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TEORIA DO DIREITO PENAL DO INIMIGO E SUA RELAÇÃO COM POLÍTICAS DE SEGURANÇA PÚBLICA

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Elizete Machado Soares
Direito Penal I
Prof: André Cezar
TEORIA DO DIREITO PENAL DO INIMIGO E SUA RELAÇÃO COM POLÍTICAS DE SEGURANÇA PÚBLICA
Setembro
2017
SUMÁRIO
O Sistema Prisional...............................................................01
Tolerância Zero.........................................................................02
A Criminalidade e a Aplicação Das Leis................................03
Teoria das Janelas Quebradas................................................04
Modelo Prisional........................................................................04 
Como Combater a Criminalidade, Tolerância Zero ou Ressocialização?....................................................................06
INTRODUÇÃO
O presente trabalho visa falar sobre a teoria do direito penal do inimigo e sua relação com políticas de segurança pública em que há maior rigidez na aplicação da lei penal, como acontece em programas de “tolerância zero”. 
Veremos como está nosso sistema prisional nos dias atuais, como as leis estão sendo aplicadas e porque muitas vezes não estão sendo aplicadas como deveriam. Assim como, se os métodos usados hoje são eficazes para o combate à criminalidade a longo prazo e o que poderia ser feito para mudarmos esse quadro. 
O SISTEMA PRISIONAL
Analisando de forma simples e objetiva, percebemos que o sistema prisional vigente está falido e sem controle por parte do Governo e os órgãos de segurança! 
Os presídios estaduais estão sucateados e sofrem com a superlotação carcerária, e aqui no Rio Grande do Sul, ainda temos o amplo debate sobre quem deve ser o responsável pela guarda e segurança dos mesmos. De um lado, a SUSEPE alega que não consta em suas atribuições, a responsabilidade de “cuidar” dos presídios, que se trata de atribuição da Brigada Militar. Esta, por sua vez, discorda, e defende-se sob a alegação de que a responsabilidade da Brigada é apenas a guarda externa, enquanto que a segurança interna deve ser atribuída à SUSEPE. Enquanto ficamos nesse impasse, assistimos diariamente cenas de descontrole, violência e uma prisão em constante estado de ebulição, prestes a explodir e sendo objeto de preocupação social, ainda mais se considerarmos os presídios localizados nos grandes centros urbanos, como é o casa do Presídio Central de Porto Alegre. 
Em uma década a prisão carcerária dobrou, com isso, nossos sistemas prisionais estão abarrotados. Esse aumento da população penitenciária é apenas um reflexo do aumento da taxa de criminalidade que estamos enfrentando. Com as condições das prisões em estado degradante, até desumanas, muitos presos acabam se rebelando, tentando fugir e, ou cometendo crimes dentro dos presídios para chamar a atenção do Estado, gerando insegurança e abusos aos direitos humanos. 
Devido aos altos níveis de superlotação dos presídios, as carceragens das delegacias, que deveriam ser provisórios, para no máximo uma semana, muitas vezes são usadas para cumprir suas sentenças, com precariedade de serviços. Com isso gera várias contradições da lei, pois os órgãos responsáveis pelas prisões e interrogatórios de seus suspeitos, não devem cuidar de sua custódia a longo prazo. [1: LIMA, Paulo Sérgio; PAULA, Liana. Segurança Pública e Violência: O Estado está cumprindo seu papel? Ed. Contexto. 2006.]
O sistema prisional Brasileiro possui três principais objetivos, que são, proteger o público incapacitando os criminosos, puni-los e reabilitá-los. Mas só o fato dos presos conseguirem, mesmo estando dentro das prisões, comandarem suas gangues que ainda estão livres, já coloca-se em dúvida o primeiro objetivo que seria incapacitar os criminosos. Também não cumpre sua função no sentido de reabilitá-los, pois o sistema penitenciário mistura presos primários e não violentos com criminosos hediondos, tornando a prisão como uma “escola do crime”, um terreno fértil para o crescimento da violência.
TOLERÂNCIA ZERO
As políticas públicas para segurança estão ineficazes e o conceito de “tolerância zero” torna-se, a meu ver, ineficaz diante de tantas contradições e falta de estrutura para manter e conter e massa carcerária que, sem ter espaços nos presídios, acumula-se em cárceres das Delegacias de Polícia e, no cúmulo da falta de organização e planejamento político, em viaturas policiais nos entornos e dentro das Delegacias de Pronto Atendimento (DDPAs).
