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FACULDADE DE EDUCAÇÃO MONTENEGRO
ALANE SANTANA DA SILVA
CAMILLA EVANGELISTA DOS REIS
ESCOLA X FAMÍLIA
A relação entre família e escola: A necessidade de aproximação para o desenvolvimento do educando.
IBICUÍ-BAHIA
2017
ALANE SANTANA DA SILVA
CAMILLA EVANGELISTA DOS REIS
ESCOLA X FAMÍLIA
A relação entre família e escola: A necessidade de aproximação para o desenvolvimento do educando.
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Educação Montenegro, como pré-requisito para a obtenção de nota do curso de pedagogia.
Orientadora: 
IBICUÍ-BAHIA
2017
ALANE SANTANA DA SILVA
CAMILLA EVANGELISTA DOS REIS
ESCOLA X FAMÍLIA
A relação entre família e escola: A necessidade de aproximação para o desenvolvimento do educando.
Trabalho monográfico, submetido a Faculdade Montenegro, como requisito parcial para a obtenção do título de licenciatura em Pedagogia.
Aprovado em: 
________________________________________________________
______________________________________________________
IBICUÍ – BAHIA
2017
Dedico este trabalho a meus pais e avós pela paciência e dedicação para com a minha educação, fica aqui registrada minha eterna gratidão pelo apoio nos momentos em que as palavras de vocês fizeram meus passos se tornarem firmes.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos primeiramente a Deus por ter nos dado o dom da vida e a sabedoria necessária para chegar até aqui e a nossa família pela dedicação e paciência que fizeram o caminho ficar mais fácil.
Agradecemos também ao apoio de todos os professores que contribuíram para a nossa formação acadêmica em especial a professora Valéria Soares, nossos sinceros agradecimentos, pela atenção, pelas orientações e pelo tempo compartilhado. 
E por fim, mas, não menos importante, a todos os colegas pelo incentivo e companheirismo nos momentos de estudo e pesquisa.
“Por melhor que seja uma escola, ela nunca vai suprir a carência de uma família ausente. Portanto, a família deve participar de verdade do processo educativo de seus filhos.” 
Gabriel Chalita
RESUMO
A relação família x escola nos dias de hoje é um tema amplamente discutido, principalmente no que diz respeito dessa relação no sucesso dos educandos no processo de ensino-aprendizagem. Quando os pais são ausentes nas reuniões escolares, pode indicar pouco ou nenhum acompanhamento na vida escolar dos filhos. Por essa inquietação, essa pesquisa tem o objetivo de argumentar teoricamente sobre a importância dessa dicotomia importantíssima para a criança, e analisar o papel da família na educação dos filhos, enumerando os fatores de maior influência nessa interação, além de elencar o papel da escola no processo de aproximação da família à escola. Depois de leituras acreditamos que através desse trabalho nós possamos esclarecer a relação de qualidade entre essas duas instituições para que promovam o bem estar de todos os envolvidos no parâmetro educacional.
Palavras-chave: Família. Escola. Interação.
ABSTRACT
The family vs. school relationship today is a widely discussed theme, especially regarding this relationship in the success of learners in the teaching-learning process. When parents are absent from school meetings, they may indicate little or no follow-up in their children's school life. Because of this concern, this research aims to theoretically argue about the importance of this very important dichotomy for the child, and to analyze the role of the family in the education of the children, enumerating the factors of greater influence in this interaction, besides listing the role of the school in the Family to school. After reading we believe that through this work we can clarify the quality relationship between these two institutions so that they promote the well being of all those involved in the educational parameter.
Keywords: Family. School. Interaction.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO 
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1. O processo de ensino-aprendizagem
3. A IMPORTÂNCIA DAS NOVAS FORMAÇÕES FAMILIARES NO DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL DA CRIANÇA
3.1. As formações familiares da atualidade
4. A FUNÇÃO DA FAMÍLIA
5. A ESCOLA E SUA FUNÇÃO
5.1. A ajuda da escola na pessoa do seu diretor
6. A IMPORTÂNCIA DA RELAÇÃO FAMÍIA/ESCOLA
7. PARTICIPAÇÃO
8. LEIS BRASILEIRAS E A RELAÇÃO ESCOLA X FAMÍLIA
9. METODOLOGIA 
10. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
REFERÊNCIAS 
A relação entre família e escola: A necessidade de aproximação para o desenvolvimento do educando.
	
INTRODUÇÃO
A relação da família com a escola nunca foi tão discutida como nos dias de hoje, tema em destaque em todas as escolas durante o ano todo, essa parceria é muito importante para o processo de aprendizagem das crianças. Frequentemente, os professores reclamam da falta de apoio da família, que é essencial para o bom desempenho do educando e todos os anos as escolas aplicam projetos para que essa aproximação seja efetiva. Porém, muitas vezes essa expectativa não é suprida e entra-se no “jogo de empurra”, a escola atribui a família a responsabilidade do fracasso do aluno e a família por sua vez retorna a culpa para a escola. É importante que família e escola trabalhem juntas, em harmonia, pois a família tem um papel de extrema importância na construção do sucesso e do fracasso do aluno. Quando isso ocorre deixa-se de lado o “jogo de empurra”, ou seja, as queixas entre os pais e os professores.
 Sabendo que o ser humano aprende o tempo todo, nos mais diversos ambientes que a vida lhe apresenta, o papel da família é crucial, pois é ela que vai determinar o que e como seus filhos precisam aprender, quais são as instituições que devem frequentar e qual a bagagem de conhecimentos que eles devem levar para o futuro.
Por outro lado, nos dias de hoje, não cabe mais a escola dirimir a educação das crianças somente à família, pois se sabe que em todos os ambientes se aprende e se apreende conceitos e valores que são imprescindíveis para a construção crítica, reflexiva e ética dos educandos. Logo, tudo o que eles aprendem dentro e fora de casa deve ser orientado para o caminho certo, desse modo fica mais fácil controlar a indisciplina que é um dos fatores que vem contribuindo para o baixo rendimento escolar.
No caso dos pais, cabe a eles observar e acompanhar o filho em toda a vida escolar numa parceria com a escola para que, juntos, possam orientar o estudante quanto ao caminho que devem percorrer e ajudar nas possíveis dificuldades que possam enfrentar. 
É possível observar como as famílias agem de forma diferente quando os filhos são alunos em diferentes instituições, em famílias de classe média, os pais acompanham mais o aprendizado e o rendimento escolar do filho, organizam seus horários de estudo, verificam o dever de casa diariamente, conhecem a professora e geralmente frequentam as reuniões escolares, mas quando esse aluno não reflete em notas toda essa atenção, logo a culpa é da escola e dos professores, e não é bem assim, nesse caso a família junto com a escola devem tomar as decisões para ajudar esse educando. No estágio realizado numa escola pública, foi possível observar o discurso diferente nas famílias de baixa renda, as reclamações das professoras insatisfeitas com as dificuldades de aprendizagem de seus alunos se voltam para a falta de participação dos pais e mais uma vez não se unem família e escola para resolver o problema do aluno.
Cabe à escolaaproximar a família do processo educativo e do ambiente escolar do seu educando para que juntas possam planejar e orientar as atividades que melhore o desenvolvimento cognitivo e psíquico da criança.
Ainda que escola e família tracem a mesma linha de objetivos, elas nem sempre alcançam uma relação de parceria. Este fato se torna mais relevante quando se trata das séries iniciais. Quando pequenos, os alunos estão construindo seu eu, e precisam de modelos positivos, precisam se sentir seguros. Muitas vezes, nesse processo, não há participação efetiva dos pais, fazendo com que reflita na maneira que ocorre o processo de aprendizagem. Uma grande porcentagem dos professores, explicam o fracasso escolar dos alunos, como reflexo da relação familiar conturbada. A defasagem no ensino se dá em maioria, devido à falta de estrutura familiar. 
Alunos que apresentam grande dificuldade na aprendizagem, muitas das vezes não recebem o suporte necessário para criarem autonomia e independência. O que acaba por refletir na maneira em que encaram os estudos. 
