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1 1 Programa de Educação Continuada a Distância Programa de Educação Continuada a Distância Curso de Curso de Técnicas Posturais Técnicas Posturais Aluno: Aluno: EAD - Educação a Distância EAD - Educação a Distância Parceria entre Portal Educação e Sites Associados Parceria entre Portal Educação e Sites Associados Curso de Técnicas Posturais MÓDULO I Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada, é proibida qualquer forma de comercialização do mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos na Bibliografia Consultada. 2 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores 3 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores MÓDULO I 1 – ANATOMIA DA COLUNA VERTEBRAL E PELVE 1.1 - A COLUNA VERTEBRAL 1.1.1 - Principais ossos, articulações e acidentes anatômicos; 1.1.2 – Os movimentos da coluna e sua flexibilidade (mobilidade); 1.1.3 – Curvaturas fisiológicas e seus eixos; 1.1.4 – Ligamentos; 1.2 – MÚSCULOS: 1.2.1 – O que são cadeias musculares; 1.2.2 – “Power House” - O Centro de Forças; 1.2.3 – Origem e Inserção; 1.2.4 – Tonicidade; 1.2.5 – Músculos Mono e Poliarticulares; 1.2.6 – Músculos agonistas, antagonistas e sinérgicos; 1.2.7 – Músculos Fásicos e Músculos Tônicos; 1.2.8 – Testes de Força e Encurtamento; 1.3 – AS FÁSCIAS: 1.4 – DISCO INTERVERTEBRAL 1.4.1 – Composição; 1.4.2 – As Flexões Anteriores da Coluna e suas Conseqüências; 1.5 – RESPIRAÇÃO 1.5.1 - O Diafragma; 1.5.2 – Músculos da Inspiração e Expiração; 1.5.3 – Lordose Diafragmática; 1.5.4 - Mecanismo da Respiração; 1.6 – A ESTÁTICA 1.6.1 – Centros de Gravidade; 2 - AVALIAÇÃO POSTURAL 2.1 – O QUE É POSTURA 2.2 – A BOA POSTURA 2.3 – FICHA DE AVALIAÇÃO 4 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores 2.4 – MÉTODOS E MATERIAIS 2.5 – O QUE É UMA POSTURA ERRADA 5 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores 1 – ANATOMIA DA COLUNA VERTEBRAL E PELVE 1.1 – A COLUNA VERTEBRAL: A coluna vertebral é um empilhamento de ossos constituídos de vértebras ligadas entre si por um “bolo” cartilaginoso (o disco intervertebral), formando uma nova articulação. Atrás, o arco posterior forma um canal para a medula, protegendo- a e também apresentando três apófises aonde vão se juntar aos ligamentos e músculos. O conjunto é solidificado por muitos ligamentos fortes que vão limitar sua flexibilidade e assegurar sua coesão. O sistema muscular implantado exclusivamente sobre o arco posterior é importante e muito complexo. A camada profunda é composta por vários músculos que vão formar um grupo importante no desenvolvimento de um trabalho postural. Toda essa construção oferece à coluna mobilidade e força, mas também causam certa fragilidade, devido a todos os seus componentes. Ela deverá assegurar três funções principais, que deverão se combinar de uma maneira permanente: • Flexibilidade: para participar do movimento; • Apoio: por assegurar a verticalidade e o equilíbrio; • Proteção medular: para boa transmissão do sistema nervoso, a fim de organizar o funcionamento o mais justo possível. A coluna vertebral também o lugar de passagem de todas as linhas de força, ela a reduz ou as retransmitem da melhor maneira possível entre o alto e o baixo, à direita e a esquerda. Ela serve de apoio aos músculos dos membros, para completar sua eficácia. Ela deve ser capaz de se deformar para participar e conceder mais amplitude aos movimentos, depois se torna rígida novamente fixando as articulações a fim de assegurar sua função de proteção e de ponto de apoio, repartindo da melhor maneira as pressões no nível das vértebras, entre os corpos (protegendo os discos) à frente e as articulações atrás. Quando todo esse “sistema” não funciona adequadamente ocorrem dores e lesões. Veremos separadamente todos os sistemas (ósseo, muscular, disco intervertebral e ligamentos) para que possamos entender o mecanismo das lesões e 6 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores das técnicas posturais. 1.1.1 - Principais ossos, articulações e acidentes anatômicos: A coluna vertebral forma uma haste móvel que constitui, em parte, o esqueleto do tronco. Para fins de trabalho postural, é importante considerar o seu conjunto com a pelve. Ela apresenta trinta e três ossos denominados vértebras que possuem características diferentes de acordo com a região da coluna onde se localizam. Com essas diferenças, há uma subdivisão da coluna em regiões, cada uma com as suas particularidades, formando as curvaturas fisiológicas que a coluna vertebral possui. Podemos classificar essas curvaturas assim (incluindo o número de ossos que cada região possui): • Região cervical: formada por sete vértebras, a sua curvatura fisiológica denomina-se lordose (côncava para trás); • Região dorsal ou torácica: formada por doze vértebras sendo a maior das curvaturas denominando-se cifose (côncava para frente). Tem ligação com as costelas, que se conectam na frente com o osso chamado esterno por cartilagens (algumas não se ligam sendo denominadas costelas flutuantes), formando a Caixa Torácica, que por sua vez tem papel fundamental na respiração e sofre alterações nos desvios posturais; • Região lombar: é formada por quatro ou cinco vértebras, sendo as maiores em tamanho e largura. A sua curvatura denomina-se lordose (côncava para trás); • Região sacra: formada por cinco vértebras, são todas fundidas entre si formando um único osso; • Região coccígea: formada por cinco vértebras também fundidas. Algumas pessoas possuem variações anatômicas não possuindo todas as cinco vértebras coccígeas. As regiões da coluna e as suas curvaturas. Fonte: Internet – www.sogab.com.br. De uma vista anterior, as vértebras são cada vez mais volumosas à medida que descemos pela coluna. Contam-se as vértebras de cima para baixo e são nomeadas por suas iniciais. Por exemplo: - C.7: sétima vértebra cervical, - T.3: terceira vértebra torácica, - L.2: segunda vértebra lombar, - S.1: primeira vértebra sacral. 7 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores Número de vértebras de cada região. Fonte: Internet – www.wikipédia.com. br. As vértebras são mais ou menos visíveis, atenuadas ou acentuadas segundo a morfologia das partes moles: gordura e músculos, por exemplo; assim, uma pessoa com glúteos maiores pode parecer mais arqueada que uma pessoa com glúteos menores, enquantoa radiografia de ambas as pessoas pode ter o ângulo de lordose lombar idênticos. Cada vértebra apresenta duas partes principais: a anterior, que é maciça e chamada de corpo vertebral, e a parte posterior denominada de arco vertebral posterior. O corpo é mais ou menos cilíndrico e o arco posterior compreende dois pedículos que são implantados atrás do corpo. Duas lâminas se juntam para trás simetricamente prolongando-se em uma projeção óssea única denominada processo 8 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores 9 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores espinhoso ou espinha. Em cada junção pedículo-laminar produz-se um espessamento mais ou menos vertical: os processos articulares. Cada uma possui nas suas extremidades (superior e inferior) uma superfície articular cartilaginosa e, deste processo articular sai uma projeção lateral chamada processo transverso. O arco posterior e a parte de trás do corpo vertebral delimitam o forame vertebral. O empilhamento dos forames vertebrais forma uma espécie de tubo ósseo chamado canal vertebral por onde passa a medula espinhal. Numa visão de perfil ocorre que a cada espaço intervertebral, os pedículos de duas vértebras “empilhadas” formam o forame intervertebral, por onde passa cada nervo que sai da medula de uma maneira simétrica de cada lado da coluna vertebral. Esses nervos saem da medula espinhal e vão dar movimento e sensibilidade aos membros e tronco. Os acidentes anatômicos (nome das regiões de cada osso, como acabamos de relacionar) são importantes, pois são os principais locais de origem e inserção muscular e fixação de ligamentos. Veremos separadamente as particularidades das vértebras de cada região da coluna vertebral, pois são bem diferentes entre si e isto é que determina as diferenças de cada região. A coluna cervical forma o esqueleto do pescoço. Subdivide-se em duas regiões: a coluna cervical suboccipital (parte atípica), formada pelas duas primeiras vértebras, C.1 chamada de Atlas, que se encontra exatamente sob o crânio; e C.2 chamada de Áxis. Ambas têm um funcionamento específico. A coluna cervical, parte típica, formada por C.3 a C.7, possui as mesmas