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201495 211141 BENS+JURÍDICOS (1)

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BENS JURÍDICOS 
 
 Conceito de bem: Sob o prisma filosófico é tudo quanto corresponde à 
solicitação de nossos desejos. Entretanto, para o Direito a noção de bem possui uma 
funcionalidade própria. Embora mais extensa do que a acepção meramente econômica - 
que se limita à suscetibilidade de apreciação pecuniária -, os bens jurídicos podem ser 
definidos como toda a utilidade física ou ideal, que seja objeto de um direito 
subjetivo (ex.: um terreno é objeto do meu direito de propriedade, a honra é objeto de 
meu direito da personalidade). Portanto, a todo direito subjetivo (faculdade de agir 
do sujeito) deverá corresponder um determinado bem jurídico. Salienta-se, por fim, 
que as prestações também podem ser objeto de direitos. Isto porque, nos direitos 
subjetivos de crédito (obrigacionais), espécie de direitos pessoais, não interessa ao 
titular do direito a coisa ou o bem em jogo. Interessa sim, a atividade do devedor 
voltada à satisfação do crédito, ou seja, a sua prestação (dar, fazer ou não-fazer). 
 
a) Geral: significa toda utilidade em favor do ser humano; 
b) Jurídico: é a utilidade, física ou imaterial, objeto de uma relação jurídica, 
seja pessoal ou real; 
 
 
 Diferença entre BEM x COISA: Orlando Gomes sustenta que bem é 
gênero e coisa é espécie. A noção de bem envolve o que pode ser objeto de direito 
sem valor econômico, ao passo que a coisa restringe-se às utilidades patrimoniais, 
acrescentando a esta última a ideia de que se trata sempre de objeto corpóreo, isto 
é, perceptível pelos sentidos. Dessa forma, há bens jurídicos que não são coisas: a 
liberdade, a honra, a integridade moral, a imagem, a vida. 
 
 Conceito de patrimônio jurídico: a definição clássica considera a 
representação econômica da pessoa, vinculando-o à personalidade do indivíduo. 
Modernamente, a coesão patrimonial vem sendo explicada apenas pelo elemento 
objetivo de uma universalidade de direitos, com a destinação/afetação que lhe der 
seu titular. Nesta ideia, está englobado o complexo de direitos reais e obrigacionais 
de uma pessoa, ficando de lado todos os outros que não tem valor pecuniário, nem 
podem ser cedidos, como os direitos de família e os direitos puros de personalidade 
(por isso mesmo chamados direitos extrapatrimoniais). Pode ser tanto líquido (conjunto 
de bens e créditos, deduzidos os débitos), quanto bruto (conjunto de relações jurídicas 
sem esta dedução), compreendendo-se neste o ativo (conjunto de direitos) e o passivo 
(conjunto de obrigações), não se descaracterizando a noção se os débitos forem 
superiores aos créditos, pois o patrimônio exprimirá sempre um valor pecuniário, seja 
positivo ou negativo. 
 
 CLASSIFICAÇÃO DOS BENS JURÍDICOS 
 
- considerados em si mesmos: 
 
a) BENS CORPÓREOS X BENS INCORPÓREOS: os primeiros como o 
próprio nome já infere são aqueles que têm existência material, perceptível pelos 
nossos sentidos, como os bens móveis (livros, joias, etc.) e imóveis (terrenos, etc.). Em 
contraposição, os segundos são aqueles abstratos, de visualização ideal, apenas no 
 
a) GERAL: significa toda utilidade em favor do ser humano; 
b) JURÍDICO: é a utilidade, física ou imaterial, objeto de uma relação 
jurídica, seja pessoal ou real; 
 
imaginário, subconsciente (não tangível), por exemplo, os direitos sobre o produto do 
intelecto, como valor econômico. 
 
Efeitos práticos: somente os corpóreos podem ser objeto de contrato de 
compra e venda, enquanto os bens imateriais somente se transferem pelo contrato 
de cessão, tampouco podem ser adquiridos por usucapião (lembre-se da 
imprescritibilidade dos direitos de personalidade). 
 
b) BENS IMÓVEIS X MÓVEIS: os primeiros são aqueles que não podem 
ser transportados de um lugar para outro sem alteração de sua substância (ex.: lote 
urbano), enquanto os segundos são passíveis de deslocamento, sem quebra ou fratura 
(ex.: computador). Enquadram-se também aqueles suscetíveis de movimento próprio, 
chamados de semoventes (ex.: animal de tração). 
 
