2ª aula O QUE E SUPERVISÃO (1)

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O QUE É SUPERVISÃO PEDAGÓGICA?
Professora Danielle Rangel
Significados de SUPERVISÃO E COORDENAÇÃO segundo dicionário:
su·per·vi·são 
substantivo feminino
Visão superior à normal.
Palavras relacionadas: supervisor
"supervisão", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, 
Significados de SUPERVISÃO E COORDENAÇÃO segundo dicionário:
co·or·de·na·ção 
substantivo feminino
Disposição metódica que estabelece relação recíproca ou sucessiva entre coisas em que ela se exerce.
co·or·de·nar - 
verbo transitivo
1. Reunir ou dispor com coordenação.
2. Arranjar, organizar.
"coordenação", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, 
Vídeo: Pedagoquem???
Vídeo: Supervisão/Mód 1
O QUE É SUPERVISÃO PEDAGÓGICA?
A supervisão, analisada sob o aspecto das relações humanas, vê o supervisor como aquele profissional que estabelece comunicação, articula ações, promove discussões entre os professores, ajuda os outros profissionais a melhorarem seu desempenho. O supervisor é um articulador de ações e reações dentro da escola, é um coordenador das relações.
A supervisão também é vista como uma forma de gerência, uma vez que a supervisão é encontrada em todo o sistema de organização. E essa organização é importante para a melhoria de todo o processo, buscando a eficiência.
A função de liderança vislumbra o aspecto de que o supervisor lidera os professores, orientando-os no desempenho de suas funções.
Breve definição Supervisão/Orientação Pedagógica 
Serviço que visa a eficiência e eficácia do processo de ensino, buscando melhores condições e maior facilidade na relação professor, aluno e conhecimento.
Especificidades da ação do Supervisor/Orientador Pedagógico:
A coordenação se configura como uma prática social, caracterizada pela mediação técnico-pedagógica. (Batista,2001)
Constituiu-se liderança técnico-pedagógica
Desenvolvimentos de ações democráticas
Produção e articulação da crítica entre contexto, teoria e prática educativa
Construção de caminhos de aproximação, negociação, diálogo e troca entre os professores na escola
Assunção da formação como processo contínuo
Parceria político pedagógica com professores e equipe
Conceito de Supervisão/Orientação Pedagógica
“Serviço que visa assegurar a ação técnico-pedagógica da escola, assim como a eficiência e eficácia do processo de ensino, oferecendo condições de ensino e facilitando o relacionamento entre professor e aluno.” (Paola Gentile)
“Processo de acompanhamento e assistência a ação docente.” (Luck, 2002)
 Parceria político pedagógica para integração e formação continuada com interação de saberes para melhoria do processo ensino e aprendizagem.
 “Serviço que incumbe-se de garantir, orientar e auxiliar a formação, a fim de que os professores desenvolvam e aperfeiçoem suas habilidades, renovando conhecimentos, repensando a práxis educativa, buscando novas metodologias de trabalho, aliando teoria e prática.” 
(Miziara, 2004)
Conceito de Supervisão/Orientação Pedagógica
a conceituação de supervisão pedagógica abrange diversos aspectos, e não há como separar, ou delimitar essa conceituação, pois o papel do supervisor possui muitas dimensões. E, como pudemos observar, tais dimensões vislumbram as funções administrativas, as curriculares, as instrucionais, as gerenciais e as relações humanas. 
Segundo o autor brasileiro, José Leão Falcão Filho (2000), é possível perceber a supervisão pedagógica em três dimensões: dimensão política, humana e técnica.
Dimensão política da Supervisão Escolar
A dimensão política identifica a capacidade do supervisor de perceber a escola, a sociedade e o sistema educacional como um todo. Inclui o entendimento e a compreensão de que a escola e todos os que nela atuam são interdependentes entre si e em relação à sociedade, pois estão inseridos em um contexto. Portanto, o supervisor, em suas ações, deve ter clareza dessa dimensão política, compreendendo bem as causas e as conseqüências de toda essa interdependência, tendo nítido para si que suas ações serão escolhas influenciadas e terão efeitos em todo o contexto escolar.
