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ANÁLISE ERGNÔMICA DO TRABALHO DE UMA DOMÉSTICA Arthur Rezende Ribeiro (1) (arthur_rezende2010@hotmail.com), Felipe Vieira Barbosa (2) (felipev.b@hotmail.com) (1)(2) Universidade Federal de São João del Rei (UFSJ) - DEMEC – Praça Frei Orlando, nº 170 – Centro, São João del Rei/MG. RESUMO: Com base em soluções ergonômicas buscamos solucionar e avaliar os problemas relacionados ao meio de trabalho proposto e descrito, o de doméstica. Tendo isso em vista analisamos o serviço prestado por uma doméstica em uma república de São João Del Rei. Utilizando as ferramentas ergonômicas OWAS, Diagrama de Áreas Dolorosas, Questionário Nórdico e REBA, além da observação, foi possível formar uma base de dados para assim classificar e diagnosticar o posto de trabalho. Com isso percebemos que o maior problema em questão não está na mobília ou equipamentos, mas sim na postura e na falta de conhecimento a respeito da ergonomia envolvendo o emprego daquela atividade. Dessa forma, nossa função final foi a de elucidar a questão a respeito da necessidade de melhoria na postura da trabalhadora, visto que a origem dos problemas estava nas condições que a mesma se colocava e não quanto ao meio a que estava executando suas tarefas. PALAVRAS-CHAVE: Ergonomia, doméstica, ferramentas ergonômicas. 1. INTRODUÇÃO Desde a aprovação da Lei Complementar nº 150, de 2015, que regulamentou a Emenda Constitucional nº 72, os empregados domésticos passaram a gozar de novos direitos. A partir disso essa classe de trabalhadores passou a crescer ainda mais e a ter maior visibilidade na sociedade. Com uma grande quantidade de trabalhadores domésticos, a qualidade de vida é muito importante e é aí que entra a ergonomia no ambiente de trabalho, que busca adequar o local de forma que em um futuro próximo os danos causados à saúde pelo esforço do cotidiano sejam minimizados. Considerando a intensidade do trabalho doméstico, é muito importante um estudo que ajude essa classe a manter sua saúde e funções fora de risco. Sendo assim, nosso trabalho visou realizar um estudo com uma doméstica que relacionasse suas reclamações e funções de forma que fosse possível diagnosticar uma melhoria para o dia a dia da mesma. 2. MATERIAIS E MÉTODOS Nosso estudo contou com a participação de 1 doméstica com idade de 47 anos que trabalha em uma república universitária de São João Del Rei no bairro Bonfim. Para tal avaliação foi observado o local e a forma como a trabalhadora exerce sua função. Afim de se mensurar o trabalho em questão utilizamos as ferramentas OWAS, Diagrama de Áreas Dolorosas, Questionário Nórdico e o REBA, todos aplicados no local proposto. Após a aplicação dos métodos, os dados recolhidos foram analisados sendo possível, então, identificar as características ergonômicas do local assim como a postura da doméstica em suas atividades. Sendo assim, foram propostas intervenções maiores na postura da trabalhadora e não tanto no ambiente que ela utilizava no seu cotidiano para exercer seu papel. Tudo isso foi analisado a partir dos dados gerados pelas ferramentas já citadas anteriormente (utilizamos o software Ergolândia 6.0). 2.1 OWAS O sistema OWAS (Ovako Working Posture Analysing System) é uma ferramenta ergonômica prática. A mesma foi desenvolvida por três pesquisadores finlandeses que trabalhavam em uma siderúrgica em 1977. Através da análise das posturas das costas, braços, pernas e do esforço do trabalhador, é achada uma categoria de ação. A análise do tempo que o trabalhador fica em cada postura também irá fornecer uma categoria de ação. Abaixo temos três figuras que buscam facilitar o entendimento quanto a esse sistema e o emprego do mesmo. FIGURA 1. Questionário OWAS para postura ao varrer/passar rodo. FIGURA 2. Questionário OWAS para postura ao lavar roupa. FIGURA 3. Questionário OWAS para postura ao cozinhar. FIGURA 4. Resultado OWAS. O Método OWAS objetiva gerar informações para melhorar os métodos de trabalho pela identificação de posturas corporais prejudiciais durante a realização das atividades (MÁSCULO; VIDAL, 2011). 