características. O corpo da vértebra cervical é pequeno, a espessura dos discos intervertebrais é de um terço da espessura do corpo vertebral. Estas duas características permitem uma grande mobilidade. A forma retangular dos corpos limita um pouco as inclinações laterais. Elas têm como particularidade que as suas faces superiores salientam-se dos lados, chamando-se “lábios" (ou uncus) e as faces inferiores são incisadas de tal forma que se correspondem. Essa forma óssea permite ao mesmo tempo em que a mobilidade, uma grande estabilidade. Sendo assim, os corpos estão “calçados” lateralmente. As faces superiores destas vértebras são um pouco convexas e inclinadas para frente. As faces inferiores são um pouco côncavas e inclinadas para trás. As espinhas têm comprimentos variados; C.2 e C.7 são longas e as outras bem mais curtas, favorecendo o movimento de extensão. O processo transverso, (um acidente ósseo das vértebras), nasce de duas raízes: uma ao lado do corpo e a outra no pedículo. São largas e limitam pelo seu encontro as inclinações laterais. Essas duas raízes delimitam um orifício – o forame transversário - e, depois, juntam-se, por fora, formando um pequeno sulco por onde passa o nervo espinhal. Os processos transversos cervicais estão “furados”, dando passagem (com exceção de C.7), a uma artéria muito importante: a artéria vertebral, que irriga em parte o encéfalo. Teremos a importância de um bom alinhamento da coluna cervical, pois além do risco de um pinçamento nervoso (de raízes nervosas saídas dos forames), há o risco de compressão da artéria, podendo haver acidentes vasculares. Como processos articulares têm as facetas superiores que se volta para cima e para trás, e as facetas inferiores, para baixo e para frente. Posicionam-se em um ângulo de 45 graus e, por isso, a inclinação lateral sempre se combina a certa rotação: de fato, se olhamos a vértebra de cima, veremos que, do lado da inclinacão, a superfície articular se desloca para baixo e um pouco para trás. No lado oposto à inclinação, desloca-se para cima e um pouco para frente. A conjunção dos dois movimentos produz uma rotação para o lado da inclinação. Resumindo: a mobilidade da coluna cervical (parte típica) é importante para a flexão, extensão e rotação, e é muito menos importante para a inclinação lateral. Facetas articulares das vértebras. Fonte: Internet – www.fm.usp.br. 10 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores A vértebra e seus acidentes anatômicos. Fonte: Internet - www.sogab.com.br. Canal Medular (acidente anatômico por onde passa a medula espinhal). Fonte: Internet – www.fm.usp.br. 11 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores 12 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores A coluna suboccipital (ou atípica) é a parte mais alta da coluna cervical, região na qual são produzidos os movimentos independentes da cabeça, como os movimentos de “sim” ou “não” leves. C.1 ou atlas e C.2 ou áxis, têm as suas particularidades. O Atlas não tem a forma de uma vértebra, mas sim, de um anel ósseo, reforçado por dois maciços colaterais. A parte dianteira constitui o arco anterior (pois o Atlas não tem corpo) e a parte traseira constitui o arco posterior. Lateralmente as massas laterais encontram-se o processo transverso por onde passa a artéria vertebral. O anel está dividido em dois, pelo ligamento transverso do Atlas, que se fixa no interior das massas laterais. A parte anterior envolve o pivô da vértebra áxis. A parte posterior constitui o forame vertebral, por onde passa a medula espinhal. As partes de cima e de baixo das massas laterais constituem as superfícies articulares pela qual o Atlas se une, em cima, com o occipital e, em baixo, com o áxis. O osso occipital faz parte dessa articulação entre Atlas e áxis e fica situado na parte de trás da base do crânio, possuindo um forame, que é a continuação do canal vertebral, por onde a medula penetra no crânio. De cada lado deste forame há uma superfície ovalar, convexa e recoberta por cartilagem, que corresponde a uma das massas laterais do Atlas: os côndilos do occipital. Em cima de cada massa lateral também há uma superfície ovalar, porém côncava, recoberta por cartilagem. Esse conjunto forma um bloco, uma esfera maciça que se articula com uma esfera côncava. Isso permite movimentos em todos os sentidos, mas que na realidade estão limitados. Assim, os principais movimentos se fazem em flexão e extensão (como “sim, sim”) estando fortemente impedidos pelos ligamentos. OBS: O Atlas é mantido sob o occipital por uma cápsula bastante frouxa, com ligamentos nos quatro pólos: um anterior, um posterior e dois colaterais. Além disso, outros ligamentos unem o áxis ao occipital e mantêm, indiretamente, o Atlas entre o áxis e o occipital. Basedo osso occipital com a primeira vértebra cervical (C1). Fonte: Internet: www.fm.usp.br. O áxis é a segunda vértebra cervical. Tem uma forma típica de uma vértebra cervical e possui duas particularidades ósseas na parte de cima, permitindo-lhe articular-se com o Atlas. De cada lado do corpo vertebral há uma superfície ovalar convexa que corresponde à parte inferior de uma massa lateral do Atlas. Em cima do corpo do áxis há um processo em forma de pivô: é o processo odontóide ou “dente” do áxis, que, como um eixo, aloja-se na parte anterior do anel do Atlas. Assim, não há disco intervertebral entre C.1 e C.2, mas sim duas articulações clássicas. Essas superfícies são convexas tanto no Atlas quanto no áxis, não se encaixando, sendo uma dobradiça de mobilidade permanente. Existem duas articulações entre o Atlas e o processo odontóide; a primeira está entre o Atlas e a face anterior do processo odontóide; e a segunda, entre o ligamento transverso do Atlas (que possui uma superfície articular anterior) e a face posterior do processo odontóide. 13 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores A coluna cervical. Note as duas primeiras vértebras diferentes, atlas e áxis, com o processo odontóide. Fonte: Internet – www.fm.usp.br. Vértebra Atlas (C1), E – Forame Transverso, F - Tubérculo Anterior, G – Tubérculo Posterior, H – Processo Transverso. 14 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores Vértebra atlas (C1), vista posterior. Fonte: Internet – www.fm.usp.br. Vértebra áxis (C2), vista anterior. Fonte: Internet – www.fm.usp.br. Vértebra áxis (C2), vista posterior. Fonte: Internet – www.fm.usp.br. 15 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores Articulação atlas e áxis (C1-C2). Fonte: Internet – www.fm.usp.br. Os ligamentos que unem o áxis e o atlas são atlantoaxial anterior e posterior; e o áxis ao occipital são o occipitoaxial e o occipitodontóide ou “suspensor do dente”. A coluna torácica é formada por doze vértebras onde a espessura do disco é aproximadamente um sexto do corpo, ou seja, fino, o que limita em muito, a sua mobilidade. O corpo vertebral é cilíndrico, de corte circular. Nas faces laterais dos corpos vertebrais encontram-se superfícies articulares onde se articulam as costelas, estando: • Uma em cima e outra em baixo, de T.2 a T.9; • Uma no meio e outra embaixo na vértebra T.1; • E apenas uma nas vértebras T.11 e T.12. A superfície dos processos articulares é arredondada e plana; as superiores se voltam para trás (um pouco para cima e lateralmente); as inferiores se voltam para frente (um pouco para baixo e medialmente). São essas vértebras inferiores que permitem os movimentos de flexão, extensão e inclinação lateral. As vértebras torácicas (muitas vezes chamadas de dorsais) possuem facetas articulares que estão situadas sobre acurva de um mesmo círculo, cujo centro seria do corpo vertebral, o que permite e favorece as rotações. 