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Poder Judiciário do Estado de Rondônia 1ª Câmara Cível Data de interposição : 11/07/2016 Data do julgamento : 23/08/2016 0024113-12.2012.8.22.0001 Embargos de Declaração em Apelação (Agravo Retido) Origem : 0024113-12.2012.8.22.0001 – Porto Velho (1ª Vara Cível) Embargante : Construções e Comércio Camargo Corrêa S.A. Advogados : Gustavo Lorenzi de Castro (OAB/SP 129134) Hugo Waturo Kikuchi Yamura (OAB/RO 3613) João Diego Raphael Cursino Bomfim (OAB/RO 3669) Luciana Mellario do Prado (OAB/SP 222327) Embargado : Capuano Fretamento e Turismo Ltda. EPP Advogado : José Luís Polezi (OAB/SP 80348) Relator : Desembargador Moreira Chagas EMENTA Processual civil. Embargos de declaração. Vícios. Inexistência. Rediscussão do mérito. Prequestionamento. A embargos de declaração que visam a rediscutir matéria que foi objeto de análise expressa no acórdão embargado, não existindo qualquer das hipóteses do art. 1.022 do CPC, nega-se provimento. A falta de menção expressa aos dispositivos elencados pela parte não configura omissão, por bastar o pronunciamento sobre a tese rechaçada. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os desembargadores da 1ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado de Rondônia, na conformidade da ata de julgamentos e das notas taquigráficas, em: POR UNANIMIDADE, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO NOS TERMOS DO VOTO DO RELATOR. Documento Assinado Digitalmente em 29/08/2016 09:29:30 conforme MP nº 2.200-2/2001 de 25/06/2001. Signatário: PERICLES MOREIRA CHAGAS:1010557 Número Verificador: 500241131220128220001691848 Folha n.: 1 Os desembargadores Raduan Miguel Filho e Rowilson Teixeira acompanharam voto do relator. Porto Velho, 23 de agosto de 2016. DESEMBARGADOR MOREIRA CHAGAS RELATOR Documento Assinado Digitalmente em 29/08/2016 09:29:30 conforme MP nº 2.200-2/2001 de 25/06/2001. Signatário: PERICLES MOREIRA CHAGAS:1010557 Número Verificador: 500241131220128220001691848 Folha n.: 2 Poder Judiciário do Estado de Rondônia 1ª Câmara Cível Data de interposição : 11/07/2016 Data do julgamento : 23/08/2016 0024113-12.2012.8.22.0001 Embargos de Declaração em Apelação (Agravo Retido) Origem : 0024113-12.2012.8.22.0001 – Porto Velho (1ª Vara Cível) Embargante : Construções e Comércio Camargo Corrêa S.A. Advogados : Gustavo Lorenzi de Castro (OAB/SP 129134) Hugo Waturo Kikuchi Yamura (OAB/RO 3613) João Diego Raphael Cursino Bomfim (OAB/RO 3669) Luciana Mellario do Prado (OAB/SP 222327) Embargado : Capuano Fretamento e Turismo Ltda. EPP Advogado : José Luís Polezi (OAB/SP 80348) Relator : Desembargador Moreira Chagas RELATÓRIO Construções e Comércio Camargo Corrêa S.A. interpôs embargos de declaração, alegando omissão e contradição no acórdão de fls. 610/618. A embargante alude, em suma, a existência de contradição, porquanto a tabela FIPE, determinada pelo juiz a quo e confirmada pelo juiz ad quem, para utilização e parâmetro de avaliação dos veículos (ônibus) incendiados por seus prepostos, não fornece os preços médios para a categoria dos bens acima destacados, conforme apurou por meio de e-mail, respondido pela fundação responsável. Por tal motivo, sugere novamente que seja utilizada a tabela de valores venais para cálculo do IPVA estipulado pelo Estado de São Paulo, principalmente considerando que todos os veículos danificados foram registrados e licenciados na cidade de São José dos Campos/SP. Destaca, ainda, que a embargada não comprovou que os veículos possuíam contrato de seguro, como exigia o contrato celebrado entre elas (embargante x embargada). Ressalta que a ausência do aludido instrumento contratual vai em total descompasso com o disposto no art. 373, I, do CPC/15, por conseguinte, a desídia da recorrida não pode ser transferida para a sua responsabilidade. Prequestiona os arts. 186,393, 599, 884 e 927, todos do CC, e 485, VI, 330, II e 373, I, todos do CPC. Assim, pede que a omissão e contradição sejam sanadas. Documento Assinado Digitalmente em 29/08/2016 09:29:30 conforme MP nº 2.200-2/2001 de 25/06/2001. Signatário: PERICLES MOREIRA CHAGAS:1010557 Número Verificador: 500241131220128220001691848 Folha n.: 3 VOTO DESEMBARGADOR MOREIRA CHAGAS Em se tratando de embargos de declaração opostos com nítido efeito infringente, cumpre ressaltar que a omissão ocorre quando o julgador deixa de examinar questão formulada pelas partes no curso da lide; a contradição, quando há incoerência entre a fundamentação exposta e o resultado do julgamento; e a obscuridade, quando falta clareza na decisão. Assim, salvo exceções, as quais não se apresentam no caso em