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0 Direito Societário Resumo 2014 PROFESSORA: ANA CLÁUDIA M. LEAL FELGUEIRAS Apostila Apostila de Direito Societário – Professora Ana Cláuida Moraes leal Página 1 Direito Societário – Noções Gerais: Introdução: De comerciante à empresário, uma mudança de paradigma. O que a princípio pode parecer um mero jogo de palavras, com a substituição da palavra comerciante por empresário trazuma nova perspectiva estrutural do direito societário. A unificação do direito privado é inspiração do Código Civil Italiano de1942, onde convivem direito civil e comercial num diploma legal, já era reinvidicado por muitos juristas desde o Código Civil de 1916. “O empresário não se mostra como simples versão moderna do comerciante. O seu conceito nos conduz para uma visão de amior amplitude, para uma alrgamento de horizonts, como o fito de impor uma nova leitura para aqueles que exercem profissionalmente uma atividade economicamente organizada, colocando-os sob um regramento único.” (CAMPINHO, 2002) Com isso podemos concluir que o Novo Código Civil não mais adota como critério de divisão das sociedades as atividades por elas exercidas, como fazia o Código Comercial de 1850. Consequentementes deixa de existir a tradicional distinção entre sociedades comerciais ou mercantis e sociedades civis. A nova legislação, embasadas na teoria da empresa, passou a adotar como critério de classificação, o aspecto econômico da atividade desenvolvida. O Novo Código Civil revogou toda a primeira parte do Código Comercial, que era de 1850, passando a disciplinar, em capítulo próprio,o Livro doDireito de Empresa, quem pode ser empresário, o que é estabelecimento, o que é empresa, suas formas e modos de constituição. Conceito de direito societário: 1. “ É o conjunto de normas regulam a atividade do empresário e da sociedade empresaria.” Gilberto Cotrim 2. “É um ramo do direito privado, consiste num conjunto dde normas referentes ao empresário, disciplinando sua atividade.” Nelsno Godoy Bassil Dower 3. São princípios e normas referntes à atividade empresária. Fábio Ulhoa Coelho C U R S O D E D IR E IO S O C I E T Á R IO P r o fe s s o r a : A n a C lá u d ia M o r e a s L e a l e -m a il.: a n a le a l@ s im o n s e n .b r C u r s o s d e C o n t a b ilia d e e A d m iis t r a ç ã o Apostila Apostila de Direito Societário – Professora Ana Cláuida Moraes leal Página 2 A empresa e o empresário: O direito brasileiro adota o mesmo critéio do Código Italiano de 1942, por esta razão, não define empresa, mas sim, a figura do empresário no artigo 966 do CC/02. Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa. Assim, podemos definir como empresa a atividade economicamete organizada com a filanidade de fazer circular e produzir bens e serviços; é abstrata, assom, não é uma pesso e portanto, não é dotada de personalidade jurídica. “Em termos técnico, contudo, empresa é a tividade e não a pessoa que a explora;”(Coelho) sendo esta natural ou jurídica. A sociedade empresária é uma pessoa jurídica que exerce a empresa. Adotam a forma de Sociedade Limitada ou Sociedade Anônima. Pode ser explorada por pessoa jurídica ou natural. CONCEITO ECONÔMICO DE EMPRESA – É a atividade economicamente organizada que reúne capital , trabalho, tecnologia e matéria prima (insumos) objetivando a produção ou a circulação de bens ou de serviços com o intuito de lucro. O empresário é uma pessoa natural ou jurídica que Fábio Ulhoa define como sendo a pessoa que tem a niniciativa de organizar um atividade econômica de produção ou circulação de bens ou serviços. Essa pessoa pode ser natuaral ou jurídica, queemprega seu dinheiro e organiza a empresa individulamente, como a jurídica, nascida da união de esforços de seus integrantes. Com fundamtento no art 966 as caracteríticas do empresário são: 1. Exerce atividade econômica: ou seja, com escopo de lucro, de geração de riquezas através da circulação, proução de bens e serviços. 