A defasagem na relação entre escola e família, pode impedir o sucesso escolar. Tal problema pode ser decorrente de vários fatores, mas o mais evidente é o relacionamento entre família e escola.
Pensando nisso, utilizou-se para este trabalho uma metodologia de pesquisa voltada a uma análise bibliográfica sobre a importância do fortalecimento dos laços de aproximação entre a escola e a família, objetivando uma dicotomia que crie um ambiente favorável ao desenvolvimento e aprendizagem das crianças nessas duas instituições socializadoras e educacionais.
Para responder a uma inquietação que vem tomando forma em escolas de todo o país, este trabalho procurou refletir sobre a importância da parceria entre família e escola e como elas devem agir para ajudar o aluno partindo de uma única hipótese: A família é a primeira instituição social do ser humano e a escola geralmente a segunda, então, juntas, podem transformar a realidade educacional de nossas crianças. Essa parceria é muito importante para o desenvolvimento da aprendizagem do aluno/filho. A busca por uma boa relação entre essas instituições deve ser parte integrante de qualquer trabalho educativo que tem como foco o bem estar psíquico da criança e seu desenvolvimento educacional. Além disso, a escola também tem a função educativa junto aos pais, discutindo, informando, aconselhando, encaminhando os mais diversos assuntos, para que as duas, juntas, possam ajudar na educação integral da criança.
Faz se importante que a família esteja sempre atentando para o comportamento dos filhos em relação á escola. 
A educação é um processo social, é importante dizer que mesmo que o ambiente familiar ofereça boa base e estrutura, isso não significa que o individuo terá uma boa aprendizagem e aproveitamento. Não se pode descartar outros fatores como: amigos, sociedade e problemas de cunho psicológico e físico, que podem vir a influenciar a aprendizagem de um individuo em longo prazo. 
Podemos concluir assim, que muitas são as variáveis envolvidas nos processos educacionais e suas dificuldades, o assunto é bem mais amplo do que pode ser resumido nesta pesquisa. Mas além das inúmeras variáveis, acreditamos que, se os pais repensassem suas atitudes e formas de se relacionar com os filhos e com a escola e o meio em que eles estão inseridos, isso poderia gerar resultados mais positivos para ambos os lados. 
Mas para que esse relacionamento seja possível, a atitude não deve partir somente da família, e sim da escola, a fim de criar um ambiente que seja propício ao diálogo, à troca de experiências e o mais importante, levar ao conhecimento de cada papel e suas funções e obrigações.
Esse trabalho será dividido em oito capítulos que dissertarão as variáveis estudadas desde a importância de cada uma das instituições até as leis que regem essa aproximação e a importância dela para a vida dos educandos.
 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 O processo de ensino-aprendizagem
São vários os estudiosos do desenvolvimento e do processo de ensino – aprendizagem, porém nesta etapa do trabalho o direcionamento deve estar em Piaget e Vygotsky, pois os dois têm em seus estudos como os indivíduos pensam e se comportam nos diferentes ambientes a que são inseridos durante a vida. Mesmo com estudos que parecem diferentes os dois autores tem pontos em comum de pensamentos, tanto Piaget quanto Vigotsky concordam com a ideia de que criança tem que ser tratada como criança e não como adulto em miniatura.
Os dois pensadores estudaram a criança na fase de desenvolvimento como participativa, não autônomo, ou seja, desde cedo a criança entende os direcionamentos que lhe são dados. É um processo contínuo que ocorre durante toda a vida do indivíduo. Refletir sobre desenvolvimento e aprendizagem se faz necessário neste trabalho pois existem muitos pontos a serem pensados no que se refere ao ato de aprender. Segundo Gagné: 
a aprendizagem é suma modificação na disposição ou na capacidade do homem, modificação essa que pode ser retida e que não pode ser simplesmente atribuída ao processo de crescimento. (GAGNÉ,1974, p. 3) 
Por isso, a aprendizagem é um processo de mudança de comportamento adquirido ao longo das experiências construídas nas fases da vida. Piaget afirma que o indivíduo está constantemente interagindo com o meio ambiente e dessa interação resulta a adaptação, que ele conceitua como as mudanças contínuas. Ainda segundo o autor o processo de adaptação se faz por dois outros processos: assimilação e acomodação. A assimilação se refere à apropriação de conhecimentos e habilidades. A acomodação reorganiza e modifica o que fora assimilado adaptando - o de acordo com uma nova experiência a que o indivíduo seja inserido, nesse caso quando a criança é inserida na sua primeira instituição, que é a família, ela, mesmo antes de frequentar a escola, já adquire conhecimentos e habilidades que são inerentes da assimilação, através do convívio com os seus familiares. Em seguida ao ser inserida na instituição escola a criança vai reorganizar e modificar o que aprendeu por assimilação e adaptar de acordo com a nova experiência escolar. 
Já Vygotsky estudou os fatores sociais e culturais que influenciam o desenvolvimento intelectual, enfatizando sempre a importância do ambiente social para o desenvolvimento e para a aprendizagem e destaca a necessidade de mediação no processo de aprendizagem das crianças que é realizado sempre por um adulto, e neste trabalho vamos enfatizar a importância dessa mediação pelos principais ambientes sociais e culturais aos quais a criança está inserida, a família e a escola.
Essa mediação a que Vygotsky se refere está relacionada à Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP), ou seja, a criança precisa ser mediada por alguém, para que pouco a pouco consiga resolver seus problemas de modo independente, chegando assim ao nível de desenvolvimento real. (NDR). Assim, a aprendizagem pode ser encarada como um processo dinâmico, no qual o aluno joga em um papel ativo, em constante interação com o envolvimento com o grupo no qual está inserido. (FONSECA, 1995, p. 90).
Portanto, os ambientes escolar e familiar nos quais a criança está inserida
pode gerar bom ou mau desempenho à depender dos estímulos, da motivação ou condições de ensino. Por esse motivo a família não deve ser relegada a segundo plano quando o assunto for desempenho escolar, pois o aprendizado começa muito antes do indivíduo ser inserido na escola e sabe-se que quando a criança chega na escola ela já leva uma bagagem de conhecimentos adquiridos e mediados pela família que devem ser levados em conta para a aquisição de conhecimentos escolares.
3. A FAMÍLIA NO CONTEXTO HISTÓRICO BRASILEIRO 
Com a chegada da família real ao Brasil as famílias passaram a ter uma importância mais primordial. O modelo patriarcal da família real servia de modelo social de família. A partir dai a família se tornou uma célula social da sociedade. Através da família são formados os cidadãos e aconteceo desenvolvimento social do indivíduo, confirmando que a educação vem da família e é a partir dela de o sujeito deve se desenvolver na sociedade. segundo Bock (2004, p. 249): 
A família, do ponto de vista do individuo e da cultura, é um grupo tão importante que, na sua ausência, dizemos que a criança precisa de uma família substituta ou devem ser abrigados em uma instituição que cumpra suas funções maternas e paternas, isto é, as funções de cuidados para posterior participação na coletividade. 
 E ainda sobre esse assunto, Priore (1999) explica que no século XVII houve uma mudança na forma com que as famílias educavam seus filhos. Neste período os pais começaram a se preocupar com a preservação da infância, pois não era interessante que as perdessem. Então, nesse período o modelo de mãe dona de casa era o que mais cabia, que lava, passa e cuida dos filhos, descobrindo então o amor maternal e acompanhando a infância dos filhos. Na revolução industrial, a família sofreu mudanças, muitas mães tinham que trabalhar nas fábricas e seus filhos ficavam com avós ou sozinhos, a situação econômica brasileira, era consideravelmente estável, fazendo com que o modelo de família patriarcal, ainda fosse o modelo vigente. O modelo onde o pai era quem deveria ser o exemplo, por ser o homem da casa. 
