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Do processo e do procedimento

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Aulas 1 e 2 
Disciplina: DIREITO PROCESSUAL CIVIL II 
Período Letivo: 4° 
Carga Horária 60 horas 
 
EMENTA: DO PROCESSO E DO PROCEDIMENTO. PROCESSO DE 
CONHECIMENTO: PROCEDIMENTO ORDINÁRIO. PETIÇÃO INICIAL. 
TUTELA ANTECIPADA. RESPOSTA DO RÉU: CONTESTAÇÃO, EXCEÇÃO, 
RECONVENÇÃO. REVELIA. PROCEDIMENTO SUMÁRIO. PROVIDÊNCIAS 
PRELIMINARES. JULGAMENTO CONFORME O ESTADO DO PROCESSO. 
TEORIA GERAL DAS PROVAS E PROVAS EM ESPÉCIE. AUDIÊNCIAS: 
CONCILIAÇÃO E DE INSTRUÇÃO. SENTENÇA E COISA JULGADA. 
 
PROCESSO E DO PROCEDIMENTO. PROCESSO DE CONHECIMENTO: 
PROCEDIMENTO ORDINÁRIO. PETIÇÃO INICIAL 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
NATUREZA JURÍDICA DO PROCESSO 
 
TEORIAS 
 
Existem três teorias principais, representativas de momentos 
históricos distintos: 
a) Fase imanentista 
b) Fase Privatista 
c) Fase Publicista (atual) 
 
Processo como Procedimento 
 
 
Na época imanentista tecnicamente nem se concebe a existência de 
uma teoria do processo, em virtude da negação da autonomia do processo diante 
do direito material. O direito de ação era considerado o próprio direito material 
reagindo a uma agressão ou ameaça. O processo é confundido com 
procedimento, e imaginava-se que os atos processuais representassem o processo. 
Quando se concebe a autonomia processual, passa a ter relevância 
apenas histórica. 
 
Processo como Contrato 
 
Na tentativa de enquadrar o processo em fenômenos jurídicos 
privados, teve força no Direito Romano. Tinha como fundamento principal a 
“litiscontestatio”, que seria a concordância das partes em sofrer os efeitos da 
demanda. Como o Estado não era forte o suficiente para intervir na vida dos 
cidadãos, tudo dependia da concordância dos sujeitos envolvidos. Isso levou a 
crer que o processo seria uma espécie de negócio jurídico privado, ou seja, um 
contrato. Guarda apenas importância histórica. 
 
Processo como um quase contrato 
 
Teoria criada pelo francês Arnault de Guényvau, que não aceitava a 
natureza jurídica de um contrato nem de um delito, tendo como saída um quase 
contrato. A fragilidade do raciocínio desta teoria a fez ser logo abandonada. 
 
Processo como Relação Jurídica 
 
 A doutrina de Oskar Von Büllow retira o processo do âmbito 
privatista, alçando-o ao âmbito publicista, pelo qual se encontra até hoje. É 
realizada uma nítida distinção da relação jurídica processual (processo) com o 
direito material, pelo qual: 
 
a) direito material = objeto de discussão no processo 
b) direito processual = estrutura por meio da qual essa discussão 
ocorrerá. 
É a doutrina mais aceita nos dias atuais, entende-se processo como 
a relação jurídica de direito processual, exteriorizada por meio d o 
procedimento. 
 
Processo como Situação Jurídica 
 
Crítico da teoria da relação jurídica, James Goldschmidt, entende 
que o processo tem um dinamismo que transforma o direito objetivo, que antes 
era estático, em meras chances, expectativas, representadas por simples 
possibilidades de praticar atos que levam ao reconhecimento do direito. Essa 
sucessão de diferentes situações jurídicas é que determina a natureza jurídica do 
processo. Apesar de não recepcionado pela doutrina, algumas ponderações valem 
até os dias de hoje, já que é correto afirmar que a relação jurídica cria em relação 
aos seus sujeitos, sucessivas situações jurídicas ativas e passivas no decorrer do 
procedimento (relação jurídica complexa). 
 
