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Lei de Introdução ao Direito Brasileiro

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SUMÁRIO
Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro ................................................................ 02
Cap. 01. Personalidade ............................................................................................................... 06
Cap. 02. Teoria dos Bens ..............................................................................................................
Cap. 03. Negócio Jurídico ..............................................................................
Cap. 04. Atos Jurídicos .............................................................................. 
Cap. 05. Da Prescrição e Decadência ..............................................................................
Cap. 06. Da Prova ..............................................................................
Cap. 07. Obrigações ..............................................................................
Cap. 08. Contratos ..............................................................................
Cap. 09. Contratos em Espécie ..............................................................................
Cap. 10. Posse ..............................................................................
Cap. 11. Sucessão Legítima ..............................................................................
Cap. 12. Direito de Família ..............................................................................
Cap. 13. Responsabilidade ..............................................................................
Cap. 14. Disposições Finais e Transitórias
DIREITO CIVIL
Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro – LINDB
O art. 1° da LINDB, diz respeito ao Vacatio Legis, onde informa que, a lei começa a vigorar em todo o país 45 dias depois de oficialmente publicada, salvo disposição em contrário (OBS: O novo CPC tem prazo de 01 ano).
	O prazo pode ser alterado em caso de vigência extraterritorial, sendo o prazo alterado para três meses depois de oficialmente publicada.
	
	OBS 3: Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia três meses depois de oficialmente publicada.	
OBS 2: Se antes da lei entrar em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a correção, o prazo citado acima começarão a correr da nova publicação.
Hipóteses de cessação da vigência:
1. Advento de termo final;
2. Advento de uma lei modificativa;
3. Advento de lei revogadora.
	Revogação Total
	Revogação Parcial
	Ab-rogação
	Derrogação
	
	Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue.
	A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.
	OBS: Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência.
	Quando a LEI for OMISSA o JUIZ decidirá o caso de acordo com a ANALOGIA, os COSTUMES e os PRINCÍPIOS gerais do direito. Art. 04 – LINDB.
	 Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum.
	
	A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. Art. 6° LINDB.
	
OBS 1: Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. 
OBS 2: Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem. 
OBS 3: Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso.
A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família. Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei brasileira quanto aos impedimentos dirimentes e às formalidades da celebração. 
Quando a pessoa não tiver domicílio, considerar-se-á domiciliada no lugar de sua residência ou naquele em que se encontre. 
Para qualificar os bens e regular as relações a eles concernentes, aplicar-se-á a lei do país em que estiverem situados. 
Aplicar-se-á a lei do país em que for domiciliado o proprietário, quanto aos bens moveis que ele trouxer ou se destinarem a transporte para outros lugares. 
	OBS: Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei brasileira quanto aos impedimentos dirimentes e às formalidades da celebração.
	OBS 2: O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante autoridades diplomáticas ou consulares do país de ambos os nubentes.  
	OBS 3: Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do matrimônio a lei do primeiro domicílio conjugal.
OBS 4: O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que tiverem os nubentes domicílio, e, se este for diverso, a do primeiro domicílio conjugal.
OBS 5: O estrangeiro casado, que se naturalizar brasileiro, pode, mediante expressa anuência de seu cônjuge, requerer ao juiz, no ato de entrega do decreto de naturalização, se apostile ao mesmo a adoção do regime de comunhão parcial de bens, respeitados os direitos de terceiros e dada esta adoção ao competente registro.    
OBS 6: O divórcio realizado no estrangeiro, se um ou ambos os cônjuges forem brasileiros, só será reconhecido no Brasil depois de 1 (um) ano da data da sentença, salvo se houver sido antecedida de separação judicial por igual prazo, caso em que a homologação produzirá efeito imediato, obedecidas as condições estabelecidas para a eficácia das sentenças estrangeiras no país. O Superior Tribunal de Justiça, na forma de seu regimento interno, poderá reexaminar, a requerimento do interessado, decisões já proferidas em pedidos de homologação de sentenças estrangeiras de divórcio de brasileiros, a fim de que passem a produzir todos os efeitos legais.
OBS 7: Salvo o caso de abandono, o domicílio do chefe da família estende-se ao outro cônjuge e aos filhos não emancipados, e o do tutor ou curador aos incapazes sob sua guarda. Quando a pessoa não tiver domicílio, considerar-se-á domiciliada no lugar de sua residência ou naquele em que se encontre.
OBS 8:  A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens.  A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus.   
OBS 9:  As organizações destinadas a fins de interesse coletivo, como as sociedades e as fundações, obedecem à lei do Estado em que se constituirem.
Não poderão, entretanto ter no Brasil filiais, agências ou estabelecimentos antes de serem os atos constitutivos aprovados pelo Governo brasileiro, ficando sujeitas à lei brasileira.
Os Governos estrangeiros, bem como as organizações de qualquer natureza, que eles tenham constituido, dirijam ou hajam investido de funções públicas, não poderão adquirir no Brasil bens imóveis ou susceptiveis de desapropriação.
Os Governos estrangeiros podem adquirir a propriedade dos prédios necessários à sede dos representantes diplomáticos ou dos agentes consulares.  
	OBS: Só à autoridade judiciária brasileira compete conhecer das ações relativas a imóveis situados no Brasil.
	Será executada no Brasil a sentença proferida no estrangeiro, que reúna os seguintes requisitos:
a) haver sido proferida por juiz competente;
b) terem sido os partes citadas ou haver-se legalmente verificado à revelia;
c) ter passado em julgado e estar revestida das formalidades necessárias para a execução no lugar em que foi proferida;d) estar traduzida por intérprete autorizado;
e) ter sido homologada pelo Supremo Tribunal Federal. 
OBS: Tratando-se de brasileiros, são competentes as autoridades consulares brasileiras para lhes celebrar o casamento e os mais atos de Registro Civil e de tabelionato, inclusive o registro de nascimento e de óbito dos filhos de brasileiro ou brasileira nascido no país da sede do Consulado. 
OBS: As autoridades consulares brasileiras também poderão celebrar a separação consensual e o divórcio consensual de brasileiros, não havendo filhos menores ou incapazes do casal e observados os requisitos legais quanto aos prazos, devendo constar da respectiva escritura pública as disposições relativas à descrição e à partilha dos bens comuns e à pensão alimentícia e, ainda, ao acordo quanto à retomada pelo cônjuge de seu nome de solteiro ou à manutenção do nome adotado quando se deu o casamento.  É indispensável a assistência de advogado, devidamente constituído, que se dará mediante a subscrição de petição, juntamente com ambas as partes, ou com apenas uma delas, caso a outra constitua advogado próprio, não se fazendo necessário que a assinatura do advogado conste da escritura pública. 
CAP. 01 – PERSONALIDADE
Direitos da Personalidade	
	Direitos da Personalidade: são direitos que integram a condição essencial da pessoa, como pressupostos de sua existência e dignidade.
	Os direitos da personalidade possuem 02 características essenciais:
Intransmissibilidade; 
Irrenunciabilidade. 	
Personalidade Jurídica: é a aptidão genérica de titularizar direitos e contrair deveres na ordem civil. O detentor desta personalidade é chamado de Sujeito de Direito, que subdivide-se em pessoa física e jurídica. Toda pessoa tem personalidade.
	P – Uma criança de 02 anos de idade tem direitos e deveres?
	R – Sim. Pensemos no caso de uma criança de 02 anos que ficou órfã e recebeu uma herança vultuosa, então a criança deverá contribuir ao confisco devido ao recebimento da herança, contudo será representada pelo seu tutor. Logo, mesmo sendo representada pelo tutor, a titularidade do dever jurídico é da criança.
	Pessoa Física e Pessoa Jurídica.
	Pessoa Física é o mesmo que Pessoa Natural ou Pessoa Visível. É o ente dotado de estrutura biopsicológica.
	O CC/02 adere à Teoria Natalista, pela qual se considera pessoa natural o ser humano nascido com vida, porém, resguarda desde a concepção, os direitos que o nascituro poderá adquirir se nascer com vida.
	A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro (aquele já concebido, ainda não nascido e dotado de vida intrauterina).
	OBS: Reiterando novamente, a personalidade inicia-se com o nascimento com vida!!! 
Nome
	O nome é composto pelo Prenome e de um o mais Sobrenomes dos pais. Admite-se, ainda, o uso de um Agnome, como Júnior, Filho, Neto, Sobrinho etc.
	É dever do oficial do registro se recusar a registrar nomes que possam expor a pessoa ao ridículo.
	A pessoa ao atingir a maioridade, possui o direito de livremente alterar seu nome, o qual pode ser exercido dentro 01 ano. Após este prazo, qualquer alteração no nome dependerá de sentença judicial.
Capacidade
	Capacidade civil: é o exercício da personalidade. É a medida de extensão da personalidade.
	Capacidade de direito (Gozo): é a aptidão para ser titular de direitos e deveres. Não existe incapacidade de direito!!!!!!!
	Capacidade de fato (exercício ou ação): é a aptidão para exercer pessoalmente os atos da vida civil.
	OBS 1: Nem toda pessoa possui capacidade de fato (incapazes).
	OBS 2: O requisito para a capacidade de fato é o discernimento. A maioridade civil (18 anos) é tão só uma presunção legal relativa de discernimento.
	OBS 3: no primeiro segundo do dia do aniversário é que a pessoa completa a maioridade.
	Incapacidade: divide em duas:
	1. Incapacidade Absoluta: a vontade do incapaz é desprezada pelo operador do direito, devendo o mesmo ser representado nos atos da vida civil sob pena de nulidade absoluta (Nulo).
	Art. 3. São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos.
	OBS: os índios são Relativamente incapaz, somente os Silvícolas (índio sem hábito urbano) são absolutamente incapazes.
	2. Incapacidade Relativa: a vontade do incapaz importa para o operador do direito, porém é insuficiente, devendo o mesmo ser assistido nos atos da vida civil sob pena de nulidade relativa (anulável).
Art. 4. São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer:
	I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
	II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico;
	III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade;
	IV - os pródigos.
Interdição
	É o procedimento judicial de jurisdição voluntaria que tem por objetivo analisar o grau de discernimento de uma pessoa e declarara absolutamente ou relativamente incapaz.
	OBS: A interdição do pródigo só o privará de, sem curador, emprestar, transigir, dar quitação, alienar, hipotecar, demandar ou ser demandado, e praticar, em geral, os atos que não sejam de mera administração.
IV.I. Procedimento	
	Na interdição deverá ser realizada uma perícia que deverá apontar o grau de discernimento do interditando.
	Havendo discernimento reduzido ou ausência de discernimento será proferida sentença declarando a incapacidade e nomeando o curador para representar ou assistir o interditado. O juiz é quem determina os poderes e deveres do curador.
IV.II. Natureza jurídica da sentença
	1° corrente: a sentença tem natureza declaratória (posição majoritária entre os autores de Direito Civil);
	2° corrente: a sentença tem natureza constitutiva (posição majoritária dos autores de processo civil);
	3° corrente: natureza declaratória constitutiva (posição de Maria Helena Diniz).
	OBS: os autores da 1° corrente entendem que embora a sentença de interdição tenha eficácia ex nunc, é possível a propositora de ação própria com o objetivo de anular ou declarar nulo ato pretérito praticado pelo incapaz antes da interdição. São requisitos para declaração da nulidade:
	a) Incapacidade manifesta na época do negócio;
	b) Má-fé do outro contratante;
	c) Ser prejuízo do incapaz.
	P- E se o interditado praticou o ato em um intervalo de lucidez? R- a doutrina e a jurisprudência brasileira não aceitam a alegação de que o ato foi praticado em um intervalo de lucidez pelo interditado com o objetivo de evitar a anulação ou declaração de nulidade do ato.
OBS: Caso a pessoa interditada recupere o seu discernimento, deverá ser promovido um procedimento de desinterdição. 
Cessação Incapacidade 
	É a extinção da incapacidade de fato/exercício/ação. Cessação da incapacidade é gênero do qual decorrem duas espécies:
	1° Cessão da causa: é a hipótese em que desaparece o motivo pelo qual uma pessoa era considerada incapaz. Ex: maioridade
	2° Emancipação: é a antecipação da capacidade civil a um menor de idade e trata-se de um ato irrevogável e irretratável. Com a emancipação o menor pode praticar todos os atos da vida civil.
	São 3 as modalidades de emancipação:
	1. Emancipação Voluntária: é aquela deferida por ambos os pais, ou, um deles na falta do outro, ao menor com 16 anos completos, através de escritura pública independente de homologação judicial.
	OBS: Divergindo os pais quanto ao exercício do poder familiar, é assegurado a qualquer deles recorrer ao juiz para solução do desacordo.
	2. Emancipação Judicial: se for o Tutor que deseje a emancipação do menor, aquele deverá ser ouvido pelo juiz.
	3. Emancipação Legal: pelo casamento, pelo exercício de emprego público efetivo, pela colação de grau em curso de ensino superior, e, pelo estabelecimento civilou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria.
	OBS: a Emancipação voluntária e judicial apenas produzirá efeitos após registrados em registro público.
Direitos da Personalidade
	Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária.
	Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei.
	Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista neste artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o quarto grau.
	O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou representações que a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória.
	Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda comercial.
	O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome.
	Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais.
	Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas para requerer essa proteção o cônjuge, os ascendentes ou os descendentes.
	A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento do interessado, adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma.
Extinção da Pessoa Física
	