Efeitos práticos: a alienação de bens imóveis reveste-se de formalidades não 
exigidas para os móveis, ou seja, só se pode operar a aquisição da propriedade 
imobiliária, no Direito brasileiro, se ao título aquisitivo (em geral o contrato) se 
seguir a solenidade do registro. Para os bens móveis, dispensa-se o registro, 
exigindo-se, apenas, a tradição (entrega) da coisa. Outra importante restrição é com 
relação a alienação ou limitação por ônus real dos bens imóveis (gravame, ex.: hipoteca) 
que dependem da aquiescência do outro cônjuge. 
 
c) BENS FUNGÍVEIS X BENS INFUNGÍVEIS: os primeiros podem ser 
substituídos por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade. É uma 
classificação típica dos bens móveis (ex.: café, soja, minério de carvão, dinheiro). Os 
segundos por sua vez são aqueles de natureza insubstituível (ex.: obra de arte). 
 
Efeitos práticos: nos contratos de mútuo e comodato o elemento diferenciador 
é justamente a natureza fungível ou infungível, respectivamente, do bem emprestado. 
 
 
d) BENS CONSUMÍVEIS X BENS INCONSUMÍVEIS: estes suportam o 
uso continuado, sem prejuízo de seu perecimento progressivo e natural (ex.: 
automóvel). Aqueles o uso importa destruição imediata da própria substância, 
ademais são destinados ao comércio (ex.: alimentos). Considerando que nada pode 
subsistir a força do tempo podemos concluir a partir do nosso exemplo que os bens 
consumíveis duram apenas uma utilização, ao contrário da roupa, que lentamente se 
desgasta com o uso ordinário. 
 
e) BENS DIVISÍVEIS X BENS INDIVISÍVEIS: os primeiros podem ser 
fracionados sem alteração na sua substância, diminuição considerável de valor ou 
prejuízo do uso a que se destinam (art. 87, CC). Já os segundos não permitem essa 
ocorrência e resultam de prescrição legal (ex.: módulo rural, servidão), por 
convenção (ex.: em uma obrigação de dinheiro com devedores solidários onde 
estipulou-se a indivisibilidade do pagamento) ou pela própria natureza (ex.: um 
animal). 
 
f) BENS SINGULARES X BENS COLETIVOS: estes compreendem o 
conjunto de bens singulares que formam um todo homogêneo tendo destinação comum 
(ex.: parques; bibliotecas). Por sua vez bens singulares são coisas consideradas em sua 
Efeitos práticos: somente os corpóreos podem ser objeto de contrato de compra e 
venda, enquanto os bens imateriais somente se transferem pelo contrato de 
cessão, tampouco podem ser adquiridos por usucapião (lembre-se da 
imprescritibilidade dos direitos de personalidade). 
 
Efeitos práticos: a alienação de bens imóveis reveste-se de formalidades não 
exigidas para os móveis, ou seja, só se pode operar a aquisição da propriedade 
imobiliária, no Direito brasileiro, se ao título aquisitivo (em geral o contrato) se 
seguir a solenidade do registro. Para os bens móveis, dispensa-se o registro, 
exigindo-se, apenas, a tradição (entrega) da coisa. Outra importante restrição é 
com relação a alienação ou limitação por ônus real dos bens imóveis (gravame, ex.: 
hipoteca) que dependem da aquiescência do outro cônjuge. 
 
Efeitos práticos: nos contratos de mútuo e comodato O ELEMENTO 
DIFERENCIADOR É JUSTAMENTE A NATUREZA FUNGÍVEL OU 
INFUNGÍVEL, respectivamente, do bem emprestado. 
 
individualidade que não dependem de outros para se realizar. Dividem-se em simples 
quando as suas partes componentes encontram-se ligadas naturalmente (ex.: árvore, 
cavalo), ou compostas, quando a coesão de seus componentes decorre do engenho 
humano (ex.: um avião, um relógio). 
 
Atenção: as coisas coletivas formam universalidades de fato (agrupadas 
pela vontade do titular) ou de direito (complexo de direitos e obrigações que a 
ordem jurídicaatribui caráter unitário, como a herança). 
 
 
- dos bens reciprocamente considerados: leva em conta o liame jurídico existente entre o 
bem jurídico principal e o acessório. PRINCIPAL é o que possui autonomia 
estrutural, ou seja, que existe sobre si, ao passo que o ACESSÓRIO é aquele cuja 
existência supõe a do principal, logo, aquele sempre segue a sorte deste. São bens 
acessórios: 
 
1. Os FRUTOS: utilidades que a coisa principal periodicamente produz, 
cuja percepção não diminui a sua substância (ex.: soja, bezerro, juros, aluguel). 
Dividem-se em: 
 
a) Quanto à natureza: NATURAIS, são os gerados pelo bem principal sem 
necessidade da intervenção humana direta (ex.: flores); INDUSTRIAIS decorrentes da 
atividade empresarial do ser humano (ex.: manufaturas) e CIVIS remunerados por 
terceiros pela utilização (ex.: juros ou aluguel). 
 
b) Quanto à ligação com a coisa principal: COLHIDOS/PERCEBIDOS já 
destacados da coisa principal, mas ainda existentes (ex.: lenha); PENDENTES os que 
ainda se encontram ligados à coisa principal (ex.: maça); PERCIPIENDOS deveriam 
ter sido colhidos, mas não o foram; ESTANTES os destacados que se encontram 
estocados e armazenados para venda e CONSUMIDOS que já não mais existem. 
 
