Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Dietoterapia na Obesidade Conceitos Acúmulo excessivo de gordura corporal. Desbalanço: calorias ingeridas (alimentos) x calorias gastas para o organismo funcionar. Há também influências genéticas, ambientais, sociais... As anormalidades glandulares não causam obesidade, exceto em casos de endocrinopatia. ALIMENTAÇÃO ATIVIDADE FÍSICA DESEQUILÍBRIO ENERGÉTICO Hipertrofia x Hiperplasia Hipertrofia adipócitos aumentam de volume. Hiperplasia número total de adipócitos aumenta. Os obesos possuem em geral, os adipócitos 50% maior e 3 vezes mais adipócitos do que os não obesos. Assim, a diferença de massa de tecido adiposo é dada pelo número e pelo tamanho de adipócitos. % Transição nutricional no Brasil. 0 15 30 45 Deficit de peso Excesso de peso Deficit de peso Excesso de peso POF 1974-5 PNSN 1989 POF 2002-3 Homens Mulheres 0 2 4 6 8 10 12 14 Homens Mulheres 1975 1989 1997 2003 % Tendência de obesidade em adultos brasileiros IMC ≥30. Comportamento e meio ambiente Dietas ricas em gorduras Fast-foods Dietas da moda Hábito de se alimentar fora de casa Fatores desencadeantes Fatores de risco Atividade Física (AF) Baixo nível de AF é fator de risco para o de peso; Nível de sedentarismo é mais alto em pessoas obesas; AF regular: altera a composição corporal; Níveis altos de AF a atividade da TMB; A AF regular contribui para a ↓ e manutenção do peso Fatores de risco Compulsão Alimentar Comer em breve período de tempo um quantidade exagerada de alimentos Sentimento de falta de controle sobre os episódios Comer até se sentir desconfortável Comer grandes quantidades de comida sem estar com fome Comer sozinho por se sentir constrangido pela quantidade que se está comendo Sentir-se decepcionado, deprimido ou culpado após a superingestão Ocorrem em média 2 vezes por semana Não está associado a comportamento compensatório (uso de medicamentos, exercício físico, vômito induzido) SUSCEPTIBILIDADE DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES A NOVOS PRODUTOS •Empresas produtoras de guloseimas: focam seus esforços de divulgação nos jovens e crianças. •Além de receptivos para novos produtos: estão formando seus padrões de consumo, e, uma vez conquistados, se transformam em consumidores permanentes. •Acesso a alimentos saborosos, de alto valor calórico e que são promovidos por campanhas que os associam à beleza, ao prazer e à felicidade. Fármacos Fármacos Consumo de inibidores de apetite no Brasil seja superior a 20 toneladas por ano. Remédios para emagrecer: efeitos mais rápidos Resultado: venda maior nas farmácias e o aumento da clientela dos médicos. Métodos para redução do peso Baseado na Anamnese VET habitual – 20-30% Risco – veracidade da dieta usual Método de Knox Peso teórico x 22 Risco – VET menor que a TMB Métodos para redução do peso Método prático BASEADO NA PERDA DESEJADA CADA 1 g, 1 kcal Métodos para redução do peso Método Venta (Valor Energético do Tecido Adiposo) 1kg de tecido adiposo = 1 kg de tecido adiposo/mês = 7.700kcal/30 dias = 256,5 kcal/dia Para reduzir /mês Reduz do VET/dia 1 kg 256,5 kcal 2 kg 513,0 kcal 3 kg 770,0 kcal 4 kg 1.026,0 kcal EER ATIVIDADE Coeficiente de atividade CAF/HOMENS CAFMULHERES Sedentário 1.0 < 1.4 1.00 1.00 Pouco ativo 1.4 < 1.6 1.12 1.16 Ativo 1.6 < 1.9 1.29 1.27 Muito ativo 1.9 < 2.5 1.59 