	A extinção pode se pela morte, que pode ser: Morte Real, Mote Ficta ou Presumida.
	Morte Real: é aquela na qual se tem o cadáver.
	Morte Ficta ou Presumida: é aquela que não há cadáver. Que pode ser:
 
	1) sem decretação de ausência:
	I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida;
	II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra.
	
III- Pode-se requerer a sucessão definitiva, também, provando-se que o ausente conta oitenta anos de idade, e que de cinco datam as últimas notícias dele.
	OBS: A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento.
	2) com decretação de ausência: O procedimento de ausência se divide em três fases: 
	I) Curadoria ou arrecadação de bens;
	II) Sucessão Provisória;
	III) Sucessão Definitiva.
	Pessoa desaparecida que não deixou representante ou procurados ou quando o mandantário não queira ou não possa exercer ou continuar o mandato O interessado (pode ser qualquer um) ou MP requer a declaração de ausência e a nomeação do Curador. O Juiz determina a arrecadação dos bens. O Juiz nomeia o curador para administrar os bens do ausente, sendo 3 as hipóteses:
1. Cônjuge do ausente não separado judicialmente ou de fato por mais de 2 anos, será o legítimo curador;
2. Na falta do cônjuge passa-se aos pais, na falta deste passa-se aos descendentes, lembrando que os descendentes mais próximos excluem os mais remotos;
4. Os Irmãos;
5. Na falta das pessoas mencionadas, o Juiz escolhe o curador.
O prazo para que o curado administre os bens do ausente é de apenas 01 ano. 
 1 ano após arrecadação dos bens do ausente, se ele deixou procurador, podem os interessados requerer que se declare ausência e se abra provisoriamente a sucessão Esse prazo pode dilatar-se por 3 anos se o ausente deixou procurador ou representante.
A sentença que determinar a abertura da sucessão provisória só produzirá efeito 180 (cento e oitenta) dias depois de publicada pela imprensa; mas, logo que passe em julgado, proceder-se-á à abertura do testamento, se houver, e ao inventário e partilha dos bens, como se o ausente fosse falecido.
OBS: Os herdeiros, para se imitirem na posse dos bens do ausente, darão garantias da restituição deles, mediante penhores ou hipotecas equivalentes aos quinhões respectivos. Aquele que tiver direito à posse provisória, mas não puder prestar a garantia exigida neste artigo, será excluído, mantendo-se os bens que lhe deviam caber sob a administração do curador, ou de outro herdeiro designado pelo juiz, e que preste essa garantia.
OBS 2: Os ascendentes, os descendentes e o cônjuge, uma vez provada a sua qualidade de herdeiros, poderão, independentemente de garantia, entrar na posse dos bens do ausente.
OBS 3: aquele que receber o patrimônio deve guardar 50% dele.
Após 10 anos da sentença que concedeu a abertura a sucessão provisória, poderão os interessados requerer a Sucessão definitiva. Devolve-se a caução dada em juízo.
OBS 4 Pode-se requerer a sucessão definitiva, também, provando-se que o ausente conta oitenta anos de idade, e que de cinco datam as últimas notícias dele.
OBS 5: Regressando o ausente na fase de curadoria de bens, o curador é retirado e devolve-se o patrimônio ao ausente.
O ausente terá direito ainda a caução se houve depreciação acima da média, e, 50% dos frutos guardados, porém se a ausência foi voluntária perderá ele o direito a porcentagem dos frutos. 
OBS 6: Regressando o ausente durante a sucessão definitiva, ou algum de seus descendentes ou ascendentes, aquele ou estes haverão só os bens existentes no estado em que se acharem, os sub-rogados em seu lugar, ou o preço que os herdeiros e demais interessados houverem recebido pelos bens alienados depois daquele tempo.
OBS 7: Se, nos dez anos a que se refere este artigo, o ausente não regressar, e nenhum interessado promover a sucessão definitiva, os bens arrecadados passarão ao domínio do Município ou do Distrito Federal, se localizados nas respectivas circunscrições, incorporando-se ao domínio da União, quando situados em território federal.
OBS 8: há 03 casos que podem a morte presumida pode ser decretada independentemente de declaração de ausência, onde o juiz analisa a situação e decreta em seguir a morte presumida, e logo em seguida pode-se abrir a sucessão definitiva da pessoa, não sendo necessário seguir os procedimentos anteriores de ausência. São esses os casos:
 I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida;
 II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra;
 III- Pode-se requerer a sucessão definitiva, também, provando-se que o ausente conta oitenta anos de idade, e que de cinco datam as últimas notícias dele.
OBS 9: Consideram interessados: 
 
