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Mecânica Geral Capítulo 1 – Conceitos de Vetores: Força e Posição Profª. Tarcilene Heleno Grandezas Escalares Uma grandeza escalar é qualquer quantidade física caracterizada por um número real que pode ser completamente especificada por sua intensidade. Exemplos: o tempo, a massa, o volume, o comprimento, etc. Uma grandeza vetorial é qualquer quantidade física que requer uma intensidade, direção e sentido. Exemplos: posição, força e momento. Grandezas Vetoriais O comprimento da seta representa a intensidade do vetor e o ângulo θ entre o vetor e um eixo fixo determina a direção de sua linha de ação. A ponta da seta indica o sentido da direção do vetor. As grandezas vetoriais são representadas por letra em negrito, como, F ou 𝐹. Representação de uma Grandeza Vetorial A figura mostra a representação gráfica de dois vetores força atuando ao longo dos cabos de fixação de um poste, o ponto O é chamado de origem do vetor e o ponto P representa sua extremidade ou ponta. Operações Vetoriais Multiplicação e divisão de um vetor por um escalar Um vetor 𝑨 multiplicado por um escalar s é o vetor 𝑩 =s 𝑨 que tem o módulo 𝑠 𝐴 e é paralelo a 𝑨 se s for positivo e antiparalelo a 𝑨 se s for negativo. Adição de vetores: Uma maneira de somar os dois vetores é a regra do paralelogramo. Os pontos iniciais dos dois vetores coincidem numa origem. A diagonal do paralelogramo formado pelos lados paralelos a 𝑨 e 𝑩 é igual a 𝑹 . Operações Vetoriais Soma Vetorial – Regra do Paralelogramo O cálculo da força resultante pode ser obtido através da soma vetorial com a aplicação da regra do paralelogramo ou a regra do triângulo. Operações Vetoriais Adição de vetores No caso especial em que os dois vetores 𝑨 e 𝑩 são colineares, a lei do paralelogramo reduz-se a uma adição algébrica ou escalar R = A + B: Operações Vetoriais Subtração de vetores Subtrair-se o vetor 𝑩 do vetor 𝑨 fazendo-se a adição de - 𝑩 a 𝑨 . Operações Vetoriais Adição vetorial de forças: Determinando uma força resultante Podemos aplicar a lei dos cossenos ou a lei dos senos para o triângulo a fim de obter a intensidade da força resultante e sua direção. Lei dos Senos e dos Cossenos Dado um triângulo ABC e seus ângulos internos α, β e γ, a lei dos senos é definida da seguinte forma: “Em todo triângulo, as medidas dos seus lados são proporcionais aos senos dos lados opostos”. A partir do mesmo triângulo ABC e seus ângulos internos α, β e γ, a lei dos cossenos é definida do seguinte modo: “Num triângulo, o quadrado da medida de um lado é igual à soma dos quadrados das medidas dos outros dois, menos o dobro do produto das medidas desses dois lados pelo cosseno do ângulo oposto ao primeiro lado”. Exercício 1 1) O parafuso mostrado na figura está sujeito a duas forças 𝐹1 e 𝐹2. Determine o módulo e a direção da força resultante. Exercício 2 Duas lanchas rebocam um barco de passageiros que se encontra com problemas em seus motores. Sabendo-se que a força resultante é igual a 30kN, encontre suas componentes nas direções AC e BC. Exercício 3 O parafuso tipo gancho mostrado na figura está sujeito a duas forças F1 e F2. Determine o módulo e a direção da força resultante. Exercício 4 A tora de madeira é rebocada pelos dois tratores mostrados, sabendo-se que a força resultante é igual a 10kN