Processo como Procedimento em Contraditório 
 
Trata-se de uma crítica a teoria da relação jurídica, feita por Elio 
Falazzari, que defende que o procedimento contém atos ligados de maneira 
lógica e regido por determinadas normas, sendo que cada ato deve-se permitir a 
participação das partes em contraditório, sendo justamente esta a paridade de 
participação de cada etapa do processo. Afirma que o processo é uma espécie do 
gênero do contraditório. 
 
Procedimento Animado por uma Relação Jurídica em Contraditório 
 
 
Parcela da doutrina que se filiava a teoria da relação jurídica, diante 
da tese defendida por Elio Fazzalari, não se incomoda em incluir o contraditório 
no conceito de processo, mas entende que isso não é suficiente para a exclusão da 
relação jurídica do conceito. 
Desta forma, entende que o procedimento contém atos interligado 
de maneira lógica e regidos por determinadas normas, a relação jurídica e o 
contraditório são duas facetas de uma mesma realidade, não havendo razão para 
descartar um ou outra no conceito de processo. 
 
Conclusão 
 
O processo deve ser entendido como relação jurídica em 
contraditório. 
Três elementos que, façam ou não parte da natureza jurídica do 
processo, estarão presentes no processo: 
(a) procedimento 
(b) relação jurídica processual 
(c) contraditório 
 
2. PROCEDIMENTO 
 
É a sucessão de atos interligados de maneira lógica e consensual 
visando a obtenção de um objetivo final. É a exteriorização do processo, seu 
aspecto visível. 
A noção do processo é teleológica, ou seja, voltada para a 
finalidade de exercício da função jurisdicional no caso concreto. 
A noção do procedimento é formal, ou seja, sendo uma sucessão de 
atos com um objetivo final. 
O processo não vive sem o procedimento, em uma relação de 
simbiose e não de mutualismo (Fredie Didier). 
 
 
3. RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL 
 
Composição 
 
A composição mínima da relação jurídica processual: demandante, 
demandado, Estado-juiz. Ainda que, excepcionalmente, possa existir processo 
sem autor (excepcionais demandas iniciadas de ofício pelo juiz) ou sem réu 
(processo objetivo). 
Trata-se de uma relação processual tríplice. 
Dois são parciais, e um imparcial (juiz). 
A relação processual é triangular, existindo posições jurídicas 
diretas entre demandante e demandado: 
a) dever de lealdade e boa-fé recíproca entre as partes; 
b) obrigação de a parte derrotada reembolsar as custas adiantadas 
pela parte vencedora; 
c) possibilidade de convenção para a suspensão do processo, com 
efeitos ex-tunc, desde a celebração da convenção. 
Com a proposição da demanda já existirá uma relação jurídica, 
ainda que limitada ao autor e ao juiz (incompleta). 
Esta se completará quando houver a citação válida do réu. 
O processo já existe antes mesmo da citação do réu, sendo inclusive 
possível o juiz proferir sentença nesse momento, tanto terminativa (art. 330, 
NCPC), quanto definitiva (art. 332, NCPC) 
 
Art. 330. A petição inicial será indeferida quando: 
I - for inepta; 
II - a parte for manifestamente ilegítima; 
III - o autor carecer de interesse processual; 
IV - não atendidas as prescrições dos arts. 106 e 321. 
 
 
Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, 
independentemente da citação do réu, julgará liminarmente improcedente o 
pedido que contrariar: 
I - enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal 
de Justiça; 
II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal 
de Justiça em julgamento de recursos repetitivos; 
III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou 
de assunção de competência; 
IV - enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local. 
 
A citação do réu não faz surgir a relação processual, mas tão 
somente a complementa. É a chamada formação gradual do processo. 
 