Porém, com as mudanças nos eixos produtivos, estes pais tiveram que se ausentar de suas casas por mais tempo, levando a mãe ao centro da casa, como principal eixo educador. Pois era ela quem passava mais tempo com os filhos, e por isso, deveria ser autoridade máxima dentro de casa. O pai antes visto como o modelo a ser seguido pelos filhos, que em sua maioria seguiam seus passos, aprendia seus ofícios e levavam adiante, passando de gerações em gerações, havia sido substituído pela mãe, pois para que sua família se mantivesse, ele tinha que se ausentar por longos períodos.
Atualmente, em muitas famílias, é a mulher quem promove o sustento, é a mulher quem trabalha duas jornadas para garantir que seus filhos tenham boas roupas, estudem nas melhores escolas e tenham conforto. Com isso, várias famílias gastam mais tempo trabalhando em duras jornadas do que em casa com seus filhos. O que as leva a transferir o papel de educar para a escola. Já que não encontram tempo para realizar tal tarefa. Como foi dito anteriormente, os pais se preocupam com necessidades materiais dos filhos, esquecendo-se que a família é o primeiro grupo social em que o individuo é inserido, assim que nasce, e por isso, não se deve anular papeis. Vê se diariamente, que os pais perderam total controle sobre os filhos, estes saem quando querem, voltam quando bem entendem e vivem da maneira que julgam ser correta, sem limites e freios.
Com a necessidade dos pais em saírem de casa para buscar o sustento da família, acabam colocando seus filhos, ainda pequenos, em escolas, creches ou até mesmo por conta de babás, o que pode ou não ser benéfico para estes, tudo depende do papel que a família exerce na vida de cada um.
 Pois não basta colocá-los nas escolas ou creches, é preciso que se acompanhe o dia a dia deles, para que ir para a escola se torne algo que ajudará e não algo que os prejudique futuramente.
3.1 A FAMÍLIA E A FORMAÇÃO DO INDIVÍDUO 
A transformação contínua da sociedade e seus modelos exigem sempre certa reciclagem de reflexões e pensamentos, pois tais mudanças têm influencia na formação pessoal e escolar do indivíduo. Levando em conta que desde que nasce, o individuo é moldado pelas características familiares, em especial pai e mãe, que são o esteio da formação integral de cada um de nós, a formação familiar pode influenciar a personalidade e a conduta de um individuo. Assim, entre os maiores vilões do fracasso escolar, indisciplina, dificuldade de aprendizagem, está à relação familiar que está relacionada aos fatores internos, sendo o agravante nas situações de dificuldade escolar. 
De acordo com Stevanato (2003), uma vertente que tem real importância no processo de aprendizagem é o autoconceito. Crianças que apresentam dificuldades de aprendizagem têm sentimentos de inferioridade, insatisfação, insegurança e ansiedade, sendo assim, possuem um autoconceito negativo. 
Assim, se um individuo cresce em um ambiente onde não é valorizado, tampouco estimulado e acompanhado pelos pais e familiares mais próximos, adquirem ao longo do tempo o sentimento de que são inferiores e incapazes perante os demais, os levando a um autoconceito negativo.
Atualmente o que mais se vê, são professores que reclamam da indisciplina e do comportamento abusivo de alguns alunos em sala de aula, isso se deve ao fato que em sua maioria, essas crianças aprendem a ter a atenção dos pais, em casa, por meio de gritos, birras e comportamentos agressivos, isso é transmitido para a vida escolar, onde eles acham que para que o professor note sua presença, é necessário que ele se faça "notável". 
Assim, o comportamento escolar de um individuo, representa sua vivência familiar. Levando a seguinte reflexão: crianças indisciplinadas em casa tendem a não aceitar regras e condições a serem seguidas em ambiente escolar, acarretando dificuldades para se concentrar e aprender.
3.2 A IMPORTÂNCIA DAS NOVAS FORMAÇÕES FAMILIARES NO DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL DA CRIANÇA 
Sabe-se que desde os primórdios a constituição das famílias é diferente, depende principalmente da cultura e da sociedade na qual está inserida. Porém, na maioria das vezes, essa constituição é denominada de “nuclear”, ou seja, constituída de pai, mãe e filhos. Observamos ainda que nesta formação familiar nuclear, encontramos o regime patriarcal, em que o pai assume a direção da família, ou então, o regime matriarcal, onde as responsabilidades são atribuídas à mãe. Contudo, como diversos aspectos dentro de uma sociedade, a constituição familiar também evolui e se transforma com o passar do tempo criando novas formas de família.
3.3 As formações familiares da atualidade 
No Brasil, a família tradicional e nuclear ainda é a estabelecida perante a lei, através do Código Civil Brasileiro, essa tradição vem desde os dogmas católicos onde a família modelo era a nuclear patriarcal, a ela cabia as funções de ser fonte de estabilidade econômica, religiosa, moral, profissional e educacional. Porém como toda sociedade em evolução essas leis e preceitos não garantem mais esse tipo de função em toda família, pois elas vão se ajustando à medida que os costumes se modificam.
 Com o divórcio, surgem também novas atribuições em relação aos deveres e direitos dos pais em relação aos filhos e novas formações familiares. Porém, não se pode cair no engano de pensar que por serem novas essas formações elas têm que ser desestruturadas, principalmente no que diz respeito ao espaço escolar que deve lidar com a diversidade. 
Essas novas configurações familiares devem levar em conta o objetivo principal que é ter um espaço de amor e apoio para o desenvolvimento da criança. Logo, “desde que a criança saiba qual o lugar dela dentro desse novo núcleo familiar e sinta – se segura para solicitar o que precisa e o mais importante tenha a sua individualidade respeitada” (PIRES, 2009, p.12). 
O importante é que “os meus, os seus, os nossos” se sintam seguros dentro dessa nova união e que cada um respeite o seu espaço. Segundo (PIRES, 2009). 
Filhos adotivos, gerados por inseminação artificial ou criados por casais homossexuais não modificam o principal objetivo da família: ser um espaço que proporciona a convivência, o amor e a segurança entre seus integrantes. (PIRES, 2009, p.14). 
Hoje em dia observamos também que as mulheres cada vez mais se tornam responsáveis pela direção da família, mas embora o pai não esteja ali diariamente é garantida por lei a divisão de responsabilidades na criação dos filhos. 
Neste sentido mesmo que na maioria dos livros didáticos a formação nuclear de família seja a mais comum, é dever do professor respeitar e dialogar com os seus alunos a respeito da importância familiar na vida de todos, independentesda sua formação e respeitadas as diversidades de famílias que encontramos na atualidade. 
Assim, valorizar a família como o principal grupo social do indivíduo, onde encontramos apoio, carinho, amor e proteção. Segundo Knobel, “a família é um dos grupos primários e naturais de nossa sociedade, nos quais o ser humano vive e consegue se desenvolver”. (KNOBEL, 1996, p. 19).
Enfim, a presença desta família no desenvolvimento de uma criança é de suma importância e pode fazer muita diferença, principalmente no período escolar.
3.4 A FUNÇÃO DA FAMÍLIA
A família vem se modificando ao longo dos anos, porém continua sendo a primeira instituição ao qual o indivíduo é inserido na vida, e na qual ele adquire as primeiras experiências, que são mediados com vínculos afetivos onde o indivíduo se humaniza. Um ambiente familiar equilibrado contribui para um bom desempenho escolar, já uma família desequilibrada tende a favorecer o mau desempenho escolar em crianças, um influencia no outro. Segundo Maldonado:
“Por falta de um contato mais próximo e afetuoso, surgem as condutas caóticas e desordenadas, que se reflete em casa e quase sempre, também na escola em termos de indisciplina e de baixo rendimento escolar”. (MALDONADO, 1997, p. 11). 