Dimensão Humana da Supervisão Educacional
A dimensão humana baseia-se na capacidade do supervisor em trabalhar de maneira eficaz e eficiente com os professores, em base individual e em situações de grupo. Essa competência exige considerável compreensão, aceitação, empatia e consideração pelos outros. O supervisor deve ter a habilidade para motivar os professores, desenvolver atitudes favoráveis ao trabalho educativo, ao conhecimento e ao domínio de dinâmica de grupo, além da preocupação permanente com as necessidades humanas e o desenvolvimento das pessoas.
Dimensão Técnica da Supervisão Educacional
A competência técnica supõe compreensão e proficiência em métodos, processos, procedimentos e técnicas de organização de trabalho.
Essas três dimensões estão presentes, ao mesmo tempo, em todas as ações do supervisor pedagógico,ao relacionarmos as dimensões aos conceitos, podemos fazer a seguinte análise:
a) A dimensão política engloba os atos curriculares, pois as opções de um currículo recebem influências políticas e das necessidades da sociedade e também dos atos de liderança, porque saber liderar um grupo é saber articular interesses e dirigir as escolhas eticamente corretas. 
b) A dimensão humana está diretamente relacionada aos atos de relações humanas, pois o supervisor trabalha conduzindo um grupo de professores, e, saber gerenciar essas relações, é fundamental para o sucesso na condução do grupo. 
c) A dimensão técnica abrange os atos administrativos, instrucionais, gerencias e também curriculares; é o saber fazer, quando fazer e como fazer.
Atualmente, a supervisão escolar no Brasil ainda possui resquícios do conceito inicial. Muitos professores, e até mesmo os supervisores, continuam a encarar a ação supervisora como fiscalização e coerção. 
De acordo com a interpretação moderna, a supervisão pedagógica consiste em estimular, coordenar e dirigir as atividades docentes de forma cooperativa, levando todos que dela participam a trabalharem para o maior rendimento da situação ensino-aprendizagem. Ainda de acordo com essa visão, estamos abandonando a prática da supervisão  e assumindo a gestão pedagógica.
A supervisão educacional não representa uma simples fiscalização das atividades docentes, nem a aplicação de penalidades que geram problemas de relacionamento humano. Ela deve criar um ambiente salutar de trabalho, onde todos sintam a necessidade de cooperar para o melhor desenvolvimento da ação docente. 
Enquanto supervisão pedagógica nos remete à idéia de uma super visão, de um olhar de cima, a orientação/gestão pedagógica nos traz a idéia de gerenciar, conduzir processos em consonância com o grupo. E, ao abandonarmos o antigo conceito de supervisão pedagógica e permitirmos o surgimento de um novo profissional, passamos a ter uma prática voltada para coordenação, condução de processos, que busca a qualidade do processo educacional. 
As necessidades educativas atuais buscam um profissional bastante coerente e seguro, que possua uma visão ampla e profunda sobre as questões educacionais.
Os autores Willes e Bondi (2000) levantam oito competências importantes para o supervisor/orientador/gestor pedagógico, as quais analisaremos a seguir:
a) Gestores como formadores de pessoas: nessa competência os autores levantam o fato das escolas trabalharem em prol da formação de crianças e jovens, cada qual com sua individualidade e com valores sociais próprios, adquiridos junto às famílias. Portanto, ao conduzir o processo pedagógico, o gestor não pode perder de vista essa particularidade do grupo de discentes e, então, conduzir as interferências necessárias à formação de cidadãos socialmente responsáveis. Nessa perspectiva, é importante ressaltarmos também a articulação que o gestor pedagógico deve fazer junto às famílias, pois a formação de um cidadão está intrinsecamenterelacionada com as interferências familiares.
b) Supervisores/Gestores como formadores de currículos: essa competência analisa a capacidade que o gestor precisa ter para atuar junto aos professores no desenvolvimento do currículo real. Ele é o profissional que está mais próximo ao professor, sendo, portanto, quem possui condições de avaliar e refletir sobre o currículo que o docente está levando para a sala de aula.
c) Seres especialistas de instrução: aqui, os autores analisam a competência do gestor em instruir os professores. Geralmente os gestores foram bons professores, portanto, possuem uma vasta experiência na condução de processos de aprendizagem, podendo ser bons coordenadores do grupo de docentes, na construção de conhecimentos. Como o gestor é também um articulador e possui a visão da escola como um todo, ele é um facilitador da troca de experiências entre os demais professores, contribuindo, assim, para melhorar os processos de ensino-aprendizagem.