 I - o cônjuge não separado judicialmente; 
 II - os herdeiros presumidos, legítimos ou testamentários; 
 III - os que tiverem sobre os bens do ausente direito dependente de sua morte; 
 IV - os credores de obrigações vencidas e não pagas.
	Comoriência: Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos. 
Ex: A e B são casados. Sendo que o parente mais próximo de A é irmão i-1, e o parente mais próximo de B é seu irmão i-2. A e B estão em um passei de avião, e o mesmo cai e ambos morrem. Logo se deu comoriência. Então os bens de A passam para seu irmão i-1, e os bens de B passam para seu irmão i-2. Porém se forem casados no regime de comunhão universal será meio a meio. Metade de A para i-2 e metade de B para i-1.
Do Domicílio
	O domicílio da pessoa natural éo lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo definitivo.
	Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde, alternadamente, viva, considerar-se-á domicílio seu qualquer delas.
	É também domicílio da pessoa natural, quanto às relações concernentes à profissão, o lugar onde esta é exercida.
	Se a pessoa exercitar profissão em lugares diversos, cada um deles constituirá domicílio para as relações que lhe corresponderem.
	Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha residência habitual, o lugar onde for encontrada.
	Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é:
	I - da União, o Distrito Federal;
	II - dos Estados e Territórios, as respectivas capitais;
	III - do Município, o lugar onde funcione a administração municipal;
	IV - das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações, ou onde elegerem domicílio especial no seu estatuto ou atos constitutivos.
	Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada um deles será considerado domicílio para os atos nele praticados.
	Têm domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar, o marítimo e o preso. Sendo que para a: 
Marinha e Aeronáutica será a sede do comando a que estiver subordinado; para o 
Militar será no local onde servir; para o
Preso, o Lugar que cumprir a sentença;
Servidor Público: Lugar em que exercer as funções;
Incapaz: O domicílio de seu Representante ou Assistente;
Marítimo (Tripulante Civil): Local onde está matriculado o Navio.
OBS: Na Marinha Mercante, o Domicílio será o local onde está matriculado o Navio.
OBS: Prisão Provisório NÃO gera domicílio necessário.
OBS: O domicílio necessário se sobrepõe aos demais domicílios.
	O agente diplomático do Brasil, que, citado no estrangeiro, alegar extraterritorialidade sem designar onde tem, no país, o seu domicílio, poderá ser demandado no Distrito Federal ou no último ponto do território brasileiro onde o teve.
	Nos contratos escritos, poderão os contratantes especificar domicílio onde se exercitem e cumpram os direitos e obrigações deles resultantes.
Pessoa Jurídica
	São pessoas jurídicas de direito público interno:
	I - a União;
	II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;
	III - os Municípios;
	IV - as autarquias, inclusive as associações públicas; 
	V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.
	As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo.
IX.I. Pessoas Jurídicas de Direito Privado
	É a soma de esforços humanos (corporação) ou a destinação de um patrimônio (fundação) constituída na forma da lei objetivando uma finalidade lícita e obediente a sua função social.
	São pessoas jurídicas de direito privado:
	
	I - as associações;
	II - as sociedades;
	III - as fundações.
	IV - as organizações religiosas; 
	V - os partidos políticos. 
	VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada.
	Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo.
	Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no registro.
Da desconsideração da personalidade Jurídica
	A desconsideração é uma medida excepcional e episódica, através da qual o patrimônio dos integrantes de determinada pessoa jurídica responderá por dívidas.
Das Associações
	Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não econômicos. Não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos.
	Sob pena de nulidade, o estatuto das associações conterá:
	I - a denominação, os fins e a sede da associação;
	
	II - os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados;
	III - os direitos e deveres dos associados;
	IV - as fontes de recursos para sua manutenção;
	V – o modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos;
	VI - as condições para a alteração das disposições estatutárias e para a dissolução.
	VII – a forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas contas.
	Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto poderá instituir categorias com vantagens especiais.
	A qualidade de associado é intransmissível, se o estatuto não dispuser o contrário.
	Dissolvida a associação, o remanescente do seu patrimônio líquido, depois de deduzidas, se for o caso, as quotas ou frações ideais, será destinado à entidade de fins não econômicos designada no estatuto, ou, omisso este, por deliberação dos associados, à instituição municipal, estadual ou federal, de fins idênticos ou semelhantes.
Das Fundações
	Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la.
	A fundação somente poderá constituir-se para fins de:
	I – assistência social;
	II – cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico;
	III – educação;
	IV – saúde;
	V – segurança alimentar e nutricional;
	VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável;
	VII – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização de sistemas de gestão, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos;
	VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos;
	IX – atividades religiosas; e
	Constituída a fundação por negócio jurídico entre vivos, o instituidor é obrigado a transferir-lhe a propriedade, ou outro direito real, sobre os bens dotados, e, se não o fizer, serão registrados, em nome dela, por mandado judicial.
	Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister que a reforma:
I - seja deliberada por dois terços dos competentes para gerir e representar a fundação;
	II - não contrarie ou desvirtue o fim desta;
III - seja aprovada pelo órgão do Ministério Público no prazo máximo de 45 (quarenta e cinco) dias, findo o qual ou no caso de o Ministério Público a denegar, poderá o juiz supri-la, a requerimento do interessado. 
	Quando a alteração não houver sido aprovada por votação unânime, os administradores da fundação, ao submeterem o estatuto ao órgão do Ministério Público, requererão que se dê ciência à minoria vencida para impugná-la, se quiser, em dez dias.
	Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a finalidade a que visa a fundação, ou vencido o prazo de sua existência, o órgão do Ministério Público, ou qualquer interessado, lhe promoverá a extinção, incorporando-se o seu patrimônio, salvo disposição em contrário no ato constitutivo, ou no estatuto, em outra fundação, designada pelo juiz, que se proponha a fim igual ou semelhante.
CAP. 02 – TEORIA DOS BENS
Introdução
	Bens Jurídicos: São os bens que têm relevância para o direito. Ex: vida, liberdade, trabalho, casa, carro etc.
	Coisas: São bens corpóreos (Materiais) passíveis de valoração econômica. Ex: casa, carro, cadeira, livro.
Bens Móveis e Imóveis
	Bens Móveis: são aqueles que podem ser movimentados, seja por força própria, seja por força própria, seja por força alheia, sem que isso altere suas características essenciais. Ex: pera, cavalo e carro. 
	OBS: São considerados Bens Móveis, para fins legais: 
	
	I. As energias que tenhamvalor econômico;
	II. Os direitos reais sobre bens móveis e as ações correspondentes;
	III. Os direitos pessoais de Caráter Patrimonial e as respectivas ações;
	IV. Os materiais destinados a alguma construção, antes de nela serem empregados.
	Bens Imóveis: São os bens não suscetíveis de movimento, em razão de se encontrarem incorporados ao solo, natural ou artificialmente.
	
	Os bens Imóveis são classificados em:
	I) Imóveis por Natureza: o solo e os bens a ele incorporados naturalmentes, como uma árvore e um lago.
	II) Imóveis por Acessão Artificial: são os bens incorporados ao solo por ato humano, como os edifícios e as plantações.
	III) Imóveis por Acessão Intelectual: são os bens móveis, que em razão de estarem economicamente vinculados a um imóvel, são considerados imóveis. Ex: Fábrica de papel, cujo galpão é um bem imóvel, são considerados igualmente imóveis todas as máquinas necessárias para a atividade de fabricação de papel. Isto porque as máquinas estão economicamente vinculadas à fábrica. Mas, se tomamos as máquinas no depósito de seus fabricantes, deveremos considerá-las bens móveis.
	