 Portanto a família tem um papel muito importante e decisivo na educação, pois, conclui-se desta forma que a família possui papel decisivo na educação formal e informal, porque, além de refletir os problemas da sociedade, absorve valores éticos e humanitários. Dessa forma, é indispensável à participação da família na vida escolar dos filhos, pois crianças que percebem que seus pais e/ou responsáveis estão seguros e as acompanham na vida escolar tendem a se sentirem mais seguras e apresenta melhor desempenho escolar, essa harmonia familiar é indispensável para que a família esteja em harmonia com a escola. Para ESTEVES (1999) a família renunciou às suas responsabilidades no âmbito educativo, passando a exigir que a escola ocupe o vazio que eles não podem preencher. Sendo assim, o que se vê hoje são crianças chegando à escola e desenvolvendo suas atividades escolares sem qualquer apoio familiar. Tedesco corrobora da seguinte forma:
Essa erosão do apoio familiar não se expressa só na falta de tempo para ajudar as crianças nos trabalhos escolares ou para acompanhar sua trajetória escolar. Num sentido mais geral e mais profundo, produziu-se uma nova dissolução entre família, pela qual as crianças chegam à escola com um núcleo básico de desenvolvimento da personalidade caracterizado seja pela debilidade dos quadros de referência, seja por quadros de referência que diferem dos que a escola supõe e para os quais se preparou. (TEDESCO, 2002, p. 36). 
Então sabe-se que a família tem a função de estar mais presente na escola em todos os momentos da criança, seja para apoiá-la, seja para educa-la, mas essa presença implica em envolvimento e comprometimento, dando continuidade ao trabalho da escola para que seus filhos tenham sucesso na vida e na sala de aula.
4. A ESCOLA E SUA FUNÇÃO
A escola vem se modificando ao longo dos tempos, e os tipos diversos de sociedades foram adaptando os caminhos para lidar com o conhecimento e o poder que emana dele. A escola atual é objeto de estudo, com críticas e projetos que às vezes 
não levam em conta os envolvidos nessa tarefa.
Na Lei de Diretrizes e Bases - LDB (1996) ficou determinado que a escola deve andar de mãos dadas com o mundo do trabalho e às práticas sociais, para que a educação escolar prepare o estudante para a vida e os inspire nos princípios de liberdade e em ideais de humanidade. Tais princípios e valores são universais e devem orientar toda a ação educativa da escola, das organizações sociais, das famílias e de outros segmentos que queiram colaborar com a educação escolar, dessa forma, não é só dever da família ensinar e mediar valores, é também função da escola ensiná-los e reforça-los. 
Quando os pais se fazem presentes e solicitam explicações sobre o ensino da instituição, muitas vezes são mal entendidos, causando desconforto, porém hoje em dia essa atitude está sendo considerada como uma possibilidade benéfica para os educandos, trazendo estreita relação entre escola e família.
A escola tem um papel muito importante nessa aproximação, mas a família também deve fazer a sua parte para se estreitar os laços entre as duas, para que a formação da criança seja desenvolvida. A escola é a representação do saber, da cultura, do conhecimento e às vezes é confundida com o lugar de educação. Para Heidrich (2009, p.25):
“a escola foi criada para servir à sociedade. Por isso, ela tem a obrigação de prestar conta de seu trabalho, explicar o que faz e como conduz a aprendizagem das crianças e criar mecanismos para que a família acompanhe a vida escolar dos filhos”
Porém a família e a sociedade também têm a sua parcela de responsabilidade na educação das crianças, pois exercem muita influência sobre a formação do ser humano e Tiba corrobora essa afirmação:
Cada aluno traz dentro de si sua própria dinâmica familiar, isto é, seus próprios valores (em relação a comportamento, disciplina, limites, autoridades, etc.) cada um têm suas características psicológicas pessoais. (Tiba 1996, p. 121)
É na infância que ocorre a formação e a personalidade da criança e as instituições que estão diretamente ligadas a essa tarefa são a família e a escola. A escola é a segunda casa da criança, é um local de socialização em grau maior que a família, pois e ali que ela passa a conviver com pessoas que não fazem parte de sua família, experimenta um ambiente novo, com novas regras e conceitos educativos.
Segundo Morin (2006, p.24):
“a escola, em sua singularidade, contém em si a presença da sociedade como um todo”. É um local que possibilita novas experiências, uma vivência social diferente daquele grupo familiar, no sentido de proporcionar um contato com o conhecimento sistematizado e com um universo de interações com pessoas e ambientes diferentes, capazes de provocar transformações no processo de desenvolvimento e formação.” 
 Já Tiba (2007, p. 189), corrobora com a citação dizendo que “a escola oferece também atividades especificas conforme a idade das crianças, o que geralmente não acontece em casa”. 
O professor tem a função de colaborar para que os educandos tenham uma visão crítica e reflexiva de mundo, mediando-os para uma postura autônoma, para isso é importante que haja uma ligação com o educando.
Portanto, a função da escola é, além de proporcionar conhecimentos, ensinar valores e fortalecer os valores que as crianças já trazem de casa, mediando-os para uma vida humana e ética.
4.1. A ajuda da escola na pessoa do seu diretor 
Numa sociedade organizada os primeiros educadores da criança são os pais e durante a escolaridade da mesma eles são os responsáveis pela sua educação e inserção social. Os educadores são cúmplices nesse objetivo de educar a criança e como tal devem se juntar aos pais e compartilhar os objetivos comuns para que juntos produzam na criança um aprendizado onde o intuito seja a formação social do aluno/filho.
O Diretor de uma escola é principalmente um Educador. Ele é o responsável por coordenar, apoiar e orientar a aprendizagem dos alunos e manter comunicação com a família.
Porém, hoje em dia essa tarefa tem sido dividida com orientadores educacionais. A direção e a orientação de uma escola tem um papel importantíssimo na instituição, cabendo a elas se preocuparem com o desenvolvimento pessoal de cada aluno e com a sua importância na sociedade. Além de suas atribuições junto a cada aluno eles têm a função de aproximar a escola da comunidade e estimular a sua equipe pedagógica para a promoção de atividades que tragam o sucesso do aluno.
De acordo com Diogo (1998, p.32), “as relações da criança com a escola são racionais, transitórias e impessoais, enquanto que as relações do DT com a criança podem ser personalizadas e emocionais”. Ou seja, “as práticas de direção de turma podem contribuir para quea escola deixe de ser gradualmente uma agência de promoção de um desenvolvimento desigual, isto é do desenvolvimento do subdesenvolvimento das crianças mais desfavorecidas” Diogo (1988, p.32). 
O diretor e o orientador são peças fundamentais para a relação escola e família, porque são neles que são centradas as funções mais importantes para essa relação como: justificar faltas, comunicações da escola, comunicações sobre reuniões, notificações sobre os alunos, ou seja, eles são mediadores entre a escola e a família para um melhor relacionamento familiar e escolar.
O diretor de uma escola (…), ”enquanto coordenador do plano de trabalho da turma, é particularmente responsável pela adoção de medidas tendentes à melhoria das condições de aprendizagem e à promoção de um ambiente educativo, competindo-lhe articular a intervenção dos professores da turma e dos pais e encarregados de educação e colaborar com estes no sentido de prevenir e resolver problemas comportamentais ou de aprendizagem” (Lei n.º 30/2002, artigo 5.º, n.º 2, DR n.º 294, de 20 de dezembro, 2002, p. 7942). 
O diretor de uma escola é o elo na relação entre Escola e Família. Na perspectiva de Marques (2002, p.15), “ele é o eixo em torno do qual gira a relação educativa”.
4.2 A importância da mediação do pedagogo na interação FAMÍLIA X ESCOLA
É importante abordar como acontece a participação da família dentro da escola e a mediação do pedagogo nesta relação, de forma a conduzir a vida acadêmica do aluno dentro da realidade familiar de cada um. 
Desde os primeiros passos se inicia a educação e deve estar presente em qualquer situação é um processo natural. O primeiro contato com a sociedade é a família e também é nele que acontece a principal educação do indivíduo. Segundo Kuenzer (1998 p.) o educador deve: 
Transformar o conhecimento social e historicamente produzido em saber escolar, selecionando o organizando conteúdos e serem trabalhados através de formas metodológicas adequadas: construir formas de organização e gestão dos sistemas de ensino nos vários níveis e modalidades: e, finalmente, no fazer deste processo de conhecimento, sempre coletivo, participar como um dos atores da organização de projetos educativo, escolares e não-escolares, que expressem o desejo coletivo da sociedade.
