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RESENHA DO LIVRO "A IMPORTÂNCIA DO ATO DE LER" - PAULO FREIRE

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS – UEA
CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES DE TEFÉ – CEST
PAULO FREIRE
A importância do ato de ler: em três artigos que se completam
TEFÉ – AM
2018
ANDRESSA ALMEIDA DE OLIVEIRA - 1816120054
DANIEL SIQUEIRA RIBEIRO – 1816120007
GILLIANA GIL DA COSTA – 1816120067
TEREZA RAQUEL MAGALHÃES DE SOUZA - 1816120040
Resenha
Trabalho apresentado ao curso de licenciatura em pedagogia, da Universidade do Estado do Amazonas CEST – UEA, como requisito pela obtenção de notas na disciplina de 
Metodologia do trabalho científico
, ministrada pela Prof.ª 
Dra. Ethel Silva de Oliveira.
TEFÉ – AM
2018
FREIRE, Paulo, 1921-1997. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam / Paulo Freire, – São Paulo: Cortez, 2011. – (Coleção questões da nossa época; V. 22)
	Paulo Freire nasceu em Recife (PE), formou-se em direito, mas não seguiu carreira, encaminhando a vida profissional para o magistério. Em 1963 em Angicos (RN), coordenou um programa que alfabetizou 300 pessoas em pouco mais de um mês. No governo do presidente João Goulart, esteve à frente do Plano Nacional de Alfabetização em países africanos. Publicou vários livros voltados para a questão da educação; sua obra mais famosa dentre os educadores é a Pedagogia do Oprimido, publicado em 1987, além de outros mais conhecidos como Pedagogia da Autonomia, que alcançou sua 50ª edição em 2015.
	O livro “a importância do ato de ler: em três artigos que se completam”, publicado pela editora Cortez, é constituído de 102 páginas, dividido em três capítulos (artigos), onde dois deles são frutos de palestras proferidas pelo próprio autor em Campinas, na abertura do Congresso Brasileiro de Leitura em novembro de 1981, e o segundo no XI Congresso Brasileiro de Biblioteconomia e Documentação em João Pessoa, em janeiro de 1982. O terceiro artigo, dividido em duas partes, foi primeiramente publicado na Harvard Educational Review, em fevereiro de 1981; possui dois prefácios, em elaborado por Ezequiel Theodoro da Silva correspondente à 51ª edição, onde narra sua trajetória com Freire e sua gratificação por organizar a presente edição, alegando a dificuldade mínima do conteúdo por parte dos leitores. O segundo é o prefácio à 1ª edição, elaborado por Antônio Joaquin Severino, que faz uma breve introdução da obra, apresentando a estrutura e a importância da leitura na visão do autor.
	Na apresentação, Freire expressa sua gratidão pela insistência da procura deste livro, que de onze anos atrás até agora, várias de suas reimpressões deram um significado à importância do ato de ler, e como educador ele se preocupa que os leitores e alunos de escolas e universidades tenham uma forte relutância em não compreender certos significados na leitura, e com isso, como brasileiro, não desiste dos seus ideais na busca de educar e incitar o gosto pela leitura.
	No primeiro capítulo intitulado “a importância do ato de ler”, o autor começa falando a respeito de como se sentia, um ato de prazer ao escrever esta obra, onde ele podia atrelar estes conceitos à sua infância, adolescência e mocidade, onde essa importância de ler o mundo começou a se construir. Este mundo do qual Freire se refere, vem da sua própria caixa de lembranças, mesmo quando não tinha capacidade para ler uma única palavra, lia tudo o que estava ao seu redor de maneira significativa, o chão por onde andou e começou a dizer as primeiras palavras, sua íntima relação com as árvores do quintal da casa de sua mãe, a agilidade de se balançar em seus galhos, sua afetividade com os irmãos mais velhos e seus pais se caracterizavam como as primeiras leituras de sua vida. Freire descreve tudo isso como “textos”, “palavras” e “letras” que compunham tudo o que estava à sua volta, incluindo outro mundo, o mundo dos adultos, a linguagem de seus pais, o medo das histórias de assombração contadas por seus avós, sua relação com suas crenças, costumes e gostos. Ele associa estas vivências nos textos que escreve, pois desde pequeno, recebeu ajuda de seus pais enquanto começava a se relacionar com o seu mundo, seu universo particular regado a peraltices de criança, ao observar os pássaros cantando, as frutas verdes amadurecendo, até o cair das folhas, onde no chão de seu quintal foi alfabetizado, onde teve contato com as suas primeiras palavras escritas na areia com gravetos, que era o seu giz, palavras estas que provinham de sua leitura de mundo, e que mais tarde, ao entrar na Escola de Eunice Vasconcelos, onde a leitura da palavra e a leitura de mundo não deixaram de ter significado em sua vida, visitando sua casa já quando adulto, como professor educador, relembrando os bons tempos, compartilhando suas histórias com seus alunos, pois esta leitura que fizera desde a infância, jamais deixou de influenciar na sua carreira pedagógico-educacional, onde ensina que o verdadeiro ato de ler vem da própria leitura, do seu mundo, de suas escolhas e não de leituras mecanizadas.