Características da relação jurídica 
 
 Autônoma  a relação jurídica de direito processual quando comparada 
com a relação jurídica de direito material. Mesmo não existindo a segunda, 
existirá a primeira. Ex.: julgado improcedente o pedido do autor Complexidade  é a decorrência de inúmeras e sucessivas situações 
jurídicas que se verificam durante o trâmite procedimental, como ônus, 
faculdades, direitos e deveres, formando uma relação jurídica complexa. 
 
 Dinâmica  Enquanto no direito material as relações são instantâneas, no 
direito processual são continuadas, desenvolvendo-se durante o tempo. É 
impossível pensar um processo instantâneo sem ofensa aos princípios 
processuais. Esta continuidade desenvolve o processo até seu caminho final, por 
meio desta atuação dinâmica dos sujeitos. 
 
 
 Unidade  Os atos praticados pelos sujeitos processuais estão todos 
interligados de forma lógica, dependendo o posterior de como foi praticado o 
anterior, o que forma a unidade. Ex.: O despacho de citação, depende da 
interposição da petição inicial e por aí vai. 
 
 Natureza Pública  A natureza pública da relação jurídica de direito 
processual se dá em razão da participação do juiz como representante do Estado, 
como também no seu interesse na boa prestação jurisdicional, que é uma 
aspiração da coletividade. 
 
Pressupostos Processuais 
 
O art. 104 do CC diz que a validade do negócio jurídico requer: 
a) agente capaz 
b) objeto lícito, possível, determinado ou determinável. 
c) forma prescrita ou não defesa em lei 
Pode-se afirmar que estes são os requisitos mínimos de validade de 
uma relação jurídica de direito material. 
No campo processual a relação tem os requisitos de validade e de 
existência, chamada de pressupostos processuais. 
São matérias preliminares (formalidades processuais) que são 
analisadas antes do juiz enfrentar o pedido do autor. 
Há discordância na doutrina quanto quais sejam os pressupostos 
(alguns apresentam rol mais amplo), e quanto à sua classificação. 
O critério mais tradicional: 
 
Pressupostos processuais subjetivos: 
 
a) investidura 
 
b) imparcialidade 
c) capacidade de ser parte 
d) capacidade postulatória 
 
Pressupostos processuais objetivos: 
 
a) coisa julgada 
b) litispendência 
c) perempção 
d) transação 
e) convenção de arbitragem 
f) falta de pagamento de custas em demanda idêntica extinta sem resol. de mérito 
g) demanda 
h) petição inicial apta 
i) citação válida 
j) regularidade formal 
 
PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS SUBJETIVOS (JUIZ) 
 
Investidura 
 
O Estado investe determinado sujeito (o juiz de direito) do Poder 
Jurisdicional, pra que possa exercê-lo por meio desse sujeito. 
Diante disso, trata-se de pressuposto processual de existência. 
 
Imparcialidade 
 
É um pressuposto processual de validade. 
 
Mostra-se essencial para a regularidade do processo, pois por mais 
parcial que seja o juiz, o processo nunca deixará de existir juridicamente (por 
isso não é de existência). 
Um juiz ativo e não participativo não gera parcialidade. É salutar 
que o juiz participe de forma ativa, não só da condução do processo, mas também 
de seu desenvolvimento. O juiz não deve ter, a priori, o interesse em 
determinado resultado em razão de vantagem pessoal de qualquer ordem, mas 
sim na solução do mérito, que é o fim normal do processo. 
Não afeta a imparcialidade a tarefa de oportunizar as partes o 
saneamento de vícios e correção de erros. 
O juiz neutro não leva a julgamento qualquer experiência da vida, 
ainda que lícita, sendo que são tais experiências que tornam as decisões mais 
humanas. 
Segundo o art. 146, CPC, a parte tem 15 dias, a partir da ciência do 
fato, para arguir a parcialidade do juiz - suspeição (prazo preclusivo para as 
partes, mas não para o juiz). Tal vício pode ser reconhecido de ofício pelo juiz a 
qualquer tempo, convalidando-se somente com o trânsito em julgado. 
 