O avanço da criminalidade é tanto, que presenciamos uma banalização do crime, onde o fato de ser “bandido”, “vida louca” e outras alcunhas, tornou-se motivo de “status” para os moradores de vilas e favelas, e esse estilo de vida nos dias atuais, atinge os jovens de todas as classes sociais, principalmente pela grande, e fácil, exposição da imprensa, mídias sociais, que coloca em destaque o delinquente e o infrator, que vira exemplo de poder perante seus comparsas, chegando ao absurdo de muitos deles produzirem seus próprios vídeos com seus atos criminosos ou selfies portando armamentos, ou fazendo uso de drogas ilícitas. 
A Violência está tão explícita no nosso dia a dia, que nos sentimos em uma situação de perigo constante e chegamos até mesmo em falar que deveria ter pena de morte. Aceitamos medidas drásticas sem nem mesmo reclamar, porque esperamos que a situação seja interrompida. O medo e o terror de situações ocasionadas nas comunidades, transmitidas em redes de comunicação, são reflexos de medidas e reformas em leis as quais se tornaram mais rígidas.
Mas, no entanto, temos uma quantidade exorbitante de leis penais com efetividade duvidosa, que não responde ao problema de violência que enfrentamos. Toda vez que aparece na mídia um fato criminoso que venha a perturbar a sociedade, como consequência, se elaboram leis com o objetivo de acalmar as preocupações dessas pessoas. Essa situação se torna um ciclo vicioso, com muitas leis sendo criadas, mas com um constante número de criminalidade. 
O retrato dessa situação é bem relatado por Sheila Lovatti em seu artigo: 
“Busca-se o controle social com a difusão de notícia sobre o aumento da criminalidade que alimentam a insegurança da população e que, por sua vez, passa a exigir uma resposta estatal imediata, por meio de leis mais severas, criação de novos tipos penais, bem como o recrudescimento das penas aos crimes existentes”.[2: LOVATTI, Sheila Lustoza. O uso simbólico do Direito Penal. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande,XII, n.67,ago 2009. Disponível em <http:/ www.ambito- juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura leitura&artigo_id=6541>. Acesso em: 28 set. 2017.]
Esse tipo de ação não passa de um meio de ocultar e encobrir temporariamente a verdadeira questão a ser solucionada, pois os problemas ainda estão presentes, somente o modo de lidar com eles que tem mudado. Para assegurar nossos direitos e nos dar segurança, temos a constituição federal, código penal, decretos, jurisprudências e por aí a fora, no entanto a violência continua a fazer mais vítimas inocentes. 
A CRIMINALIDADE E A APLICAÇÃO DAS LEIS
Em relação a aplicação das Leis, comumente acompanhamos nos telejornais a rotina do “prende-e-solta”, onde a polícia reclama de que de nada adianta “eles” prenderem um ladrão, se o Juiz acabar soltando! 
Para compreendermos a aplicação do Código Penal, muitas vezes temos que olhar atentamente o que os juízes alegam, perante sua interpretação da Lei, para expedir um alvará de soltura, inclusive para crimes qualificados como hediondos. 
Há poucos dias, vimos um caso de clamor nacional, em que um homem, na capital paulista, foi detido pela 16ª vez pelo mesmo crime, que deveria ser enquadrado no artigo 213 do CP (Estupro), por ejacular nos seios, rosto e ombro de uma mulher dentro de um ônibus coletivo, após masturbar-se publicamente, porém, em todas às vezes ele foi solto, pois os juízes deram a interpretação de que a atitude do indivíduo enquadrava-se em Ato Infracional, pela ausência de agressão e violência!Tal decisão teve grande repercussão nacional, em função de ampla divulgação nos órgãos de imprensa, inclusive com entrevistas de vários advogados, ex desembargadores, delegados de polícia, etc... Inicialmente, tal situação revoltou o país inteiro, pois se formos analisar o Código Penal, a atitude do cidadão deveria ser enquadrado como estupro, crime hediondo e, consequentemente, inafiançável e sem direito de soltura. Porém, para surpresa geral da nação, dois ou três dias depois de toda essa polêmica instaurada, o mesmo indivíduo foi detido por cometer o mesmo crime, o qual, dessa vez, outro Juiz enquadrou como estupro e recomendou a internação em Hospital Penal para que o mesmo recebesse tratamento psicológico e acompanhamento médico adequado! 