1.44 HOMENS (SOBREPESO/OBESOS) NE = 1086– (10,4 x Idade) + Coeficiente de Atividade Física x (13,7 x Peso + 416 x Estatura) MULHERES (SOBREPESO/OBESAS) NE = 448 – (7,95 x Idade) + Coeficiente de Atividade Física x (11,4 X Peso + 619 x Estatura) idade (anos); peso (kg); estatura (metros) NÍVEIS DE ATIVIDADE FÍSICA PARA SOBREPESO/OBESOS (CAF) Adaptado de Dietary References Intakes for energy, macronutrients, fiber, fat, proteins and amino acids, 2002. Necessidade energética segundo FAO (2004) GET= TMB X FA , sendo: GET: gasto energético total TMB: taxa metabólica basal FA: fator atividade Taxa Metabólica Basal Faixa etária (anos) Masculino Feminino 0-3 59,512 x P - 30,4 58,317 x P - 31,1 3-10 22,706 x P + 504,3 20,315 x P + 485,9 10-18 17,686 x P + 658,2 13,384 x P + 692,6 18-30 15,057 x P + 692,2 14,818 x P + 486,6 30-60 11,472 x P + 873,1 8,126 x P + 845,6 >60 11,711 x P + 587,7 9,082 x P + 658,5 Fonte: FAO, 2004. Objetivos da Terapia Nutricional do Obeso Reduzir o peso com mobilização do tecido adiposo através de dieta hipocalórica Atender às necessidades individuais Introduzir bons hábitos alimentares Motivar o paciente Elaborar dieta compatível com a condição sócio-econômica do paciente Atender aos horários de alimentação do paciente Manter o peso obtido após conclusão do tratamento. Características da Dieta Dois tipos de obesidade: Obesidade regulada Ocasionada pelo excesso alimentar por período prolongado Mecanismo de defesa Em dietas hipocalóricas, adaptação metabólica para manutenção do peso Obesidade não regulada Relacionada a distúrbios hipotalâmicos Sem defesa Características da Dieta Proteínas 0,8 a 1,5 g/PI/dia CHO 50% do VET Evitar as dietas cetogênicas Cetonúria, diurese aumentada insulina e glucagon ( aumenta excreção de sódio e diurese) Aumento do consumo de gorduras = risco de hiperlipidemias Características da Dieta Lipídios Completa o valor calórico Confere saciedade mas tem baixo efeito termogênico (gasto energético pós-prandial) 9 kcal/g Veicula AG essenciais e vitaminas lipossolúveis 25-30% do VET Características da Dieta Fibras Maior velocidade no trânsito intestinal = diminui tempo de absorção = reduz o valor calórico absorvido Dietas com mais de 30g de fibras/dia = redução de 5% do VC absorvido Fracionamento 5-8 refeições/dia Substituição de alimentos Tabelas Monotonia alimentar Receitas hipocalóricas Cumplicidade com o paciente Edulcorantes Edulcorantes não calóricos Ciclamato Sacarina Acesulfame-k Steviosídeo Sucralose Aspartame É importante lembrar, no entanto, que os edulcorantes não calóricos podem possuir algumas calorias, apesar de praticamente desprezíveis. Edulcorantes calóricos Sorbitol (presente na ameixa, cereja, maçã e pêssego) Manitol (presente nos vegetais) Xilitol Lactose (açúcar do leite) Frutose (açúcar das frutas) Maltodextrina (extraída do milho) Cirurgia Bariátrica O que é? A cirurgia bariátrica (baros = peso), também chamada de cirurgia da obesidade Consiste em um conjunto de técnicas cirúrgicas que visam à perda de peso do paciente e resolução de seus problemas médicos adicionais (comorbidades) causados pela obesidade mórbida. A cirurgia bariátrica não é uma cirurgia estética. Indicação da cirurgia A maioria desses casos são aqueles em que o IMC atinge valores superiores a 40 kg/m2 Contra-indicações: cirrose hepática, algumas doenças