Um pedagogo deve ser um educador e mediador para agir quando o trabalho seja intencional e coletivo e uma das principais funções desse pedagogo é ressaltar a importância da família na escola, produzindo um trabalho de qualidade envolvendo todos envolvidos na educação dos alunos.
O pedagogo deve ser o mediador dessa relação contribuindo com a proposta da escola, conscientizando toda a equipe pedagógica e a família para o bem dos alunos. Também é importante motivar escola e família a participar do Projeto Político Pedagógico, democratizando a escola. É um profissional de suma importância para a escola, zelando pela qualidade do ensino.
Para Libâneo: 
A conquista da cidadania requer um esforço dos educadores em estimular instâncias e práticas de participação popular. A participação da comunidade possibilita à população o conhecimento e a avaliação dos serviços oferecidos e a intervenção organizada na vida da escola (2004, p. 138).
Os pedagogos costuma ser nomeados de “apagadores de incêndios” por conta das atribuições desempenhadas por eles, sempre resolvendo problemas burocráticos da escola, assuntos de família dos alunos, currículo, reuniões, orientações, reclamações, etc.
Conhecendo a família e a realidade dos alunos o pedagogo pode ajudar na relação com a escola e no desenvolvimento do aluno e no seu crescimento como indivíduo. Esse vínculo é necessário para que assim ele seja capaz de contribuir para a formação do aluno.
Então, é função do pedagogo integrar os envolvidos no contexto escolar, encontrando soluções com decisões democráticas, além de fiscalizar o comprometimento de todos.
4.3 Como Realizar a Aproximação Entre Escola e Família 
Para Abuchaim (2009),é certo que a relação entre escola e família é importantíssima, pois as crianças são as maiores beneficiadas por esse tipo de conduta, pronto que família e escola terminam formando uma grande família. Assim, é possível a aproximação nas relações família e escola, desde que ambos saibam seus devidos papeis na formação do individuo como ser social e ajam de acordo com o que lhes é de alçada, é possível ver que apesar de ambos serem protagonistas, cabe a escola o papel de trazer a família para junto de si e o pedagogo tem papel importante nesse momento de aproximação. Abrindo as portas da escola, realizando atividades culturais, reuniões de pais e mestres, associações de pais e mestres, onde pais e professores discutem sobre decisões a serem tomadas na escola. E principalmente, orientando as famílias quanto aos seus direitos e deveres como parte da comunidade escolar. 
A família por sua vez tem o dever de se interessar e participar da vida escolar das crianças, ajudando-os nas lições, trabalhos e participando das reuniões de pais e mestres. 
A educação é dever de todos, comunidade, escola e família. Todos devem traçar metas juntos, a fim de uma educação de qualidade que seja a base para a vida futura de uma criança.
5. A IMPORTÂNCIA DA RELAÇÃO FAMÍLIA/ESCOLA 
O cotidiano familiar e o cotidiano escolar percorrem caminhos simultâneos, é quase impossível separar o discente do filho, portanto quanto maior os laços entre escola e família melhor o desenvolvimento da criança no âmbito social e escolar. Assim, é crucial que as duas instituições saibam usufruir dos benefícios dessa relação, pois poderão acarretar instrumentos que facilitarão a formação escolar e social do aluno/filho.
Tanto a família quanto a escola desejam a mesma coisa: preparar as crianças para o mundo; no entanto, a família tem suas particularidades que a diferenciam da escola, e suas necessidades que a aproximam dessa instituição. A escola tem sua metodologia filosofia, no entanto ela necessita da família para concretizar seu projeto educativo. (PAROLIM, 2003, p. 99) 
Por isso que neste trabalho enfatizamos a necessidade de uma união entre família e escola porque os dois têm valores e objetivos em relação à educação do aluno/filho e quanto mais se afastam mais um vai necessitar do outro. Porém essas instituições devem fazer o papel que lhe é devido sem uma intervir na outra, mas sempre com o foco na educação da criança formando assim uma parceria significativa na aprendizagem e na vida social do aluno.
Diante do exposto, compreende-se a necessidade na troca de responsabilidades no sentido de compartilhar e não de transferir. A escola não deve ficar sozinha com essa responsabilidade, é necessário que cada um assuma a sua função e procure buscar atingir os objetivos coletivos na caminhada do desenvolvimento da criança. Para corroborar com essa afirmação esse trabalho procurou estudar também a visão construtivista de Piaget.
5.1 A Visão construtivista
Segundo Piaget (1999), o desenvolvimento moral acontece em simultaneidade com o desenvolvimento lógico, num mesmo segmento de adaptação. Para ele, a criança, primeiro estabelece uma relação de obediência para com o adulto e depois afirma um companheirismo com o mesmo, passando ai por duas fases a heterônoma e a autônoma.
Para Piaget (1999, p.13), o desenvolvimento psíquico é comparado ao orgânico na busca do equilíbrio:
Da mesma maneira que um corpo está em evolução até atingir um nível relativamente estável – caracterizado pela conclusão do crescimento e pela maturidade dos órgãos, também a vida mental pode ser concebida como evoluindo na direção de uma forma de equilíbrio final, representada pelo espírito adulto.
O autor afirmou que este tipo de desenvolvimento é esclarecido na maturação dos indivíduos, afirmando que a ação humana causa desequilíbrio por conta das transformações que aparecem constantemente no ser humano, a chamada influência do meio, fazendo com que o indivíduo reestabeleça o equilíbrio a cada mudança. Portando segundoo autor a ação humana consiste neste movimento constante de reequilíbrio.
Para compreender melhor essa metodologia ele dividiu em fases esse desenvolvimento da criança, pois nele existem aspectos contínuos e mutáveis entre essas fases. Piaget afirmou que ao analisar o processo de equilíbrio entre os níveis de crescimento da criança, notou-se muitas diferenças no comportamento das mesmas até a adolescência. Portanto quando ele dividiu essas variáveis em fases as nomeou de anomia, heteronomia e autonomia.
5.2 Anomia
Piaget afirma que no intervalo do nascimento até a aquisição da linguagem nota-se um fantástico desenvolvimento da mente. Esta fase é de suma importância para a evolução psíquica pois é ai que surge a inteligência, diga-se de passagem, antes da linguagem. Nesta fase a criança se acha o centro da realidade e é ai que ela começa a ter consciência de si mesma e o mundo ao seu redor passa a ser real como afirma Piaget ( 1999,p.20):
Em outras palavras, a consciência começa por um egocentrismo inconsciente e integral, até que os progressos da inteligência senso-motora levem à construção de um universo objetivo, onde o próprio corpo aparece como um elemento entre os outros, e ao qual se opõe a vida interior, localizada neste corpo.
Esta é a fase do egocentrismo e também da percepção de objetos sólidos e permanentes. Para Piaget, em todas as fases o desenvolvimento motor interage com a afetividade. É ai nessa fase que a criança age por impulso, por instinto alimentar, apelando para a emoção primária como reflexo afetivo, e é por isso que nessa fase aparecem também os medos.
Na segunda fase, a criança já interage com os objetos exteriores, tem a coordenação motora desenvolvida, tem sentimentos próprios e tem noção de si próprio. Para Tiba (2002, p.54), é nessa fase que se desenvolve a autoestima, aspecto vital para o desenvolvimento na vida adulta. 
Os cuidados com que uma criança é tratada desde o nascimento faz com que ela descubra o seu valor desde muito cedo criando a sua autoestima, portanto a famílias e as pessoas envolvidas com essa criança são essenciais nessa fase. Portanto, os cuidados, a atenção e o carinho doados à criança nessa fase trazem consciência moral e segurança, por isso Piaget alerta para a importância das relações sociais.
No segundo semestre da criança ela começa imitar, surgem os sons e a linguagem e a partir dai esta vai melhorando e dando condições dela materializar o pensamento. Além da linguagem a coordenação motora também é desenvolvida através da imitação, daí a importância do exemplo do adulto, tanto na família como na escola, e principalmente da relação saudável entre essas duas instituições.
