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Elisa Simbine Flora Bento Gertrudes Chamwalira G éssica Valente Isabel Charles Osvaldo N. Nhanombe Saide Muanicaia A selecção de pessoas Licenciatura em Gestão de Empresas Universidade Pedagógica Escola Superior de Contabilidade e Gestão Maputo 2018 Elisa Simbine Flora Bento Gertrudes Chamwalira G éssica Valente Isabel Charles Osvaldo N. Nhanombe Saide Muanicaia A selecção de pessoas Licenciatura em Gestão de Empresas Universidade Pedagógica Escola Superior de Contabilidade e Gestão Maputo 2018 Trabalho feito em grupo sob orientação do docente Dr. Tivane, a ser apresentado na sala de aulas, para efeito de avaliação, 1 Introdução Este trabalho explora aspectos teóricos e conceituais do processo de selecção de pessoas, apresentando de forma sucinta a finalidade de se fazer este processo que nalguns casos despende muitos recursos financeiros, os métodos e técnicas usados para se efectuar este processo. 2 2. A selecção de pessoas A selecção é um processo de comparação entre os requisitos exigidos pela função e as competências e características oferecidas pelos candidatos (SOUSA, M. José, 2006 p.63). Em primeiro lugar é necessário obter informações sobre a função em causa, normalmente, através do responsável funcional da área onde a função se enquadra ou através das informações provenientes da análise de funções. Em seguida, analisam-se as informações sobre os candidatos, através de análise curricular e outros métodos e técnicas de selecção. Objectivos e etapas de um processo de selecção de pessoas Os objectivos gerais de qualquer processo de selecção de pessoas para ingressar no mundo do trabalho podem ser sintetizados nos seguintes pontos: Rápido ajustamento e contribuição para a produtividade da empresa; Desenvolvimento da motivação e realização pessoal; Integridade e dinamização do processo grupal; Contribuição para gerar valor na empresa. Para cumprir os objectivos referidos o processo de selecção dos candidatos desenrola-se percorrendo as seguintes etapas: Determinação do nível de aptidões, qualificações e competências – consideradas necessárias ao exercício satisfatório da função. Avaliação dos candidatos segundo o critério pré-estabelecido – pois sem ela não há escolha dos candidatos que reúnem o nível de capacidades, qualificações ou competências necessário para o exercício de determinada função. Escolha dos candidatos – esta pressupõe um escalonamento. Acresce, porem, que a escolha e o escalonamento resultam sempre de um processo de comparação. Métodos e técnicas de selecção Método é o caminho em direcção a um objectivo (GERHARDT, 2009) Depois da fase de recrutamento, e presumindo que todas as decisões relativas aos objectivos, aos critérios, as formas e as fontes de recrutamento estão tomadas, importa decidir quais os métodos mais adequados para a selecção do (os) candidatos (s). 3 São varias as técnicas utilizadas no domínio da selecção de pessoas. Umas inscrevem-se no modelo tradicional ou circunscrevem-se à avaliação de conhecimentos. Outras inscrevem-se no foro da psicologia (psicologia diferencial) e procuram identificar o potencial intelectual, as características comportamentais e de personalidade e as habilidades sociais. Os métodos deverão ser ajustados a função para a qual se está a seleccionar. Requisitos da qualidade dos métodos de selecção Devem ser práticos: adequar-se aos constrangimentos de tempo e aos custos; Devem ser confiáveis/objectivos. por exemplo, os métodos devem ser aplicados de igual forma, independentemente dos candidatos. Devem ser válidos: por exemplo, o método deve prognosticar a adequação do candidato à função. Vejamos, alguns dos métodos mais frequentes, sabendo que um processo de selecção pode combinar vários destes métodos. Análise curricular Para o candidato o curriculum vitae apresenta-se como um elemento objectivo que resume os factos pessoais corridos no seu percurso de vida, ou seja: - As suas coordenadas pessoais (identificação); a sua formação escolar e profissional; a sua experiência de trabalho; as suas actividades pessoais orientadas para o trabalho desejado; e os seus domínios. Para a empresa trata-se de um documento que oferece um «flash» ou visão geral instantânea sobre a imagem profissional do candidato e que serve para vários fins como: fazer a selecção dos candidatos a determinado posto de trabalho; criar uma reserva para o preenchimento de futuros lugares vagos; e orientar a entrevista com o candidato. Sublinha-se, contudo que o CV deve ser breve, não ultrapassando as 2 ou 3 páginas escritas em estilo conciso. Esta fase tem como objectivo verificar apenas se o curriculum vitae corresponde explicitamente aos elementos estruturais requeridos pelo anúncio e pelo posto de trabalho a que se destina. Trata-se de uma intervenção de características essencialmente administrativas. 