	OBS: também considera-se bem imóvel os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram, e o direito à sucessão aberta.
	OBS: não perdem o caráter de imóveis as edificações que forem removidas para outro local, desde que, ao serem separadas do solo, conservem sua unidade, e também os materiais que forem temporariamente destacados de uma construção para, posteriormente, serem nela reempregados.
	Bens Semoventes: São os bens cujo movimento é possível por força própria. Ex: animais.
Bens Fungíveis e Infungíveis
	Bens Fungíveis: são os que podem perfeitamente serem substituídos por outros, desde que sejam da mesma espécie e qualidade, e estejam na mesma quantidade.
	Bens Infungíveis: não podem ser substituídos por outro, da mesma espécie, qualidade e quantidade.
Bens Consumíveis e Inconsumíveis
	Bens Consumíveis: se um bem ao ser usado, sofre destruição de sua substância, ou se é destinado à alienação, considera-se consumível. Ex: alimentos, produtos de limpeza etc. 
	Bens Inconsumíveis: se o uso não importar destruição, o bem é considerado Inconsumível, ainda que, com o tempo e o uso, sofra os desgastes naturais. Ex: carros, mobília, eletrodomésticos etc.
Bens Divisíveis ou Indivisíveis
	Bens divisíveis: são aqueles que admitem fracionamento, sem, contudo, sofrer alteração na as substância, ou ter seu valor consideravelmente diminuído, ou, ainda, deixar de servir para uso a que se destinam.
	Ex: Terreno de 10.000 M pode ser dividido em dois terrenos de 5.000 M.
	OBS: bens naturalmente divisíveis podem ser considerados indivisíveis por determinaão da lei ou pela vontade das partes. 
	Bens Indivisíveis: são os bens que não admitem o fracionamento citado acima.
Bens Públicos e Particulares
	Bens Públicos: compreendem o domínio nacional das pessoas jurídicas de Direito Público Interno. Classificam-se em:
	a) Bens de Uso Comum do Povo: são os rios, mares, estradas, ruas, praças;
	
b) Bens de Uso Especial: são os edifícios, terrenos destinados ao serviços da Administração Pública;
	
c) Bens Dominicais: são os bens que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de Direito Público, como objeto de direito pessoal ou real de cada uma dessas entidades.
	OBS: seja qual for a sua classificação, tradicionalmente os bens públicos não poderão sujeitar-se à Usucapião.
Alienação dos Bens Públicos:
	
Os bens públicos podem ser alienados se atenderem aos seguintes requisitos: 	
Caracterização do interesse público.
Realização de pesquisa prévia de preços. Se vender abaixo do preço causando atos lesivos ao patrimônio público cabe ação popular.
Desafetação dos bens de uso comum e de uso especial: Os bens de uso comum e de uso especial são inalienáveis enquanto estiverem afetados. - “Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar” (art. 100 do CC).
Os bens dominicais não precisam de desafetação para que sejam alienados. - “Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências da lei” (art. 101 do CC).
	Bens Particulares: são os que não compreendem o domínio nacional das pessoas jurídicas de Direito Público Interno, seja que for o proprietário.
Bens Principais, Acessórios e Pertenças
	Bem Principal: é aquele que possui existência autônoma, segundo art. 92 CC, é o que existe sobre si, abstrata o concretamente.
	Bem Acessório: é aquele cuja existência depende de um bem principal, sem o qual não existe.
	OBS: Accessorium Sequitur Principale, o Acessório Segue o Principal.
	Pertenças: são os bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro. Ex: Aparelho de DVD de um carro; o Trator de uma fazenda, isto porque ainda que não faça parte integrante da fazenda, destina-se, de modo duradouro, ao seu uso e serviço.
	OBS: Art. 94 do CC, determina que os negócios jurídicos que que se referem ao bem principal não abrangem as pertenças, a não ser que o contrário seja estabelecido em lei, ou decorra de vontade das partes, o das circunstâncias do caso.
Frutos e Produtos
	Frutos: são os bens que se originam periodicamente de um outro bem, sem que este sofra alteração em as substância, especificamente por não sofrer redução nem deterioração.
	Os frutos podem ser:
	1) Pendentes: enquanto não destacados do bem que os originou;
	2) Percebidos os Colhidos: depois de separados;
	3) Percipiendos: caso não tenham sido colhidos, embora pudessem sê-lo; 
	4) Consumidos: são os que já não existem.
	OBS: todos os frutos, mesmo os percipiendos, podem ser objetos de negócio jurídico.
	Produtos: são extraídos da substância de outro bem, daí porque implicam redução o deterioração deste. Diz-se que são recursos não renováveis. Ex: Pedras e Minérios extraídos de uma mina.
	OBS: tais como os frutos, os produtos mesmo antes de serem extraídos podem ser objjeto de negócio jurídico.
Benfeitorias e Acessões
	Benfeitorias: é uma obra realizada em uma coisa para conservá-la, melhorá-la ou embelezá-la. São tipos:
	a) Benfeitoria Necessária: é executada para conservar a coisa. Ex: reforma do telhado de uma casa;
	b) Benfeitoria Útil: executada para melhorar a coisa. Ex: construção de uma piscina;
	c) Benfeitoria voluptuária: executada para embelezar a coisa. Ex: revestir muro com pedra-sabão.
	Acessão: são acréscimo feitos à coisa com o intuito de lhe dar destinação, ou de alterá-la. Não se trata, portanto, de obra para conservar, melhorar o embelezar a coisa, como ocorre nas benfeitorias.
CAP. 03 – NEGÓCIO JURÍDICO
Introdução
	Negócios jurídicos: é a manifestação da ação humana objetivando criar, modificar, conservar ou extinguir relações jurídicas.
	Fato jurídico: qualquer fato que gere implicações jurídicas. 
Ato jurídico lato sensu (gênero): É a manifestação de vontade que está de acordo com o ordenamento jurídico “licitude” (lei, moral, ordem pública e bons costumes).
		Negócios Solenes: São os que precisam de escritura pública ou instrumento particular.
		Negócios Não Solenes: não precisam de documento. Ex: compra de lata de refrigerante em comércio.
Validade do Negócio Jurídico
	A validade é sinônimo de adequação ao sistema jurídico, verificando se o negócio existente pertence ao ordenamento jurídico.
	A validade do negócio jurídico requer:
	I - agente capaz;
	II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
	III - forma prescrita ou não defesa em lei;
	IV- vontade exteriorizada, ou, consentimento válido.
	A incapacidade relativa de uma das partes não pode ser invocada pela outra em benefício próprio, nem aproveita aos co-interessados capazes, salvo se, nestecaso, for indivisível o objeto do direito ou da obrigação comum.
	A impossibilidade inicial do objeto não invalida o negócio jurídico se for relativa, ou se cessar antes de realizada a condição a que ele estiver subordinado.
	A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir.
	OBS: Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País.
	OBS: A MANIFESTAÇÃO DE VONTADE SUBSISTE AINDA QUE O SEU AUTOR HAJA FEITO A RESERVA MENTAL DE NÃO QUERER O QUE MANIFESTOU, SALVO SE DELA O DESTINATÁRIO TINHA CONHECIMENTO. Já caiu na FGV
	OBS: Art. 112 C.C. Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem.
	OBS: Negócios benéficos e renúncia interpretam-se estritamente, art. 114 C.C.. Ex: Contrato de doação em que Tício doa à Mévio uma Fazenda, contudo, Mévio também quer os animais. O contrato trata tão somente da fazenda e não dos animais, então estritamente Mévio só tem direito à fazenda.	
	Excepcionalmente poderá ser inserida uma cláusula (elemento acidental) que irá alterar a eficácia natural do negócio.
	Elementos Acidentais:
Condição – art. 121 a 130 CC.
	É a clausula que derivando exclusivamente da vontade das partes subordina a eficácia do negócio jurídico a um evento futuro e incerto. Somente pode ser considerado condição, se a cláusula for inserida pelas partes. Se for imposta por lei a condição é denominada imprópria (condição legal / conditio iureis). 
Exemplo de falsa condição: o registro do contrato de compra e venda é uma condição legal para a transferência da propriedade. 
Classificação da Condição
a) Quanto a certeza:
-Incerta (incertus an incertus quando) é aquela que não se sabe se ocorrerá, nem quando ocorrerá. Ex. se Rubinho ganhar a corrida.
- Certa (incertus an certus quando) é aquela que não se sabe se irá ocorrer. Mas se ocorrer o evento deverá ser em determinado momento. Ex. se o Rubinho ganhará próxima corrida.
b)Quanto aos efeitos:
- Condição suspensiva: é aquela que quando verificada dá início aos efeitos do negócio jurídico.
É aquela que suspende o exercício e a aquisição do direito até o implemento da condição. Ex: no momento da formação do contrato, do negocio jurídico (há existência e validade), o segundo momento é o momento da condição, devemos observar se há chuva no final da aula para que Ana receba a caixa de lenço.
A condição suspensiva gera apenas expectativa de direito. Não gera direito adquirido.
- Condição Resolutiva: é aquela que quando verificada poe fim aos efeitos do negocio jurídico. A aquisição do direito ocorre desde logo e o negocio produz todos os efeitos enquanto não se verificar a condição. Ex.: o pai empresta o carro para o filho (contrato) porém se chover durante o dia tem que trazer o carro de volta (condição). Esse negocio jurido é valido e já é eficaz desde a sua formação. Na condição resolutiva sim, é valido e eficaz desde a formação do negocio jurídico. Resolutiva sempre tem sentido de FIM.
A venda a contento é realizada sob condição suspensiva ou resolutiva?
Primeiro momento é o momento da formação do contrato, do negocio, momento da formação é o momento onde um cliente pede o vinho, o segundo momento é o momento que ele experimenta o vinho. (a condição da venda a contento é ficar contente) Portanto é uma condição suspensiva. A condição ficar contente dar inicio aos efeitos do negocio.
O não implemento da condição, não afeta a existência e a validade do negocio. Logo se o freguês não aprovar o vinho deve-se afirmar que o negocio existiu, foi válido, mas que nunca produziu efeitos.
2.Termo 
É a clausula que subordina a eficácia do negocio a um evento futuro e certo.
Classificação do termo:
a)Quanto aos seus efeitos
- suspensivo/ inicial/ dies a quo: é aquele que quando verificado dar inicio aos efeitos do negócio. 
- resolutivo / final / dies ad quem: é aquele que quando verificado poe fim aos efeitos do negócio.
Ex: é comum as partes escolhem uma data para o contrato de locação. É feito dia 24/08, mas como é o final do mês colocam para começar dia 01/09, e o termino será dia 31/12. O contrato existia e era valido desde o dia 24, o contrato existe, foi assinado e esta tudo correto, porem so começa a produzir efeitos dia 01/09, (termo suspensivo), porem termina dia 30/12 (termo resolutivo). Prazo é um lapso temporal existente entre um termo suspensivo e um termo resolutivo. 
Qual a diferença entre condição suspensiva e termo suspensivo? A expectativa e o direito.
A condição suspensiva suspende o exercício e a aquisição do direito, portanto, gera apenas expectativa de direito. Por sua vez, o termo suspensivo suspende apenas o exercício, mas não a aquisição do direito. Portanto, gera direito adquirido. 
b)Quanto a certeza/precisão:
- Termo certo (certus an certus quando): é aquele que é certo que ocorrerá e você sabe quando ocorrerá. Ex.: data futura é sempre termo certo.
- Termo incerto (certus an incertus quando): é aquele certo que ocorrerá, mas não se sabe quando ocorrerá. Ex.: morte.
OBS: A maioridade de uma pessoa é condição certa.
Chuva. É condição ou termo? Tem que verificar se o elemento chuva de que forma esta vindo no exemplo. Com limitação de tempo ou sem limitação de tempo. Chuva com limitação de tempo seria eu chegar para alguém e falar ana vou lhe dar essa caixa de lenço de chover amanha (condição). Se for sem limitação de tempo: Chuva sem limitação de tempo seria, ana vou lhe dar a caixa de tempo quando chover, um dia vai chover em São Paulo, uma hora vai chover (termo). Primeiro exemplo temos uma condição certa, pois se chover, vai ter que chover amanha para acontecer o NJ. No segundo exemplo, o termo é incerto, vai chover em são Paulo, mas não sabemos quando. 
 