A partir desta admiração ao ser visto como superior, e pela sua imitação surge o respeito, para Bovet, (1983) “o respeito do pequeno pelo grande que os tornam aceitáveis e obrigatórios para as crianças. Mas, mesmo fora deste núcleo de obediência, desenvolve-se toda uma submissão inconsciente, intelectual e afetiva, devida à coação espiritual exercida pelo adulto.”
Nesta fase a criança não se interessa pelos pensamentos das outras pessoas, ela age por imitação e por necessidades individuais, são egocêntricas. Ao final dessa fase o exterior deixa de ser o objeto e passa a ser o indivíduo, mas ela continua egocêntrica. A criança nessa nova fase passa a se influciar pela linguagem e pela socialização. A primeira instituição social é a família e será responsável pelo início da vida social dos pequenos.
Dos dois aos sete anos ela passa a utilizar a imaginação junto com a imitação. Piaget afirma que a criança nesta fase satisfaz o “eu” transformando o real de acordo com os seus desejos. Portanto, quando a criança brinca com bonecos, no caso meninos, e coloca muita violência na brincadeira ele pode estar copiando ou querendo refazer a sua própria vida, corrigindo-a de acordo com a sua visão de mundo, é nessa fase que a criança forma a sua identidade e é importante a atuação positiva das suas relações sociais.
É importante salientar que nessa fase surgem três novidades que afetam profundamente a vida afetiva da criança, são elas: o desenvolvimento dos sentimentos interindividuais (afeição, simpatias e antipatias), a aparição de sentimentos morais, intuitivos e as regularizações de interesse e valores. 
A criança agora age por interesse e então deve ser orientadas quanto a valores para que se fortaleçam os sentimentos de certo e errado, evitando os famosos “sentimentos de inferioridade e superioridade”.
Os sucessos e fracassos de um indivíduo são registrados gerando pensamentos sobre si mesmo, sejam eles positivos ou negativos à depender do grau dos valores fixados, acompanhando o sujeito em todo o seu desenvolvimento.
Os valores entram como parte das relações interindividuais porque vem da permuta de sentimentos entre as pessoas, nesse momento aparece na criança a noção de simpatia com as pessoas que a valorizam, ou seja, que tem gostos comuns e antipatia com pessoas que discordam com os valores que eles conhecem. Desses princípios surgem as primeiras relações sociais escolhidas pelas crianças de acordo com o nível da afinidade.
Segundo Antunes (2001, p. 22), “todos os princípios são importantes”, como é importante a quem quer que esteja junto à criança – da babá à servente, da professora à secretária – saber ser meiga sem mimar, mostrar paixão sem entrega ilimitada, ou, como diziam e ensinavam nossos avós, ser doce, sem “melar”.
5.3 Heteronomia
Aos sete anos a criança começa a sua vida escolar o que causa uma transformação decisiva no seu desenvolvimento mental. Nomeada por Piaget de heteronomia, nessa fase acontece o interesse em participar de atividades coletivas e com regras, já estando apto a obedecer a uma educação moral.
Nessa fase a criança é capaz de cooperar porque já entende o ponto de vista do outro, e o egocentrismo quase que desaparece totalmente. No comportamento coletivo costuma aceitar regras, refletir, pensar antes de agir. A afetividade vem junto com valores como a moral e com autonomia pessoal, alternando a lógica com a moral.
Nesse momento o racional começa a ser construído, a ação agora é operatória, conhecendo ai a reciprocidade. Aqui a criança acrescenta a seus valores o respeito mútuo e como consequência afetiva do respeito mútuo, surge o sentimento de justiça, um dos sentimentos morais mais fortes na criança. A honestidade, o sentido de justiça e a reciprocidade, em geral, constituem sistema racional de valores pessoais, agrupados segundo uma “escala” e não mais relações objetivas, são expressos pela própria vontade.
Para Piaget (1999, p.53) é nessa fase que a criança desenvolve um realismo moral, e defende duas ideias que devem ser conhecidas por todos os alfabetizadores emocionais. Uma das ideias diz que todo ato que é desenvolvido de acordo com as regras ou de acordo com as normas passadas pelos adultos é sempre bom e justo e, a outra diz que as regras valem pelo que dizem e não pela intencionalidade que as envolvem, julga muito mais as consequências que a intencionalidade. Ou seja, obedecem as regras por conta do medo das consequências e não pela intenção de fazer o que é certo, por conta disso a necessidade da mediação positiva de um adulto nesse momento.
Antunes (2001, p. 26) propõe que os pais escolham uma escola que saiba proporcionar a relação de cooperação. A reciprocidade não surge porque as crianças simplesmente estão juntas, mas porque junto a elas estão educadores que orientam, norteiam, mostram e estimulam essa coordenação entre o ponto de vista próprio e o ponto de vista do outro. Não se chega à máxima “não faça a outros o que a ti não desejas”, senão pela aprendizagem prática do mesmo.
Acredita-se que a educação moral, nesta fase, não precisa ser realizada em aulas prontas e disciplinadoras, mas este aprendizado deve se fazer em todos os momentos da vida do educando, seja no ambiente escolar ou no familiar, através de discussões sobre o assunto e pelo exemplo.
5.4 Autonomia
Na terceira e última fase espera-seque o pré-adolescente aceite que todo valor moral deve surge do respeito às regras. 
A palavra adolescência vem do latim, e significa processo de crescimento. Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente considera-se adolescente aquela pessoa entre doze e dezoito anos de idade. Porém, devido às questões socioculturais atuais os limites se ampliaram e podemos dizer que o período é compreendido entre doze e vinte anos, podendo no caso dos rapazes chegarem aos vinte e cinco anos (KNOBEL, 1992, p. 84).
Para Piaget entre onze e doze anos o pensamento passa por uma transformação fundamental, pois segundo o autor termina as operações concretas e surgem as formais. Agora são capazes de deduzir através de hipóteses e não somente através das observações ou imitações.
O adolescente é quem mais sofre com a falta de uma cultura do conhecimento na formação de valores, pois nesta fase de postura eminentemente interdisciplinar, onde ele faz a negação, o confronto, a complementaridade e o enriquecimento de valores, é impossibilitado de estabelecer por si próprio uma hierarquia de valores, compondo o problema fundamental. Falta-lhe referência. Os jovens de hoje comportam-se de uma maneira entre um misto de alienação e indiferença ao sistema.
A família deve ser a referência dos adolescentes como forma de consolidação dos valores afetivos e morais que apreenderam porém, devem ter necessidade da escola como instituição educativa e social no campo da informação.
Segundo Arruda (2001) os valores são num primeiro momento herdados pela sociedade vigente. E, durante o processo de desenvolvimento da moralidade, o sujeito vive diferentes estágios onde valores são construídos. Na adolescência, depois de ter vivido o estágio de anomia, e faz o confronto de seus próprios valores com os valores do mundo adulto para alcançar sua autonomia – estágio em que os valores já foram refletidos e estão interiorizados, têm significado real para o sujeito e fazem parte de sua consciência moral. Neste momento o jovem faz um vínculo com a realidade e com o contexto social, contexto esse que é representado pelo sistema que por sua vez é corporificado por sujeitos e valores.
Dessa maneira, a escola deve incorporar os valores da sociedade, e estes devem estar nos exemplos de todo educador, não somente no discurso, uma tarefa para a vida e não como disciplina.
Ademais, a família sempre vai ser de maior importância pois os indivíduos assumem os valores dos pais, da família ou podem assumir valores opostos para contestá-los ou recusar valores deturpados.
No entanto, o papel da escola não se compara ao da família, e esta deve colocar os jovens em escolas compatíveis com os seus valores. Pois, educar requer diálogo, e este deve ter conceitos compartilhados.
6. PARTICIPAÇÃO
A participação é o ponto crucial na interação Família X Escola porque não basta frequentar, tem que participar do processo educativo, e para que isso aconteça é preciso envolvimento das duas instituições.
