Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Melanie Klein (1882-1960) Posição esquizoparanóide Primeiros meses de vida Desconfortos são vividos como se fossem provocados por um objeto hostil e o conforto por um objeto bom, levando à cisão maniqueísta entre o bom e mau Diante da frustração, impulsos orais sádicos inatos (pulsão de morte) atingem seu ápice gerando temor à retaliação e a ansiedade persecutória Diante da gratificação, impulsos orais libidinais ligados à pulsão de vida compensam parcialmente a ansiedade persecutória Posição esquizoparanóide Para defender-se da ansiedade persecutória o bebê lança mão de mecanismos de defesa primitivos: Idealiza o bom objeto Onipotente, fantasia ter o controle dos objetos internos e externos Nega a realidade interna e externa Pela identificação projetiva projeta partes do ego, tenta controlar e esvaziar o objeto, tornando um prolongamneto do ego Posição esquizoparanóide Quanto maior o componente agressivo inato da criança e piores os cuidados maternos, maior será a voracidade e ansiedade persecutória, e menor será a tolerância à frustração Quanto menor o componente agressivo inato da criança e melhores os cuidados maternos, menor será a voracidade e ansiedade persecutória, e maior será a tolerância à frustração Posição depressiva A partir do quarto mês e com bons cuidados maternos os sentimentos amorosos sobrepujam os destrutivos A criança começa a se dar conta que seu ódio e amor são dirigidos para o mesmo objeto, o que gera culpa e desejo de reparação (cuidado com o outro) O bom objeto é projetado e reintrojetado seguidamente, até estabelecer-se de forma consistente na mente da criança. Posição depressiva Como consequência, o ego torna-se mais integrado e vigoroso, mais tolerante à frustração, o que possibilita uma relação melhor e mais realista com o mundo interno e externo A divisão entre consciente e inconsciente torna-se mais porosa, o que possibilita o insight Os mecanismos de defesa primitivos são substituídos parcialmente pela repressão Freud – teoria das pulsões Necessidades biológicas com representações psicológicas que necessitam ser descarregadas O limite entre o somático e o psíquico Inicialmente, pulsão de autopreservação e a sexual Depois, pulsão de vida (que inclui as duas anteriores) e pulsão de morte (auto destrutiva e destrutiva) A sublimação seria o mecanismo que transforma parcialmente a finalidade da pulsão sexual, para uma atividade profissional, mais aceita socialmente Vocação médica = eleição, chamamento Profissão mais antiga que se tem notícia James Barry (1797-1867), Melanie Klein Muitos optam desde a infância A mais concorrida Persistência – vestibular cinco vezes Baixo percentual de abandono O médico que tem vocação e tem boas condições de trabalho, exerce sua profissão de forma prazerosa e realiza-se intensamente Pulsão vocacional Pulsão vocacional Egossintônica Pulsão de vida Potencial vocacional Egodistônica total e parcial Pulsão de morte Pulsão vocacional egossintônica Ego bem estruturado e ambiente adequado para o desenvolvimento do potencial vocacional Pulsão busca satisfazer-se com atitudes construtivas Prazer no exercício da medicina Generoso com pacientes e colegas mais jovens Aceita ajuda dos mais experientes e sente gratidão Confiante, acredita em seu potencial vocacional Dedicação, mesmo diante das limitações Empatia com pacientes, colegas e familiares Pulsão vocacional egossintônica Busca equilíbrio entre trabalho, família e cuidado com a própria saúde O ganho financeiro é uma consequência natural do desenvolvimento profissional Idealista, ético e esperançoso quanto ao futuro Flexível consigo e com outros. Superego restringe-se a admnistrar seus impulsos destrutivos Diante de um erro ou de uma fatalidade, procura aprender com a experiência – homeostase psíquica Boa capacidade de insight Pulsão vocacional egodistônica Ego mal estruturado e ambiente inadequado Não há prazer no exercício da profissão Pulsão busca satisfazer-se com atitudes destrutivas Falta de generosidade e sensação de ser explorado Consultas curtas, com frieza e de forma mecânica Ausência de empatia, arrogante e não tolera críticas Raiva e irritabilidade diante de maus resultados e morte Sadismo nas condutas médicas – trote e bullying na faculdade Pulsão vocacional egodistônica Despresa os mais velhos e humilha os mais jovens Dificuldade em trabalhar em equipe Voraz (papômetro, concursos, fins justificam os meios) Invejoso em excesso e desconfiado, sente-se odiado por todos e tem atitudes antissociais psicopáticas Diante de desavenças e frustrações, sente ódio, ressentimento e desejo de vingança Carreirista, priorisa o poder, o ganho financeiro , o prestígio pessoal e a exposição narcísica Pulsão vocacional egodistônica parcial Personalidade parcialmente estruturada Alcançou a posição depressiva mas não a elaborou Projeta sua agressividade de forma excessiva e com isso perde sua força emocional (confunde agressividade com violência) Acredita que seu conhecimento é sempre insuficiente Inseguro, é dependente de outros colegas ou protege- se nas instituições para dividir a responsabilidade Excesso de cuidados com os pacientes Pulsão vocacional egodistônica parcial Culpa persecutória diante de casos que evoluem mal Tendência a apresentar transtornos ansiosos e depressivos O suicídio seria uma consequência da culpa persecutória e um meio de eliminar o que o indivíduo acredita ter de ruim dentro de si: sua incompetência e impossibilidade de ser um bom médico O papel das faculdades de medicina Criar ambiente humano e acolhedor para os alunos e médicos residentes Ter professores que sejam fonte de identificação para que o aluno desenvolva o seu potencial vocacional e estabeleça um identidade médica saudável. Criar serviços de assistência psicológica aos alunos e médicos residentes Criar grupos de tutoria-mentoring para auxiliar os alunos em sua trajetória acadêmica Suporte ao médico Conselhos regionais e federal de medicina Associações médicas Sindicato médico
Compartilhar