16 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores As lâminas das vértebras são achatadas e retangulares, mais altas do que largas e sobrepõem-se como se fossem as telhas de um telhado. Seus processos espinhosos são alongados, muito oblíquos para baixo, com exceção de T.11 e T.12, limitando a hiperextensão de coluna, pois se encontram posteriormente. Os processos transversos têm comprimentos desiguais, sendo mais longos nas torácicas altas do que nas baixas. Em sua face anterior está uma superfície que corresponde a uma costela (novamente, exceto em T.11 e T.12). Em relação a sua mobilidade, na coluna torácica todos os movimentos são possíveis, mas um pouco limitados pela caixa torácica, que se fixa nas vértebras. Isso se vê principalmente nas vértebras de T.1 a T.7 (região situada entre as escápulas), cujas costelas estão unidas quase diretamente na frente ao esterno, por meio de uma cartilagem. As vértebras de T.8 a T.10 sustentam as ‘’costelas falsas’’, que são mais livres na frente. Sua ligação com o esterno se realiza através de uma cartilagem mais comprida, que, por sua vez, está unida à cartilagem da sétima costela. E, por final, as vértebras T.11 e T.12 sustentam as costelas “flutuantes”, não unidas com o esterno. Essa região se parece muito a uma dobradiça com grande mobilidade. Veja abaixo a diferença anatômica da vértebra torácica. Vértebra torácica. Fonte: Internet – www.wikipédia.com. br. 17 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores A vértebra torácica com seus acidentes anatômicos. Fonte: Internet - www.sogab.com.br. A coluna lombar tem um disco espesso, de um terço do corpo, o que constitui um fator de mobilidade. Os corpos são volumosos, de corte ovalar e côncavos para trás. Os processos transversos são longos (chamados de “costiformes”) e nas suas extremidades encontram-se um tubérculo. Os processos articulares ultrapassam o comprimento do corpo da vértebra em cima e embaixo, com uma parte central reduzida: o istmo. Em cima, eles têm a forma de uma cavidade cilíndrica voltada medialmente e um pouco para trás; em baixo, a forma de um cilindro maciço voltado lateralmente e um pouco para frente. As superfícies articulares são verticais e bastante sagitais (ou seja, as lombares superiores são cada vez mais frontais indo para as lombares inferiores, e totalmente frontais na junção lombossacral). As espinhas das vértebras são curtas e maciças, permitindo uma boa amplitude de extensão. Resumindo: a coluna lombar permite boa amplitude em flexo-extensão, em inclinação lateral e pouca mobilidade em rotação. 18 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores Diferença anatômica da vértebra lombar. Fonte: Internet – www.fm.usp.br. A junção lombossacral tem uma característica particular: a base do sacro está inclinada para frente, havendo grandes variações de ângulos de um indivíduo para outro, e isto é mais marcado na postura ereta, onde a articulação está submetida a um grande esforço de abertura pelo peso corporal sobreposto. O corpo de L.5 e o disco L.5/S.1 são um pouco menos altos atrás do que na frente. Este conjunto está disposto em forma de curva, sendo côncava para trás. As superfícies dos processos articulares estão em plano quase frontal. Esta junção está reforçada fortemente por pelos ligamentos iliolombar e sacrolombar. 19 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores A região lombossacra e seu posicionamento. Fonte: Internet – www.wikipédia.com. br A pelve ou cintura pélvica é um anel ósseo formado principalmente por três elementos: o sacro atrás, e os dois ossos ilíacos (bem como o cóccix). “Se acrescentarmos os músculos que ocupam a base doanel (músculos do assoalho pélvico), o conjunto tem realmente a forma de uma bacia, que suporta o tronco e o peso da parte superior do corpo. Também é o lugar pelos quais os fêmures se articulam com o tronco; a pelve é deste modo, um elemento de transmissão de pressões devidas ao peso do corpo e contrapressões vindas do solo através dos membros inferiores”. 20 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores Pelve vista anterior Pelve vista superior. Fonte: Atlas de anatomia SOBOTTA. O ilíaco é um osso plano cujas duas partes (superior e inferior) estão em torção uma sobre a outra. No indivíduo adulto é constituído pela fusão de três ossos primitivos: ílio, ísquio e púbis. Eles unem-se através de uma cartilagem em forma de Y, centrada no acetábulo. Descrevemos-lhe duas faces (medial e lateral) e quatro bordas (superior, inferior, anterior e posterior). A articulação que está entre os dois púbis se chama sínfise púbica. Entre as duas superfícies existe uma fibrocartilagem em forma de cunha, aderida às facetas articulares. O conjunto está recoberto por um manguito fibroso, reforçado por quatro ligamentos. É uma articulação pouco móvel, só permitindo pequenos movimentos de deslizamento. Distende-se na hora do parto, aumentando o espaço pélvico. A forma e as proporções da pelve variam de uma pessoa para outra (independentemente de patologias). A pelve do homem é diferente da pelve da mulher. A pelve masculina é mais estreita e a feminina é mais larga. Os estreitos superiores e inferior são mais amplos. Essas diferenças estão relacionadas com o papel que desempenha a pelve da mulher na gestação e no parto. O sacro é um osso mediano e posterior da pelve, situado entre os dois ilíacos. Tem forma triangular e é formado pela fusão de cinco vértebras, porém individualizáveis. A sua face pélvica é côncava e no centro podemos ver a forma dos corpos vertebrais, separados por linhas transversas, que representam os discos. A parte mais alta salienta-se para dentro da pelve: é o promontório sacro. Lateralmente, há os forames sacrais pélvicos, que se prolongam para fora por meio 21 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores de sulcos. Deles emergem os ramos anteriores dos nervos sacrais. A face superior apresenta no centro o platô sacral (ou base do sacro), sobre o qual repousa o disco L5/S1 e a quinta vértebra lombar. Atrás do platô encontra-se o canal sacral que é continuação do canal vertebral e, lateralmente, temos as asas do sacro. A face dorsal do sacro é convexa da linha mediana para fora, bilateralmente, encontram-se a crista mediana do sacro (fusão das espinhas); em seguida, o sulco sacral (fusão das lâminas); depois, a crista intermediária do sacro (fusão dos processos articulares). Mais lateralmente, os forames sacrais dorsais, de onde emergem os ramos posteriores dos nervos sacrais; e, para finalizar, a crista lateral do sacro (fusão dos processos transversos). A face lateral em um pouco triangular. Nela há uma superfície articular em forma de “meia-lua”, um pouco côncava: a faceta auricular ou aurículo do sacro. Osso sacro, vista anterior. Fonte: Internet – www.fm.usp.br. 22 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores Osso sacro, vista posterior. Fonte: Internet – www.fm.usp.br. Osso sacro, vista lateral. Fonte: Internet – www.fm.usp.br. 23 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores O cóccix é um pequeno osso triangular, resultado da fusão de três a cinco vértebras, porém não reconhecíveis. O cóccix se articula com o sacro por meio de uma superfície ovalada, sendo mantido por uma cápsula e por ligamentos (esta articulação encontra-se normalmente soldada). Osso cóccix, vista anterior. Fonte: Internet – www.fm.usp.br. Osso cóccix, vista posterior. Fonte: Internet – www.fm.usp.br. A articulação sacro-ilíaco põe em contato a face auricular do ilíaco com a faceta auricular do sacro. A faceta auricular do sacro é ligeiramente côncava, ao passo que a face auricular do ilíaco é ligeiramente convexa, sobretudo nas suas partes inferiores. 1.1.2 – Os movimentos da coluna e sua flexibilidade (mobilidade): Graças à mobilidade da coluna vertebral, o tronco pode realizar movimentos nos três planos: • Para frente e para trás (frontal): flexão e extensão; • De lado (sagital): inclinação lateral; • Girando sobre si próprio (lateral): rotação. 24 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores 25 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores OBS: Como visto anteriormente, esses movimentos não têm a mesma amplitude em todos os níveis vertebrais, dependendo de diversos fatores que variam segundo o nível: a forma das vértebras; a altura dos discos em relação à altura dos corpos (quanto mais os discos são espessos, maior é a mobilidade); a presença das costelas (na região torácica, limitando a mobilidade). Todos esses movimentos podem combinar-se, por exemplo: rotação, extensão e inclinação lateral do pescoço. Na criança, a flexibilidade é geralmente grande, podendo-se fazer manutenção disto durante a vida. Ë útil manter a mobilidade durante a vida, mas devem-se evitar alongamentos excessivos, pois a amplitude máxima é realizada por um movimento que coloca a coluna em grande instabilidade. Existem zonas de hipermobilidade da coluna (zonas de articulação em dobradiça), onde se passa de um tipo de vértebra a outro: • Articulação em dobradiça C.1- occipital: (cabeça – atlas primeira dobradiça vertebral), mobilidade em flexo-extensão; • Articulação C.1- C.2: quer dizer atlas – áxis, hipermobilidade em rotação; • Articulação em dobradiça cérvico-dorsal: hipermóvel em flexão. Passa-se sobre um nível de uma região pouco móvel em flexão (a região dorsal) para