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Curso de Direito Processual Civil partes

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Curso de Direito Processual Civil 
– Humberto Theodoro Júnior
Partes
Relação jurídica trilateral: vincula os sujeitos da lide e o juiz, todos à procura de uma solução para o conflito de interesses estabelecido em torno da pretensão de direito material de um dos litigantes e da resistência do outro.
Parte:
Sentido material – sujeito da lide.
Sentido processual – sujeito do processo. Pessoa que pede ou perante a qual se pede, em nome próprio, a tutela jurisdicional.
Autor: invoca a tutela jurídica do Estado e toma a posição ativa de instaurar a relação processual.
Réu: fica na posição passiva e se sujeita à relação processual instaurada pelo autor.
Parte = sujeito que intervém no contraditório ou que se expõe às suas consequências dentro da relação processual.
Nomenclatura
Processo de conhecimento
Ações em geral: demandante e demandado.
Reconvenção: reconvinte e reconvindo.
Recursos em geral: recorrente e recorrido.
Apelação: apelante e apelado.
Agravo: agravante e agravado.
Embargos de terceiro ou de declaração: embargante e embargado.
Intervenções de terceiro: denunciado, chamado, assistente, amicus curiae, interveniente.
Processo de execução
Partes da execução forçada: exequente e executado.
Embargos do devedor ou de terceiro: embargante e embargado.
Tutela provisória: requerente e requerido.
Jurisdição voluntária: não há partes, apenas interessados.
Substituição processual
“Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico.”
Substituição processual = demandar a parte, em nome próprio, a tutela de um direito controvertido de outrem. Cisão entre titularidade do direito subjetivo e o exercício da ação judicial. Faculdade excepcional.
	Sempre que a substituição processual se mostre possível perante a lei, ocorrerá o pressuposto de conexão de interesse entre a situação jurídica do substituto e a do substituído. A relevância do vínculo capaz de legitimar a substituição processual só decorre de valoração que se reserva apenas à lei. A vontade das partes não é suficiente para criar substituição processual que não tenha sido expressamente prevista em lei.
Poderes do substituto penal: amplos – atos de disposição do próprio direito material do substituído.
	A coisa julgada forma-se em face do substituído, mas, diretamente, recai também sobre o substituto.
Sucessão de parte e alienação do bem litigioso
Se o direito controvertido se torna, no curso do processo, objeto de transferência a título particular, o processo prossegue entre as partes originárias (ato entre vivos) ou perante o sucessor a título universal (por causa de morte), mas a sentença produzirá seus efeitos, mesmo que perante o adquirente e o legatário. A inoponibilidade da transferência ao adversário do alienante é inspirada pela necessidade de tornar possível o pronunciamento de mérito, que a oponibilidade da transferência impediria.
O direito substancial pode ser transferido sem afetar o processual, assim como a ação, conforme haja sucessão de parte ou substituição processual.
	Sucessão de parte
	Substituição processual
	Alteração dos polos subjetivos do processo.
	Nenhuma alteração nos sujeitos do processo.
	Após a alienação do bem ou do direito litigioso, em regra ocorre apenas a substituição processual. Eventualmente, há a completa sucessão de parte, mediante saída do litigante primitivo (transmitente) e entrada da parte nova (adquirente); exceção viável somente quando a parte contrária nela consentir.
Capacidade processual
Consiste na aptidão de participar da relação processual, em nome próprio ou alheio.
“Toda a pessoa que se encontre no exercício de seus direitos tem capacidade para estar em juízo.”
Representante – não é considerado parte, mas gestor de interesses alheios.
Representações:
Voluntárias – derivadas de negócio jurídico. A pessoa escolhe voluntariamente o representante para atuar em seu nome.
Representação necessária – não pode deixar de haver.
Legais – oriundas imediatamente da lei.
Podem ser parte: pessoas naturais e pessoas jurídicas. Não tem capacidade processual quem não dispõe de aptidão civil para praticar atos jurídicos materiais. Supre-se a incapacidade processual por meio da representação.