Art. 146. No prazo de 15 (quinze) dias, a contar do conhecimento do fato, a 
parte alegará o impedimento ou a suspeição, em petição específica dirigida ao 
juiz do processo, na qual indicará o fundamento da recusa, podendo instruí-la 
com documentos em que se fundar a alegação e com rol de testemunhas. 
 
A exceção de impedimento NÃO tem prazo para interposição, 
cabendo inclusive ação rescisória (art. 966, II, CPC) 
 
Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida 
quando: 
II - for proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente incompetente 
 
 
Os atos praticados pelo juiz suspeito são igualmente NULOS, aos 
praticados pelo juiz impedido, distinguindo-se somente a forma de alegação e 
reconhecimento dos vícios. 
A imparcialidade é diferente da impartialidade, que significa que se 
for parte, está impedida de julgar. 
 
PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS SUBJETIVOS (PARTES) 
 
Capacidade de ser Parte 
 
É a personalidade judiciária ou personalidade jurídica, sendo a 
capacidade do sujeito de gozo e exercício de direitos e obrigações. 
Possuem as pessoas físicas, pessoas jurídicas, pessoas formais (art. 
75, CPC), entes despersonalizados (Mesa do Legislativo, Casas Legislativas, 
Tribunais de Contas), desde que atuem nos interesses estritamente institucionais. 
 
Súmula 525, STJ - “A Câmara de vereadores não possui personalidade jurídica, 
apenas personalidade judiciária, somente podendo demandar em juízo para 
defender os seus direitos institucionais.” 
 
Nem sempre a capacidade de ser parte confere a capacidade de 
estar em juízo (incapazes), necessitando de um representante. 
Trata-se de um pressuposto processual de existência (inexistente o 
processo contra réu morto). 
O STJ entende que o falecimento do autor antes da propositura da 
ação é caso inexistência jurídica do processo. Se o falecimento ocorrer durante o 
processo, é caso de mera irregularidade, pelo qual haverá o ingresso de espólio, 
herdeiros ou sucessores após o prazo legal. 
 
Capacidade para estar em Juízo 
 
 
As partes precisam ter capacidade processual (legitimatio ad 
processum) para praticar os atos processuais. 
No que tange as pessoas físicas, é preciso distinguir representação 
de assistência. 
A representação é a realização de atos de parte exclusivamente pelo 
representante. Já a assistência é a realização conjunta dos atos. 
Trata-se de um pressuposto processual de validade. Trata-se de 
vício sanável para adequação do processo, no qual o juiz concederá prazo, 
somente sendo caso de extinção do processo (autor) e revelia (réu), se houver 
omissão da parte em suprimir o vício. 
No que tange às pessoas jurídicas e formais, por serem inanimadas, 
precisam da presença de uma pessoa física que represente ou presente em juízo. 
As pessoas dos incisos V, VI, VIII, X e XI são Representadas, e as 
pessoas dos inc. I, II, III, IV, VII, IX são Presentadas (não exige procuração) 
 
Art. 75. Serão representados em juízo, ativa e passivamente: 
I - a União, pela Advocacia-Geral da União, diretamente ou mediante órgão 
vinculado (P); 
II - o Estado e o Distrito Federal, por seus procuradores (P); 
III - o Município, por seu prefeito ou procurador (P); 
IV - a autarquia e a fundação de direito público, por quem a lei do ente federado 
designar (P); 
V - a massa falida, pelo administrador judicial (R); 
VI - a herança jacente ou vacante, por seu curador (R); 
VII - o espólio, pelo inventariante (P); 
VIII - a pessoa jurídica, por quem os respectivos atos constitutivos designarem 
ou, não havendo essa designação, por seus diretores (R); 
 
IX - a sociedade e a associação irregulares e outros entes organizados sem 
personalidade jurídica, pela pessoa a quem couber a administração de seus bens 
(P); 
X - a pessoa jurídica estrangeira, pelo gerente, representante ou administrador 
de sua filial, agência ou sucursal abertaou instalada no Brasil (R); 
XI - o condomínio, pelo administrador ou síndico (R). 
 
