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METABOLISMO DE CARBOIDRATOS Nutrição de Monogástricos Sandra Pinheiro INTRODUÇÃO Os carboidratos e os lipídios dietéticos são os principais fornecedores de energia trabalho metabólico e mecânico, bem como para secreção, absorção, excreção, crescimento e produção Metabolismo é soma de todas as reações anabólicas (síntese) e catabólicas (degradação) num organismo vivo, pela utilização dos diversos nutrientes O principal carboidrato do sangue e outros tecidos (nutricional) é a GLICOSE Carboidratos presentes nos alimentos Tipo Nome Fonte MONOSSACARÍDIOS (3 a 7 C) Trioses (C3H6O3) Diidroxiacetona Gliceraldeído Produtos de fermentação e da glicólise Pentoses(C5H10O6) Arabinose Hidrólises de arabanos Xilose Hidrólises de xilanos Ribose Ácidos nucléicos Hexoses(C6H12O6) Glicose Hidrólise do amido, glicogênio e maltose Manose Suco de frutas Galactose Leite (hidrólise lactose) e galactosídeos Frutose Hidrólises de sacarose Carboidratos presentes nos alimentos Tipo Nome Fonte DISSACARÍDIOS(C12H22O12) Sacarose Açúcares Açúcar de cana, beterraba, etc Maltose Amido Trealose Cogumelo Lactose Leite TRISSACARÍDIOS (C18H32O18) Rafinose Suco de beterraba Semente de algodãoGossipose POLISSACARÍDIOS Glicogênio Músculo e fígado Amido Reserva de grãos de cereais Celulose Parede celular vegetal Hemicelulose Parede celular vegetal Carboidratos presentes nos alimentos Tipo Nome Fonte POLISSACARÍDIOS Pectinas Parede celular vegetal Galactosídios Soja, girassol, algodão Arabinose Trigo, arroz (farelos) Xilose Trigo, arroz (farelos) CARBOIDRATOS UTILIZADOS PELO ORGANISMO Classificação Monossacarídeos até 7 C - (CnH2nOn) - Glicose, Galactose, Manose, Frutose Dissacarídeos (maltose, sacarose e lactose) α αβ CARBOIDRATOS UTILIZADOS PELO ORGANISMO Classificação Polissacarídeos ( > 10 un. de monossacaridios - Glicogênio, celulose, hemicelulose, substâncias péctinas, PNA’S) Amido Amido ligações α glicosídicas – milho (28 de amilose e 72 de amilopectina) Amilose (15 a 30%) – cadeia reta (α 1,4) Amilopectina (70 a 85%) – cadeia ramificada (α 1,4 e α 1,6) • amilose •amilopectina •250 a 300 glicose •20 a 30 glicose Velocidade de digestão da amilopectina é maior devido principalmente a conformação da cadeia, com grande número de ramificações. •PNA ou Fibras • ~ 2/3 dos grãos são compostos por amido, sendo os outros polissacarídeos ditos PNA • representam até 90% da parede celular das plantas, sendo a > parte celulose, hemicelulose e pectinas • Os PNA diferem- se em solúveis e insolúveis • Pelo menos 1/3 dos PNA são solúveis: • É fermentada no IG resultando em formação de gases e sensação de flatulencia Conteúdo de PNA de alguns ingredientes de rações Fonte: Revista Aveword, Santos et al., 2011 PNA Solúveis Efeitos Anti-nutritivos dos PNA Solúveis ↑ da viscosidade: • ↑ o tempo de retenção do alimento • ↑ a população microbiana no ID • ↑ a produção de muco • ↑ da perda endógena de nutrientes • Barreira física na digestão e absorção de nutrientes • Dificulta a formação e o transporte de micelas • ↑ a desconjugação dos ácidos biliares •PNA Insolúveis • Capacidade de reter água, ↑ o volume do quimo e a taxa de passagem da digesta no ID e IG • Diferem- se pela estrutura (+ lignina), tamanho das partículas e pela fermentabilidade • Possuem propriedades laxativas, que ↓ a atividade bacteriana no trato intestinal: volume e fezes macias de fácil eliminação. • Podem levar a uma menor digestibilidade de nutrientes •Teor de FB nas dietas •ruminantes: mín. 20% •coelhos: 12 a 