3. Modo ou encargo
Consiste na pratica de uma liberalidade subordinada a um ônus. Ex.: doação onerosa. É a mesma coisa que doação modal. Temos uma pessoa que esta praticando uma liberalidade. Uma pessoa doa um carro para o amigo, porem imputa a outra parte um ônus a ser cumprido. Ex.: doação de um imóvel para que seja construída uma creche.
Se o encargo não for cumprido a parte que realizou a liberalidade poderá pedir a sua revogação ou o cumprimento do encargo. Ex.: eu doei o imóvel para que o meu amigo construísse uma creche, ou eu peço o imóvel de volta ou entro em juízo para obriga-lo a contruir a creche. Se a pessoa que recebeu a liberalidade não cumprir o ônus a parte que realizou a liberalidade poderá pedir sua revogação.
O modo ou encargo não tem eficácia suspensiva e nem resolutiva. 
III. Vícios ou defeitos do Negócio Juridico
1. Vicios da vontade/do consentimento: erro, dolo, coação, estado de perigo e lesão.
2. Vicios sociais: fraude contra credores e simulação.
Questão 01: Qual a diferença entre ele?
Diferença entre os grupo é a seguinte: nos vícios da vontade o que está sendo contaminado no negócio é a formação da vontade (erro, dolo, coação, estado de perigo e lesão), é aquilo que vem antes da manifestação. O defeito está na vontade interna, sendo o prejudicado um dos contratantes.
Nos vícios sociais (fraude contra credores e simulação), a pessoa que faz o negócio simulado sabe o que esta fazendo, mas o que ele manifesta é algo distinto para enganar os outros. O problema aqui é a manifestação da vontade. 
Nos vícios da vontade o prejudicado é um dos contratantes, no vício social o prejudicado é sempre um terceiro, alguém que não participou do Negócio Jurídico.
Questão 02:
Quais são as diferenças existentes entre os vícios do negocio jurídico (vontade/sociais) e os vícios redibitórios? Vícios do negócio (vontade/sociai): no caso de eu compraruma TV com DVD embutido, chego em casa não tem DVD embutido, aqui o defeito está na vontade, não existe o DVD, a TV não tem defeito algum.
Vicio redibitório: quando tem o DVD embutido, porém não funciona. O defeito estava no objeto.
Ex. compro um relógio acho que era de ouro, porém não era: defeito na vontade e não no objeto. 
Compro um relógio de outro, porem está atrasando: defeito no objeto.
Analisando essa diferença de vícios na teoria de pontes de Miranda, um está num plano e outro está num outro plano?
Se o negócio não preenche o plano de existência o negócio é inexistente, se não preenche o plano de validade o NJ é invalido (nulo ou anulável), se não preencheu o plano de eficácia, o NJ será ineficaz.
Os vícios do negócio só existem no plano de validade. Os vícios afetam a validade do negócio (plano de validade).
Os vícios redibitórios, afetam a eficácia na teoria de Pontes de Miranda. Pois no caso de comprar uma TV com DVD quebrado, você pode trocar, pedir o dinheiro de volta, pedir abatimento, ou seja, há uma mudança dos efeitos. Altera-se o plano de eficácia do negócio. 
	Vícios do Negócio Jurídico
	Vícios Redibitórios
	Defeito: vontade
	Defeito: objeto
	Ocorre no Plano de validade
	Plano de eficácia do negócio jurídico
	Cabe Ação Declaratória de Nulidade ou Anulatória
	Abatimento proporcional no preço ou desfazimento – Ação Quanti Minoris ou Ação Redibitória
IV. Vícios / Defeitos do Negócio Jurídico
1. Erro ou Ignorância
Erro - é a falsa percepção da realidade. Difere conceitualmente da ignorância - é o completo desconhecimento da realidade. O CC equiparou erro e ignorância tratando-os como sinônimos.
Consequências:
Efeito: anulável
Ação: anulatória
Prazo: 4 anos – celebração do negócio. Decadencial.
Legitimidade: Prejudicado.
Questão: A escusabilidade é um requisito para a anulação do negócio jurídico por erro?
Posição da Corrente Majoritária: defende que a escusabilidade ainda é um requisito para a anulação no negócio jurídico por erro. A escusabilidade é afirmar que a pessoa que incidiu no erro foi um erro justificado. A escusabilidade determina a análise do comportamento do prejudicado. Está fundamentada na redação do art. 138 do CC.
A escusabilidade consiste em indagar se o homem médio incidiria no erro da pessoa que foi prejudicada. Essa corrente se sustenta na redação do artigo 138 do CC:
Art. 138. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias do negócio.
OBS: Para o Erro anular o N.J. deve deverá ser Substancial e Cognoscível. Erro Substancial é aquele erro de grandes proporções. Erro Cognoscível é aquele que pode ser percebido por pessoa de diligência normal.
	Classificação do erro quanto a determinação:
	a) Erro substancial ou error in substancia: é o erro que incide sobre aspecto determinante do negócio. Está previsto no artigo 139 CC. Ex: material do que é feito uma jóia.
Art. 139. O erro é substancial quando:
I - interessa à natureza do negócio, ao objeto principal da declaração, ou a alguma das qualidades a ele essenciais;
II - concerne à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a quem se refira a declaração de vontade, desde que tenha influído nesta de modo relevante;
III - sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o motivo único ou principal do negócio jurídico.
O erro substancial gera a anulabilidade do negócio, é ANULÁVEL.
b) Erro acidental: é o erro que incide sobre aspecto não determinante do negócio. Ex.: o embrulho do relógio, não é importante.
Não gera a anulabilidade do negócio. NÃO é ANULÁVEL.
Indenização: Além de não poder anular o negócio, a parte prejudicada não pode pedir indenização pelas perdas e danos, pois o outro contratante não tem culpa pelo erro da outra parte. Quem erra, erra sozinho.
Erro de cálculo não permite a anulação do negócio jurídico, mas tão só a retificação do cálculo.
OBS: O erro não prejudica a validade do negócio jurídico quando a pessoa, a quem a manifestação de vontade se dirige, se oferecer para executá-la na conformidade da vontade real do manifestante.
OBS: A oferta vincula o anunciante, contudo se a oferta for veiculado por erro não vincula. Art. 141 C.C. 
Art. 141. A transmissão errônea da vontade por meios interpostos é anulável nos mesmos casos em que o é a declaração direta.
Ex: X quer vender a casa e manda anunciar no Jornal Y, contudo o Jornal erra o valor do imóvel e anuncia a venda por um preço menor, logo a oferta não vinculará X.
2. DOLO
É o induzimento malicioso de uma pessoa a erro. Você é prejudicado pelo outro contratante. É levado ao erro por outrem.
Quanto ao Terceiro:
1. Em conluio com a outra parte: anulável;
2. Sem conluio: o negócio não é anulável;
Consequências
Efeito: NJ é anulável
Ação: anulatória
Prazo: 4 anos
Legitimidade: parte prejudicada
Classificação do dolo quanto a determinação:
a) Dolo Essencial (dolus causam): dolo essencial é aquele que incide sobre aspecto determinante do negócio. É aquele em que se o contratante soubesse da realidade/ verdade o negócio não teria sido celebrado. Torna o negócio jurídico anulável.
b) Dolo Acidental (dolus incidens): é o dolo que recai sobre o aspecto secundário do negócio. É aquele que mesmo que o contratante tivesse conhecimento da realidade o negócio seria celebrado. Ex. o embrulho do relógio.
Se o aspecto é secundário o negócio não é anulável, mas a parte prejudicada pode pedir indenização.
Indenização: Não é anulável, mas admite-se indenização por perdas e danos se for provado prejuízo. No dolo pode porque a outra parte teve culpa pelo dolo.
 