A PJ é representada por quem conste nos seus respectivos atos 
constitutivos, não havendo designação, será por seus diretores. 
Se for sociedade irregular, por quem administre os seus bens (não 
poderá opor esta irregularidade de constituição na demanda). 
No caso de PJ estrangeira, é feita pelo gerente, representante ou 
administrador da filial, agência ou sucursal no Brasil, com presunção absoluta 
para receber citação. 
Síndico ou administrador Representa o condomínio, com a juntada 
da ata da assembléia na qual houve eleição. Mesmo que exista lapso temporal 
entre o fim do mandato do síndico e a nova eleição, o antigo síndico mantpem a 
representação judicial. 
União é Presentada pelo AGU, e os demais entes da administração 
direta são presentados pelos procuradores. 
No caso do Município o prefeito também é presentante (pois nem 
sempre tem procuradoria). 
Autarquia e Fundação de direito público são presentadas por quem 
a lei do ente federado designar. 
Massa falida (é pessoa formal) tem capacidade de ser parte, estando 
representada por pessoa humana (seu representante legal é o administrador 
judicial). 
Herança jacente (pessoa formal) não tem personalidade jurídica, 
mas tem personalidade judiciária, devendo ser representada por curador indicado 
pelo juiz. 
 
A parte legitimada para participar de ações que de dirigiam ao de 
cujus não são os herdeiros, mas o espólio. 
O CPC de 73 exigia no caso de inventariança dativa a formação de 
litisconsórcio necessário entre todos os herdeiros e sucessores para representar o 
espólio em juízo. Já o art.75, §1º, NCPC exige apenas que eles sejam intimados 
no processo no qual o espólio é parte. Mesmo sendo inventariante dativo, ele que 
é o representante, podendo os herdeiros ingressar como assistentes 
litisconsorciais do espólio. 
 
Capacidade Postulatória 
 
Em regra, as partes devem ser assistidas por advogado. 
Exceção: Juizados Especiais, Justiça Trabalhista, Habeas Corpus, 
ADIN/ADECON. 
Nos Juizados só há a dispensa pra causas com valor inferior a 20 
salários mínimos, de forma que as causas compreendidas entre 20 e 40 salários 
mínimos, a capacidade postulatória é pressuposto de validade. 
 Nos Juizados Especiais Federais e da Fazenda Pública só dispensa 
pra causas com valor inferior a 60 salários mínimos. 
Nos Juizados Especiais, pra interpor recurso precisa advogado. 
Para o STF, no Habeas Corpus a dispensa também se estende ao 
agravo interno quando a ação é julgada monocraticamente. 
No caso do Promotor de Justiça, o mesmo detém uma capacidade 
postulatória suis generis ou funcional, pois é limitada aos fins institucionais do 
MP. 
 
PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS OBJETIVOS EXTRÍNSECOS 
 
 
São analisados FORA da ralação jurídica processual, chamados de 
pressupostos processuais negativos, pois o vício verifica-se justamente com a 
sua presença. 
São eles: 
 Coisa julgada material 
 Litispendência 
 Perempção 
 Transação 
 Convenção de arbitragem 
 Ausência de pagamento de custas processuais em demanda idêntica 
extinta anteriormente por sentença terminativa (art.276, CPC). 
 
São todos pressupostos processuais de validade. 
A doutrina majoritária entende ser pressuposto processual de 
validade (corroborado pelo art. 966,IV, NCPC), enquanto a doutrina minoritária 
pressuposto de existência. 
 
Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida 
quando: 
IV - ofender a coisa julgada; 
 
Entende o STJ que havendo conflito entre decisões (duas coisas 
julgadas), prevalecerá a que se formou por último, enquanto não desconstituída 
mediante ação rescisória. 
 
PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS OBJETIVOS EXTRÍNSECOS 
 
São analisados DENTRO relação jurídica, sendo 04 pressupostos: 
 
Demanda 
 
 
Demandar significa provocar a jurisdição por meio do processo. 
Cabe ao interessado demandar, por ser um direito disponível, ainda 
que o direito material não o seja. 
É pressuposto proc. de existência, já que sem a provocação do 
interessado, a relação jurídica não chega nem a existir. 
 
