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Funcionamento da Psicoterapia Infantil: Teoria e Prática Professora Dra. Deyseane Lima www.deyseanelima.com.br Brincar – instrumento de diagnóstico Observar a maturidade, a inteligência, a imaginação, e criatividade, organização cognitiva, orientação de realidade, estilo, campo de atenção, capacidade de resolução de problemas, habilidade de concentração, entre outros. Observação do brincar da criança Qual é a sua forma de brincar, como ela se aproxima do material, o que escolhe, o que evita. Qual é seu estilo geral? Há dificuldade em passar de uma atividade para outra? Ela é desorganizada ou organizada? Qual é o padrão de comportamento que ela repete quando brinca? Jogo de areia O Sandplay (denominado como Jogo de Areia no Brasil) é um método terapêutico baseado nos conceitos psicológicos de Jung. Atualmente, é utilizado em diversas abordagens psicológicas com algumas adaptações. Desenvolvido pela Analista Junguiana Dora M. Kalff, em Zollikon, Suíça, seu país de origem. Jogo de areia Caixa de areia: Tamanho (em média): Retangular com tamanho de 70 cm x 6 cm x 50 cm Pode ter um fundo azul-claro (para simbolizar água). Impermeabilizada para o uso com água. Preenchida com areia. Caixa de areia Jogo de Areia Demonstração de uma grande variedade de fantasias. Ao ser molhada, pode ser moldada e promover novas experiências táteis de acordo com o aumento gradativo da umidade. Construir o seu mundo e/ou o mundo em miniatura. Descrevem a cena, contam uma estória sobre ela, dizem o que está acontecendo, o que vai acontecer. Caixa de Areia Jogos Crianças percebem os jogos lúdicos como jogos da vida. Ajuda a se relacionar com os outros na vida. São divertidos e relaxantes, ajudam o psicoterapeuta a conhecer a criança, muitas vezes ultrapassar a resistência inicial e promover a confiança mútua. Evitar utilizar jogos que não gosta. Em grupo - > Dividir o grupo em relação aos jogos e permitir a rotatividade do mesmo e a formação de novos grupos. Jogos Jogos de mágica Blocos Jogos de dama, quebra cabeça, dominó, memória, entre outros. Escolha dos materiais: jogos simples que não durem muito tempo. Desenhos Desenhos tendem a fazer afirmações precisas a respeito do que está se passando na vida de alguém naquele momento. Casa de bonecas Sala de brinquedos e os materiais sugeridos Ter uma sala equipada, ou levar uma maleta, ou ser guardado o material em outra sala; Totalmente à prova de som; Ter uma pia com água corrente; Janelas protegidas por grade, ou tela; Chão, paredes e teto protegidos com materiais laváveis, que resistam a água, tinta e pancadas fortes; Um sofá, quatro cadeiras e um par de mesas (um para adultos e outro para crianças); Sala de brinquedos e os materiais sugeridos Brinquedos e Jogos; Materiais expressivos: papel, canetinha, lápis de cor, giz de cera, massinha de modelar e entre outros; Caixa de areia (e miniatura de objetos, pessoas, animais e entre outros); Palco para dramatização; Casa de bonecas de madeira (com cômodos). Quadro ou lousa; Livros de histórias; Kit de médico; Material de cozinha; Sala de brinquedos e os materiais sugeridos Avental (opcional); Alvo para lançar dardos; João teimoso; Almofadas; Fantoches; Mamadeira; Ideal: Uma sala com área livre. Criança Será que as são “crianças problema” ou o mundo que está problemático? As crianças mergulhadas em adversidades o dia inteiro, pouco favorecidas, infelizes, sem amor, segurança e felicidade. Estão lutando para se situar num mundo hostil. Crianças agressivas, perturbadoras, que somatizam suas dificuldades, com problemas escolares, tímidas, retraídas, quietas, entre outras. Crianças Nervosas, roem as unhas, têm pesadelos, urinam na cama, têm tiques nervosos, recusam-se a comer, e outros comportamentos que demonstram o seu sofrimento interno. Um participante indireto: A família – os pais/os responsáveis O mais eficiente - > Participação dos pais no processo de psicoterapia das crianças, ou um aconselhamento dos mesmos, ou uma psicoterapia de casal, ou de um dos membros. O que fazer caso a família não deseje participar? Deixamos a criança sem atendimento? Ou começamos o atendimento apenas com a criança? Um participante indireto: A família – os pais/os responsáveis Caso os pais não participem, o sucesso da ludoterapia ainda pode ser assegurado. Se a criança torna-se “madura” e responsável, também