de trabalhos acadêmicos da Universidade Federal do Ceará. Fortaleza, 2013. SO FÍSICA Disponível em:] <http://www.sofisica.com.br/conteudos/Ondulatoria/MHS/pendulo.php > Acesso em: 20 de abril de 2018 às 22:00hs. MUNDO EDUCAÇÃO Disponível em: <http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/um-fisico-chamado-galileu-galilei.htm > Acesso em 19 de abril de 2018 às 23:34hs. CEPA Disponível em: <http://www.cepa.if.usp.br/e-fisica/mecanica/universitario/cap13/cap13_35.htm> Acesso em 21 de abril de 2018 às 20:04hs. 12
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