Petição Inicial Apta 
Trata-se de um ato solene, pois precisa preencher determinados 
requisitos. 
Diante disso, é um pressuposto de validade, já que mesmo não 
preenchidos inicialmente, poderão ser sanados, existindo o processo. 
 
Citação Válida 
 
A relação jurídica já existe desde a propositura da demanda, mas 
complementa-se com a citação válida. 
É essencial para a regularidade do processo. 
Só pode ser considerada como pressuposto processual nos 
processos em que a citação é necessária. 
A doutrina majoritária entende se tratar de pressuposto processual 
de validade, sendo que seu vício gera nulidade absoluta (suis generis), não se 
convalidando NUNCA, nem com o trânsito em julgado; podendo ser alegado a 
qualquer tempo, até mesmo após o prazo da ação rescisória, por meio de querela 
nullitatis. 
 
Regularidade Formal 
 
Os atos processuais devem ser praticados na forma prevista pela lei, 
prestigiando a segurança jurídica da relação processual. 
 
A formalidade deve ser afastada quando o ato processual atingir a 
sua finalidade e não gerar prejuízo, ainda que praticado em desconformidade 
com a forma legal. Trata-se do PRINCÍPIO DA INSTRUMENTALIDADE DAS 
FORMAS. 
 
4. PROCEDIMENTO COMUM NOVO CPC/2015 
 
Deixou de existir a divisão de ritos, ou seja, não existe mais a 
distinção entre sumário e ordinário. (vide art. 318 do CPC/2015). Só há o 
procedimento comum (do art. 318 e ss.) e os procedimentos especiais (art. 
539 e ss.). 
O procedimento comum é o mais aplicado por ser considerado 
o procedimento padrão e pode ser aplicado de forma subsidiária aos 
procedimentos especiais e também ao processo de execução (vide art. 318, 
parágrafo único do CPC/2015). 
Qual é sequência lógica prevista pela lei processual de 2015 
para o procedimento comum? 
Resposta: 1º petição inicial 
2º Audiência de Conciliação ou Mediação 
3º Contestação (com preliminares e mérito) 
4º Réplica 
5º Saneamento 
6º AIJ – Audiência de Instrução e Julgamento 
7º Sentença 
 
5. PETIÇÃO INICIAL 
 
Requisitos, instrução, indeferimento e pedido de antecipação dos efeitos da 
tutela. 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Para que a atividade jurisdicional contenciosa (composição de lide) seja exercida 
é necessário que o interessado provoque-a, pois prevalece o "princípio da 
inércia". 
A petição inicial é o instrumento pelo qual o interessado invoca a atividade 
jurisdicional, fazendo surgir o processo. Nela, o interessado formula sua 
pretensão, o que acaba por limitar a atividade jurisdicional, pois o juiz não pode 
proferir sentença de natureza diversa da pedida, bem como condenar o réu em 
quantidade superior ou em objeto diverso do demandado. 
 
2. REQUISITOS DA PETIÇÃO (art. 319/CPC) 
 
A) Indicação do juízo a que é dirigida: afinal, a petição inicial é dirigida ao 
Estado, vez que a ele é formulada a tutela jurisdicional. 
Se o juízo for absolutamente incompetente, no qual todos os atos decisórios são 
nulos (art. 64, § 2°/CPC), o magistrado poderá encaminhá-lo ao competente; mas 
se deixar de fazê-lo ao despachar a petição inicial, caberá ao réu suscitar a 
incompetência absoluta (art. 337, II/CPC). A qualquer tempo, o réu ou o autor 
poderão suscitar o problema, bem como o juiz reconhecer sua própria 
incompetência (art. 64, §1°,CPC). 
Se o juízo for relativamente incompetente, a petição só poderá ser encaminhada 
ao juízo competente após o acolhimento da exceção de incompetênciaoposta 
pelo réu (art. 64/CPC); se a exceção não for oposta pelo réu, o juízo 
relativamente incompetenteterá a competência prorrogada; se dela o juiz não 
declinar a nulidade da cláusula de eleição de foro, em contrato de adesão, poderá 
ser declarada de ofício pelo juiz, que declinará de competência para o juízo de 
domicílio do réu, ou o réu não opuser exceção declinatória nos casos e prazos 
legais (art. 65/CPC). 
 