tela, os embargos de declaração têm caráter integrativo ou aclaratório da decisão embargada. A embargante, muito embora alegue a existência de omissão e contradição, apenas discorda dos critérios utilizados para julgamento, demonstrando a sua insatisfação ante o não acolhimento das razões no recurso de apelação. Em que pese o seu inconformismo, o acórdão proferido nos autos é coerente, e há perfeita simetria entre os fatos, fundamentos de direito e parte dispositiva, o que o torna perfeitamente compreensível. Extrai-se, portanto, que, de fato, a intenção da embargante é, por via transversa, obter nova oportunidade de rediscutir a matéria, o que, a toda evidência, não se amolda à finalidade dos aclaratórios. Nesse sentido, vejamos os seguintes julgados deste Tribunal de Justiça: Acórdão. Obscuridade. Não configuração. Efeitos infringentes. Impossibilidade. Não há obscuridade no julgado quando a decisão prolatada é coerente, há perfeita simetria entre os fatos, fundamentos de direito e parte dispositiva, tornando-a perfeitamente compreensível e todas as matérias e provas são devidamente analisadas e consideradas para que se chegue conclusão do julgado. Incabível, na via estreita dos embargos de declaração, pretensão de reforma da decisão quando não configurada omissão, contradição ou obscuridade no julgado, especialmente quando se abordam as teses e antíteses apresentadas pelas partes (Embargos de Declaração, Processo n. 0003345-36.2010.822.0001, Tribunal de Justiça do Estado de Rondônia, 2ª Câmara Cível, Relator Des. Marcos Alaor Diniz Grangeia, Data de julgamento 19/5/2016). Como bem se observa, a insurgência da embargante está no fato de entender que a determinação judicial para que a tabela FIPE seja utilizada como Documento Assinado Digitalmente em 29/08/2016 09:29:30 conforme MP nº 2.200-2/2001 de 25/06/2001. Signatário: PERICLES MOREIRA CHAGAS:1010557 Número Verificador: 500241131220128220001691848 Folha n.: 4 parâmetro de avaliação de preços dos veículos incendiados não contempla a referida categoria, o que seria perfeitamente viável se adotada fosse a tabela de valores venais para cálculo do IPVA estipulado pelo Estado de São Paulo, principalmente considerando-se que todos os veículos danificados foram registrados e licenciados na cidade de São José dos Campos/SP. Entretanto, como declinado no acórdão embargado, a tabela FIPE contempla sim a possibilidade de aferição dos preços médios para veículos pesados, do tipo ônibus. É o que se verifica no link http://tabelafipe2016.org/tabela-fipe-2016-onibus/ , em que encontramos: Documento Assinado Digitalmente em 29/08/2016 09:29:30 conforme MP nº 2.200-2/2001 de 25/06/2001. Signatário: PERICLES MOREIRA CHAGAS:1010557 Número Verificador: 500241131220128220001691848 Folha n.: 5 Documento Assinado Digitalmente em 29/08/2016 09:29:30 conforme MP nº 2.200-2/2001 de 25/06/2001. Signatário: PERICLES MOREIRA CHAGAS:1010557 Número Verificador: 500241131220128220001691848Folha n.: 6 O acórdão (fls. 610/618) pontuou a possibilidade de a referida consulta ocorrer no moldes determinados pelo juiz a quo, considerando a consulta realizada anteriormente nesta instância e, agora, novamente demonstrada pelos prints de tela acima. Com relação à inexistência de contrato de seguro para os veículos danificados, a questão já foi enfrentada exaustivamente no acórdão combatido, e não há novos e suficientes argumentos para sua modificação. Assim, considerando que a embargante não pretende, em momento algum, aclarar obscuridade, omissão ou esclarecer contradição, mas, sim buscar a modificação do julgado a partir do reexame de matéria já apreciada pela ótica que crê mais correta, vejo ser o caso de rejeição dos embargos de declaração (fls. 620/624), visto que inexistem motivos para o seu acolhimento. No tocante ao prequestionamento, é importante ressaltar que a motivação do convencimento do juiz não impõe expressar razões versando sobre todos os argumentos delineados pelas partes, menos ainda a análise, item a item, da legislação expressa. Aliás, o Superior Tribunal de Justiça já decidiu: “Na ausência de quaisquer vícios previstos no art. 535 do CPC, não prosperam os aclaratórios, ainda que manifestados com exclusivo propósito de prequestionamento” (EDcl. nos EDcl. no RMS nº 20.101/ES, rel. Min. MEIRA, Castro, DJ 30/5/2006). Ante o exposto, nego provimento aos embargos. É como voto. Documento Assinado Digitalmente em 29/08/2016 09:29:30 conforme MP nº 2.200-2/2001 de 25/06/2001. Signatário: PERICLES MOREIRA CHAGAS:1010557 Número Verificador: 500241131220128220001691848 Folha n.: 7
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