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EXAME DE ORDEM 2012.2 Coordenação Pedagógica OAB EXAME DE ORDEM Complexo Educacional Damásio de Jesus CURSO INTENSIVO MODULAR – OAB 2012.2 Disciplina Direito Civil Aula 02 EMENTA DA AULA 1. Fato Jurídico e Negócio Jurídico GUIA DE ESTUDO 1. Fato Jurídico e Negócio Jurídico: � Fato Jurídico: é fato social relevante para o Direito. • Classificação do Fato Jurídico: o Fato Natural ou Jurídico em sentido estrito – sua existência não exige conduta humana. Ex. decurso do tempo, nascimento, morte, aluvião (aumento da margem do rio em razão de detritos trazidos pelas águas) e avulsão (forma de aquisição da propriedade quando força natureza retira de um prédio considerável porção de terra e acrescenta em outro), etc. o Ato Jurídico em sentido amplo – sua existência exige conduta humana. A conduta humana pode ser: � Ilícito – todo aquele que contraria o Direito. Todo crime é ilícito, mas nem todo ilícito é crime. � Lícito – classificação: � Ato fato jurídico – há uma conduta humana que o Direito recebe como se fosse sem vontade. Para o Direito a vontade é irrelevante neste caso, o que interessa é produção dos efeitos. A grande característica do ato fato é que até mesmo absolutamente incapaz é capaz de praticá-lo. Ex. ocupação - forma de aquisição da propriedade móvel que se dá pelo assenhoramento (apoderamento) de coisa sem dono; achado do tesouro – depósito antigo de coisa valiosa de que o dono não haja memória; aquisição da posse. EXAME DE ORDEM 2012.2 Coordenação Pedagógica OAB EXAME DE ORDEM Complexo Educacional Damásio de Jesus � Ato jurídico em sentido estrito – há uma conduta necessariamente voluntária, mas todos os seus efeitos são regulados pela lei. Ex. adoção, reconhecimento voluntário de filho, fixação do domicílio voluntário, etc. � Negócio Jurídico – há uma ampla liberdade de agir, o sujeito é livre para realizar a conduta e, também, para ajustar o ato aos seus interesses. Ele só não poderá fazer o que for expressamente proibido. O negócio jurídico pode ser: a) Unilateral: quando sua existência exigir apenas uma manifestação de vontade. Ex. testamento, promessa de recompensa, etc. b) Bilateral: quando sua existência exigir mais de uma manifestação de vontade. Ex. doação (exige aceitação), todos os contratos (sem exceção), etc. Obs.: O contrato, que é negócio jurídico bilateral, pode ser unilateral ou bilateral. � Validade do negócio jurídico: art. 104, CC – a validade do negócio jurídico requer: • Agente capaz • Vontade livre • Objeto lícito, possível, determinado ou determinável • Forma prescrita ou não defesa em lei – forma prescrita é forma ordenada pela lei (exigida). O nosso CC adota o Princípio da Liberdade das Formas, em regra o agente é livre para praticar o ato da forma que quiser. Por isso, descumprir forma prescrita ou utilizar forma proibida (defesa em lei), gera a nulidade absoluta do ato. � Invalidade do negócio jurídico: a invalidade é gênero, do qual são espécies a nulidade relativa (anulabilidade) e a nulidade absoluta. Ato nulo x Ato anulável – a nulidade absoluta decorre da violação de normas de ordem pública (norma cogente ou imperativa: as partes não podem afastá-las, EXAME DE ORDEM 2012.2 Coordenação Pedagógica OAB EXAME DE ORDEM Complexo Educacional Damásio de Jesus contrário de norma dispositiva, aquela que só serve para o interesse das partes). Por isso, qualquer das partes pode alegar a nulidade, o MP, quando lhe couber intervir, e o Juiz pode conhecê-la de ofício, sem provocação. Já nulidade relativa, decorre da violação de norma que visa proteger uma das partes, e, por isso, só pode ser alegada por aquele a quem a norma visava proteger – Ex. no caso de erro, somente quem errou poderá pleitear a anulação do negócio jurídico. Por decorrer da violação de norma de ordem pública, a nulidade absoluta não convalesce, nem pode ser afastada pelo Juiz ou pelas partes. Já a nulidade relativa convalesce, e pode ser afastada pelas partes (as partes confirmam). ATENÇÃO: o ato nulo não convalesce (não se recupera), mas pode ser convertido (transformado) em outro ato que seja válido. Para tanto, o negócio nulo deve conter os requisitos no negócio em que vai se converter, e, pelas circunstâncias do caso, deve ser possível perceber que as partes teriam optado pelo negócio válido se conhecessem a invalidade – art. 170, CC. A conversão permite que o Juiz qualifique o ato jurídico de maneira diferente das partes, o princípio é o da Conservação dos Negócios Jurídicos. Pela conversão o Juiz mantém a produção dos efeitos jurídicos, ainda que em parte – Princípio do “Favor Negotii”.
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