17% •aves: 2 a 5% •suínos: 3 a 10% •porcas em gestação: 5 a 7% •Teor de CHO’s (amido) nas dietas de Peixes •Herbívoros: até 40% •Onívoros: até 20% •Carnívoros: até 10% Monteiro e Labarta (1987) Digestão e Absorção dos CHO’S Boca Glândulas salivares: amilase salivar (ptialina); pouca digestão, relacionada à maceração dos alimentos e o tempo de permanência na boca; Aves-Papo: pequena fermentação do amido. Estômago Fermentação da lactose do leite pelos lactobacilos; Digestão de CHO’S é insignificante, pois a amilase é inativada pelo baixo pH (2,5); Intestino Delgado Pâncreas → α - amilase pancreática pH ótimo de 7,5 Absorção de Glicose no ID é dependente de insulina? 30% 70% Não, apenas o músculo, tecido adiposo e rins, necessitam de insulina para transportar a glicose SGLT1 SGLT1 GLUT5 GLICÓLISE GLICOGÊNIO VIA DAS PENTOSES FOSFATOS SÍNTESE DE AMINOÁCIDOS E LIPÍDIOS GLICOSE Principais destinos da glicose METABOLISMO DOS CARBOIDRATOS 1) Glicólise - piruvato ou lactato 1.2) Oxidação do piruvato a acetil-CoA - CK 3) Ciclo das pentoses-fosfato – NADPH e ribose-5-P * Glicogenólise * Gluconeogênese 2) Glicogênese – glicogenio hepático e muscular Utilização da GLICOSE •1a - Usada para fornecer ENERGIA – VIA GLICOLÍTICA citoplasmática •Fosforilação da Glicose – HEXOQUINASE e GLUCOQUINASE •Hexoquinase: inibida pelo produto Glic-6-P; •Presente em todos tecidos (ex.: adipócito, músculo); •Glucoquinase: não é inibida por Glic-6-P; •Enzima específica de fígado; Peixes carnívoros usam a proteína e a gordura como fonte de energia GLICÓLISE • VIA GLICOLÍTICA •Fornecimento rápido de energia, produz ligações de alta energia; •A glicólise é a seqüência de reações pelas quais a glicose é convertida em duas moléculas de piruvato e energia (ATP) por enzimas no citossol de todas as células animais; •Controle da via glicolítica: FOSFOFRUTOQUINASE; •Quando o ATP está elevado VIA GLICOLÍTICA Gasto energético Geração de energia Frutose GalactoseGlicose-1-P ‘’ Rotas metabólicas do piruvato Fermentação do lactato Formação do acetil-CoA Lactato desidrogenase Fermentação do Piruvato •Fase anaeróbia: Piruvato Lactato lactato desidrogenase NADH + H+ NAD •Fase aeróbia: • Piruvato (mitocôndria – CK)- descarboxilado a Acetil-CoA; Início do CK e formação de ATP. Fosforilação oxidativa O Transporte de elétrons e a fosforilação oxidativa são carreados por proteínas para o interior da membrana mitocondrial Rendimento liquido de 38 ATP/mol de glicose Balanço Energético • 1 mol de glicose fornece: 38 ATP • Glicólise = Fase preparatória -2ATP Fase de pagamento +4ATP 2 NADH + H+= 6 ATP •Piruvato Acetil CoA 2 NADH + H+= 6 ATP •CK 2 ATP 6 NADH + 6 H+= 18 ATP 2 FADH2= 4 ATP TOTAL 38 ATP Utilização da GLICOSE •2a – Armazenamento no Glicogênio- Glicogênese •Abastecido em energia – Glicose vai a glicogênio ; •Glicogênio do músculo: Hexoquinase pára em acumulo de Glic-6-P; •Glicogênio do fígado: continua a trabalhar por conter a enzima glucoquinase: que não é inibida por Glic-6-P; • Produção ou formação de glicogênio, pela glicose • Ocorre em todos os tecidos animais, mas especialmente no fígado e músculo. Glicogênese: Síntese do glicogênio a partir da glicose Glicogenólise. Desdobramento do glicogênio, sendo a glicose o produto final Utilização da GLICOSE 3a Lipogênese- Produção de gordura Glicose-6-P Piruvato Acetil-CoA Síntese de lipídios Triacilglicerois Fosfolipídios Colesterol Na maioria, são exportados para outros tecidos, transportados por lipoproteínas sanguíneas. Gliconeogênese • É a síntese de glicose a partir de precursores