B) Indicação dos nomes, prenomes, estado civil, existência de união estável, 
profissão, domicílio e residência do autor e do réu: é necessário analisar a 
legitimidade do autor e do réu para serem partes, bem como individualizar e 
distinguir as pessoas físicas e jurídicas das demais. O estado civil faz-se 
necessário para verificar a regularidade da petição inicial nos casos em que o 
autor precisa de outorga uxória. O endereço é imprescindível para determinar a 
competência territorial e a citação do réu. 
C) Indicação do fato e dos fundamentos jurídicos do pedido: são as causas de 
pedir. 
Fato (causa de pedir remota): todo direito ou interesse a ser tutelado surge em 
razão de um fato ou um conjunto deles, por isso eles são necessários na petição 
inicial. Ex: direito de rescindir o contrato de locação (fato gerador do direito) em 
razão do não pagamento dos aluguéis (fato gerador da obrigação do réu). 
Fundamentos jurídicos (causa de pedir próxima): que não é a indicação do 
dispositivo legal que protege o interesse do autor. 
D) Indicação do pedido com as suas especificações: pois ele também limita a 
atuação jurisdicional. 
 Pedido Imediato: é sempre certo e determinado. É o pedido de uma 
providência jurisdicional do Estado (Ex: sentença condenatória, 
declaratória, constitutiva, cautelar, executória etc). 
 Pedido Mediato: pode ser genérico nas hipóteses previstas na lei. É um 
bem que o autor pretende conseguir com essa providência. 
 Pedido Alternativo: (art. 325/CPC) Ex: peço anulação do casamento ou 
separação judicial. 
 Pedido Cumulativo: (art. 397/CPC) desde que conexos os pedidos podem 
ser cumulados. 
Porém, nem sempre o autor pode definir o seu pedido. Nas ações universais, o 
autor não pode definir o pedido porque há uma universalidade de bens. Ex: 
petição de herança. Em algumas ações não se pode definir o quantum 
debeatur. Ex: indenização de danos que estão sucedendo. 
 
E) Valor da Causa: toda causa deve ter um valor certo, ainda que não tenha 
conteúdo econômico (art. 291/CPC), pois tal valor presta a muitas finalidades, 
como: 
 base de cálculo para taxa judiciária ou das custas (Lei Est./SP 4952/85, 
art. 4°) 
 definir a competência do órgão judicial (art. 44/CPC) 
 definir a competência dos Juizados Especiais (Lei 9099/95, art. 3°, I) 
 base de multa imposta ao litigante de má-fé (art. 81/CPC) 
 base para o limite da indenização 
Os art. 292 do CPC indicam qual o valor a ser atribuído à algumas causas, sob 
pena do juiz, de ofício, corrigir a petição inicial, determinando o recolhimento da 
diferença. 
F) Indicação das provas pelo autor (art. 319, VI/CPC): é praxe forense deixar de 
indicar as provas, apenas protestando na inicial “todas que sejam necessárias”. 
Em razão disso, surgiu um despacho inexistente no procedimento: "indiquem as 
partes as provas que efetivamente irão produzir". 
Tipos de provas: 
a) Documental: fatos que são comprovados somente por escrito. 
b) Pericial: fatos que dependem de parecer técnico. 
c) Testemunhal: fatos demonstráveis por testemunhas. 
 