No segundo capítulo intitulado “Alfabetização de adultos e bibliotecas populares – uma introdução”, Freire fala do problema da leitura e da escrita que requer a nossa atenção. As questões abordadas pelo autor são de cunho político, crítico e educacional, que inclui o problema da alfabetização e da situação da educação em nosso país, quando o autor retrata a questão do poder, da burguesia, que visa em uma educação neutra e sistematizada. Por outro lado, ele enfatiza que o educador ou educadora deve confrontaras ideologias que os poderosos impõem entre elas e a realidade, realidade essa que os educandos juntamente com os educadores vivem, é aclarar essas ideias de que a neutralidade da educação não deve ser tomada como um instrumento de manipulação. Um educador jamais deve impor neste caso, um elitismo autoritário, no sentido de apenas falar e não ouvir, mas sim ter uma postura de atuação libertadora, sem imobilizar o conhecimento, mas sim ouvindo também. O analfabeto não pode se sentir um excluído da sociedade por não ter o domínio da leitura, da palavra e da escrita, mas sim recebê-la de forma caridosa pela mão dos educadores, se tornando um alfabetizando, um ser sujeito, onde o alfabetizador deve lançar mão das experiências dos educandos e não se baseando apenas pelas suas, o que pode denotar o autoritarismo de sua parte. Outra questão abordada é a criação de uma biblioteca popular, não uma biblioteca comum, cheia de livros empoeirados e silenciosa, mas uma biblioteca dotada de conhecimentos dos próprios alfabetizandos; esse tipo de projeto visa implementar uma nova forma política e cultural de disseminar o conhecimento local, através de estórias do povo, de seus costumes, de suas crendices, receitas típicas, costumes e fatos abordados na vida de cada um. Essa biblioteca, segundo o autor, afirma que “com este material todo poderiam ser feitos folhetos, com o respeito total à linguagem – sintaxe, semântica, prosódia – dos entrevistados (FREIRE, 2011, p. 46). Todo esse pacote cultural poderia ser usado para vários programas de alfabetização e pós-alfabetização, onde seminários e debate fazem parte deste novo método de aprendizagem que o autor sempre dar apoio.
A primeira parte do terceiro capítulo intitulado “O povo diz a sua palavra ou a alfabetização em São Tomé e Príncipe”, o autor fala dos materiais elaborados para as fases da alfabetização e da pós-alfabetização, que consistem em materiais que desafiam o educando, e é isso que foi realizado em São Tomé e Príncipe na alfabetização de adultos, com a ajuda de cadernos de cultura popular usados como livros básicos, que não são materiais domésticos com exercícios comuns, mas propriamente a série de livros na qual esta obra se encontra como o 22° volume, cujo 1° começa com a alfabetização. O verdadeiro objetivo dessas obras é, em primeiro, para desafiar o aluno, e segundo, para causar a curiosidade que vá além de uma leitura mecânica e cansativa em sala de aula, para que o povo tenha participação como sujeito e não comoum objeto, para encontrar os caminhos que levem à nova produção de seres letrados, fazer com que eles tenham uma visão crítica do futuro e do presente. A segunda parte Freire mais uma vez enfatiza que esses materiais usados para ambas as áreas da educação (alfabetização e pós-alfabetização), se caracterizam como desafiadores; com isso, foram transcritos exercícios do caderno de Exercícios Praticar para Aprender, que começa a ser usado quando os alfabetizandos já possuem a capacidade de ler algumas sentenças, e dessa forma, este caderno mostra a importância da prática e para obtermos o conhecimento, auxiliando na alfabetização. O segundo caderno, chamado de Caderno de Cultura Popular, foi pensado a princípio como livros básicos da primeira etapa da pós-alfabetização, mas com o passar do tempo, este material passaria a ter outra serventia em um nível mais adiantado da pós-alfabetização, abordando a prática e os benefícios garantidos pela leitura e aumentando os conhecimentos que são necessários para a construção de uma sociedade mais alternativa.
Finalizando o livro, o autor diz: “a experiência de aumentar os conhecimentos que já tinhas, por causa de tua prática, antes mesmo de aprenderes a ler e a escrever; a experiência de consolidar e aprofundar, em grupo, os conhecimentos obtiveste na primeira fase de teus estudos e a de ganhar outros conhecimentos. A experiência de discutir mais organizadamente um maior e variado número de temas, a partir da leitura de textos. Mas, sobretudo, esperamos que tenhas percebido a importância de pensar certo, de refletir. Esperamos que tenhas percebido que a nossa tarefa revolucionária não poderia ser dar informações. A nossa tarefa revolucionária exige de nós não apenas informar corretamente, mas também formar” (...) (p.178).

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