2. Os PRODUTOS: utilidades que a coisa principal produz, cuja percepção 
ou extração diminui a sua substância. (ex.: pedras, metais preciosos, minérios). A 
diferença para os frutos reside na ALTERABILIDADE DA SUBSTÂNCIA 
PRINCIPAL. 
 
Tanto aqui como acolá sendo o possuidor de boa-fé a lei não impõe a 
restituição do acessório aquele que posteriormente comprovar ser titular do 
bem principal. 
 
3. Os RENDIMENTOS: consistem nos frutos civis, devidos pela pessoa 
que se apropria temporariamente do bem principal em favor do titular, que o cede, a fim 
de que possa usufruir da coisa por determinado tempo como se sua fosse (ex.: juros e 
aluguel), logo, também fazer jus aos frutos naturais e produtos. 
 
4. As PERTENÇAS: destinadas a facilitar ou conservar o uso das coisas 
principais, sem que destas sejam parte integrante (ex.: máquinas, implementos 
agrícolas, combustível). 
 
Atenção: as coisas coletivas formam universalidades de fato (agrupadas pela 
vontade do titular) ou de direito (complexo de direitos e obrigações que a ordem 
jurídica atribui caráter unitário, como a herança). 
 
Tanto aqui como acolá sendo o possuidor de boa-fé a lei não impõe a restituição do 
acessório aquele que posteriormente comprovar ser titular do bem principal. 
 
5. As BENFEITORIAS: a obra realizada pelo homem, na estrutura da 
coisa principal, com o propósito de conservá-la, melhorá-la ou embelezá-la. 
Dependendo da funcionalidade consideram-se: 
 
a) NECESSÁRIAS: realizadas para evitar um estrago iminente ou a 
deterioração (ex.: reparo de uma viga); 
b) ÚTEIS: empreendidas com o escopo de facilitar a utilização da coisa 
(ex.: abertura para servir de garagem); 
c) VOLUPTUÁRIAS: constituídas para mero deleite ou prazer, sem 
ampliar a funcionalidade (ex.: a decoração de um jardim); 
 
Efeitos práticos: tal como ocorre com os frutos e produtos o possuidor de 
boa-fé tem o direito de ser indenizado pelas benfeitorias necessárias e úteis, 
valendo-se inclusive do direito de retenção, facultando-se-lhe ainda levantar as 
voluptuárias, se puder fazê-lo sem prejuízo da coisa principal. Estando de má-fé, 
assiste-lhe apenas direito de ser indenizado pelas benfeitorias necessárias. 
 
- BENS PÚBLICOS X BENS PARTICULARES: os primeiros pertencem ao domínio 
da União, dos Estados ou Municípios, compartindo-se em: 
 
a) Bens de uso comum do povo: cuja utilização não se submete a qualquer 
tipo de discriminação (ex.: praias, estradas, ruas, praças); 
b) Bens de uso especial: cuja fruição é atribuída a determinada pessoa ou 
pelo próprio Poder Público para a realização dos seus serviços (ex.: prédios onde 
funcionam as escolas públicas); 
c) Bens dominicais ou dominiais: não afetados à utilização direta e 
imediata do povo, nem aos usuários de serviços, mas que pertencem ao patrimônio 
estatal (ex.: terras devolutas - as terras que não estão incorporadas ao domínio privado 
nem têm uma destinação a qualquer uso público são consideradas terras devolutas). 
 
Efeitos práticos: são inalienáveis e não podem ser adquiridos por usucapião. 
Efeitos práticos: tal como ocorre com os frutos e produtos o possuidor de boa-fé 
tem o direito de ser indenizado pelas benfeitorias necessárias e úteis, valendo-se 
inclusive do direito de retenção, facultando-se-lhe ainda levantar as voluptuárias, se 
puder fazê-lo sem prejuízo da coisa principal. Estando de má-fé, assiste-lhe apenas 
direito de ser indenizado pelas benfeitorias necessárias. 
 
Efeitos práticos: são INALIENÁVEIS e não podem ser adquiridos por usucapião.

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