renais e psiquiátricas graves, vícios (droga, alcoolismo) e disfunções hormonais. Indicação da cirurgia Portadores de obesidade mórbida, sem comorbidades, que não responderam ao tratamento conservador (dietas, psicoterapia, atividades físicas, etc.), por pelo menos dois anos. Portadores de obesidade mórbida com IMC ≥ 40 kg/m2 com comorbidades que ameaçam à vida. Pacientes com IMC entre 35 e 39,9 kg/m2 portadores de doenças crônicas desencadeadas ou agravadaspela obesidade. Indicação da cirurgia Excluir obesidade decorrente de doença endócrina, que deve ser tratada clinicamente ou cirurgicamente e não por cirurgia bariátrica. A faixa etária recomendada está entre 16 a 60 anos. O tratamento cirúrgico não deve ser realizado antes da epífise de crescimento estar consolidada nos jovens. Indicação da cirurgia Ausência de distúrbios psicóticos graves, história recente de tentativa de suicídio, alcoolismo e dependência química a outras drogas. Pacientes com antecedentes de alcoolismo e dependência química a outras drogas devem ser submetidos à cuidadosa avaliação psíquica e liberação por psiquiatra. Banda Gástrica Laparoscópica Ajustável Gastrectomia vertical Desvio Biliopancreático Balão Intragástrico Orientação Nutricional Pós Cirurgia Bariátrica A alimentação nos primeiros 30 dias: líquidos de baixa DC. Ingerir 2 litros de líquidos por dia. Líquidos: ingeridos em pequenos volumes, de 50 em 50 ml, a cada 20 minutos, enquanto estiver acordado. Orientação Nutricional Pós Cirurgia Bariátrica Consumir caldos ralos (carne magra, frango, peixe e legumes), evitando acrescentar no caldo os amiláceos (arroz, batata, macarrão, mandioca, mandioquinha, inhame), gelatinas dietéticas, refrescos diluídos, água de coco, bebidas isotônicas, leite desnatado, iogurte natural desnatado batido com leite desnatado e/ou frutas, chás quentes ou gelados. Preparar os caldos em casa, ao invés de comprar sopas prontas industrializadas, bem como os sucos em pó. Orientação Nutricional Pós Cirurgia Bariátrica Temperar os caldos habitualmente, mas não esquecer de coar. O leite e o iogurte também devem ser coados quando estiverem batidos com frutas. Orientação Nutricional Pós Cirurgia Bariátrica Não consumir líquidos calóricos como: milk-shakes, leite condensado, creme de leite, sorvetes, flans, pudins, chocolates, etc...) pois são ricos em açúcar e podem causar: diarréia, tontura, fraqueza, sudorese, palpitações, taquicardia, rubor, dispnéia, sonolência, desmaios, náuseas, vômitos e dores abdominais. Não consumir bebidas alcoólicas. RESUMO - PRIMEIROS 30 DIAS PRIMEIRA SEMANA DIETA: Líquida restrita (sem lactose, sem sacarose) ALIMENTOS: Líquidos (água, chá, água de coco, bebida isotônica, gelatina diet) VOLUME: 50ml (½ copo) RESUMO - PRIMEIROS 30 DIAS SEGUNDA SEMANA DIETA: Líquida completa ALIMENTOS: Caldos coados (sopa completa), leite desnatado, iogurte natural desnatado, mingau ralo, gelatina diet, água de coco, bebida isotônica, suco coado (diluído). VOLUME: 50ml a cada 20 minutos, totalizando 1,5 a 2 litros /dia RESUMO - PRIMEIROS 30 DIAS TERCEIRA SEMANA DIETA: Semilíquida ALIMENTOS: Alimentos com a mesma preparação da semana anterior, porém liquidificados, Frutas liquidificadas. Também pode ser utilizado papa infantil industrializada (doces ou salgadas). Não há mais necessidade de coar VOLUME: 50ml a cada 