Bem, nessa situação, após a 17ª detenção da mesma pessoa, pelo mesmo motivo, o que será que levou o Juiz a decidir pela prisão? Sua interpretação da lei, ou a ampla divulgação e polêmica que o caso estava tendo na mídia? 
Devemos considerar que, atualmente, muitos Juízes alegam que o indivíduo não oferece risco à sociedade, e por si só, não justificaria sua prisão. Outrossim, alguns magistrados optam pela soltura, justamente pela superlotação no sistema prisional e consideram que um indivíduo de baixo risco não deve ser encaminhado para a prisão, por se tratar de uma “faculdade” do crime e, sendo assim, ao sair, oferecerá muito mais risco à sociedade do que se continuar solto. 
Essa sensação de impunidade, contribui para o aumento da criminalidade, e poderíamos ir além, se levarmos em conta quantos menores de idade assumem crimes cometidos por maiores, em função de serem protegidos pelo enquadramento da maioridade penal!
TEORIA DAS JANELAS QUEBRADAS
Kelling e Wilson, criadores da teoria das janelas quebradas, nos seus estudos utilizaram o exemplo de uma janela quebrada de uma fabrica ou escritório, verificando que caso não haja imediato conserto, logo as demais serão quebradas. Quando uma pessoa se depara com esta janela quebrada por vários dias, pensará que o imóvel está abandonado e assim quebrará as demais janelas do local.[3: SILVA, Mateus Maciel. Teoria das janelas quebradas na Criminologia. 2013. Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/36275/teoria-das-janelas-quebradas-na-criminologia> Acesso em 27 set. 2017. ]
Com esse exemplo podemos ver a semelhança com a criminalidade, onde, se não há uma repressão, um combate e controle do crime, dará a entender que pode continuar fazendo e com isso atrairá outros crimes. 
MODELO PRISIONAL 
No Brasil, na cidade de São Paulo, há alguns modelos, pouco conhecido, mas inovador, que são os Centros de Ressocialização, que são prisões pequenas administradas em inovadora parceria entre autoridades prisionais estaduais e ONGs locais. Esse sistema é inovador, pois há a criação de um regime prisional que genuinamente conduz à reintegração do ofensor à sociedade e à prevenção da reincidência criminal. Sendo uma parceria formal entre o Estado e a sociedade civil no gerenciamento da prisão e do trabalho com os presos é uma alternativa às formas de privatização prisional muitas vezes promovidas como a resposta à incapacidade do Estado diante do caos que enfrentamos. Os CRs são compatíveis com as garantias nacionais e internacionais de direitos humanos para os detentos, obtêm taxas de reincidência criminal muito mais baixas e seu custo de operação é muito menor que o das prisões convencionais. Todos os CRs seguem um regime comum que parece genuinamente condutivo à reintegração do ofensor à sociedade. Os quatro elementos centrais do modelo são: a criação de uma cultura prisional alternativa que subverte e inverte as sub culturas e rituais, hierarquias e normas morais e de linguagem predominantes na prisão; um engajamento consciente da família e da comunidade para a qual o ofensor provavelmente retornará; uma oportunidade para completar sua educação, para trabalhar e receber treinamento ocupacional; e apoio à auto estima, às habilidades sociais e às perspectivas futuras de vida do detento.
Os CRs também criam um ambiente físico doméstico. As celas são mantidas limpas e arrumadas e ninguém dorme no chão, como nas prisões convencionais. Os presos também lavam suas próprias roupas, com um bem organizado sistema de escalas e sacos etiquetados para cada cela coletiva. 
s CRs aspiram não somente a des-rotular os ofensores, mas também a des-qualificá-los como criminosos. Enquanto o Sistema funciona como uma escola de crime, os CRs re-qualificam os presos como membros da sociedade respeitadores das leis.[4: MACAULAY, Fiona. Os centros de ressocialização nos Estados de São Paulo. Disponível em: <https://jota.info/especiais/os-centros-de-ressocializacao-no-estado-de-sao-paulo-28072015>. Acesso em: 25 set. 2017.]