os adultos se irritam menos e sentem menos necessidade de entrar em choque com ela. Família Um dos primeiros ambientes de socialização do indivíduo, atuando como mediadora principal dos padrões, modelos e influências culturais; É a primeira instituição social que tem como objetivo a proteção e o bem estar da criança; É a matriz da aprendizagem humana, com significados e práticas culturais próprias que geram modelos de relação interpessoal e de construção individual e coletiva. Família É a primeira mediadora entre o homem e a cultura, a família constitui a unidade dinâmica das relações de cunho afetivo, social e cognitivo que estão imersas nas condições materiais, históricas e culturais de um dado grupo social. Família e suas configurações Novas formas de coexistência da contemporaneidade oriundas das mudanças nas sociedades, isto é, do conflito entre os valores antigos e o estabelecimento de novas relações; A família não pode ser definida apenas pelos laços de consangüinidade, mas sim por um conjunto de variáveis incluindo o significado das interações e relações entre as pessoas. 1º Formato da Psicoterapia Infantil Individual 1º encontro: Anamnese com a criança; 2º encontro: Anamnese com a família; 3º encontro: Devolutiva com a família; 4º encontro: Início do atendimento com a criança. 2º Formato da Psicoterapia Infantil Individual 1º encontro: Anamnese com a família; 2º encontro: Anamnese com a criança; 3º encontro: Devolutiva com a família; 4º encontro: Início do atendimento com a criança. 3º Formato da Psicoterapia Infantil Individual 1º encontro: Anamnese com a família e a Criança – Sessão conjunta; 2º encontro: Anamnese com a família; 3º encontro: Anamnese com a criança; 4º encontro: Devolutiva com a família 5º encontro: Início do atendimento com a criança. 4º Formato da Psicoterapia Infantil Individual 1º encontro: Anamnese com a família (30 minutos). Anamnese com a Criança (20 minutos) – Encontros separados 2º encontro: Anamnese com a família; 3º encontro: Anamnese com a criança; 4º encontro: Devolutiva com a família 5º encontro: Início do atendimento com a criança. Anamnese com os pais Queixa/motivo e o histórico da queixa; Rotina da criança; Mudanças e fatos marcantes na vida da criança; Relação com o ambiente familiar e escolar; Gestação e parto; Desenvolvimento infantil: motor, afetivo, cognitivo e social; Expectativas em relação ao atendimento. Objetivo: Indicação terapêutica e construção da hipótese diagnóstica. Anamnese com a criança Observação do brincar da criança; Perceber o sofrimento psíquico da criança; Orientação aos pais Compreender a dinâmica familiar e analisar o papel que a criança ocupa no seio de sua família; Acolher e dar suporte; Propiciar momentos de reflexão e conscientização sobre a postura dos pais em relação a criança; Investigar as dificuldades de relacionamentos entre os pais, a criança e os irmãos, se houver; Verificar os padrões de comportamento existentes na família. Orientação aos pais Estabelecer a periodicidade dos encontros com a família: > Sugestão – 4 a 5 encontros com a criança e um encontro com a família (individualmente) ou uma sessão conjunta. > Deixar a disponibilidade para marcar uma sessão extra com a família, casotenha necessidade. Autoritarismo da família e o posicionamento crítico da criança Sessões conjuntas entre os pais e a criança Facilitar momentos de interação entre a criança e a família; Perceber a forma como os pais encaram a criança no setting terapêutico e analisar como a criança se coloca em relação aos pais. Estabelecimento do contrato terapêutico com os pais Frequência da sessão (depende da problemática, da necessidade e é acordado entre Psicoterapeuta e os responsáveis) Duração da sessão: 50 minutos; Cumprimento do horário (conversar sobre o horário de início e do término da sessão, falar sobre os atrasos); Pagamento; Faltas; Estabelecimento do contrato terapêutico com os pais A mudança e a eficácia da Psicoterapia implica um envolvimento, consistência e continuidade no processo; O final do Processo é acordado, ao longo do tempo, entre Psicoterapeuta e a Família. Férias da criança e da família; Férias do psicoterapeuta; Visita à escola; Participação da família; Os pais precisam esperar na sala de espera durante o atendimento infantil. Estabelecimento do contrato terapêutico com a criança Importância do sigilo; Conversar