Capacidade – pressuposto processual
Sempre que a parte for civilmente incapaz, embora regularmente representada ou assistida, haverá necessidade de intervenção do Ministério Púbico no processo, a título de fiscal da lei, não como parte.
Massas patrimoniais personalizadas
Massa falida, herança jacente ou vacante, espólio, massa do insolvente civil, sociedades sem personalidade jurídica – pessoas formais.
Têm capacidade para ser parte:
Pessoas naturais;
Pessoas jurídicas;
Pessoas formais.
Capacidade processual das pessoas casadas
Capacidade ativa:
“O cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor ação que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando cassados sob o regime de separação absoluta de bens.”
Pressupõe sociedade conjugal em vigor e adoção de outro regime de bens que não a de separação absoluta.
A autorização pode ser suprida judicialmente, quando um cônjuge a recuse ao outro sem motivo justo, ou lhe seja impossível dá-la.
O regime legal da invalidade dos atos praticados sem outorga conjugal é o da anulabilidade.
O juiz tem poder de controle ex officio sobre tal requisito, exercitável a qualquer tempo ou fase do procedimento, enquanto não julgado o mérito da causa.
Capacidade passiva
Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para a ação:
Que verse sobre direito real imobiliário
Resultante de fato que diga respeito a ambos ou ato praticado por eles
Fundada em dívida contraída por um dos cônjuges a bem da família
Que tenha por objeto um imóvel;
Trata-se de litisconsórcio passivo necessário, cuja inobservância leva à nulidade do processo.
Ações possessórias
O possuidor, mesmo casado, pode propor ação possessória sem a participação obrigatória do cônjuge, se entre ambos não estiver praticamente configurada a composse. O esbulhador pode ser demandado pessoalmente sem a presença do cônjuge, se o ato ofensivo à posse do autor tiver sido praticado isoladamente.
Ações contraídas a benefício da família
No caso de dívidas contraídas pelo marido apenas, o litisconsórcio passivo se torna necessário quando o autor pretenda fazer reconhecida a responsabilidade patrimonial sobre os bens de ambos os cônjuges.
A união estável
Necessidade de consentimento dos companheiros na união estável, desde que comprovada nos autos.
Curatela especial
O juiz deve dar à parte um representante especial para atuar em seu nome apenas no curso do processo. A nomeação ocorre em alguns casos de incapacidade e revelia.
Ao incapaz, se não tiver representante legal, ou se os interesses deste colidirem com os daquele, enquanto durar a incapacidade;
Ao réu preso revel, bem como ao revel citado por edital ou com hora certa, enquanto não for constituído advogado.
Ao curador incumbe velar pelo interesse da parte tutelada, no que diz respeito à regularidade de todos os atos processuais, cabendo-lhe ampla defesa dos direitos da parte representada.
Peculiaridade: faculdade de produzir defesa por negação geral, obrigando o autor a provar suas alegações, mesmo quando não rebatidas especificamente.
“Se o curador não contestar cumpre ao juiz nomear outro para que apresente a defesa do réu.”
Representação das pessoas jurídicas e das pessoas formais
Serão representadas em juízo, ativa e passivamente:
a União Advocacia-Geral da União
Estados e Distrito federal procuradores
Município prefeito ou procurador
Autarquia/fundação de direito público quem a lei do ente designar
Massa falida administrador judicial
Herança jacente ou vacante curador
Espólio inventariante
Pessoa jurídica quem os atos constitutivos designarem
Sociedade e associação irregulares e outros entes sem personalidade jurídica administrador de seus bens
Pessoa jurídica estrangeira gerente, representante ou administrador de suafilial no Brasil.
Condomínio administrador/síndico
Massa solvente civil administrador nomeado pelo juiz da causa
Incapacidade processual e irregularidade de representação
Cumpre ao juiz verificar ex officio as questões pertinentes à capacidade das partes e regularidade de sua representação nos autos, por se tratar de pressupostos de validade da relação processual.
“Ao ingressar em juízo, a pessoa jurídica de direito privado deve provar sua constituição, a fim de mostrar a regularidade de sua representação.”

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