20 minutos, totalizando 1,5 a 2 litros /dia. RESUMO - PRIMEIROS 30 DIAS QUARTA SEMANA DIETA: Transição de Semilíquida para pastosa ALIMENTOS: Os alimentos bem amassados e cozidos, na forma de purê e suflê, (canja de galinha e cremes de legumes). VOLUME: De 150g a 180g, refeições de hora em hora. CUIDADO: Risco de ingerir uma dieta mais calórica A Síndrome Metabólica é uma condição de risco para o desenvolvimento de doença aterosclerótica sistêmica, e está relacionada ao desenvolvimento do DM2 SÍNDROME METABÓLICA • Prevalência: 20 a 25% na população normal. • HAS; hipertrigliceridemia; redução do HDL-colesterol; intolerância aos carboidratos, obesidade central; hiperuricemia e doença cardiovascular SÍNDROME METABÓLICA • Sobrepeso: IMC ≥25 Kg/m2 ou cintura >102cm em homens e >88cm em mulheres. • Hábitos de vida sedentários. • Glicemia de jejum ≥100mg/dl. Fatores de risco para o desenvolvimento da Síndrome Metabólica • Idade acima de 40 anos. • História pessoal de diabetes gestacional. • Diagnóstico de HAS, dislipidemia ou doença cardiovascular. • História familiar de DM2, hipertensão arterial ou doença cardiovascular. Fatores de risco para o desenvolvimento da Síndrome Metabólica • Presença síndrome dos ovários policísticos. OMS NCEP-ATPIII (National Cholesterol Education Program ) AACE/ACE (Associação Americana de Endocrinologistas ) EBIR (European Group for the Study of IR ) Uso de anti- hipertensivos ou PA≥140/90mmHg Uso de anti- hipertensivos ou PA≥130/85mmHg PA≥130/85mmHg PA≥140/90mmHg ou o uso de anti- hipertensivo TG≥150mg/dl HDL <35 (H) <39mg/dl (M) TG≥150mg/dl HDL <40 (H) e < 50mg/dl (M) TG≥150mg/dl HDL <40 (H) e < 50mg/dl (M) TG≥150mg/dl ou HDL <40mg/dl ou trat. para dislipidemia IMC ≥30Kg/m2 e(ou) C/Q >0,9 (H) e >0,85 (M) Cintura >102cm (H) e >88cm (M) - Cintura ≥94cm (H) e ≥80cm (M) DM2 ou tolerância à glicose diminuída ou RI Glicemia de jejum ≥110mg/dl Jejum 110-125mg/dl ou 2 horas após TOTG >140mg/dl Glicemia de jejum ≥110mg/dl e <126mg/dl DM2 ou TG ou RI e mais duas alterações Três alterações Não estabelece Hiperinsulinemia jejum e mais duas alterações O objetivo primário da terapia nutricional na SM: limitar a ingestão de gorduras saturadas. Alguns estudos mostraram efeitos benéficos da dieta mediterrânea, melhorando a sensibilidade insulínica. Dietas hiperglicídicas estão associadas ao aumento de triglicérides, bem como à redução de HDL-c. TRATAMENTO DIETOTERÁPICO NA SM Alimentos com alto teor de Índice Glicêmico (IG) diminuem a sensibilidade à insulina. Dietas com baixo IG estão associadas a um menor risco de desenvolvimento de diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer. Os alimentos com baixo IG são ricos em fibras alimentares, em especial as fibras solúveis. As fibras alimentares melhoram a resposta glicêmica e as concentrações de insulina prandial. TRATAMENTO DIETOTERÁPICO NA SM As concentrações de insulina em jejum são menores em indivíduos que relatam maior ingestão de fibras. O aporte protéico assemelha-se ao da população geral. O objetivo é diminuir a ingestão de gorduras saturadas e colesterol. A substituição de proteína de origem animal por proteína de soja diminui as concentrações sanguíneas de colesterol total e LDL. TRATAMENTO DIETOTERÁPICO NA SM Deve-se limitar o consumo de sal. O excesso de sódio eleva a pressão arterial.
Compartilhar