 Como defende o Papa Francisco:
“Deve o direito penal caminhar lado a lado com o princípio da dignidade da pessoa humana. É preciso que a sociedade possa entender que a pena corresponde a uma tríplice finalidade qual seja, prevenção, retribuição e ressocialização. Não deve servir apenas com instrumento de vingança privada. Por isso, defendo aulas de direito básico, filosofia e sociologia em todas as escolas de nível médio. Mas também defendo que essas matérias de humanística sejam parte obrigatória de um programa de aperfeiçoamento permanente entre juízes, defensores, promotores, procuradores e todos aqueles que manejam o direito posto, para que possam remanejar também o direito pressuposto”.   [5: MONTINEGRO, Monaliza. A desordem gera desordem. Conheça a Teoria das Janelas Quebradas. Disponível em: <http://justificando.cartacapital.com.br/2015/05/26/a-desordem-gera-desordem-conheca-a-teoria-das-janelas-quebradas/> . Acesso em: 28 set. 2017.]
O Direito Penal deveria ser utilizado em ultima ocasião, sendo que a segurança e a paz da sociedade puderem ser garantidas por outros meios que não fosse a da esfera penal, pois sozinho não irá resolver com medidas paliativas soluções que precisam ser de longo prazo. Estamos precisando de uma mudança profunda com retornos mais benéficos e duradouros à população. 
COMO COMBATER A CRIMINALIDADE, TOLERÂNCIA ZERO OU RESSOCIALIZAÇÃO?
Um dos maiores desafios de nossa época é como combater a criminalidade, e os políticos em anos de eleições, aparecem com soluções de todos os tipos, mas que, infelizmente, após atingirem seus intentos, viam as costas para suas propostas. 
A sociedade já está com um sentimento de tolerância abaixo de zero, pois a violência generalizada, crimes, roubos, furtos, assaltos ocorrem às vistas grossas e ao nosso lado, diariamente! Chacinas e roubos cinematográficos nos são apresentados em todos os telejornais, desde a primeira hora da manhã, no almoço e no jantar, invadindo o seio da família e nos deixando perplexos diante de tanta criminalidade! 
Soluções tipo “tapa buracos” já não são mais eficazes, pois a criação de uma Força Nacional de Polícia não tem se mostrado uma ferramenta eficaz para reforçar a polícia dos estados, e na verdade, apenas engordaram os custos públicos com uma política de segurança equivocada, com pagamento de altos salários e diárias aos integrantes da Força Nacional, em detrimento de baixos salários que recebem os Policiais Militares dos estados onde essa força está sendo utilizada. 
Agora, diante da perplexidade de todos, assistimos uma centena de traficantes “marchando” em debandada para os matos nos altos dos morros cariocas, após o anúncio de que o Exército iria iniciar a ocupação dos mesmos. As UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora), até parecia uma boa alternativa para conter a violência, e aparentemente, serviria de exemplo a ser seguido pelos outros estados da federação, porém, nos últimos anos estamos assistindo sua decadência e enfraquecimento, seja pela inoperalidade e desqualificação técnica e psicológica dos policiais que a integram, ou por policiais que sucumbem à corrupção e milícias!
Para uma aplicação de uma política pública de segurança nos moldes da tolerância zero, seguindo o exemplode Nova Iorque, deveríamos ter uma integração de todos os elos da segurança pública, criando uma força policial valorizada e ética, viaturas e armamentos adequados, delegacias equipadas e com número suficiente de policiais civis e delegados para sustentar e atender toda a demanda da criminalidade das cidades, cárceres realmente provisórios em vez de viaturas estacionadas com presos algemados, presídios com capacidade para receber de forma humanitária os criminosos, e proporcionando aos Juizes e Ministério Público julgar e punir corretamente os infratores. 
Creio que a diminuição da idade penal seria uma boa solução inibidora para os crimes cometidos por menores de idade, que aumentou significantemente nas últimas décadas, por se tratarem de indivíduos em formação de caráter e de valores, e facilmente influenciados pela “ostentação” e demonstração de poder pela força e imposição. 
Doravante, temos belos discursos de políticos que pregam: “Investiremos em escolas para não termos que construir presídios!” Mas na prática, não basta construir escolas, e as deixarem fechadas sem estrutura adequada e sem professores qualificados e valorizados. O trabalho deve ser realizado em rede social, interagindo e integrando o indivíduo com o ambiente em que ele vive, educando por exemplos, bons exemplos, em vez de incentivar o ganho fácil, fundamentado pela Lei de Gerson!
