Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
História da MUSICOTERAPIA Aula introdutória São Paulo 2014-2 Profª. Marina Gil Musicoterapeuta Especialista em Musicoterapia Organizacional e Hospitalar Música na história O que é Música? (reflexão sobre as funções da música) ◦ Sons Naturais – batimento cardíaco, sons de animais, choro de bebê, instrumentos de ossos e pele ◦ Comunicação – o som antecedeu a palavra. Para cantar bastam os pulmões e as pregas vocais. ◦ Formação do Indivíduo – China e Grécia equiparavam a música a moralidade, evolução do pensamento. ◦ Religiosidade – comunicação com o divino, celebração da vida, agradecimento de dádivas alcançadas, rituais de cura. Saúde e Doença na história O que é saúde? Ausência de doença, Corpo são, mente sã, Qualidade de vida O que é doença? Obsessão de espíritos Fatores externos (ex: verme ou animal que entrava no corpo.) Fatores internos (ex: desarmonia interna entre os humores do corpo) Música X Saúde na história Primeiro registro de música sendo usada para fins terapêuticos: E sucedia que, quando o espírito mau da parte de Deus vinha sobre Saul, Davi tomava a harpa, e a tocava com a sua mão; então Saul sentia alívio, e se achava melhor, e o espírito mau se retirava dele. Samuel I, 16:23 Música X Saúde na história Grécia Antiga - música como reforçador da mente, humores alterados X música como poder “harmonizador” Século XVII - Teoria dos Afetos(Barroco)+Descartes expansão e contração do spiritus animals - mente Século XIX - Ciência Positivista – Método Experimental desvalorização da música como “poder terapêutico” Ruud,1990, p.16 Música X Saúde na atualidade Propriedades terapêuticas da música ◦ Neurociência – estimulação da memória, música e cérebro, neuroplasticidade. ◦ Música nas Escolas – estimulação do desenvolvimento motor e cognitivo. ◦ Programas Sociais – dependentes químicos, comunidade carente, terceira idade, etc. Musicoterapia – breve histórico Anos 40 – prática de Musicoterapia em contexto pós-guerra nos EUA. 1944 – primeiro curso de graduação na Universidade de Michigan. 1969 – curso de Pós-Graduação para educadores musicais na Faculdades de Artes do Paraná. 1972 – primeiro curso de Graduação (duração de 8 semestres) no Conservatório Brasileiro de Música, Rio de Janeiro. Musicoterapia – no mundo Federação Mundial de Musicoterapia (World Federeicion of Music Therapy - www.wfmt.info) ◦ Congresso Mundial: 14 edições França (2), Argentina (2), Porto Rico, Espanha, Alemanha, EUA, Inglaterra, Austrália e Coréia. 5ª edição - em Genova, Itália – Fundação da Federação Mundial (1985) 6ª edição – Rio de Janeiro, Brasil (1990) 14ª edição – Viena, Austria (2014) ◦ Eventos Latino Americanos, Europeus e demais eventos regionais. Musicoterapia - Brasil UBAM – União Brasileira de Associações de Musicoterapia (www.musicoterapia.mus.br) 12 associações regionais – BA, SC, DF, GO, MG, PE, PI, PR, RJ, RS e SP. 05 cursos de graduação (bacharelado) – UFG (GO), FAP (PR), CBM (RJ), Faculdades EST (RS), UNISA, FPA e FMU (SP) 01 curso de Música com Habilitação em Musicoterapia – UFMG (MG) 09 cursos de pós graduação (latu sensu) – Faculdade Darcy Ribeiro(CE), Faculdades Integradas Olga Mettig (BA), UFG (GO), Faculdade de Ciências Humanas Olinda (PE), UFPI (PI), CBM (RJ), Universidade Federal de Pelotas (RS), Universidade Cruzeiro do Sul e FMU (SP) Musicoterapia no Brasil (eventos) Encontro Nacional de Estudantes de Musicoterapia (ENEMT) Encontro Nacional de Pesquisa em Musicoterapia (ENPEMT) Fóruns regionais (geralmente organizados pelas associações) Dia Nacional do Musicoterapeuta (15 de setembro) Definições de Musicoterapia “A musicoterapia é a utilização profissional da música e seus elementos como uma intervenção em ambientes médicos, educacionais e cotidianas com indivíduos, grupos, famílias ou comunidades que procuram otimizar sua qualidade de vida e melhorar o seu bem-estar e saúde emocional, físico, social, comunicativo, intelectual e espiritual. Pesquisa, prática, educação e treinamento clínico em musicoterapia são baseados em padrões profissionais de acordo com contextos culturais, sociais e políticos” (WFMT, 2011) Definições de Musicoterapia “A Musicoterapia é a utilização da música e/ou seus elementos (som, ritmo, melodia e harmonia) por um musicoterapeuta qualificado, com um cliente ou grupo, num processo para facilitar e promover a