Porém, para acabar com esse “jogo de empurra” as ações dos dois principais envolvidos devem ser trabalhadas com parceria e planejamento. Para isso os professores teriam que acolher os pais nas suas funções e a família deve confiar na escola para procurar ajudar o filho.
Segundo Palato (2009, p. 102-104), uma forma positiva de lidar com essa situação seria a família em conversa com os professores e coordenadores explanasse qual a melhor forma de participar na educação do seu filho diante da situação do mesmo, assim, com certeza tudo poderia ser bem melhor. Mas para Demo, a problemática da participação é outra:
Muitas desculpas são justificativas do comodismo, já que participação supõe compromisso, envolvimento, presença em ações por vezes arriscadas e até temerárias. Por ser um processo, não pode também ser totalmente controlada, pois já não seria participativa a participação tutelada, cujo espaço de movimento fosse previamente delimitado. (DEMO, 2001. p.19-20). 
Demo afirma que as escolas trabalham com participação da família de formas diferentes, isso porque a maioria dos pais de escolas públicas não tem consciência de que tem direito de cobrar pela educação de seu filho, pois eles pagam impostos que se somados são maiores que os custos de escola particular, esse ensino é público mas não é de graça.
Para Bordenave (1983), desde o começo da humanidade, os homens têm participação no meio social, no meio familiar, nas tarefas de subsistência e nos cultos religiosos. E essas participações são por ele definidas como: participação de fato, a espontânea, a imposta, a voluntária, a provocada e a concedida, uma vez que: 
A participação social é transferida deste modo da dimensão superficial do mero ativismo imediatista, em geral sem consequência sobre o todo, para o âmago das estruturas sociais, políticas e econômicas. Em harmonia com o conceito, se uma população apenas produz e não usufrui dessa produção, ou se ela produz e usufrui, mas não toma parte da gestão, não se pode afirmar que ela participe verdadeiramente. (BORDENAVE, 1983, p.25). 
Se todos os envolvidos na educação de escola pública cobrassem o que lhes é de direito, ela teria mais valor, como acrescenta Bordenave (1983), quando se refere a participação:
A qualidade da participação se eleva quando as pessoas aprendem a conhecer sua realidade; a refletir; a superar contradições reais ou aparentes; a identificar premissas subjacente; a antecipar consequência; a entender novos significados das palavras; a distinguir efeitos de causas, observações de inferência e fatos de julgamentos‖. (BORDENAVE, 1983, p.72-73). 
Essa é a participação que precisa acontecer em nossas escolas, a participação ativa, coerente e consistente. 
Essa participação deve ser vista como uma ampliação das possibilidades de acertos na educação do filho/aluno sendo uma esperança de fazer ficar visível à criança com seus problemas e potencialidades. Afinal, a escola é um lugar que possibilita novas experiências, uma vivência social diferente daquela do grupo familiar, no sentido, em que proporciona um universo de interações pessoais e ambientes diferentes, capazes de provocar transformações no processo de desenvolvimento e na formação do indivíduo.
A família e a escola formam uma equipe. É fundamental que ambas sigam os mesmos princípios e critérios, bem como a mesma direção em relação aos objetivos que desejam atingir.
Ressalta-se que mesmo tendo objetivos em comum, cada uma deve fazer sua parte para que atinja o caminho do sucesso, que visa conduzir crianças e jovens a um futuro melhor.
O ideal é que família e escola tracem as mesmas metas de forma simultânea, propiciando ao aluno uma segurança na aprendizagem de forma que venha criar cidadãos críticos capazes de enfrentar a complexidade de situações que surgem na sociedade.
Quanto mais as famílias abraçam a educação dos filhos e colaboram ativamente da vida escolar, melhores são as consequências de aprendizagem dos educandos. Esta assertiva é praticamente um senso comum no campo educacional, e não faltam evidências para confirmá-la. A maior participação dos pais resulta em melhores resultados. Tem também impactos positivos na melhoria do clima escolar e redução da indisciplina que é um dos principais problemas das escolas hoje em dia. Professores e escola estão procurando um meio de resolver o problema caótico da indisciplina de hoje em dia, os alunos não respeitam mais ninguém na escola e essa situação pode ser resolvida ou até mesmo amenizada com a presença dos pais na vida dos alunos.
Uma revisão de estudos sobre o tema divulgada em 2002 nos Estados Unidos sob encomenda do Centro Nacional para Conexão entre Família, Comunidades e Escolas mostrou também que os impactos são positivos independentemente da origem social dos estudantes. Ou seja, qualquer família tem muito a contribuir. Diante de tantas evidências, não resta dúvida da importância de engajar mais a família no cotidiano escolar. O desafio é como fazer isso.
Para que isso ocorra, é preciso que as escolascriem uma cultura de diálogo com os pais ou responsáveis. O diretor tem papel central nessa tarefa, mas ela não cabe apenas a ele, todos desde os funcionários até os professores, dos mais novatos aos mais experientes, precisam estar abertos a ouvir as famílias. Estas, por sua vez, necessitam também compreender o esforço que a equipe da escola faz para o desenvolvimento social e educacional de seus filhos. Todos necessitam sair de suas zonas de conforto e buscar um entendimento sobre o que é melhor para os estudantes.
7. LEIS BRASILEIRAS E A RELAÇÃO ESCOLA X FAMÍLIA
É indiscutível a importância da família no desenvolvimento do indivíduo pois ela representa a principal transmissora de valores que serão responsáveis pela índole desta pessoa. Por conta disso este trabalho tem o dever de se aprofundar no contexto de família brasileira e quais as influências que elas tem no convívio do indivíduo com outras instituições da sociedade.
O mundo moderno e a revolução industrial trouxeram para o Brasil muitas mudanças no modelo tradicional de família. Segundo Kaloustian (1998) a família é a instituição diretamente ligada à proteção integral da criança e do adolescente, já que será a partir das relações familiares que o indivíduo iniciará sua convivência social e cultural no seio da sociedade. 
Assim, o autor complementa que a família representa um lugar muito bom de socialização, onde o indivíduo iniciará a convivência social e terá as primeiras noções de direitos e deveres iniciando ai sua prática de cidadania, com os critérios de igualdade, respeito e dos direitos humanos. 
“No ambiente familiar, a criança aprende a administrar e resolver os conflitos, a controlar as emoções, a expressar os diferentes sentimentos que constituem as relações interpessoais, a lidar com as diversidades e adversidades da vida” (WAGNER, RIBEIRO, ARTECHE & BORNHOLDT, 1999 apud DESSEN, POLONIA, 2007, p. 23). Logo, o desenvolvimento afetivo da criança e extremamente influenciado pela relação com a família, podendo ser atingido positivamente ou negativamente a depender do bem-estar desta instituição.
Para a didática as atribuições da família são de suma importância para a instrução geral da criança. Ela e a escola são as duas instituições mais importantes na formação da criança e emissoras dos valores éticos e culturais que a acompanhará por toda a vida. Segundo Dessen:
Na escola, os conteúdos curriculares asseguram a instrução e apreensão de conhecimentos, havendo uma preocupação central com o processo ensino-aprendizagem. Já, na família, os objetivos, conteúdos e métodos se diferenciam, fomentando o processo de socialização, a proteção, as condições básicas de sobrevivência e o desenvolvimento de seus membros no plano social, cognitivo e afetivo. (DESSEN, POLONIA, 2007, p. 22)
Ao passo em que a família que não assume as suas atribuições perante o indivíduo o prejudica futuramente em seu desenvolvimento. Portanto, fundamenta-se a necessidade da estruturação familiar e dela em relação com as outras instituições sociais em especial a escola. 
A representação que a dicotomia escola x família deve exercer na vida social do indivíduo é fonte de estudos e pesquisas. Até na constituição de 1988 foram incluídos artigos sobre os direitos que cada cidadão tem neste sentido. Percebe-se nesses artigos a importância dada ao papel da família na criação e educação do indivíduo:
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. 