Classificação do dolo quanto a conduta:
a) Dolo positivo ou comissivo: consiste em uma ação. Ex.: quando o vendedor afirma que o produto tem uma característica (inexistente), fala que o produto e de ouro mais não é.
b) Dolo negativo ou omissivo: consiste em uma omissão, conduta negativa. O contratante omite informação de que tinha conhecimento quando foi indagado. ANULÁVEL. Ex.: o vendedor omite informação de que tem conhecimento. 
Tanto o dolo positivo como o negativo permitem a anulação do negócio.
c) Dolo bilateral ou recíproco: ambas as partes agem com dolo. Esse negócio não pode ser anulado. As partes não podem pedir anulação do negócio nem indenização proporcional. O dolo de um compensa o dolo do outro, em consequência não pode ser anulado e não pode ser pleiteada a indenização.
Quanto a intenção
a) Dolus Mallus: aquele em que há intenção de prejudicar: ANULÁVEL.
b) Dolus Bonus: tem dois sentidos – intenção de ajudar e lábia comum dos comerciantes (deve ser moderada).
OBS: Nos dois sentidos, o negócio não é anulável no Dolus Bonus.
OBS: Pode também ser anulado o negócio jurídico por dolo de terceiro, se a parte a quem aproveite dele tivesse ou devesse ter conhecimento; em caso contrário, ainda que subsista o negócio jurídico, o terceiro responderá por todas as perdas e danos da parte a quem ludibriou.
3. COAÇÂO
É a pressão ou ameaça exercida sobre uma pessoa para que esta realize um negocio. Para que exista coação a ameaça deve ser real, seria e considerável (deve gerar na outra parte a sensação de medo). A ameaça pode se referir a pessoa do outro contratante, seus familiares e seus bens.
Coação relativa ou psicológica (vis compulsiva) 
É a que está prevista no CC/02. Segundo a doutrina é a que deixa opção ao coagido. Imagine que João está traindo a mulher dele, daí para que ele me venda a casa, mostro a ele a foto, e digo que se ele não vender a casa eu mostro as fotos a mulher dele.
Consequência e características:
Efeito: anulável
Ação: anulatória
Prazo: 4 anos a contar da data em que cessou a coação.
Coação Absoluta (vis absoluta)
É aquela que não deixa opção ao coagir. Ocoagido não manifesta vontade, você pratica um ato mecânico.
Consequência e características:
Efeito: negocio inexistente
Ação: ação declaratória de inexistência. 
Prazo: imprescritível 
OBS: O CC não consagrou essa distinção, pois não adotou a teria dos atos existentes e inexistentes.
Não caracterizam coação (art. 153 CC):
- Ameaça de exercício regular de direito; Ex. a ameaça de cobrar uma divida judicialmente. Ou seja, não é coação, não pode ser considerado coação, é um exercício regular de direito.
- Temor reverencial ou receio de desgosto. Ex. relação entre pais e filhos; patrão e empregado.
	4. ESTADO DE PERIGO
	5. LESÃO
	Requisito objetivo: uma pessoa realiza negócio jurídico assumindo prestação excessivamente onerosa. (manifestamente desproporcional)
Requisito Subjetivo: por quê? Qual a razão do prejuízo?
A própria pessoa, um parente próximo, um amigo íntimo, ou até mesmo cônjuge ou companheiro, que se encontram em uma situação de perigo de morte (ou de vida); e, ainda grave dano moral. 
Encontra-se em uma situação de perigo de morte\vida ou grave dano moral.
Ex.: o pai que vende um bem por valor muito baixo para pagar a cirurgia do filho. 
Ex.: se o filho corre o risco de ficar tetraplégico.
O que está por trás? É um direito extrapatrimonial (direito da personalidade). O bem é maior, motivo maior, mais importante que o outro.
RATIO LEGIS
Proteção de um direito da personalidade
Consequência e características:
*efeito: anulável
*ação: anulatória
*Prazo: 4 anos – da celebração do negocio 
*legitimidade: prejudicado
*princípio da conservação do contrato:
O negócio não será anulado por estado de perigo ou lesão se a outra parte se oferecer para pagar ou devolver a diferença.
	Requisito objetivo: uma pessoa realiza negócio jurídico assumindo prestação excessivamente onerosa. (manifestamente desproporcional)
Requisito Subjetivo: por quê? Qual a razão do prejuízo?
A pessoa se encontrava numa situação de premente necessidade ou de inexperiência.
Aqui a premente necessidade é patrimonial, é financeira. O cara que está desempregado, por exemplo. O interesse que está por trás da lesão é sempre direito patrimonial.
Inexperiência economia, financeira, social, contratual, técnica, etc. 
A pessoa agiu em situação de:
- premente necessidade ($$ - dificuldade financeira);
- Inexperiência (pode ser social, econômica, técnica, financeira, etc)
RATIO LEGIS
Proteção de um direito patrimonial.
Consequência e características:
*efeito: anulável
*ação: anulatória
*Prazo: 4 anos – da celebração do negocio 
*legitimidade: prejudicado
*princípio da conservação do contrato:
O negócio não será anulado por estado de perigo ou lesão se a outra parte se oferecer para pagar ou devolver a diferença.
Doutrina moderna defende a possibilidade da parte prejudicada por estado de perigo ou lesão ingressar com ação de revisão contratual ao invés de anulatória com base no princípio da conservação dos contratos que decorre do Princípio da Função Social.
OBS: Para que o negócio seja anulado por estado de perigo é necessário provar dolo de aproveitamento, isto é que a outra parte sabia da situação de perigo. Na lesão não é necessário provar o dolo de aproveitamento. É mais fácil anular o negócio por lesão.
4. Fraude contra credores
É a atuação maliciosa do devedor insolvente ou na iminência de assim se tornar, que se desfaz de seu patrimônio procurando não responder pelas obrigações anteriormente assumidas.
A fraude contra credores acontece quando o devedor insolvente, ou na iminência de se tornar insolvente, pratica negócios capazes de reduzir o seu patrimônio, em prejuízo dos seus credores. A princípio, somente os credores quirografários (são aqueles sem garantia de receber alguma coisa), porquanto desprovidos do direito de preferência, poderão sofrer a fraude contra credores. Excepcionalmente, porém, os credores com garantia real também poderão ser por ela prejudicados, toda vez que o valor do bem dado em garantia não for suficiente para assegurar o pagamento dos seus créditos. Ressalte-se que a fraude contra credores pode se revelar através de duas formas principais: 
a) Negócios de transmissão gratuita ou remissão de dívida. Dispensam a prova do consilium fraudis (= conluio fraudulento entre o devedor insolvente e o adquirente dos seus bens); 
b) Negócios de transmissão onerosa. Exigem a prova do consilium fraudis, o qual, porém, presumir-se-á quando a insolvência for notória, ou houver motivo para ser conhecida do outro contratante (CC, art. 159). 
Saliente-se que ação destinada a anular a fraude contra credores recebe o nome de ação pauliana, devendo ser proposta, em tese, pelos credores quirografários que já o eram ao tempo dos atos fraudulentos, bem como pelos credores preferenciais cuja garantia se tornar insuficiente, observada a mesma condição. Devem ser chamados a compor o polo passivo o devedor insolvente, a pessoa que com ele celebrou a estipulação fraudulenta, ou terceiros adquirentes que hajam procedido de má-fé. E uma vez anulada a fraude, a vantagem dela resultante deverá ser revertida em proveito do acervo sobre o qual se efetuará o concurso de credores.
O que acontece aqui? Uma pessoa realiza NJ com outra com objetivo de prejudicar sempre terceiros. Ex: imagine que Antônio é credor de Maria, ela viu que não ia poder pagar, e então ela vê seus bens que poderão ser penhorados por Antônio; ela não quer que penhore nada, e por isso ela vende seus bens para Jose. Quem participou do NJ fraudulento foi Maria e Jose, e o prejudicado foi Antônio. 
Aqui Antônio tem que ingressar com ação para requerer a anulação desse NJ, por meio da ação pauliana.
Questão n.142 – juiz federal/2007 – 5ª Região – Cespe) Para a caracterização da fraude contra credores e a consequente anulação do ato jurídico, faz-se necessário que o devedor esteja em estado de insolvência ou na iminência de alcançá-lo e pratique maliciosamente negócios que desfalquem seu patrimônio em detrimento da garantia que este representa para os direitos creditórios alheios. Gabarito oficial: Certa
Requisitos para caracterização da fraude contra credores:
Evento danoso (eventus damni): o ato tachado de fraudulento deve ter deixado o devedor sem patrimônio suficiente para responder pela dívida. Deve ser provado que a celebração do NJ reputado de fraudulento deixou o devedor sem patrimônio suficiente para responder pela dívida. A insolvência do devedor foi provocada pelo negócio fraudulento. Provar o evento danoso significa que Antônio terá que provar que em razão da venda de Maria para Jose, ela ficou insolvente; se ela não tivesse vendido seus bens, ela teria patrimônio para ser executado, e poria pagar a dívida. Se Maria além dos bens que vendeu para Jose, tivesse outros que fossem capaz de responder pela dívida, ela não ficou insolvente, não sendo a venda do bem fraude contra credores. Faltaria para o autor interesse de agir, porque Maria teria dinheiro para pagar.
Conluio fraudulento (consilium fraudi): o credor tem que provar o conluio entre o devedor e o adquirente. Provar o conluio deles é provar a má fé dos contratantes, em especial a do adquirente. Na verdade o que importa é demonstrar a má-fé do adquirente, porque o adquirente de boa-fé subjetiva em regra não perde o bem, ou seja, a venda do bem não será anulada (pegadinha de concurso), deve ser quebrada a presunção estabelecida pelo princípio da boa fé. Se a alienação foi gratuita presume-se o conluio, já que ele não teve prejuízo. Atualmente a jurisprudência tem entendido que a simples existência de parentesco entre o devedor e o adquirente não é suficiente para provar a má fé. 
OBS: se a alienação do bem ocorreu a título gratuito o conluio fraudulento é presumido.
OBS 2: Atos de doação dispensam a prova do conluio.
Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar o devedor já insolvente,ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos.
	