e está orientada ao longo do eixo x positivo, determine a intensidade das forças FA e FB. Considere θ = 15º Adição Vetorial de forças Quando os problemas envolvem a adição de mais de duas forças, pode-se aplicar de modo sucessivo a regra do paralelogramo ou o triângulo de vetores de modo a se obter a força resultante. Um exemplo desse tipo de situação é mostrado na figura representada a seguir. Determinando uma força resultante Adição de um sistema de forças coplanares Nota-se que quanto maior o número de forças envolvidas no sistema, maior é o tempo dispensado para encontrar a força resultante, pois se necessita da aplicação da regra do paralelogramo sucessivas vezes gerando um cansativo trabalho de geometria e trigonometria para se determinar o valor numérico da resultante do sistema e sua respectiva direção. Porém, este exaustivo processo é suprido de forma rápida através da aplicação de uma metodologia que utiliza uma soma algébrica das componentes de cada um dos vetores força que formam o sistema. Este método é denominado “método das componentes retangulares” e consiste em trabalhar apenas com as componentes dos vetores, formando desse modo um sistema de forças colineares projetados nos eixos de coordenadas (x,y,z) do sistema de referência. Podemos representar essas componentes de duas maneiras, usando a notação escalar ou a notação de vetor cartesiano. Notação escalar As componentes retangulares da Força F são determinadas usando a Lei do paralelogramo, de modo que: 𝑭 = 𝑭𝒙 + 𝑭𝒚 A intensidade (módulo) dessas componentes são dados por: 𝐹𝑥 = 𝐹𝑐𝑜𝑠𝜃 𝐹𝑦 = 𝐹𝑠𝑒𝑛𝜃 A direção de F pode ser definida também por um “triângulo da inclinação”. Vetores unitários cartesianos Podemos representar as componentes de uma força em termos de vetores unitários cartesianos. Estas componentes são chamadas de componentes cartesianas. Os vetores unitários cartesianos 𝑖 e 𝑗 são vetores de módulo unitário que possuem as direções e sentidos dos eixos x e y, respectivamente. Os vetores unitários definirão a direção e o sentido da componente da força. Notação vetorial cartesiana Notação vetorial cartesiana Os vetores unitários cartesianos são perpendiculares entre si, pois, possuem a direção dos eixos cartesianos. Se o sentido do vetor unitário cartesiano for contrário ao do eixo cartesiano ele deverá ser precedido do sinal negativo. Convenção de Sinais. x – Positivo para a direita, negativo para a esquerda. y – Positivo para cima, negativo para baixo. No plano, utilizam-se os vetores 𝑖 e 𝑗 . Decomposição das forças F1, F2 e F3 nos eixos x e y. Vetores Cartesianos: Força resultante: soma vetorial Notação vetorial cartesiana Módulo da Força Resultante: Direção da Força Resultante: Resultante de forças coplanares Exercício 5 O elo da figura está submetido as forças F1 e F2 , determine a intensidade e a orientação da força resultante. Exercício 6 A extremidade da barra está submetida a três forças concorrentes e coplanares. Determine a intensidade e a orientação da força resultante. Componentes retangulares de um vetor Um vetor A pode ter um, dois ou três componentes ao longo dos eixos de coordenadas x, y e z. A quantidade de componentes depende de como o vetor está orientado em relação a esses eixos. Sistema de coordenadas utilizando a regra da mão direita. Componentes retangulares de um