uma região hipermóvel, ou seja, a cervical; • Articulação em dobradiço dorso-lombar: hipermóvel em flexão (é freqüente neste local que a coluna começa a se curvar para frente); em inclinação lateral e em rotação, em nível de T.11 – T.12 (atenção, durante os movimentos de rotação forçada ou de rotação rápida, o disco neste nível possui o risco de ser hiper- solicitado. É a primeira dobradiça rotatória a partir da região baixa da coluna); • Articulação em dobradiça sacro-lombar: hipermóvel em extensão (sendo esta que “forçará”, portanto, as curvaturas). Entre estas áreas articulares em dobradiça, há outras regiões da coluna que também possuem particularidades da mobilidade: 26 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores • A região cervical é hipermóvel em quase todos os planos e vemos que a rigidez de pescoço ou o limite de movimentos nesta região é freqüentemente de origem muscular; • A região torácica é propíciapara flexão anterior, limitada principalmente na sua parte alta pela presença das costelas que limitam toda a amplitude de movimentos; • A região lombar é, sobretudo, usada para a realização da flexão posterior, ou seja, extensão. A coluna cervical superior tem como função o equilíbrio vertical da cabeça durante os movimentos do corpo. Para preenchê-la, ela deve permanecer livre. A coluna cervical inferior tem como função os deslocamentos da cabeça e a orientação do olhar que comanda todos os nossos gestos. A região lombar tem como função a sustentação do peso. Todas as compensações de movimento entre as colunas lombar e cervical ocorrem na região dorsal, sejam elas estáticas ou dinâmicas. 1.1.3 – Curvaturas fisiológicas e seus eixos: Numa vista posterior, a coluna normal é vertical, mas lateralmente, ela apresenta curvaturas fisiológica anterior e posterior, que aumentam sua resistência à compressão axial. No nascimento, a coluna vertebral apresenta uma curva única, de convexidade posterior. Quando a criança eleva a cabeça a partir da posição prona e desenvolve a capacidade de sentar, a coluna cervical torna-se convexa anteriormente. Conforme a evolução, a criança consegue permanecer na postura ereta e caminhar, as vértebras lombares desenvolvem uma convexidade anterior, devido à tensão muscular do músculo chamado psoas. Mais ou menos, aos 10 anos de idade as curvas fisiológicas já estão iguais às encontradas no adulto, com três curvaturas: cervical (concavidade posterior - lordose), torácica (convexidade posterior - cifose) e lombar (concavidade posterior - lordose). O centro de gravidade da cabeça e segmentos subseqüentes recai sobre o lado côncavo de todas as curvas. O plano inclinado do sacro na posição ereta está a aproximadamente 30 graus na horizontal. 27 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores A curvatura lombar é a disposição particular dos ossos da região lombar, que faz com que a coluna seja côncava nesta região, sendo denominada de lordose lombar. É necessário distinguir a curvatura óssea que faz com que as vértebras estejam efetivamente em lordose (não se confundindo com anteversão da pelve), e a visão exterior desta região, que nem sempre está em correspondência com esta linha óssea. Um indivíduo que possua abdômen e glúteos avantajados apresentará maior curvatura. A curvatura está ligada a diversos fatores como: • Construção dos ossos em curvatura; • Proporções corporais; • Posição da bacia; • Trações musculares; • Psicológico. Entretanto, os próprios ossos são construídos e dispostos em curva; no quadril verificamos que o sacro possui um posicionamento “deslocado anteriormente” como qualquer pessoa que se desloca anteriormente sobre um balcão. É o que chamamos de nutação sacra, onde a parte superior do sacro (platô do sacro), não é horizontal, mas oblíqua. Posteriormente posicionado sobre este platô do sacro, encontramos o primeiro disco intervertebral e a primeira vértebra (partindo-se de baixo para cima), ou seja, L.5. Essas duas peças são mais espessas anteriormente do que posteriormente. Então temos que o início da linha vertical da coluna é uma curvatura vertendo para trás. Posteriormente, mais alta, a curvatura inverte sua curva progressivamente sobre todo o nível lombar, sobre toda a sua extensão, algumas vezes mais alto. Cada pessoa possui sua maneira de inverter a curvatura ligada a numerosos fatores, sendo um deles o posicionamento do centro de gravidade no polígono de sustentação. Tende-se a se posicionar um pouco à frente da lordose, a vértebra situada ao nível do centro da gravidade, a fim de que esta se projete acima do polígono de sustentação. Assim, para uma mesma altura, uma pessoa com membros inferiores curtos e troncos longo possuíra o centro de gravidade situado ao nível das vértebras mais altas do que na pessoa com tronco curto e membros inferiores longos, moldando a sua lordose de uma maneira diferente. Como já comentado, a curvatura se altera em função da posição da bacia. Uma anteversão da bacia (báscula sobre os fêmures para frente) causa uma lordose lombar, ao passo que uma retroversão (báscula da bacia para trás) leva ao desaparecimento da lordose lombar. Anteversão de pelve (quadril para frente) Retroversão de pelve (quadril para trás) Na posição ereta, a anteversão é freqüentemente causada por um encurtamento dos ligamentos ou músculos anteriores do quadril. Estes são flexores, que levam ao surgimento de uma lordose acima (ou um flexo do joelho abaixo, ou dos dois juntos). OBS: Este é o tipo que deve ser corrigido, pois não é uma curvatura adquirida. Aqui o problema não é lombar, e sim nos músculos do quadril. No entanto, devemos lembrar que a lordose é uma das três curvas fisiológicas da coluna vertebral, que é moldada com ondulações curvas que possuem um interesse primordial de amortecimento das pressões verticais. Sendo 28 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores 29 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores assim, a lordose é uma necessidade, se a mesma tem uma posição adotada e não é uma conseqüência de encurtamentos. Para se manter nesta posição, precisa de suporte importante feito pelo sistema osteo-ligamentar. Na coluna torácica (ou dorsal), há um jogo das vértebras indissociável das costelas. A mobilidade intervertebral é muito reduzida no alto da região pela presença das sete primeiras costelas, ligadas anteriormente ao esterno. Esta limitação diminui em seqüência, permitindo à região dorsal baixa permanecer hipermóvel, onde as últimas costelas flutuantes. Quanto à mobilidade das costelas, elas colocam em jogo suas articulações com as vértebras posteriormente, e a junção anteriormente com as cartilagens costais, e estas em junção com o esterno. A região cervical é freqüentemente descrita “lordosada” como a região lombar. Há uma fisiologia entre as duas colunas; a superior e a inferior, que se completam com perfeição nos movimentos ativos. Anteflexão, que começa em cima, inicia-se por uma extensão occipital que faz o queixo entrar e depois enrola a coluna inferior em extensão. A póstero-flexão, que começa embaixo, desenrola a coluna cervical inferior em flexão, depois termina por uma flexão occipital que báscula a cabeça para trás. Os movimentos das duas colunas são sempre capazes de dissociarem-se: uma anteflexão ou uma póstero-flexão da coluna cervical inferior pode, para garantir a horizontalidade do olhar, associar-se a uma flexão ou a uma extensão occipitais. A coluna cervical deve permanecer livre e, nos gestos da vida diária, todo conjunto cervical deve manter sua mobilidade. Por isso, pode manter uma posição fixa apenas por curtos instantes. Todas as compensações das posições da cabeça e da coluna cervical, sejam elas estáticas ou dinâmicas, ocorrem na região da coluna dorsal em sistema descendente, ou seja, em uma anteflexão, a porção dorsal alta deve entrar em extensão para que a horizontalidade do olhar. É importante estarmos salientando os valores de referência dos ângulos normais da coluna, pois a partir destes é que podemos identificar o tamanho de um desvio postural. São eles: • Cifose dorsal: 19 a 33 graus;• Lordose lombar: 25 até 42 graus; • Ferguson (curvatura lombossacra): 45 até 61 graus. Ângulo de Ferguson (lombossacro). Fonte: Internet – www.wgate.com.br. 1.1.4 – Ligamentos: Um ligamento é uma banda de tecido fibroso que se une aos dois ossos adjacentes. Normalmente é um espessamento da cápsula, mas também pode estar dentro ou fora desta. Como a cápsula articular, os ligamentos têm um papel mecânico importante de manter a