4 Este método não implica a presença do candidato e permite ter uma ideia do percurso, profissional e escolar do candidato. Pode ainda permitir ter ideia geral acerca das competências (pelo menos das enunciadas) e dos ´´feitos´´ conseguidos. Com pontos de contacto com análise curricular surge a informação biográfica que consiste em perguntas que envolvem as funções desempenhadas anteriormente pelos candidatos e relativas á função a que se candidata. Admissão à experiencia Esta metodologia consiste na afectação temporária de um candidato a um determinado posto de trabalho ou função com vista a provar na pratica a sua capacidade para o exercer. Trata-se de um método de selecção real e radical embora conceda tempo para prova concreta. Equivale de certo modo ao estágio profissional. Estágio profissional – é um método de selecção utilizado com frequência e que se caracteriza pelo seu carácter longitudinal e por importantes particularidades. Testes psicológicos ou analíticos Este método refere-se a um conjunto de provas que se aplicam para apreciar o desenvolvimento mental, as aptidões, habilidades e conhecimentos dos candidatos. Estes testes psicológicos constituem uma medida objectiva e estandardizada de amostras do comportamento das pessoas. A sua função consiste em analisar as amostras de comportamento humano dos candidatos examinando-as sob condições padronizadas e comparando-as com padrões de resultados alcançados por uma amostra representativa de pessoas do mesmo tipo das que se pretendem avaliar em pesquisas estatísticas. Requisitos dos testes psicológicos O teste psicológico deve garantir certas qualidades como: predica, validade, precisão, padronização e aferição. Predição - a qualidade do teste que permite diagnosticar e indicar uma área ampla e significativa de manifestação do comportamento. Validade – o teste deve medir, o que efectivamente se propõe medir. 5 Precisão – a qualidade do teste segundo a qual ele garante a consistência dos resultados obtidos pelos mesmos indivíduos em diferentes oportunidades ou com diferentes conjuntos de itens equivalentes. Padronização – a qualidadedo teste que expressa a uniformidade do processo na aplicação, na avaliação e na interpretação. Aferição – a qualidade segundo a qual ele foi aferido para a população (amostra) a que vai ser aplicado. Aferir um teste significa estabelecer normas para avaliação e interpretação dos resultados obtidos nesse teste. Características relevantes dos testes psicológicos: Validade: um teste de selecção é valido quando e capaz de prognosticar o desempenho futuro da pessoa, no cargo; Precisão: um teste e considerado valido quando, aplicando varias vezes numa mesma pessoa, apresenta resultados semelhantes; Aferição (uniformidade de avaliação e de interpretação) implica o estabelecimento de normas, conceitos e doutrinas, relativas á população a que se destina; Padronização: o teste tem de ter predefinido os critérios que possibilitem comparar, de forma objectiva, os resultados obtidos. A utilização dos testes psicológicos em selecção requer uma correcta escolha que por isso deve considerar os seguintes aspectos: Objecto do estudo ou diagnóstico a efectuar e relevância do teste para esse efeito. Sabendo-se com clareza o que se pretende avaliar, então escolhe-se o teste que melhor permite obter a informação necessária para atingir o fim desejado. As características do individuo a quem o teste vai ser aplicado. O teste deve ser adequado ao sujeito a quem vai ser aplicado considerando a idade, a escolaridade, o sexo, a cultura, a experiencia profissional anterior, a proveniência urbana ou rural, as condições físicas e deficiências específicas e problemas de linguagem. 6 Requisitos que o teste psicológico deve possuir A escolha de um teste deve assegurar as qualidades de validade, precisão, fidedignidade, padronização e normalização. Só nestas condições poderá garantir a eficácia dos seus resultados. Testes de personalidade Os testes de personalidade permitem analisar os diversos traços de personalidade: traços determinados pelo carácter (traços adquiridos) ou pelo temperamento (traços inatos). Os testes de personalidade podem ser genéricos ou específicos. Os primeiros revelam traços gerais de personalidades e uma síntese global, enquanto os segundos pesquisam determinados traços ou aspectos da personalidade, como sejam o equilíbrio emocional, frustrações, interesses, motivação, etc. Testes de aptidão física Para funções que assim o exijam, estes testes permitem aferir da aptidão física para o desempenho da função. Testes de competências específicas (línguas, técnica, etc.) São testes estruturados em torno de competências exigidas para o desempenho da função e que as organizações consideram necessário testar. Testes de simulação O ponto de partida dos testes de simulação é o drama – a reconstituição de um acontecimento que pretende estudar e analisar o mais aproximadamente possível do real. Nos testes de simulação são constituídos ou adaptados exercícios de simulação de acordo com as situações críticas, exigências e competências associadas à função. Os exercícios baseiam-se em problemas reais de desempenho e visam proporcionar a expressão de comportamentos pertinentes para a função. 