OBS 3: Há dois casos em que o conluio se presume em atos de transmissão onerosa: 1) quando a insolvência for notória; 2) quando houver motivo para ser conhecida do adquirente.
Anterioridade do crédito: somente existirá fraude contra credores se antes da realização do NJ o alienante já estava devendo para alguém. A fraude é contra credor, e para isso temos que ter um credor. É lógica temporal. A fonte obrigacional (ex: venda, batida do carro, etc.) deve ser anterior à realização do NJ. O que importa é o momento da existência da dívida e não seu vencimento ou seu reconhecimento judicial.
Enunciado 292/CJF – Art. 158. Para os efeitos do art. 158, § 2º, a anterioridade do crédito é determinada pela causa que lhe dá origem, independentemente de seu reconhecimento por decisão judicial. (ex.: da batida no carro; essa foi a causa que lhe deu origem, e por isso, desde então se praticar fraude, será anulável. Não é desde a decisão judicial que começa a fraude).
Hipóteses de fraude contra credores:
Atos de transmissão gratuita, remissão de dividas ou renúncia de direitos (CC/02, art. 158): O ato fraudulento é presumido. Ocorre quando um devedor insolvente cede parte de seu patrimônio reduzido, abrindo mão do que indiretamente pertence a seus credores. Não importa a ciência da insolvência do doador pelo donatário, pois o interesse do credor prevalece sobre o interesse do donatário. Nesta hipótese, portanto, dispensa-se a prova do conluio fraudulento. Aplica-se o mesmo raciocínio para a remissão de dívidas ou remissão de direitos, já que, quando o devedor perdoa alguma dívida ou renuncia a algum direito, reduz o patrimônio ou direito que seriam dos seus credores.
Alienações onerosas quando a insolvência e notória ou de conhecimento do outro contraente (CC/02, art. 159): Existe o conflito entre o credor do alienante e o adquirente de boa-fé. Se o adquirente não tem ciência da insolvência do devedor, seu interesse é que vai prevalecer sobre o do credor. Porém, se o adquirente sabia da insolvência do devedor e agiu de má-fé, o negócio pode ser anulado.
Pagamento antecipado de dívida a credor quirografário (CC/02, art. 162); Se o devedor paga dívidas vencidas age licitamente. Porém, se paga débitos que ainda não venceram, age de maneira anormal, que já revela o propósito fraudulento. Nesta hipótese, aquele que recebeu antecipadamente dever repor o que foi recebido a favor do acervo sobre que se tenha de efetuar o concurso de credores.
Outorga fraudulenta de garantias reais (art. 163 CC): O devedor insolvente que presta qualquer forma de garantia real (hipoteca, penhor ou anticrese) a um de seus credores quirografários, acaba prejudicando os demais em razão da preferência estabelecida. Nesta hipótese há presunção legal júris et de jure de fraude, acarretando sua anulabilidade;
Constituição de garantia ou preferência pelo devedor insolvente em favor de determinado credor (CC/02, art. 163): Também denominado por Silvio Rodrigues como constituição de direitos de preferência a um ou alguns dos credores quirografários. O pagamento deve ser feito proporcionalmente a todos os credores, não podendo ser dada preferência a nenhum deles.
Consequências da fraude contra credores de acordo com o CC
Efeito: de acordo com o CC, torna o NJ anulável (plano de validade). Atenção: A doutrina nacional já está de acordo com a doutrina italiana, ou seja, para os tribunais (posição pacífica no STJ) o negócio fraudulento é ineficaz perante terceiros (plano da eficácia). Em prova, se perguntar de acordo com a lei, responder pela primeira; e se pedir posição dos tribunais, responder pela segunda.
Ação: AÇÃO PAULIANA, independentemente de falar em anulabilidade ou ineficácia. É uma espécie de ação anulatória. 
Prazo: de 4 anos contados da celebração do NJ. Prazo de decadência (toda vez que falamos de anulabilidade, é prazo decadencial)
Legitimidade: da parte prejudicada (credor) ou de seus sucessores.
Em regra deve ser gabaritado invalidade (plano de validade), porém se a questão falar expressamente que é com base na doutrina e jurisprudência – ineficaz.
Obs.: se o enunciado fizer referência expressa a posição doutrinária moderna ou a jurisprudência do STJ deve ser gabaritado que o ato é INEFICAZ. (plano de eficácia)
Questão: o cônjuge precisa ser citado da ação pauliana? Sim, de acordo com o art. 10, parágrafo 1º, inciso I do CPC. E se ele não for citado, o que pode fazer? Entra com embargos de terceiro, para impugnar o ato.
Questão: a fraude contra credores pode ser reconhecida em sede de embargos de terceiro? Não, ela exige ação própria, ou seja, a pauliana.
4. SIMULAÇÃO:
É o desacordo entre a vontade interna (intenção) e a vontade externa (manifestação). Simulação da ideia de uma mentira, um NJ simulado é uma NJ falso, mentiroso, com objetivo de prejudicar terceiro. Na simulação, os contratantes agem em conluio com o objetivo de prejudicar terceiro. Em que pese a situação geográfica a simulação continua sendo espécie de vício de NJ na vigência do CC/02.
Art. 167 (CC/02). É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido
for na substância e na forma.
§ 1o Haverá simulação nos negócios jurídicos quando:
I - aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente se
conferem, ou transmitem;
II - contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira;
III - os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados.
§ 2o Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-fé em face dos contraentes do negócio jurídico
simulado.
Questão: qual a natureza jurídica da simulação diante de sua localização no código civil de 2002? Em que pese a mudança do tratamento da matéria no CC/02, simulação continua sendo espécie de vício social.
Reserva Mental
A simulação não deve ser confundida com a reserva mental, caracterizada como uma manifestação de vontade não desejada em seu conteúdo, pois nesta não há conluio com destinatário.
A segunda diferença consiste no fato de que a simulação gera a nulidade do negócio, a reserva mental não.
A única hipótese em que a reserva mental invalida o negócio jurídico, é quando o destinatário da manifestação tem conhecimento da reserva mental.
Consequências da Simulação
Efeito: Torna o NJ nulo, é a nulidade é absoluta. O ÚNICO vício que torna o negócio NULO.
Ação: não é ação anulatória, porque se é nulo o juiz não precisa anular, por isso é ação declaratória de nulidade absoluta.
Prazo: sempre, imprescritível. O prazo não existe.
Legitimidade: quem foi o prejudicado, qualquer interessado, inclusive o MP, nas causas em que ele pode intervir (tem ações que o MP deve intervir, e as que ele pode intervir, mas não é em qualquer causa que ele pode intervir.
Natureza Jurídica da Simulação diante de sua localização no CC\2002: em que pese o deslocamento da matéria para o capítulo da invalidade negocial, a doutrina continua considerando o instituto como espécie de vício social do negócio jurídico.
Enunciado 294/CJF – Arts. 167 e 168. Sendo a simulação uma causa de nulidade do negócio jurídico, pode ser alegada por uma das partes contra a outra. (como é nula, é interessado inclusive as pessoas que causaram o NJ simulado).
Questão n.51 – juiz federal – 3ª Região – 13o Concurso – Banca própria). Simulação e:
a) uma causa de nulidade do negócio jurídico;
b) um vício de consentimento;
c) um motivo para a rescisão do contrato;
d) uma causa de anulabilidade do negócio jurídico.
Gabarito oficial: A
Questão: Qual a natureza jurídica da simulação diante da sua localização no cc/02? 
Em que pese a localização do instituto no CC/02, a simulação continua sendo tratada como vício do Negócio Jurídico. 
Classificação da simulação quanto ao conteúdo:Pode ser de 2 tipos:
1) Simulação absoluta
É aquela em que tudo é mentira. É aquela em que existe aparência de um negócio, mas na essência as partes não desejam realizar qualquer negócio. Tudo é nulo.
Questão n. 63 – PFN/2007 – Prova II) João, ante o incessante pedido de parentes para que venha a prestar fiança ou aval, passa, para por fim aquele “assedio”, seus bens para Pedro, seu amigo, fazendo com que não haja em seu nome lastro patrimonial, tornado-lhe impossível a prestação de qualquer garantia real ou fidejussória. Nesse caso hipotético, configurou-se
a) simulação relativa subjetiva.
b) reserva mental.
c) simulação relativa objetiva.
d) dolo principal.
e) simulação absoluta.
Gabarito: E
Exemplos de simulação absoluta de Maria Helena Diniz:
I) o proprietário de uma casa alugada que, com a intenção de facilitar a ação de despejo contra seu inquilino, finge vendê-lo a terceiro que, residindo em imóvel alheio, terá maior possibilidade de vencer a referida demanda (RT, 177:250, 439:92);
II) a emissão de títulos de crédito, que não representam qualquer negócio, feita pelo marido, em favor de amigo, antes da separação judicial, para prejudicar a mulher na partilha de bens (RT, 255:451, 307:376, 441:276, 317:155 e 179:844);
III) a alegação de uma situação patrimonial inexistente, quando, p. ex., o proprietário de uma pedreira que explodiu, causando graves prejuízos a terceiros, declara que é devedor de enormes quantias a um amigo seu, a quem dá garantia rela, com a finalidade de, mediante a preferência concedida, ilidir a execução que lhe seria movida pelas vítimas do referido acidente (RF, 40:546); 
IV) o devedor que finge vender seus bens para evitar a penhora;
V) a pessoa que, ante o incessante pedido de parentes para que venha a prestar fiança ou aval, passa, para pôr fim àquele “assédio”, seus bens para um amigo, fazendo com que não haja em seu nome, lastro patrimonial, tornando-lhe impossível a prestação de qualquer garantia real ou fidejussória.
Não há negócio dissimulado.
2) Simulação relativa
É aquela em que nem tudo é mentira. É aquela em que há aparência de um NJ, mas na essência as partes desejam realizar NJ diverso. Aqui nem tudo era falso, uma parte é verdadeira e outra é falsa. Ex: compra e vende e imóvel; essa casa está avaliada em 1 milhão, na escritura as partes reduzem o valor da casa ao máximo que se consegue (valor venal); fazem isso para o os dois pagarem menos impostos (comprador paga menos ITBI e vendedor paga menos IR sobre o lucro da transação imobiliária). Porque essa simulação é relativa? Porque existia um NJ verdadeiro, porque foi feita realmente uma compra e venda, e a única coisa falsa era o valor.
Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma (aplica-se na simulação relativa) nem tudo é mentira, portanto nem tudo é nulo.
Ela pode ser:
Objetiva: aqui o falso será o próprio objeto, a natureza do negócio (compra e venda, mas é doação), a data, a condição, o preço (digo que estou vendendo uma casa, mas estou vendendo outra), etc.
Subjetiva: aqui o falso são os sujeitos, as pessoas (quando temos pessoa interposta), as partes. Ex: posso doar bem para minha amante, sendo casado? Não posso, e então o que eu faço? Dôo para a mãe dela, para beneficiá-la; quem está se aproveitando da doação é a minha amante. Ex.: laranja.
Enunciado 153 do CJF – Art. 167: Na simulação relativa, o negócio simulado (aparente) é nulo, mas o dissimulado será válido se não ofender a lei nem causar prejuízos a terceiros. 
Enunciado 293 do CJF – Art. 167. Na simulação relativa, o aproveitamento do negócio jurídico dissimulado não decorre tão-somente do afastamento do negócio jurídico simulado, mas do necessário preenchimento de todos os requisitos substanciais e formais de validade daquele.
Mas e a regra do art. 167 ? Ele quer dizer que se for simulação absoluta não tem como aplicar essa regra do art. 167, porque não tem parte dissimulada. Na absoluta não posso aproveitar nada. Porque tudo é mentira! No caso da simulação relativa, nem tudo é mentira, e por isso nem tudo é nulo. O art. 167 diz que quando for simulação relativa, não interessa para ninguém a nulidade absoluta do NJ; no exemplo, quando venderam o bem a preço menor, estavam prejudicando a fazenda. Mas a Fazenda não tem interesse em desfazer esse NJ, ele só quer receber o imposto. Por isso aqui o NJ será nulo, mas nem todo ele. O NJ verdadeiro que existe por trás pode ser válido, se preencher os requisitos na substância e na forma. Ou seja, quando a simulação é relativa o NJ poderá ser declarado nulo de forma parcial de acordo com o art. 167 CC.
Classificação da simulação quanto ao propósito
Simulação maliciosa: é aquela que tem por objetivo prejudicar terceiros ou violar disposição de lei (fraudar lei imperativa). O que acontece aqui? Ela torna o NJ nulo, sem duvida alguma. Não existe divergência.
Simulação inocente: é aquela em que as partes não tem por objetivo prejudicar terceiros ou violar a lei, mas tão somente ocultar de terceiros a verdadeira natureza do NJ. 
Para que alguém vai simular um NJ se não quer prejudicar ninguém? Ex.: quando a pessoa quer ocultar um NJ de outrem. Ex: estou doando um bem a alguém, mas não quero que outras pessoas saibam. 
Questão: a simulação inocente invalida o NJ?
1ª corrente: para ela, a simulação inocente não invalida o NJ no CC/02, bem como no CC/16; porque se não há prejuízo, não há falar em nulidade. Defensores: Maria Helena e Caio Mario. Fundamenta-se no principio “ne pas de nullité sans grief” – não existe nulidade sem prejuízo. É o que prevalece na banca CESPE. 
2ª corrente: defende que na vigência do CC/02, toda simulação gera nulidade, inclusive a inocente. Defensores: Silvio Rodrigues e Francisco Amaral. 
Neste sentido “Enunciado 152/CJF”: Toda simulação, inclusive a inocente, é invalidante.
5. LESÃO
Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.
Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valores vigentes ao tempo em que foi celebrado o negócio jurídico.
OBS: Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a redução do proveito.
V. Invalidade do Negócio Jurídico
	