sobre o processo de terapia; Estabelecimento das regras de convivência. Estabelecimento do contrato terapêutico com a criança Indicação de livro: O primeiro livro da criança sobre psicoterapia. Atendimento psicoterápico domiciliar Público: São crianças que apresentam alguma patologia que impeçam a locomoção para o atendimento no consultório ou uma psicopatologia grave; O psicoterapeuta pode optar por fazer o atendimento familiar em casa ou em seu consultório, em um horário combinado anteriormente; Realizar o contrato terapêutico com a família e a criança. Ter um horário marcado; Recursos: Levar uma maleta de brinquedos e jogos. Visita domiciliar Coletar informações sobre a criança no contexto que ela vive e em interação com a família; Propiciar o maior entendimento das relações que se estabelecem na família e entrar em contato com o espaço de convivência da criança; Tem como intuito ampliar a compreensão da criança e não atender às necessidades da família inteira. Visita domiciliar Estabelece-se um dia e o horário para a realização da visita, com a duração do encontro estabelecida conjuntamente; Evitar os horários próximos as principais refeições: almoço e jantar; Cada visita será uma nova experiência: conhecer todos os cômodos da casa, ficar no quarto da criança, ficar na sala, ser chamado para comer na cozinha, entre outros. Escola É espaço físico, psicológico, social e cultural que os indivíduos processam o seu desenvolvimento global, mediante as atividades programadas e realizadas em sala de aula e fora dela (REGO, 2003); Constitui um contexto diversificado de desenvolvimento e aprendizagem, isto é, um local que reúne diversidade de conhecimentos, atividades, regras e valores e que é permeado por conflitos, problemas e diferenças (MAHONEY, 2002). Escola - Envolve uma gama de pessoas, com características diferenciadas, inclui um número significativo de interações contínuas; - Construção de laços afetivos e preparo para inserção na sociedade. Visita à Escola Identificar a dinâmica escolar que a criança vivencia; Conhecer a sua professora e a forma como ela interage e percebe a criança; Analisar os conflitos provenientes da escola e buscar soluções conjuntas em parceria com este ambiente. Visita à Escola Analisar as demandas relacionadas a criança provenientes deste meio; Conhecer o comportamento da criança a partir do discurso da professora; Identificar possibilidades de mudanças significativas em relação a este meio que se relacione com a demanda da criança. Conte uma coisa que fez você dar risada hoje. Se você pudesse escolher, quem você colocava sentado ao seu lado? Por que? (Ou quem jamais colocaria ao seu lado?) Se eu encontrasse com a sua professora no supermercado e perguntasse sobre você, o que será que ela diria? Você ajudou alguém hoje? Me ensina alguma coisa que te ensinaram hoje? Família: Como foi na Escola, meu(minha) filho(a)? Família: Como foi na Escola, meu(minha) filho(a)? 6) Se fossemos fazer o vídeo dos Vingadores na sua classe, quem colocaríamos como o Hulk? (Pode mudar o personagem) 7) Me ensina alguma coisa que te ensinaram hoje? 8) Qual foi a parte do dia que você ficou mais feliz? 9) Com quem você gostaria de brincar no recreio mas nunca brincou? 10) Se você ganhasse a escola de presente e virasse o dono de tudo, o que você faria? Família: Como foi na Escola, meu(minha) filho(a)? 11) Quem é a pessoa mais engraçada da sua classe? Me conta uma palhaçada que ela fez hoje. 12) Se você fosse convidado para ser o professor amanhã, durante o dia inteiro, o que você faria? - Como psicoterapeuta infantil, que outras orientações vocês dariam para os pais como conversar com os filhos sobre a escola? Psicoterapeuta Papel - > Alerta, sensibilidade e atenção ao que a criança faz, fala e sente. Compreensão e genuíno interesse pela criança. Tratá-la com honestidade e sinceridade. Dá-lhe responsabilidade. Estabelecer um clima de confiança mútua. Psicoterapeuta Não ri dela, mas ri com ela. Tem paciência e a encoraja a compartilhar seu mundo interior Aceita a criança como ela é. Identificar os sentimentos presentes e refleti-los com ela. Respeito pela capacidade da criança resolver os seus problemas. Psicoterapeuta Responsabiliza a criança por seu processo Reconhece as limitações da criança Não tenta dirigir as ações ou conversas da criança.
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