articulação; trata-se de um papel passivo, pois não tem como os músculos, a possibilidade de se contraírem. Por esta razão, são inextensíveis; porém são colocados sob tensão por determinadas posições da articulação e relaxados por outras. Os ligamentos são muito ricos em receptores nervosos sensitivos, que percebem a velocidade, o movimento, a posição da articulação e eventuais estiramentos e dores. Eles transmitem permanentemente tais informações ao cérebro, que responde com ordens motoras aos músculos. É isto que chamamos de 30 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores sensibilidade proprioceptiva. Apesar desse dispositivo, um movimento excessivo da articulação pode produzir um estiramento ligamentar, que ocasiona distensão ou ruptura (como nos casos de entorse). Os principais ligamentos que devemos conhecer estão sendo citados nos tópicos de anatomia. Ligamento flavo. Fonte: Internet – www.fm.usp.br. Ligamento Longitudinal Posterior e Ligamentos Inter e Supra-espinhal. Fonte: Internet – www.fm.usp.br. 31 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores 32 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores 1.2 – MÚSCULOS: O que denominamos músculo é constituído na realidade por dois elementos: o sistema aponeurótico, que reúne os segmentos e os elementos contráteis que permitem a esse sistema fibro-elástico exercer tensão sobre tais segmentos, para movê-los ou controlar seus movimentos. A noção de cadeias musculares, ponto fundamental para nossos estudos sobre técnicas posturais, abalou os princípios da atividade muscular. Alguns pesquisadores tentam explicar a estática por meio de cadeias musculares tônicas, mas essa idéia deve ser abandonada. O tônus postural é uma organização segmentar ascendente. É praticamente inexistente no nascimento e instala-se de forma progressiva de acordo com as necessidades ao lado da lombar na estática. No entanto, o tônus postural é uma função adquirida. Não existe cadeia muscular tônica. Cada espécie poderia dizer que cada indivíduo tem sua organização. De acordo com as necessidades da estática, cada segmento equilibra- se sobre o segmento inferior. 1.2.1 – O que são cadeias musculares: Todos os nossos músculos são indiretamente ligados uns aos outros por forma de cadeias musculares que vão ser a passagem das linhas de força que percorrem o nosso corpo, fazendo-o reagir de uma extremidade à outra. Toda atividade dentro de uma parte do corpo terá repercussões no todo. É por isso que temos que ter uma atenção especial nas extremidades, que são a expressão das compensações corporais. Desse modo, a modificação da posição delas permitirá buscar uma maior tensão e de assegurar as múltiplas variantes aos exercícios. Nossos grupos musculares são pluriarticulares, na maior parte, e acavalam-se uns nos outros, constituindo assim cadeias musculares. Como exemplo, podemos falar assim: numa fila de pessoas de mãos dadas, se uma delas tropeça, seu desequilíbrio se transmitirá às outras. Da mesma forma, qualquer tração efetuada em uma extremidade de uma cadeia muscular se traduz imediatamente por uma compensação em um ponto qualquer da cadeia. Colocando isso no nível do nosso corpo, colocamos como exemplo os músculos espinhais; uma tentativa de alongamento da nuca traduz-se por uma agravação da lordose lombar 33 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores ou por uma diminuição da cifose torácica. Da mesma forma, uma correção da lordose lombar “achata” a nuca e acarreta uma flexão do quadril. Resumindo, são músculos que exercem a mesma função, tendo muita influência nas alterações posturais. Podem ser estáticas ou dinâmicas e dividem-se em grupos: • Cadeia Mestra Anterior: é subdividida em quatro cadeias menores – a inspiratória, antero-interna do ombro, anterior do braço e antero-interna do quadril. É composta pelos seguintes músculos: escalenos, intercostais, diafragma e seus pilares, psoas, adutores pubianos (pectíneo, adutor curto, adutor longo, reto interno e pequena porção do adutor magno), músculos anteriores da perna, peitoral menor, subescapular e coracobraquial. Obs.: A retração desses músculos causa projeção da cabeça para frente, dorso curvo, enrolamento dos ombros para frente, joelhos em valgo, pés planos, tórax elevado, rotação interna do braço e hiperlordose lombar. Também ocorre o desabamento do arco plantar. • Cadeia Mestra Posterior: também subdividida em quatro cadeias menores – póstero superior, póstero inferior, superior do ombro e superior lateral do quadril. Os músculos que a compõem são: músculos da planta dos pés, bíceps, ísquios tibiais, pélvico-trocanterianos, glúteos, espinhais, fáscia lata, tibiais anteriores e posterior. Obs.: A retração desses músculos causa dorso plano, projeta o tronco para frente, nuca ou região lombar escavada, genu varo, pés cavos, retração muscular do posterior da coxa e retificação das curvaturas da coluna. No entanto, os praticantes do RPG consideram outra cadeia mais ampla, que engloba todos os músculos que passam pelas três curvaturas principais da coluna. Trata-se da Cadeia Cérvico-tóraco-abdominopélvica. No pescoço, ela começa pela aponeurose profunda ou pré-vertebral, as aponeuroses intra e peri- faringianas que se tornam mais abaixo as bainhas vasculares e viscerais, a aponeurose média. Todas essas formações ligam-se à base do crânio. Na caixa torácica, a aponeurose pré-vertebral prolonga-se pelo reforço posterior da fáscia endocárdica. Por meio de todo esse conjunto aponeurótico, fascial e ligamentar, o diafragma encontra-se de certa forma suspenso a base do crânio e à coluna cervicodorsal até T4. Os autores comparam o corpo humano a uma marionete cuja fáscia são os fios que a fazem moverem-se. Nada representa melhor essa imagem do que a cadeia cérvico-tóraco-abdominopélvica. Ela seria a cadeia central de suspensão na qual se ligam os quatro membros. 1.2.2 – “Power House” - O Centro de Forças: Power House, ou Cilindro Tridimensional, é um termo muito utilizado na técnica Pilates, que será abordado no último capítulo. É a parte mais importante do corpo, sendo a área entre a base da sua caixa torácica e a linha que vai de um quadril ao outro. Fortalecer este Cilindro é o objetivo maior do Pilates. Fonte: CD curso de Pilates na Bola do IBRATE escola. 34 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores 35 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivosautores Composto por quatro músculos. São eles: • Transverso do abdômen: tem a função de estabilizar as vértebras lombares. É um músculo involuntário; • Períneo: músculo do assoalho pélvico, fazendo sustentação visceral, causando uma pressão positiva. É neurologicamente coligado ao transverso do abdômen. Suas ações são diretamente proporcionais, ou seja, quanto maior a pressão intra-abdominal, maior a estabilização lombar; • Multífidos: tratam-se de músculos bem internos da coluna com função estabilizadora. Fazem a flexão lateral da coluna e rotação lateral do tronco, também sendo auxiliar na extensão; • Diafragma: tem a forma de cúpula. Na inspiração, ele aplaina para expansão da caixa torácica (quando a respiração é mais anatômica possível, ou seja, sem protusão abdominal). Como ele tem inserções nas vértebras lombares, também possui a função de estabilização da coluna. Alguns outros músculos são importantes para ajudar a power house. São eles: • Paravertebrais: são motores primários da extensão; • Intertransversários: situado entre os processos transversos (promovendo a flexão lateral), e entre os processos espinhosos (auxiliar na extensão). Músculo da Power House: Períneo. Fonte: Atlas de Anatomia Humana SOBOTTA. 36 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores Músculos da Power House Fonte: Atlas de Anatomia SOBOTTA. 37 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores Músculo da Power House: Multífidos. Fonte: Atlas de Anatomia Humana SOBOTTA. 38 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores 39 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores 1.2.3 – Origem e Inserção: Estes termos referem-se aos locais onde os músculos nascem e onde eles se fixam. Estes pontos de fixação em ossos e/ou estruturas anatômicas é que vão determinar a ação do músculo, ou seja, a sua função no corpo, pois estas fixações são os pontos fixos de alavanca para a realização de certa ação muscular. Fica difícil determinar exatamente qual é a verdadeira origem e qual é a inserção, pois isto não interfere na sua ação. A determinação destes pontos também é importante para a realização das provas de comprimento e força musculares. Exemplo: Músculo Reto Abdominal: Origem: Crista e sínfise púbicas. Inserção: Cartilagens costais da quinta, sexta e sétima costelas e processo xifóide do osso esterno. Direção das fibras: Vertical. Ação: Flexiona a coluna vertebral aproximando o tórax da pelve, e vice- versa (sendo um exemplo que tanto a origem pode ser a inserção, como o contrário também é verdadeiro). 