d) Formador de professor é uma competência que contempla a dimensão da formação contínua do professor e vislumbra o supervisor/gestor, como um sujeito responsável pela condução desse processo. A condução dos processos de formação contínua é uma competência de grande importância no contexto atual, pois hoje, sabemos que a formação não se completa com a conclusão do curso de graduação, mas apenas inicia-se (CARLOS MARCELO, 2001). Portanto, é necessário que a escola tenha um projeto de formação permanente dos docentes, sendo o gestor pedagógico o responsável por esse projeto, pois, como é o profissional que está próximo dos professores e dos alunos, é quem melhor consegue visualizar as necessidades daquela comunidade educativa. Ainda, segundo António Nóvoa (2002), falar de formação contínua de professores é falar de criação de redes de auto-formação participada, levando os professores a assumirem a sua construção profissional, como um processo interativo e dinâmico. Desse modo, cabe ao gestor pedagógico ser um motivador e facilitador da efetivação desse projeto.
 e) Supervisores/Gestores como trabalhadores de relações humanas: esses profissionais comunicam com o corpo docente e com o corpo administrativo, articulam ações entre os professores e estabelecem contato com toda a comunidade educativa: professores, diretoria, alunos, pais.
f)Supervisores como administradores: o supervisor deve ser capaz de administrar assistentes e secretárias, de gerenciar informações e estabelecer a manutenção efetiva de registros; devem ser habilidosos no uso de influência administrativa; trabalharem efetivamente com outros administradores; devem, portanto, pensar como administradores.
g) Gerentes de mudança: o supervisor/gestor pedagógico deve ser capaz de analisar resultados e fazer ajustes no sistema, tendo uma percepção do todo e conduzindo a interação deste todo, efetivando as mudanças necessárias.
h) Supervisores como avaliadores: o supervisor/gestor pedagógico assume um papel de constante avaliador, avaliando o desempenho de professores, resultados de programas, textos e materiais, resultados de avaliação. Além de avaliar, esse profissional deve utilizar os dados obtidos para o aprimoramento do processo educativo, trabalhando, assim, com o conceito de avaliação institucional.
Conclusão
É possível concluirmos que a supervisão educacional é uma função desenvolvida em momentos distintos, por processos que se sucedem e se complementam. No desenvolvimento desses processos, o supervisor/ gestor pedagógico presta ajuda técnica e humana ao professor e coordena os processos educativos e administrativos. Essa participação do supervisor em todos os momentos da realização do processo educacional, oportuniza a unidade e a integração da ação pedagógica. 
Referências
BALSAN, Newton César. Sistema de Supervisão Educacional. Rio de Janeiro: SEEC,1981.
COGAN, M. l. Clinical Supervision. Boston, MA: Houghton Mifflin, 1973.
FILHO, José Leão Marinho Falcão. Escola: ambiente, estruturas variáveis e competências. Ensaio, vol.8, n.28. Rio de Janeiro, 2000.
JUNQUEIRA, Cladis B. Correio do Povo, 1982
NÓVOA, António. Formação de professores e trabalho pedagógico. Educa: Lisboa, 2002.
PRZYBYLSKI, Edy. Supervisão escolar, concepções básicas. Porto Alegre: Sagra, 1985.
WILLES, B. e BONDI, J. Definuing Educacional Supervision. In Supervision: A Guide to Practice. 5ª ed., London: Pratice Hall, 2000. pp.1-24.
http://www.pedagogia.com.br/artigos/pedagogiaeducacional/index.php?pagina=5
ATIVIDADE PARA AV1
Com base na leitura do texto “A SUPERVISÃO E O DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DO PROFESSOR”, desenvolver, individualmente, um texto-síntese, crítico e criativo, contemplando as questões propostas na orientação da tarefa. 
Estrutura do trabalho:
Elementos pré-textuais: capa.
Elementos textuais: introdução; *desenvolvimento; considerações.
Elementos pós-textuais: referências.
Data limite para entrega do trabalho (1,0): XX/XX– AV1