7 A entrevista É talvez o método mais frequentemente utilizado para a maior parte das funções. Este método permite: Avaliar algumas competências (nomeadamente as comportamentais); Testar o esquema de raciocínio que os candidatos empregam na resolução de problemas; Fazer alguns esclarecimentos acerca do curriculum; Iniciar alguns ajustamentos de expectativas, como avaliação das posições do candidato face a questões críticas do negócio e da função; Informar o candidato sobre a função, a organização, as expectativas da carreira e as possibilidades de desenvolvimento; Preservar a imagem organizacional da empresa. Tipos de entrevista Genericamente podemos falar de três tipos de entrevistas: a entrevista tradicional, a situacional e a comportamental. Este tipo de entrevista funciona como técnica de selecção de pessoas sendo utilizada em condições específicas, nomeadamente na selecção de «quadros» que já possuem um passado profissional e uma experiencia consideráveis. É uma técnica centrada na análise e avaliação do passado do entrevistado, focalizando-se na forma como se conduziu profissional e pessoalmente, procurando a partir dos dados obtidos fazer a previsão da conduta futura. O ponto de partida para a entrevista profissional de selecção é o curriculum vitae apresentado pelo candidato. A entrevista tradicional Trata-se de uma entrevista semiestruturada, que permite a recolha de informação que ajude a compreender melhor o comportamento do entrevistado. O que caracteriza as entrevistas semiestruturadas é o facto de o entrevistador conhecer todos os temas sobre os quais tem de obter reacções por parte do entrevistado, mas a ordem e forma como as coloca são deixadas ao seu critério, sendo apenas afixada uma orientação para o inicio da entrevista. Esta entrevista é suportada num Guião constituído a partir da análise e descrição de funções. 8 A estrutura da entrevista estruturada Breve cumprimento e primeiro contacto com o candidato; Formação escolar e profissional; Experiencia de trabalho; Descrição do cargo; Descrição de pontos fortes e fracos; Interesses do candidato; Encerramento. A entrevista situacional e a entrevista comportamental baseiam-se na entrevista estruturada. Entrevista situacional É um tipo de entrevista estruturada que parte do pressuposto de que existe uma correlação entre as intenções das pessoas e os comportamentos. O guião de entrevista constrói-se a partir da análise e descrição de funções através da técnica dos incidentes críticos. Entrevista comportamental Baseia-se em experiencias passadas do candidato com o objectivo de perspectivar o seu desempenho futuro. Baseia-se na análise dos incidentes críticos; Confronta os candidatos com situações passadas que representam comportamentos ilícitos, O entrevistador regista o comportamento que o entrevistado teve nessa situação. Técnicas de selecção de pessoas A gestologia - técnica que se propôs compreender o significado dos gestos e das atitudes por relação ao discurso, no decorrer de uma entrevista. A astrologia – técnica que descreve de forma definitiva o carácter e a personalidade da pessoa prevendo o seu futuro e decisões a tomar a partir do posicionamento dos astros no momento do seu nascimento e das interpretações dos signos e do zodíaco. A caractereologia – consiste no estudo do carácter a partir das estruturas morfológicas. 9 A morfopsicologia – esta técnica considera que as formas do rosto reflectem as potencialidades comportamentais subjacentes em cada indivíduo. A hemo-psicologia – esta define o perfil psicológico dos candidatos a partir do seu grupo sanguíneo. 10 Conclusão Generalizando, este processo de selecção nalguns casos requer muitos recursos financeiros mas porque este processo é muito fundamental para atingir os objectivos e proporcionando mais valor para a empresa, muitas empresas optam nela. A selecção faz com que a empresa/ a direcção nomeie alguém para certa função em que ele tenha domínio, para evitar ineficiência dentro da mesma. Foi constatado que este processo acontece obedecendo certos métodos e técnicas, e alguns métodos possuem requisitos que contribuem para a qualidade dos resultados esperados.11 Bibliografia MACHADO, Artur da Rocha & NUNO Miguel, A regeneração das organizações, Selecção e recrutamento de pessoas, s.e, Escolar editora, s.l., 2013 SOUSA, Maria José, et all, Gestão de Recursos Humanos, Métodos e Praticas, 10ª ed., Manual prático lidel, s.l, 2006 GERHARDT, Tatiana Engel; SILVEIRA, Denise Tolfo. Métodos de Pesquisa. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2009
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