[...] 
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. 
[...] 
Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade (BRASIL, 2003). 
Contudo, apesar da família ser parte integrante do desenvolvimento do indivíduo, a sociedade bem como o Estado também são ferramentas importantes no processo educativo do ser humano, já que elas interferem direta e indiretamente no convívio social do indivíduo, estabelecendo juntamente com os familiares condutas e valores culturais. 
Um importante reforço a proposta da constituição federal foi a criação do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) em 13 de julho de 1990, com pode-se ver a seguir: 
Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. 
[...] 
Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho 
[...] 
Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem como participar da definição das propostas educacionais.
 [...] 
Art. 55. Os pais ou responsável têm a obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino. 
[...] 
Art. 129. São medidas aplicáveis aos pais ou responsável: V - obrigação de matricular o filho ou pupilo e acompanhar sua frequência e aproveitamento escolar (BRASIL, 2002). 
 Já os PCN`s (1997, p. 47) afirmam que: 
"No trabalho escolar o desenvolvimento dessa capacidade é propiciado pela realização de trabalhos em grupo, por práticas de cooperação que incorporam formas participativas e possibilitam a tomada de posição em conjunto com os outros". 
Ainda no campo das leis, a Lei 9394/96 em seu Art. 2º assegura que:
 A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. ( Art. 2º da Lei 9394/96)
Logo, a família em acordo com o Estado tem a obrigação por lei de assegurar o desenvolvimento do educando e isso só acontece quando escola e família caminham juntas.
Dessa forma, os pais ou responsáveis devem ter atenção especial à vida de seus filhos, estando atentos aos cuidados e necessidades que cada criança possui no seu processo de desenvolvimento. Entretanto, é importante ressaltar os segmentos sociais que se encontram a disposição dos pais, a instituição escolar é fundamental na educação formal que todo indivíduo deve adquirir para o seu preparo ao exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, contudo, cabe aos pais direcionar a criança para uma formação sistemática, enfatizando a educação como esfera significativa para seu desenvolvimento integral.
Portanto, é dever da escola de da família caminhar juntas na responsabilidade da formação dos filhos/alunos e estarem disponíveis para atender e cumprir esse compromisso. Porém a escola deve orientar as famílias que tenham dificuldades, cobrando a presença e dando assistência caso necessitem.
8. METODOLOGIA
Para alcançar estes objetivos foi utilizada a pesquisa bibliográfica, em que se procurou fazer leituras de diversos autores sobre o tema para uma melhor compreensão da importância da família no contexto escolar. A partir dai foram feitos levantamentos que possibilitaram reflexões sobre a necessidade do fortalecimento da dicotomia Escola X Família na vida da criança como forma de garantir o sucesso social e escolar do aluno.
A presente pesquisa se reportou a conceituar, explicitar e discutir a função dasduas instituições, as leis que asseguram a importância entre as duas e um vasto referencial teórico sobre o assunto.
Na visão de Antônio Henriques e João Bosco Medeiros “a definição de metodologia inclui prática de estudo da realidade que consiste em dirigir o espírito na investigação da verdade”. É um instrumento, uma forma de fazer ciência. Ao citar Pedro Demo, em sua obra “Introdução à metodologia da ciência” a metodologia cuida dos procedimentos, das ferramentas, dos caminhos. Assim esta pesquisa foi pautada.
TÉCNICAS DE PESQUISA
O meio que foi utilizado foi a pesquisa bibliográfica e a pesquisa explicativa, extraindo diversas opiniões de profissionais envolvidos na reflexão e discussão sobre o tema, e, ao mesmo tempo, a identificação dos entraves desse diálogo tão importante entre as duas instituições. Dessa forma as autoras dessa pesquisa se valeram de obras referentes ao problema apresentado, observando e analisando diversos posicionamentos de grandes autores sobre o assunto abordado.
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho baseou-se em pesquisa bibliográfica de autores variados e especialistas no tema abordado, ou seja, a relação entre família e escola: A necessidade de aproximação para o desenvolvimento do educando. 
Nos estudos sobre o tema, este trabalho de conclusão de curso, pretendeu contribuir para auxiliar professores, pais e demais profissionais da educação a buscarem reflexões que possibilitem uma melhor relação entre estes setores da sociedade que são de suma importância para a vida da criança. 
Estudando as evoluções que a família percorreu até aqui, ao longo dos tempos, a qual através de pesquisa bibliográfica foi possível observar que esta instituição não foi e nem é sempre a mesma em sua constituição e função social. Sendo que, a família e as relações estabelecidas entre as pessoas que fazem parte da mesma, nem sempre foram baseadas no afeto, no amor e nos laços sanguíneos. Muitas vezes, as relações existentes baseavam-se no poder que regia esta comunidade, ou seja, sistema matriarcal ou patriarcal. 
E nessa evolução de acordo com o momento histórico , da geografia, das condições socioeconômicas, era determinado a forma na qual a família se apresentava. Não sendo, portanto, uma só forma de constituição, ou seja, a constituição chamada de tradicional, formada por pai, mãe e filhos. 
E assim como a família a criança também nem sempre teve a importância e atenção para um bom desenvolvimento e formação, antes era vista como um adulto em miniatura.
Contudo, apesar das famílias e da própria criança apresentar diferenças em sua constituição e importância, podemos observar que mesmo nos dias de hoje, onde as formações familiares são tão diferentes daquelas estudadas nos primórdios da história da humanidade, um fato ficou claro - o amor e os laços afetivos unem muito mais que o próprio laço sanguíneo e a herança genética.
Constatou-se também neste trabalho que em nosso país existem diversas Leis que garantem o direito e o dever dos pais na educação de seus filhos e que infelizmente toda esta legislação não é suficiente para que todas as crianças tenham seus direitos garantidos e preservados. 
É possível afirmar que embora haja uma maior veiculação de informações, num mundo tão globalizado e tecnológico, ainda há muito que se lutar em defesa da família para que a criança tenha os seus direitos preservados. E haja uma mudança de olhar da própria sociedade frente às novas formações familiares que hoje se apresentam, sem discriminações e preconceitos pré-estabelecidos. 
Também é correto afirmar que nem a escola e nem a família podem trabalhar em desacordo e de forma solitária e nem uma é mais importante que a outra, pois ambas se completam e tem a sua importância, de forma que uma não pode e nem deve substituir a outra. 
Assim, é possível considerar que é muito importante a participação da família no âmbito escolar de seu filho, muito antes mesmo deste adentrar para a escola, como já dissemos no decorrer do texto desta monografia, o meio que o cerca em muito influenciará o seu futuro e o seu sucesso na escola. 
Com a proposta deste trabalho algumas reflexões foram feitas na busca incessante de se encontrar alternativas que contribuam para a parceria entre a escola e família. Nesse sentido, ao invés de ocorrer o “jogo de empurra” entre professores e pais, onde cada um atribui ao outro a responsabilidade de um fracasso escolar, por desacordos na forma de agir, que possamos buscar o entendimento, o respeito mútuo e a compreensão na qual a criança seja a maior beneficiária.
É importante que os pais criem hábitos de participar da vida escolar de seus filhos, que saibam a importância de se relacionar, de conversar, de saber quais são as suas dificuldades e como ajudar a combatê-las, que saibam que devem ter um objetivo em comum com a escola, a educação de qualidade. 
E a escola deve ser responsável por criar meios de aproximação com os pais e a comunidade em que esta inserida, deixando claro que educar não é papel exclusivo das escolas, e sim de todos. Juntos por uma educação de melhor qualidade.
Enfim, que a família e a escola possam ser na vida caminhos de luz, para que verdadeiramente cada educando consiga construir uma aprendizagem duradoura, pois eles serão mediadores do futuro e a comunicação entre as pessoas pode ser fonte de conhecimento mútuo, é uma arte a ser ensinada e cultivada.
10. REFERÊNCIAS
ABUCHAIM, B. de O. Pátio – Educação infantil. São Paulo: Artmed,2009.
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