2. Profissonalismo: ou seja, como profissão com habitualidade e regularidade que pode ser exercido pessoalmenteou a sua conta com objetivo de lucro. 3. Atividade Organizada: ou seja, é a pessoa do empresário que organiza, estrutura a empresa, articulando os fatores de produção, quais sejam: capital, trabalho e tecnologia. Apostila Apostila de Direito Societário – Professora Ana Cláuida Moraes leal Página 3 OBS: Cabe aqui, algumas linhas sobre o empresário individual, que é a pessoa natural, titular da empresa, que se faz sob uma firma, atrvés de seu nome, compelto ou abreviado. Sua responsabiliade é individuale pessoal, ou seja, reponderá com seu pratimônio próprio por dívidas contraídas em favor de empresa individual.(artigo1.156do CC/02) Se o empresário é individual, quem vai exercer a atividade econômica é a própria pessoa natural,não se pode confundir com a existência de uma sociedade de uma pessoa jurídica . O empresário individual é sinônimo de pessoa física, ou seja ele sozinho exercendo atividade empresarial. Essa figura não é comum na prática por causa da responsabilidade que seria ilimitada, ou seja pode responder inclusive com os seus próprios bens particulares, art. 1142. É possível ainda, por força da Lei Comp.128de 2008 que este empresário individual se asssocie a utras pessoas e transformar-se em sociedade empresária. (art968, § 3º.) Pessoas impredidas de serm empresárias Aqueles que são impedidos de exercer a atividade empresária: (artigo 966 parágrafo único e o art. 973, CC) 1. Funcionários público, estaduaise municipais; 2. O Presidente da república; 3. O Governador de Estado; 4. O Prefeito; 5. Os Magistrados vitalícios e os membrosdo Ministério público; 6. os falidos (enquando nãoseja legalmente reabilitados); 7. os médicos. Atenção a estas circunstância devido ao parágrafo único do art 966 do CC/02: 1. Profissionais liberais que exerção atividade intelectual, de natureza científica, literária ou artítica, que não tenham dado formato de empresa à sua atividade; OBS: A parte final do parágrafo único do artigo 966 diz : “salvo se constituir elemento de empresa”. Com podemos interpretar a lei? Bem, está querendo dizer o seguinte: Alguém que desenvolve atividade intelectual é empresário? Inicialmente não, mas poderá ser dependendo do caso. Ex: Engenheiro, com um ateliê no quintal de sua casa, com uma secretária e um “boy” não é empresário. Exerce atividade intelectual, mas que não constitui elemento de empresa (estrutura física). Já um Apostila Apostila de Direito Societário – Professora Ana Cláuida Moraes leal Página 4 engenheiro com escritório de 200 m2 na Av. Rio Branco, com 40 funcionários trabalhando para ele, é empresário. Assim, podemos afirmar que o critério estava sendo material, físico. “Elemento de Empresa” estava sendo interpretado como estrutura física, material. Mas aptir de que momento ele se torna mepresário? Não há como saber. O NCC adotou o modelo italiano (estruturalmente). O CC-italianotem 60 anos de produção doutrinária e jurisprudencial.. Portanto deveríamos buscar a doutrina dos italianos (Tullio Ascarelli...), já que o art. 966 do NCC é cópia do CC-italiano. A doutrina italiana afirma ser a estrutura econômica – elemento de empresa “da parte final do art. 966, parágrafo único” –não pode ser considerado como a estrutura física. A estrutura econômica tem que ser organizada, sem ser física. Então, quando é que a atividade intelectual será configuradora de “ato de empresa”, isto é, quando é que a atividade intelectual será um elemento de empresa? Quando estiver estrutura Organizacional. 