3. INSTRUÇÃO DA PETIÇÃO INICIAL 
 
O art. 320 determina que a petição será instruída com os documentos 
indispensáveis à propositura da ação, inclusive com a procuração, caso o autor 
esteja representado por um advogado. Porém, algumas vezes, o advogado obriga-
se a apresentá-la posteriormente. 
Há duas espécies de documentos que devem ser juntados à petição inicial: 
a) substanciais: os expressamente exigidos por lei, por exemplo: art. 60 da Lei 
8245/91, in verbis, "Nas ações de despejo fundadas no inciso IV do art. 9º, inciso 
 
IV do art. 47 e inciso II do art. 53, a petição inicial deverá ser instruída com 
prova da propriedade do imóvel ou do compromisso registrado". 
b) fundamentais: os oferecidos pelo autor como fundamento de seu pedido, por 
exemplo: um contrato. 
A Lei 1.060/50 regula a assistência judiciária aos necessitados que também deve 
ser requerida na inicial. 
 
INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL 
 
Ao receber a petição inicial, o juiz irá examinar se ela atende a todos os 
requisitos da lei. Se faltar qualquer um deles ou se a petição estiver 
insuficientemente instruída, o juiz apontará a falta e dará o prazo de 10 dias para 
que o autor a emende ou a complete (art. 321/CPC). 
Vindo a emenda ou sendo completada a inicial, o juiz ordenará a citação (art. 
334/CPC), caso contrário a inicial é indeferida. 
Deve-se atentar inclusive, para o novo dispositivo estabelecido pela Lei 
nº 11.277/06 que inclui o artigo 332 e §§: "Art. 332. Nas causas que dispensem a 
fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu, julgará 
liminarmente improcedente o pedido que contrariar: I - enunciado de súmula do 
Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça; II - acórdão 
proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça 
em julgamento de recursos repetitivos; III - entendimento firmado em incidente 
de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência; IV - 
enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local. § 1
o
 O juiz 
também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar, desde 
logo, a ocorrência de decadência ou de prescrição. § 2
o
 Não interposta a 
apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da sentença, nos termos do 
art. 241. § 3
o
 Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 5 (cinco) dias. § 
4
o
 Se houver retratação, o juiz determinará o prosseguimento do processo, com a 
 
citação do réu, e, se não houver retratação, determinará a citação do réu para 
apresentar contrarrazões, no prazo de 15 (quinze) dias." 
O indeferimento pode ocorrer por: 
a) inépcia: reconhecimento de que a petição inicial não tem aptidão para obter a 
prestação jurisdicional reclamada em razão de ocorrer uma das hipóteses do art. 
330/CPC. 
b) prescrição de direito patrimonial: art. 330/CPC. 
c) falta de um dos requisitos da lei e pela petição não ter sido emendada no prazo 
estipulado. 
d) estar insuficientemente instruída e não ter sido completada no prazo 
estipulado. 
Indeferida a petição, põe-se fim à relação processual (art. 203, 1.009 e 331/CPC), 
mas o autor pode apelar no prazo de 15 dias (art. 1.003/CPC) e o juiz pode 
reformar sua decisão. Se não o fizer, manterá o indeferimento e encaminhará os 
autos ao tribunal (art. 331, §1°/CPC). 
 
PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA 
A Lei 8.952/94 inseriu a possibilidade de se pedir a antecipação dos efeitos da 
sentença que é buscada através da ação. 
Normalmente os efeitos da sentença somente irão ser produzidos com a sua 
prolação e, em alguns casos, desde que contra ela não seja interposto recurso com 
efeito suspensivo. 
A antecipação deve ser requerida pela parte e deve haver prova inequívoca que 
convença o julgador da verossimilhança da alegação. Porém, não basta pedir a 
antecipação dos efeitos da tutela, é necessário que se demonstre tais requisitos. 
Devemos observar que a tutela antecipada diverge das medidas cautelares, pois 
aquela serve para proteger o direito violado, enquanto estas servem para proteger 
o processo. 
A antecipação da tutela é provisória, pois o juiz pode modificá-la ou revogá-la aqualquer momento (art. 296/CPC).

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