vetor Componentes retangulares de um vetor 3D Com duas aplicações sucessivas da lei do paralelogramo pode-se decompô-lo em componentes, como: Combinando essas equações, para eliminar A', A é representado pela soma vetorial de suas três componentes retangulares Representação de um Vetor Cartesiano Um vetor cartesiano é escrito sob a forma de suas componentes retangulares. As componentes representam a projeção do vetor emrelação aos eixos de referência. Quando se escreve um vetor na forma cartesiana suas componentes ficam separadas em cada um dos eixos e facilita a solução da álgebra vetorial. Vetor cartesiano: Modulo do vetor cartesiano Vetores cartesianos unitários Direção de um vetor cartesiano A direção de 𝐴 é definida pelos ângulos de direção coordenados α, β e γ. cos 𝛼 = 𝐴𝑥 𝐴 cos 𝛽 = 𝐴𝑦 𝐴 cos 𝛾 = 𝐴𝑧 𝐴 Esses números são conhecidos como os cossenos diretores de A. Vetores cartesianos unitários Para determinarmos α, β e γ, vamos considerar as projeções de 𝐴 sobre os eixos x, y, z. Os ângulos estão nos planos de projeção. cos 𝛼 = 𝐴𝑥 𝐴 cos 𝛽 = 𝐴𝑦 𝐴 cos 𝛾 = 𝐴𝑧 𝐴 Vetores cartesianos unitários Direção de um vetor cartesiano Uma forma de obter os cossenos diretores é criar um vetor unitário 𝒖𝑨 na direção de 𝐴 . 𝐴 = 𝐴𝑥𝑖 + 𝐴𝑦𝑗 + 𝐴𝑧𝑘 Intensidade de 𝐴 é: 𝐴 = 𝐴𝑥 2 + 𝐴𝑦 2 + 𝐴𝑧 2 Então, 𝑢𝐴 terá intensidade de um e será adimensional, desde que A seja dividido pela sua intensidade Vetores cartesianos unitários Observa-se que as componentes i, j, k de 𝑢𝐴 representam os cossenos diretores de A, ou seja, 𝑢𝐴 = cosα𝑖 + 𝑐𝑜𝑠𝛽𝑗 + 𝑐𝑜𝑠𝛾𝑘 O módulo do vetor é dado por: 𝑢𝐴 = 𝑐𝑜𝑠𝛼2𝑖 +𝑐𝑜𝑠𝛽2𝑗 + 𝑐𝑜𝑠𝛾2𝑘 Logo, podemos estabelecer a relação: 𝑐𝑜𝑠𝛼2+𝑐𝑜𝑠𝛽2 + 𝑐𝑜𝑠𝛾2 = 1 𝑢𝐴 = 𝐴 𝐴 = 𝐴𝑥 𝐴 𝑖 + 𝐴𝑦 𝐴 𝑗 + 𝐴𝑧 𝐴 𝑘 Vetores cartesianos unitários 𝐴 = cosα𝑖 + 𝑐𝑜𝑠𝛽𝑗 + 𝑐𝑜𝑠𝛾𝑘 𝐴 = A 𝑢𝐴 𝐴 = 𝐴𝑥𝑖 + 𝐴𝑦𝑗 + 𝐴𝑧𝑘 Resumindo, o vetor 𝐴 pode ser expresso sob a forma de vetor cartesiano como: Sistemas de Forças Concorrentes Se o conceito de soma vetorial for aplicado em um sistema de várias forças concorrentes, a força resultante será a soma de todas as forças do sistema e pode ser escrita da seguinte forma: Exercício 7 Determine a intensidade e os ângulos diretores coordenados da força resultante que atua sobre o anel, conforme mostrado na figura. Exercício 8 Duas forças atuam sobre o gancho mostrado na figura. Especifique os ângulos diretores coordenados de F2, de modo que a força resultante FR atue ao longo do eixo y positivo e tenha intensidade de 800N. Vetor Posição O vetor posição é definido como um vetor fixo que localiza um ponto do espaço em relação a outro; Se 𝑟 estende-se da origem de coordenadas O até o ponto P, o vetor posição pode ser escrito na forma de um vetor cartesiano. Vetor Posição entre Dois Pontos A e B O vetor posição é calculado a partir da subtração das coordenadas x, y, z das extremidades dos vetores em análise. Na maioria dos casos, o vetor posição pode ser direcionado de um ponto A para um ponto B no espaço.. Vetor Força Orientado ao longo de uma reta Pode-se definir uma força como um vetor cartesiano pressupondo que ele tenha a mesma direção e sentido que o vetor posição orientado do ponto A para o ponto B na corda. Exercício 9 A corda mostrada na figura está presa aos pontos A e B, determine seu comprimento e sua direção, medidos de A para B.
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