2. Aquele que exerce atividade rural, desede que não satisfeita a exigêcnia do artigo 971 do CC/02. Art. 971. O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal profissão, pode, observadas as formalidades de que tratam o art. 968 e seus parágrafos, requerer inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, caso em que, depois de inscrito, ficará equiparado, para todos os efeitos, ao empresário sujeito a registro. 3. O pequeno empresário.(Microempresas e Empresas de Pequeno Porte) 4. As cooperativas que não tenha natureza constitutiva de sociedade simple com registr na Junta Comercial, é o que deternina o artigo 982 CC/02: Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais. Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se empresária a sociedade por ações; e, simples, a cooperativa. 5. Sociedade de Advogados: Lei no.89006/94, art 15. É em suma sociedade civil disciplinada pelo Estatuto dos Advogados. Registro da Empresa: Art. 967. É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade. Esta exigência é tanto para a sociedade empresária quanto para o empresário inidvidual. Já o rual o registro é facultativo, conforme vimos ateriormente. O artigo seguinte, art. 967 determina o conteúdo da inscrição do empresário. Apostila Apostila de Direito Societário – Professora Ana Cláuida Moraes leal Página 5 OBS: vide Lei 8934/94 – Lei de Registro de empresas mercantis e SINEREM (Sistema Nacional de Registro de Empresas Mercantis) O estabelecimento empresarial é o complexo de bens corpóreos ou incorpóreos que o empresário usa para exercer sua atividade econômica.(artigo 1.142 CC) É composto por todos os bens indispensáveis ao desenvolvimento da atividade empresarial, tais como: maquinário, estoque,utensílios, veículos, marcas etc. Esse elemento é essencial à empresa, constiui uma espécia Há quem diga que estabelecimento é sinônimo de fundo de comércio. Entretanto, há outra corrente que defende ser o estabelecimento não é o próprio fundo, mas sim um dos elementos do fundo de comércio, qual seja, o ponto. O novo Código Civil dirime esta dúvida, pois entende como estabelecimento o fundo de comércio. Ponto: é chamado de propriedade comercila, é o local físico, geográfico onde o empresário se estabelece, sendo vital para o sucesso do empreeendimento, esta é a razão da importância dada pelo direito ao ponto. Mister ressaltar que quando o empresário é proprietário do imóvel onde se localiza o ponto, seu direito é resguardado pelo direito depropriedade,mas quando locatário é protegido pela legislação pertinente à locação de imóves não residenciais (Lei no. 8245/91 e Código Civi de 2002). CAPACIDADE PARA O EXERCÍCIO DO COMÉRCIO: Artigos: 972 a 980 CC/02 Leitura e comentário ao Código Civil SOCIEDADES O Novo Código civil autoriza a existência de apenas dois tipos societário: simples ou empresária – ART. 981 do novo CC. Art. 981. Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados. A lei diz que a natureza do ato constitutivo das sociedades é contratual, logo aplica-se o Princípio da função social dos contratos. Combinar os arts. 981 com 421. Para a corrente majoritária a natureza do ato constitutivo das sociedades é um contrato plurilateral. Ou seja, só admite pluralidade de sócios, não vedada as sociedades unipessoais. EXCEÇÕES ao artigo 981 com CC: Há 4 hipóteses em que a lei autoriza a sociedade unipessoal. 1) ART. 206, I, D LEI 6404/76 - A SA TEM 2 SÓCIOS E UM SE RETIRA, O REMANESCENTE TEM O PRAZO DE ATÉ A PRÓXIMA ASSEMBLEIA GERAL DO ANO SEGUINTE(NÃO É UM ANO), QUE PODE SER UM PRAZO SUPERIOR A UM ANO. Apostila Apostila de Direito Societário – Professora Ana Cláuida Moraes leal Página 6 Ultrapassado esse prazo do art. 206 e se a sociedade não foi recomposto o quadro societário, impõe-se a dissolução da sociedade sob pena de responsabilidade ilimitada do acionista remanescente. 