comunicação, relação, aprendizagem, mobilização, expressão, organização e outros objetivos terapêuticos relevantes, no sentido de alcançar necessidades físicas, emocionais, mentais, sociais e cognitivas Seu objetivo é melhorar a qualidade de vida, desenvolvendo potenciais e restabelecendo funções do indivíduo pela prevenção, reabilitação, recuperação ou tratamento” (WFMT, 1996) Definições de Musicoterapia "A musicoterapia é uma psicoterapia não-verbal que utiliza as expressões corpóreo-sonoro-musicais não- verbais para desenvolver um vínculo relacional entre musicoterapeuta e outras pessoas necessitadas de ajuda, para melhorar sua qualidade de vida, reabilitá-las e recuperá-las para a sociedade, assim como produzir mudanças sócio-cultural-educativas no ecossistema e atuar na prevenção primária da saúde comunitária”. Rolando Benenzon Centro de Musicoterapia Benenzon Brasil – www.centrobenenzon.com.br Musicoterapeuta – profissional da saúde Áreas de conhecimento: Musical: instrumentos, canto-coral, história, pedagogia, etc. Científica: anatomia, neurologia, fisiologia, psiquiatria, etc. Musicoterapia: fundamentos, história, didática, teorias e técnicas. Formação na FMU: 8 semestres (3.480h) com prática clínica obrigatória a partir do 5º semestre (400h de prática clínica) Atuação Prevenção e Tratamento atendimentos individuais ou em grupo ◦ Consultórios ◦ Instituições de Saúde, de Ensino e de Amparo Social Públicas e/ou Privadas ◦ Empresas Públicas e/ou Privadas ◦ ONGs – Organizações Não Governamentais ◦ Comunidades ◦ Atendimento Domiciliar (Home-Care) ◦ Programas de Promoção de Saúde ◦ Pesquisa e Desenvolvimento ◦ Assessoria e Consultoria A prática em Musicoterapia “... a musicoterapia não é simplesmente a utilização da música, mas a utilização de experiências musicais. As implicações de adicionar ‘experiência’ à ‘música’ são sutis, porém importantes. Isto significa que o agente da terapia não é visto apenas como sendo a música (isto é, um objeto externo ao cliente), mas principalmente a experiência do cliente com a música (isto é, a interação entre pessoa, processo, produto e contexto). Portanto, o papel do musicoterapeuta vai além de prescrever e ministrar a música mais apropriada, ele também envolve desenvolver a experiência do cliente com aquela música” (BRUSCIA, 2000 – p. 113) A prática em Musicoterapia As experiências musicais ◦ Improvisação ◦ Re-criação (execução) ◦ Composição ◦ Audição / Receptivas Musicoterapia Receptiva e Interativa A prática em Musicoterapia – em direção a uma teoria Racional 4 caminhos básicos (RUUD, 1990) Baseada no modelo Médico Psicodinâmica Baseada na teoria da Aprendizagem Baseada na Psicologia Humanista Os 4 grandes métodos (CHAGAS, 2008) MetodologiaBenenzon – Rolando Benenzon Método Nordoff-Robbins – Paul Nordoff e Clive Robbins Método das Imagens Guiadas e Música (GIM) – Helen Bonny Método Musicoterapia Analítica – Mary Priestley A prática em Musicoterapia - Sistematização Procedimentos: triagem, ficha musicoterápica, testificação, plano de atendimento*. Atendimentos: geralmente semanais com duração aproximada de 50 minutos*. Materiais*: instrumentos de fácil manuseio, gravações, recursos de artes plásticas, etc. *podem variar de acordo com a necessidade do indivíduo/grupo. Considerações finais “ No passado remoto, a música uniu e sincronizou os homens. É o que está se perdendo hoje.” Oliver Sacks “A musicoterapia, através do contexto não-verbal sonoro-musical , permite ao homem reencontrar seus sentimentos e emoções, suas raízes, sua etnia e sua história.” Rolando Benenzon Bibliografia Básica COSTA, Clarice Moura. O despertar para o outro – São Paulo: Summus, 1989. RUUD, Even. Caminhos da Musicoterapia – São Paulo: Summus, 1990. CHAGAS, Marly. PEDRO, Rosa. Musicoterapia: desafios entre a modernidade e a contemporaneidade – como sofre os híbridos e como se divertem – Rio de Janeiro: Mauad X, Bapera, 2008. BRUSCIA, Kenneth E. Definindo Musicoterapia – 2ed. – Rio de Janeiro: Enelivros, 2000. BENENZON, Rolando. Teoria da Musicoterapia: contribuição ao conhecimento do contexto não verbal – São Paulo: Summus, 1988. Fontes de Pesquisa e Contatos Ferramentas do Google Google Acadêmico Google Livros Site das Associações Nacionais Internacionais Facebook (grupos e páginas) World Federation of Music Therapy Musicoterapia Brasil Musicoterapia FMU Revista Brasileira de Musicoterapia
Compartilhar