V.I. Nulidades 
Conceito: As nulidades correspondem a vícios que impedem a passagem do negócio jurídico pelo plano da validade. Subdividem-se em duas espécies: a nulidade absoluta (ou, simplesmente, nulidade), que incide quando o vício se contrapõe à ordem pública, e a nulidade relativa (ou anulabilidade), quando atinge interesses apenas particulares. 
Diferenças entre nulidade absoluta e relativa. 
As hipóteses de nulidade absoluta encontram-se elencadas exemplificativamente no art. 166 do CC. São elas: 
a) agente absolutamente incapaz; 
b) objeto ilícito, impossível ou indeterminável; 
c) quando o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito; 
d) inobservância da forma prescrita em lei; 
e) preterição de solenidade que a lei considere essencial; 
f) fraude à lei (imperativa); 
g) quando a lei taxativamente declarar o ato nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção. 
OBS: as nulidades absolutas são vícios de ordem pública.
Outrossim, a teor do art. 167 do CC, “É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma”. Há de se entender, destarte, que a simulação opera nulidade absoluta, devendo no entanto subsistir o negócio dissimulado, sempre que este preencher os pressupostos substanciais e formais para a sua validade; caso ele não venha a atender tais pressupostos, restará incurso em nulidade absoluta ou relativa, a depender da natureza do vício. 
Os casos legais de nulidade relativa estão listados,

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