1.2.4 – Tonicidade: É uma propriedade do músculo. Toda a fisiologia do tônus é inconsciente e escapa totalmente do controle voluntário. O tônus antigravitacional é o bem mais conhecido. Trata-se do tônus que poderíamos denominar de proprioceptivos. Na realidade encontra-se sob a dependência dos proprioceptores: fusos e reflexos miotáticos, labirínticos e sistema vestibular, articulares, musculares, etc. A ele devemos à manutenção da posição ereta; a suspensão dos segmentos pendulares; as reações de adaptação estática e adaptação às mudanças de posição e às reações inconscientes de equilíbrio. É com esse tônus antigravitacional que se relacionam todos os músculos que classificamos na categoria tônica. 1.2.5 – Músculos Mono e Poliarticulares: De acordo com o fato de cruzar entre suas inserções superior e inferior uma ou várias articulações, o músculo é dito mono ou poliarticular. 40 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores Os músculos monoarticulares cruzam apenas uma articulação. Uma inserção fixa e uma inserção móvel constitui os extensores, os flexores, os adutores, os abdutores ou os rotadores de acordo com o sentido para o qual o segmento móvel é levado. Os músculos poliarticulares cruzam várias articulações. A situação poliarticular desses músculos tem duas razões mecânicas: são músculos da dinâmica encarregados de movimentos de grandes amplitudes. Tanto para o encurtamento contrátil quanto para o alongamento elástico é indispensável que sejam constituídos de fibras longas. Essa necessidade de um comprimento correspondendo a uma amplitude de movimento faz com que sua inserção superior deva ser distante. A segunda razão é o fato de que essa inserção distanciada, em geral sobre um osso volumoso ou um osso saliente, dê as fibras um ângulo de ação que uma inserção sobre a diáfise não permitiria. Essas são as únicas causas para a situação poliarticular. Uma segunda organização muscular persegue o mesmo objetivo: a dos vastos. A amplitude articular muito grande para comprimento das fibras é garantida por dois músculos paralelos que se sucedem. O vasto externo começa o movimento, o interno o termina. Na região dos músculos tônicos, a necessidade poliarticular é outra. São músculos de freio, de manutenção estática. Não é seu poder contráctil que domina, mas sua elasticidade. Tal qual um reto anterior, são constituídos por aponeuroses, entre as quais se intercalam curtas fibras musculares. Devem-se poder alongar-se passivamente nos movimentos dinâmicos (inervação recíproca). 1.2.6 – Músculos agonistas, antagonistas e sinérgicos: Dois músculos são ditos agonistas quando concorrem para uma mesma função. São ditas antagonistas quando são de funções opostas. Esta afirmação é simples, mas o sistema muscular é mais complexo do que isto: se a contração do flexor fizesse a flexão e a do extensor fizesse a da pura extensão e etc. Esses movimentos seriam sempre realizados em suas amplitudes máximas e em um único plano, sendo assim inúteis na vida diária. Os gestos funcionais são feitos por sutilezas articulares; ou seja, X graus de flexão aliam-se à X 41 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores graus de abdução, etc. Ao lado do sistema puramente motor, encontra-se um sistema regulador que freia, limita, orienta, controla; resumindo, harmoniza o movimento. Esse sistema é denominado sinergia muscular. Na região de cada eixo articular, dois movimentos são possíveis em direções diametralmente opostas: a flexão ou a extensão, a abdução ou a adução, a rotação interna ou externa. Existem assim, dois grupos musculares em oposição aparente. É desse antagonismo que se origina a regulação do movimento. Um grupo realiza o movimento, o antagonismo o controla: seja para frear sua violência, seja para limitar a velocidade, seja regular a amplitude, seja para conferir grande precisão. No entanto, esse controle não se limita ao sistema antagonista. Esse sistema intervém por intermédio de músculos laterais para dirigir o movimento, ou por músculos antifuncionais para limitar a ação. Não existem músculos antagonistas, mas sim complementares. “Dois músculos são sinérgicos quando, inicialmente de funções diferentes, aliam-se para um objetivo comum.”O músculo sinérgico de um outro raramente é seu agonista. Não há músculo de função única. Todos apresentam em seu vetor de tração uma obliqüidade que faz com que seja um flexor e rotador interno, e outro flexor e rotador externo. “Na fisiologia muscular, não existe ação muscular isolada, existem apenas sinergias.” 1.2.7 – Músculos Fásicos e Músculos Tônicos: Cada músculo tem uma função própria diferente de seu aparente agonista e é única. O braquial é tônico e suspende o antebraço em leve flexão nas posições de “braço solto”. O bíceps é supinador e flexor do antebraço. Não existe agonismo entre esses dois músculos. Um entra em contração reflexa por estiramento quando a articulação se abre, e o outro por estímulo direto para fechá-la. A fisiologia muscular utiliza dois tipos de unidades motoras totalmente diversas. As unidades fásicas ou dinâmicas são constituídas por fibras longas; já as unidades motoras tônicas são constituídas por fibras curtas. 42 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores Ranvier foi quem classificou as fibras musculares em fásicas rosas ou pálidas e em fibras tônicas vermelhas ou escuras. Diferenciou-se em três tipos de fibras musculares: • Fibras FF (Fast Fatigable): são fibras pálidas de contração rápida, de tensão tetânica de valor elevado, de velocidade de condução rápida, tendo pouca resistência à fadiga; • Fibras S (Slow): são fibras vermelhas de contração lenta, de tensão tetânica de baixo valor, de velocidade de contração lenta, apresentando grande resistência à fadiga; • Fibras FR (Fast Resistent): muito mais rara, é um tipo intermediário. Suas fibras são mais rápidas que as fibras S, mais resistentes que as fibras FF. É importante saber da fisiologia muscular que há uma função dinâmica, a das unidades motoras fásicas, e há uma função estática, das unidades motoras tônicas. Cada músculo tem uma função dominante; essa função dominante é a que deve ser considerada em uma abordagem fisiológica. Certos músculos podem ser considerados inteiramente dinâmicos, sendo os grandes músculos do movimento, em geral, dos membros. Suas poucas unidades tônicas preparam o músculo para uma contração rápida, pelo seu tensionamento permanente. Já outros músculos são praticamente tônicos por completo, sendo os antigravitacionais que lutam contra a gravidade (mais importantes o desenvolvimento de encurtamentos nos desvios posturais); são músculos de fibras musculares curtas. E, por fim, a terceira categoria engloba os músculos do tronco e da cintura. Para níveis de estudo, esses são enquadrados nos músculos dinâmicos. 1.2.8 – Testes de Força e Encurtamento: As provas de comprimento muscular são realizadas com o objetivo de determinar se a amplitude de comprimento muscular está normal, limitada ou excessiva. Os músculos que apresentam comprimento excessivo são geralmente fracos e permitem encurtamento adaptativo dos músculos opositores; já os músculos que são curtos demais são geralmente fortes e mantêm os músculos opositores em posição alongada. Esta prova consiste de movimentos que aumentam a distância entre origem e inserção, alongando os músculos em direções opostas às ações musculares. O teste acurado geralmente requer que o osso de origem do músculo fique em posição fixa enquanto o osso de inserção se move em direção do músculo em alongamento. As provas de comprimento empregam em movimentos de testagem, usando movimentos passivos ou ativo-assistidos para determinar quanto o músculo pode ser alongado. Exemplo: Teste de comprimento dos flexores do quadril – São eles iliopsoas e reto femural. Movimento: com o joelho direito fletido em direção ao tórax, deixe a coxa esquerda cair em direção à mesa com o joelho esquerdo fletido sobre a ponta da mesa. Se a pessoa estiver com os músculos normais, a coluna lombar ficará achatada em decúbito dorsal. Caso a lombar fique em postura lordótica, ocorrerá algum encurtamento dos flexores de quadril. 