2.2 Diagrama de áreas dolorosas O diagrama de áreas dolorosas foi proposto por Corlett e Manenica em 1980, visando dimensionar dores dos colaboradores originadas nos seus postos de trabalho. Utilizando tal diagrama o analista ao final do período de trabalho poderá descobrir as partes do corpo as quais o trabalhador mais sente dores assim como a intensidade das mesmas. Esse desconforto é avaliado em seis níveis que variam de 0 a 5. O diagrama assim como suas marcações se encontra abaixo: FIGURA 5. Diagrama de Áreas Dolorosas 2.3 Questionário Nórdico O questionário nórdico foi desenvolvido por Kuorinka em 1987. O mesmo busca uma forma dos trabalhadores se auto avaliarem quanto às suas condições físicas. Essa ferramenta pode constituir um importante instrumento de diagnóstico do ambiente ou posto de trabalho. FIGURA 6. Questionário nórdico. O questionário nórdico auxilia na identificação de distúrbios osteomusculares de uma forma simples, podendo constituir importante mecanismo de diagnóstico do posto de trabalho, visto que apresenta bons índices de confiabilidade (PINHEIRO et al., 2002). 2.4 REBA O método REBA (Rapid Entire Body Assessment) foi desenvolvido por Lynn McAtamney e Sue Hignett em 2000. Tal método permite avaliar a exposição dos trabalhadores a fatores de risco. O mesmo também permite a análise conjunta das posições tomadas pelos membros do corpo superior, tronco, pescoço e pernas. O estudo do sistema REBA foi realizado aplicando vários métodos previamente desenvolvidos como Niosh, a Escala de Percepção do Esforço, OWAS e RULA. Abaixo encontramos o resultado do método REBA aplicado e o passo a passo. FIGURA 7. REBA corpo. FIGURA 8. REBA carga. FIGURA 9. REBA braços. FIGURA 10. REBA pega. FIGURA 11. REBA atividades. FIGURA 12. REBA resultado. Diego-Más e Cuesta (2007) dizem que o REBA permite avaliar tantas posturas estáticas quanto dinâmicas e, ainda, mudanças bruscas ou inesperadas na postura. Divide o corpo em segmentos para serem codificados individualmente, e avalia tanto os membros superiores, como o tronco e pescoço, e os membros inferiores. 3. RESULTADOS E CONCLUSÕES Analisando todo o contexto estudado e interpretando os resultados da utilização das ferramentas ergonômicas, pudemos visualizar a necessidade não da alteração do espaço, mas sim do comportamento da funcionária quanto à sua postura. Para isso, além da conversa e mostra dos resultados nós corrigimos a má postura da mesma durante a execução de diversas atividades. As ferramentas como o Questionário Nórdico e o Diagrama de Áreas Dolorosas apontaram os principais problemas e dores no corpo da trabalhadora enquanto o REBA e OWAS analisaram suas funções e apresentaram necessidade de correção imediata da má postura da mesma. Visto que as dores eram constantes e duradouras principalmente na região da coluna (lombar e dorsal) recomendamos que ela fosse ao médico para um detalhamento do seu quadro clínico visto que o nosso trabalho se limitava à correção e análise ergonômica das atividades exercidas e espaço. 4. REFERÊNCIAS DIEGO-MÁS, J. A.; CUESTA,S. A. NIOSH (NATIONAL INSTITUTE for OCCUPATIONAL SAFETY and HEALTH). Disponível em: <http://www.ergonautas.upv.es/metodos/niosh/niosh-ayuda.php>. Acesso em: 13 nov. 2017, 17:22:30. MÁSCULO, F. S.; VIDAL, M. C. Ergonomia: Trabalho adequado e eficiente. Elsevier, Ltda, Rio de Janeiro, 2011. PINHEIRO, F. A.; TRÓCCOLI, B. T.; CARVALHO, C.; Validação do Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares como medida de morbidade. Revista Saúde Pública, São Paulo v.36, n.3, p.307- 312, 2002 ERGONOMIC ANALYSIS OF THE WORK OF A HOUSEKEEPER Arthur Rezende Ribeiro (1) (arthur_rezende2010@hotmail.com), Felipe Vieira Barbosa (2) (felipev.b@hotmail.com) (1)(2) Universidade Federal de São João del Rei (UFSJ) - DEMEC – Praça Frei Orlando, nº 170 – Centro, São João del Rei, MG, Brasil ABSTRACT: Based on ergonomic solutions we seek to solve and evaluate the problems related to the proposed and described work environment, the domestic one. Using the ergonomic tools OWAS, Diagram of Painful Areas, Nordic Questionnaire and REBA, in addition to the observation, it was possible to form a database in order to classify and diagnose the job. With this we realize that the biggest problem in question is not in the furniture or equipment, but in the posture and lack of knowledge about the ergonomics involving the use of that activity. In this way, our final function was to elucidate the question about the need to improve the worker's posture, since the origin of the problems was in the conditions that the same was placed and not in the environment to which she was performing her tasks. KEYWORDS: Ergonomic, domestic, ergonomic tools.
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