Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Acadêmicos de enf. Maria Eduarda Torres e Rafael Heiling SÍNDROMES HEMORRÁGICAS NA GESTAÇÃO/CHOQUE HIPOVOLÊMICO Gestação de alto risco é aquela na qual a vida ou a saúde da mãe ou do feto ou do RN têm maiores chances de serem atingidas que as da média da população considerada. Os marcadores e fatores de risco gestacionais se dividem em: 1. Características individuais e condições sociodemográficas desfavoráveis; 2. História reprodutiva anterior; 3. Condições clínicas preexistentes; Choque insuficiência circulatória aguda com má distribuição generalizada do fluxo sanguíneo, levando à ausência de oferta ou utilização do oxigênio nos tecidos, levando à hipóxia celular. Choque hipovolêmico é caracterizado por baixo volume intravascular ou baixo volume relativo à sua capacitância, o que determina hipovolemia absoluta ou relativa. Principais causas: hemorragias e desidratação. Síndromes hemorrágicas na gestação entre 10 a 15% das gestações apresentam hemorragias. São classificadas em hemorragias da primeira e segunda metade da gestação. Abortamento Primeira metade da gestação Gravidez ectópica Mola hidatiforme (NTG) Descolamento corioamniótico (baixo risco) SEGUNDA METADE DA GESTAÇÃO É uma das principais causas de internação de gestantes no período anteparto, com importante aumento da morbimortalidade materna e perinatal, assim como de partos operatórios. A morbimortalidade perinatal está relacionada principalmente aos altos índices de prematuridade. Placenta prévia; Descolamento prematuro de placenta; Rotura uterina; Rotura de vasa prévia; Placenta prévia é definida como a placenta que se implanta total ou parcialmente no segmento inferior do útero. Ela pode ser classificada de três maneiras: Baixa: está localizada próxima ao colo do útero, sem atingi-lo Marginal: atinge o orifício interno do colo do útero, sem recobri-lo Completa ou centro-total: recobre totalmente o orifício interno do colo do útero PRINCIPAIS CAUSAS DE HEMORRAGIA, COM RISCO DE VIDA Acadêmicos de enf. Maria Eduarda Torres e Rafael Heiling Fator de risco: cicatriz uterina anterior, provinda de cesariana prévia; tabagismo; multiparidade/ intervalo interpartal curto; curetagem. Quadro clínico da placenta prévia: sangramento indolor, final do segundo e início do terceiro trimestre, auto limitado; Diagnóstico: ultrassonografia abdominal. Irá nos mostrar exatamente sua posição em relação ao orifício interno do colo do útero. Descolamento prematuro de placenta é definido como a separação da placenta da parede uterina antes do parto. Essa separação pode ser parcial ou total e é classificada em três graus: Grau 1: sangramento genital discreto sem hipertonia uterina significativa. Vitalidade fetal preservada. Sem repercussões hemodinâmicas e coagulopatia. Grau 2: sangramento genital moderado e contrações tetânicas. Presença de taquicardia materna e alterações posturais da pressão arterial. Alterações iniciais da coagulação com queda dos níveis de fibrinogênio. Batimentos cardíacos fetais presentes, porém com sinais de comprometimento de vitalidade. Grau 3: sangramento genital importante com hipertonia uterina. Hipotensão arterial materna e óbito fetal. (Grau 3A : sem coagulopatia instalada. - Grau 3B: Com coagulopatia instalada). Fator de risco: HAS, rotura prematura de membranas ovulares, cesariana prévia, tabagismo, idade materna avançada, uso de drogas, traumas. A HAS é responsável por até 50% dos casos. Diagnóstico: principalmente clínico. A ultrassonografia tem um papel muito limitado nessa condição;o que geralmente se acha é presença de coágulo retroplacentário, espessamento anormal da placenta e bordo placentário sem continuidade. Acadêmicos de enf. Maria Eduarda Torres e Rafael Heiling Exames: hemograma com contagem de plaquetas, tipagem sanguínea ABO Rh. Teste de coagulação: coleta de 10ml de sangue em tubo de ensaio. Após 10 minutos, deverá haver a formação de um coágulo firme; se isso não ocorrer, a coagulopatia está instalada. Rotura uterina pode ocorrer no pré-parto, intraparto e pós-parto, sendo mais freqüente no intraparto. É classificada em: Completa: há a total rotura da parede uterina. Levando a risco de vida tanto da mãe quanto do feto. Incompleta: o peritôneo parietal permanece intacto. Geralmente não é complicada, podendo permanecer assintomática após um parto vaginal. Fator de risco: cesariana prévia é o principal delas. Curetagem uterina, trauma abdominal, anomalias uterinas, hiperdistensão uterina, uso inapropriado de ocitocina. Quadro clínico: diminuição dos batimentos cardíacos fetais, dor aguda, sangramento vaginal, parada das contrações,taquicardia importante e hipotensão grave. Conduta: deve ser realizada laparotomia (abertura cirúrgica do abdômen) imediatamente com anestesia geral para não agravar ainda mais a hipotensão. Nesses casos o prognóstico fetal é muito ruim, sendo causa importante de óbito perinatal. Em geral é necessário realizar histerectomia para tratar a rotura uterina, pois ocorrem lesões vasculares, com dificuldade de conservação do útero. Vasa prévia é definida como sangramento dos vasos sanguíneos fetais que atravessam as membranas amnióticas passando pelo orifício interno do colo. A perda sanguínea é de origem fetal, fato este que mostra a urgência do seu diagnóstico. As taxas de mortalidade fetal são de 50%. Diagnóstico: durante pré-parto é difícil, podendo ser percebido por toque vaginal e pela amnioscopia. Acadêmicos de enf. Maria Eduarda Torres e Rafael Heiling Coagulação intravascular disseminada (CIVD) é desencadeada pela liberação de material tromboplástico, geralmente provinda do deslocamento da placenta ou embolia de líquido amniótico. Resulta no início da cascata de coagulação, levando à em um excesso de fibrina no plasma sanguíneo, que pode levar à oclusão dos vasos, comprometendo a irrigação sanguínea dos órgãos e aumentando os riscos de hemorragia. A CIVD é sempre secundária a uma doença de base, sendo necessária seu tratamento para resolução da síndrome. Fator de risco: pré-eclâmpsia, embolia de líquido amniótico, deslocamento prematuro da placenta, rutura uterina, sepse, feto morto retido. Diagnóstico clínico: sangramentos, trombose, disfunção circulatória. Exames: Contagem de plaquetas e de fibrinogênio e produtos da degradação da fibrina (PDFs).
Compartilhar