43 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores 44 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores Teste de comprimento muscular dos flexores do quadril (curto e normal). Fonte: Internet – www.fm.usp.br. Já as provas de força muscular são realizadas para determinar se a força muscular está normal, fraco ou muito forte. Esta prova é realizada fazendo-se uma resistência no paciente resistindo o movimento natural do músculo que se deseja testar. No entanto, não é tão simples quanto o de comprimento muscular, tendo vários pontos a serem considerados. O teste manual é um instrumento importante para diagnóstico, prognóstico e distúrbios musculoesqueléticos, requer a melhor diferenciação possível das ações musculares, pois poucos músculos podem ser isolados pelo fato de realizarem mais de uma função e de mais de um músculo exercer a mesma função que outros, podendo ocorrer uma substituição, ou seja, quando um grupo muscular tenta compensar a falta de função de um músculo fraco ou paralisado (músculos que normalmente atuam juntos em movimentos podem atuar em substituição). Para anular a substituição, existe a posição correta para o posicionamento do músculo para anular a ação do outro. Outro fato que interfere é a multiarticularidade, ou seja, se um músculo passa por uma ou mais articulações. Outro ponto importante é a graduação da força. Nas provas musculares manuais, a graduação baseia-se em um sistema onde a habilidade para manter a parte testada em determinada posição contra a gravidade estabelece um grau chamado de regular ou o equivalente numérico (dependendo dos símbolos de graduação sendo usados). Para tais graduações de força o examinador deve levar em conta a idade do paciente a ser avaliado. Exemplo: Teste de Força do Músculo Quadríceps Femoral – Este grupo muscular situa-se na parte anterior da coxa e tem por função principal a extensão da coxa. Seu teste consiste em posicionar o paciente sentado sobre o lado da mesa e segurando-se nas suas bordas. O examinador fixa a coxa firmemente fazendo força para baixo. Solicita-se ao paciente que realize a extensão do joelho, enquanto o examinador resistente ao movimento fazendo força contra a perna na região distal da perna, próxima ao tornozelo, na direção de flexão do joelho. Se o paciente inclinar o tronco para trás, é uma evidência clara de tentativa de compensação. Se rodar a coxa medialmente, é uma tentativa de substituição pelo músculo tensor da fáscia lata. A fraqueza deste músculo interfere na função de subir escadas ou ladeiras, bem como sair e entrar na posição sentada. A sua contratura causa uma extensão de joelho; já o seu encurtamento gera uma restrição da flexão do joelho. Outros exemplos de teste de comprimento muscular. Fonte: Internet – www.fm.usp.br. 1.3 – AS FÁSCIAS: As fáscias designam anatomicamente uma membrana de tecido conjuntivo fibroso de proteção: a um órgão (fáscia periesofagiana, fáscia peri e intrafaringiana) ou de um conjunto orgânico (fáscia endocárdica, fáscia parietalis), designa também tecidos conjuntivos de nutrição (fáscia superficialis, fáscia própria). Esta palavra foi inventada pelos osteopatas que, na realidade, foram os primeiros a ter noção de globalidade. A palavra fáscia nosingular não representa uma entidade fisiológica, mas um conjunto membranoso muito extenso no qual tudo se encontra ligado, em continuidade. Este conjunto tissular é muito importante, pois nele se apóiam todas as técnicas modernas de terapia manual. A fáscia é um conjunto de tecido conjuntivo, que representa praticamente 70% dos tecidos humanos. Seja qual for o nome que leve, ele sempre possui a 45 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores 46 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores mesma base, por exemplo, entre um osso e uma aponeurose, não há diferença. Como todos os tecidos, o conjuntivo é formado por células conjuntivas: os blastos. São osteoblastos nos ossos, controblastos na cartilagem, fibroblastos no tecido fibroso, etc. Essas células em forma de estrela comunicam-se todas por prolongamentos protoplásmicos, não havendo nenhuma atividade metabólica. Sua fisiologia é unicamente a de secretar duas proteínas de constituição: o colágeno e elastina. A fáscia superficialis é um exemplo de fáscia nutridora tratando-se de um imenso tecido conjuntivo frouxo que forra a pele praticamente ao longo de toda a sua superfície, e desaparece em certas regiões: na base do crânio e na região da nuca, na região esternocostal, na região sacra e glútea, nas patelas e cotovelos. Uma de suas principais funções da fáscia superficialis é a de nutrir o epitélio cutâneo, explicando por que todas as regiões que acabamos de ver desprovidas desse conjuntivo são regiões de maior incidência de escaras. 1.4 – DISCO INTERVERTEBRAL: Entre duas vértebras existe o disco intervertebral, que é uma espécie de amortecedor da coluna. Separando as vértebras, estes discos amortecem a carga que exercemos sobre a coluna com cada passo que damos, também permitindo que façamos os mais diversos movimentos. Juntamente com a vértebra, o disco forma a unidade vertebral possuindo várias funções: amortecem impactos; dá flexibilidade à coluna; manter a vértebra de cima separada da de baixo; serve como esponja. Unidade Vertebral, Disco normal. Fonte: Internet – Google – Disco Intervertebral. 1.4.1 – Composição: Esse disco é formado por um núcleo pulposo arredondado, de consistência gelatinosa semilíquida composta por mucopolissacarídeos. Este núcleo pulposo tem uma enorme capacidade de reter água. No adulto jovem, aliás, ele é composto 88% de água. O núcleo produz uma pressão que mantém as vértebras distantes umas das outras e o anel fibroso mantém o núcleo na posição central. Este núcleo é rodeado por uma parte periférica, o anel fibroso, uma placa de fibrocartilagem disposta em camadas concêntricas ao redor do núcleo. Trata-se de um amortecedor fibrohidráulico, autodistribuidor de tensões. O problema, contudo, é que o disco vai perdendo a capacidade de absorver e reter líquido de acordo com a pressão que ele sofre durante a vida e, ano após ano, com o avançar da idade. O desgaste do disco se inicia aos 25 anos de idade. O disco precisa de um sistema de compressão e descompressão para nutri-lo; funciona como uma espoja e sua nutrição se dá por osmose. Resumindo: ao dormirmos (onde não há pressão), o líquido nutritivo é absorvido do meio externo para dentro do núcleo (o disco enche de água) num processo de hidratação. Com o passar do dia, havendo pressão sobre o disco, o líquido extravasa do interior para o exterior num processo de desidratação. Esta é a razão pela qual levantamos pela manhã uns centímetros mais altos do que deitamos à noite (disco bem nutrido = aumento do diâmetro). Este aumento de diâmetro noturno em um disco desidratado 47 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores (com fissuras) que perdeu a elasticidade, aliado à falta de movimentos, também explica porque, às vezes acordamos com dor nas costas. O disco intervertebral e suas composições. Fonte: Internet – www.wikipédia.com. br. Os discos são unidos aos corpos vertebrais por uma fina cartilagem. Eles são também mantidos pelos ligamentos vertebrais comuns: o ligamento longitudinal posterior (LLP), fixando-se aos discos; e o ligamento longitudinal anterior (LLA), fixando-se aos corpos vertebrais. 1.4.2 – As Flexões Anteriores da Coluna e suas Conseqüências: Um movimento de flexão anterior da coluna vista de perfil ao nível de duas vértebras lombares: - O disco é pinçado anteriormente e alongado posteriormente; - Os ligamentos situados posteriormente ao núcleo (eixo do movimento de flexão) são colocados em tensão. O primeiro a estar tensionado é o ligamento supra-espinhal; posteriormente vêm os ligamentos interespinhais e interapofisários. Estes ligamentos 48 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores não são suficientes para frear estas inclinações quando estas são de grande amplitude ou de longa duração. Um trabalho muscular também se faz necessário para frear estes movimentos. Flexão anterior da coluna vertebral. Fonte: Internet – www.corpoemforma.com.br. Com o passar do tempo, os ligamentos distendidos não fornecem uma estabilização suficiente e não informam a tempo que a coluna esta em tensão. Com este local fragilizado pode-se apresentar uma solicitação mais viva da flexão anterior em carga. Há também a possibilidade de estiramento do ligamento longitudinal posterior (LLP). Isto é mais grave devido à posição onde este ligamento se encontra, ou seja, no canal raquidiano, anteriormente à medula espinhal. Ao mínimo edema conseqüente a um estiramento de ligamento, rapidamente as conseqüências levam às dores, ou seja, a lombalgia. O edema pode igualmente comprimir as raízes nervosas em sua saída do canal, a compressão mais freqüente é a do nervo ciático, nervo que sai de orifícios de conjugação L4/L5, L5/S1 e dos três primeiros orifícios sacros. Pode mesmo ocorrer à migração de uma parte do núcleo para fora do disco, no canal raquidiano: é a hérnia de disco (que é de fato, uma hérnia do núcleo). Com a flexão do tronco, há uma pressão muito maior do núcleo do disco deslocando-o para trás do que a pressão que é exercida no núcleo para frente quando a coluna é movimentada em extensão. 