Os meios de comunicação de massa possuem a as parte de culpe nisso tudo, rádio, televisão e internet não possuem mais limites de civilidade, pois as novelas (não apenas da Globo), mostram sempre o lado bom de quem comete crimes, ou até mesmo mostram a vida boa e fácil da prostituição, em vez de mostrarem o lado ruim dessas atividades e de valorizar o trabalhador e o cidadão honesto. As músicas mais tocadas, são aquelas que hoje em dia falam palavrões e degradam a relação entre homem/mulher, com dançam ousadas onde a mulher é explorada por seu corpo e alta conotação sexual e erótica. E, absurdo, nos próprios filmes e programas infantis!
A Rede Social deve ser fortalecida integrando as instituições formadoras do caráter da criança, composta pela Família, Igreja, Escolas, Clubes Sociais, Polícias, Poder Executivo, Judiciário, Conselhos Municipais, ONGs, etc..., não, não estamos falando da volta da censura, nem de segregar o direito que cada um tem de manifestar sua preferência artística, mas não precisamos colocar em tanta evidência as coisas ruins para a sociedade, pois dessa forma, as tornamos comuns e banais, perdendo a noção e critérios de civilidade. 
Antes de qualquer coisa, a criança, o adolescente, e grande parte dos adultos, devem compreender que ser honesto e decente é algo bonito, em vez de careta. Em vez de brigar pela legalização da maconha, devemos brigar por nossos direitos básicos, saúde, educação e segurança, e exercer o nosso direito de voto com consciência, ao invés de fazer do poder do voto um objeto de escambo. Não podemos aceitar como normal, um Presidente peregrinar pelo Congresso Nacional negociando a compra de votos para evitar a sua cassação, e fazermos piada disso!
Os projetos de ressocialização devem e sempre serão bem vindo, servindo como uma “peneira” para separar os criminosos de pouca ou nenhuma periculosidade para a sociedade, dos que realmente são os mestres e mentores da rede criminológica mantida e patrocinada pelas facções. 
A inserção, ou a priori, a reinserção social deve ser gradual e mediante acompanhamento do infrator, sem discriminação da sociedade, afinal, todos devem ter a consciência de que esse mesmo indivíduo está pagando sua cota para com a sociedade pelo crime cometido, e devemos sim, oportunizar uma segunda chance. Mas creio que ainda temos muito que aprender e amadurecer como cidadãos e como Nação, para atingirmos esse nível de conscientização, cooperação e de civilidade, pois, talvez, quando atingirmos esse nível utópico e desejável, já não iremos mais ter a necessidade de possuirmos um Código Penal e não precisaremos mais nos preocupar com a construção de presídios!
CONCLUSÂO
 Estado deve pensar em políticas públicas para combater o crime e evitar o seu avanço. Não podemos negar que a repressão a pequenas infrações tornaria a sociedade mais saciada do sentimento de justiça. Porém, não seria apenas isso que tornariam os índices de criminalidade menores. Existem outros fatores que levam a prática da infração penal, tais como fatores econômicos, sociológicos e psicológicos e antes que o jovem se torne um criminoso, é preciso entrar com medidas específicas. Devemos afastar os jovens do ambiente de criminalidade, investir em assistência social para que famílias sem estrutura não gerem jovens delinquentes. Investir em educação hoje para não precisar investir em presídios amanhã. 
Claro que não podemos esquecer que as unidades prisionais precisam de mudanças drásticas.
BIBLIOGRAFIA
LIMA, Paulo Sérgio; PAULA, Liana. Segurança Pública e Violência: O Estado está cumprindo seu papel? Ed. Contexto. 2006
LOVATTI, Sheila Lustoza. O uso simbólico do Direito Penal. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande,XII, n.67,ago 2009. Disponível em <http:/ www.ambito- juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura leitura&artigo_id=6541>. Acesso em: 28 set. 2017.
MACAULAY, Fiona. Os centros de ressocialização nos Estados de São Paulo. Disponível em: <https://jota.info/especiais/os-centros-de-ressocializacao-no-estado-de-sao-paulo-28072015>. Acesso em: 25 set. 2017.
Montinegro, Monaliza. A desordem gera desordem. Conheça a Teoria das Janelas Quebradas. Disponível em: <http://justificando.cartacapital.com.br/2015/05/26/a-desordem-gera-desordem-conheca-a-teoria-das-janelas-quebradas/> . Acesso em: 28 set. 2017.
SILVA, Mateus Maciel. Teoria das janelas quebradas na Criminologia. 2013. Disponível em: 
<https://jus.com.br/artigos/36275/teoria-das-janelas-quebradas-na-criminologia> Acesso em 27 set. 2017.

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