não glicídicos; • Muito importante, pois o cérebro é altamente dependente de glicose; • Cérebro, SNC, medula renal, eritrócitos e ostecidos embrionários necessitam de glicose como sua única ou principal fonte de energia; • Precursores da glicose: lactato, piruvato, glicerol e a maioria dos aminoácidos; • Ocorre principalmente no fígado e em menor extensão, no córtex renal. •o lactato formado no músculo ativo é convertido em glicose no fígado, quando a demanda no músculo é maior do que a glicose circulante; Ciclo de Cori •acúmulo de lactato no músculo contribui para a fadiga muscular; Aminoácidos Glicogênicos • Em jejum, ausência de CHO’S na alimentação, ou excesso de ptn. na dieta, os aas. glicogênicos fazem transaminações e são transformados em ácido glutâmico; • O grupamento amino é transferido para o -cetoglutarato para formar o glutamato; Aspártico + Alanina + -cetoglutarato -cetoglutarato Piridoxal fosfato Transaminase Aa cetoácido Oxaloacetato + Piruvato + Ácido glutâmico Ácido glutâmico Aacetoácido • ocorrem nas mitocôndrias das células hepáticas. • implica num aumento da excreção de uréia na urina, proveniente do catabolismo dos aminoácidos para a produção de energia. Reações de desaminação: Ácido glutâmico Cetoácido Ácido pirúvico AA neoglicogênese Ciclo de KrebsNH3 VIA DAS PENTOSE-FOSFATO (ROTA DA HEXOSE MONOFOSFATO) Sistema metabólico importante para: Fase oxidativa: Enzima Glic-6-P-desidrogenase, que catalisa a reação para geração de 2 NADPH + H+, necessário para a síntese dos lipídeos e ribose-5-P, a partir de CHO´S; Glic-6-P-desidrogenase: NADPH lipogênese, formação do gliceraldeido-3-fosfato, intermediário da via glicolítica; Ciclo das Pentoses formação de ribose-5-fosfato, para a síntese dos ácidos nucléicos (fase não oxidativa); Via das pentoses (fase oxidativa), Enzima málica: AOA Malato Piruvato acetil-CoA Fontes de NADPH para produção de gorduras NADH + H+ Enzima málica NAD+ NADP+ NADPH + H+ •Fonte: Lehninger Glicogenólise •Quebra do glicogênio hepático- Glucacon •Produção de glicose 1-P e glicose que podem ser convertida em Glicose 6-P e entrar nas vias glicolítica ou das pentoses-fosfato; •A ação da glicose-6-fosfatase no fígado, contribui diretamente para a glicose sanguínea; •Glicose-6-fosfatase: desfosforila a Glic-6-P Glic •Glic liberada pelo sistema porta (sangue) •Músculo não possui esta enzima, portanto o glicogênio muscular não mobiliza glicose para energia para o corpo. Jejum Insulina: baixa e Glucagon: alto Libera glicogênio do figado, Glucagon mobiliza gordura para produzir E, GH-Hormônio do crescimento : Potencializa ação lipolítica do glucagon, Potencializa ação glicolítica das catecolaminas, Glicocorticóides- cortisol : degradação das proteínas, libera aminoácidos para gliconeogênese. Adrenalina (epinefrina) Atividade glicogenolítica – quebra glicogênio muscular, formando o lactato que deixa as células musculares e vai para o fígado onde participa da gliconeogênese, sendo então convertido em glicose que pode voltar a corrente sanguínea e normalizá-la; Também age na diminuição da liberação da insulina no pâncreas, assim o nível de glicose no sangue; Sua secreção é aumentada em situações de medo para que haja a liberação da glicose fornecendo, energia extra para responder a estas crises. Carboidrato da dieta Absorção CO2 + H2O Não digerido Digestão no ID Açúcares simples Energia Fígado Glicogênio Músculo glicogênio I. G. fermentação Resíduo Excreção AGV Absorção IG Fígado/ Adipócito Gordura
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