49 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores Hérnia de disco, vista pela ressonância. Fonte: Internet – Google – hérnia de disco. 1.5 - RESPIRAÇÃO 1.5.1 - O Diafragma: O diafragma é um músculo ímpar e assimétrico que separa o tórax do abdômen, compreendendo duas partes, sendo uma muscular e uma periférica, graças a qual o músculo insere-se ao longo do contorno do tórax e sobre a coluna; outra tendinosa e central denominada “centro tendíneo”. Trata-se do motor do movimento torácico; não se trata de um músculo, mas sim um conjunto músculo- tendíneo constituído por oito músculos, todos digástricos; é um conjunto membranoso e muscular porque deve adaptar-se aos movimentos do tronco e as deformidades torácicas. É o diafragma que se adapta ao tórax e não ao contrário. Sua fisiologia está intimamente ligada aos movimentos das costelas. Formando umaabóbada de concavidade inferior, o diafragma é na realidade constituído na periferia por finos músculos digástricos justapostos cujos 50 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores 51 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores tendões centrais, imbricados, formam o centro tendíneo. A parte muscular, por sua vez, divide-se em uma ação vertebral, uma porção costal e uma porção esternal. Falar de origem e inserção do músculo diafragma torna-se delicado, pois este possui vários locais de inserção. No entanto, é primordial ter este entendimento devido à ação biomecânica através da anatomia funcional. Por isso deve-se prestar uma particular atenção às inserções aponeuróticas dos músculos, porque o sistema fibroso aponeurótico possibilita a ação seqüencial dos músculos contribuindo para a formação de cadeias musculares que tornam inoperante toda a ginástica analítica ou segmentar. Portanto, de uma forma resumida temos como origem e inserção as porções: • Porção vertebral: parte interna ou pilares do diafragma, constituída por 2 grossos feixes de fibras de comprimentos desiguais. O pilar direito insere-se sobre os discos intervertebrais L.1-L. 2 e L.2-L.3, descendo, às vezes sobre o disco L.3- L.4. O pilar esquerdo insere-se sobre o disco L.!-L. 2 e freqüentemente prolonga-se até o disco L.2-L.3; • Porção costal: é toda região lateral do diafragma. Origina-se na face interna das últimas costelas e sobre as arcadas aponeuróticas que unem os ápices da 10ª, 11ª e 12ª costelas (Arcadas de Senac). Essas inserções confundem-se com as do transverso do abdômen, especialmente ao nível da 10ª, 11ª e 12ª costelas. As fibras musculares terminam-se sobre os bordos laterais dos folíolos lateral e anterior do centro tendíneo. • Porção esternal: é constituída por um ou dois feixes musculares distintos provenientes da face posterior do processo xifóide, terminando-se sobre a porção média do folíolo anterior; • Centro tendíneo: lâmina fibrosa formada pelo cruzamento dos tendões medianos dos músculos digástricos periféricos, o centro tendíneo ocupa a porção central do diafragma. Mecanismo da respiração e movimentos da cúpula do diafragma. Fonte: Internet – Google. Vista inferior do diafragma, com seus orifícios. Fonte: Internet – www.wikipédia.com.br. 52 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores Posição do diafragma junto às vísceras. Fonte: Internet -www.alfa1.org. O diafragma possui orifícios importantes, que obturam totalmente a região inferior do tórax. Esses três orifícios juntam-se as estreitas zonas entre os pilares que permitem a passagem do tronco simpático, dos nervos esplâncnicos e da raiz interna das veias Ázigas. São eles: • Orifício aórtico: essa ranhura ósteo-fibrosa sobe até a 12ª dorsal e permite a passagem da aorta que adere à sua porção anterior; • Orifício esofágico: unicamente muscular, situa-se ao nível da 10ª dorsal. De forma elíptica, permite a passagem dos nervos pneumogástricos e do esôfago que a ele adere fortemente através das fibras musculares e conjuntivas; • Orifício da veia cava inferior: a veia cava atravessa o centro tendíneo na junção folíolo anterior com o folíolo direito, onde se adere. A posição do diafragma: em pé, em posição de repouso, a cúpula diafragmática direita projeta-se ao nível do 4º espaço intercostal, à esquerda no nível do 5º. No entanto, essa posição é variável. A fisiopatologia do diafragma dependerá, entre outras coisas, da forma do tórax e do volume das vísceras abdominais. A inervação do diafragma é assegurada essencialmente pelos nervos frênicos (C3, C4, C5) que são os motores do diafragma. Possuem um papel 53 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores 54 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores igualmente importante na inervação sensitiva proprioceptiva. Possui uma vascularização muito rica; no nível arterial distinguimos: • Artéria mediastinal posterior, derivada da aorta torácica, no nível dos pilares; • Artéria frênica superior derivada da mamária interna; • Artéria frênica inferior derivada da aorta abdominal, cujas anastomoses com sua simétrica formam as arcadas perifoliares; • Ramos da artéria músculo-frênico e das quatro últimas intercostais. No plano venoso distinguimos um sistema venoso anexo ao sistema arterial que leva à veia cava inferior e veias mamárias internas. No plano linfático temos o diafragma como um grande cruzamento da circulação linfática; nesse nível a rede torácica anastomosa-se com a rede abdominal; numerosos coletores são implantados em torno da base do pericárdio, levando aos gânglios do mediastino. 1.5.2 – Músculos da Inspiração e Expiração: Os músculos inspiratórios e expiratórios são acessórios, pois o motor primário é o diafragma. Os inspiratórios acessórios são numerosos e de implantação anatômica variada. Pela própria definição, entram em jogo apenas durante inspirações de grande amplitude (com exceção apenas de leve atividade possível dos intercostais e escalenos na respiração de média amplitude). São eles: esternocleidomastóideos; escalenos anterior, médio e posterior; trapézio superior e médio; subclávio; peitoral menor e maior; elevador da escápula; rombóides; serrátil anterior e posterior superior; grande dorsal; multifídios; semi-espinhal do tórax, do pescoço e da cabeça; rotadores lombares, torácicos e cervicais; dorsal longo; iliocostal; intercostais internos e médios; subcostais e supracostais. A expiração é um movimento passivo desencadeado a partir do cessar da contração dos músculos inspiratórios. Eles intervêm apenas durante esforços, no grito, na tosse etc., isto é, em atividades de grande dinâmica. Os músculos expiratórios são expiratórios acessórios. São eles: oblíquos internos e externos; 55 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores transverso do abdômen; reto do abdômen; piramidal do abdômen; quadrado lombar; serrátil posterior inferior; transverso do tórax e grande dorsal. 1.5.3 – Lordose Diafragmática: Quando o centro tendíneo é fixado, as fibras posteriores do diafragma achatam-se e puxam os discos intervertebrais e bordos adjacentes às vértebras lombares. No nível lombar inferior, essa tração para cima é quase vertical; não há, então, acentuação da lordose. No entanto, no nível lombar superior (L1-L2) e dorsal inferior (T11-T12), as fibras do diafragma têm uma obliqüidade mais marcante para frente. Produzem então uma tração anterior bastante marcante e, essa tração é ainda bem mais eficiente porque, além das primeiras vértebras lombares receberem muitas inserções diafragmáticas, as últimas costelas são flutuantes, portanto, muito móveis. A região T11-T12-L1-L2 mais especialmente tracionada para frente pelo diafragma, ao qual devemos juntar o psoas e psoas menor, pode ser denominada lordose diafragmática. Essa região aparece também como a mais apta à flexão