2) ART. 1033, IV – prevê a unipessoalidade também superveniente e transitória nos demais tipos societários. Aqui o mais importante é a LTDA e a sociedade simples. A lei admite hoje expressamente que uma soc. LTDA funcione temporariamente como unipessoal, pelo prazo de 180 dias. Antes o prazo era de um ano por causa de uma resolução da junta. A razão dessa exceção é o princípio da preservação das empresas . Se antes nós tínhamos o prazo de um ano o novo CC deveria ter mantido ou aumentado. 3) ART. 251 Lei 6404/76 – Subsidiárias Integrais. Subsidiária integral é a companhia que tem como único acionista uma sociedade brasileira. Uma soc. pode ser composta por 2 pessoas físicas, por uma física e outra jurídica, ou por duas pessoas jurídicas. A subsidiária integral é uma exceção porque aqui nós temos uma pessoa jurídica que tem um único acionista que é uma outra pessoa jurídica. A lei diz que a subsidiária integral é uma CIA, logo tem que adotar a forma de S.A , mas o único acionista tem que ser uma sociedade, mas não precisa necessariamente ser uma S.A, poder ser qq forma. Toda vez que a lei de S.A falar em CIA, ela está se referindo a uma S. A , mas quando ela falar em sociedade, é qualquer tipo de sociedade. Na subsidiária integral, essa unipessoalidade pode ser originária, ela já pode ser constituída como subs. Integral. 4) Empresa Pública - DL 200/67 c/c art. 23 § 3º da C.E . Essa última exceção não é pacífica, ela vem do D. Administrativo. SOCIEDADES O Novo Código civil atoriza a existência de apenas dois tipos socientário: simples ou empresária – ART. 981 do novo CC. Art. 981. Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados. A lei diz que a natureza do ato constitutivo das sociedades é contratual, logo aplica-se o Princípio da função social dos contratos. Combinar os arts. 981 com 421. Para a corrente majoritária a natureza do ato constitutivo das sociedades é um contrato plurilateral.Ou seja só admite pluralidade de sócios, não dvedada as sociedades unipessoais. EXCEÇÕES ao artigo 981 co CC: Apostila Apostila de Direito Societário – Professora Ana Cláuida Moraes leal Página 7 Há 4 hipóteses em que a lei autoriza a sociedade unipessoal. 1) ART. 206, I, D LEI 6404/76 - A SA TEM 2 SÓCIOS E UM SE RETIRA, O REMANESCENTE TEM O PRAZO DE ATÉ A PRÓXIMA ASSEMBLÉIA GERAL DO ANO SEGUINTE(NÃO É UM ANO), QUE PODE SER UM PRAZO SUPERIOR A UM ANO. Ultrapassado esse prazo do art. 206 e se a sociedade não foi recomposto o quadro societário, impõe-se a dissolução da sociedade sob pena de responsabilidade ilimitada do acionista remanescente.2) ART. 1033, IV – prevê a unipessoalidade também superveniente e transitória nos demais tipos societários. Aqui o mais importante é a LTDA e a sociedade simples. A lei admite hoje expressamente que uma soc. LTDA funcione temporariamente como unipessoal, pelo prazo de 180 dias. Antes o prazo era de um ano por causa de uma resolução da junta. A razão dessa exceção é o princípio da preservação das empresas . Se antes nós tínhamos o prazo de um ano o novo CC deveria ter mantido ou aumentado. 3) ART. 251 Lei 6404/76 – Subsidiárias Integrais. Subsidária integral é a companhia que tem como único acionista uma sociedade brasileira. Uma soc. pode ser composta por 2 pessoas físicas, por uma física e outra jurídica, ou por duas pessoas jurídicas. A subsidiária integral é uma exceção porque aqui nós temos uma pessoa jurídica que tem um único acionista que é uma outra pessoa jurídica. A lei diz que a subsidiária integral é uma CIA, logo tem que adotar a forma de S.A , mas o único acionista tem que ser uma sociedade, mas não precisa necessariamente ser uma S.A, poder ser qq forma. Toda vez que a lei de S.A falar em CIA, ela está se referindo a uma S. A , mas quando ela falar em sociedade, é qualquer tipo de sociedade. Na subsidiária integral, essa unipessoalidade pode ser originária, ela já pode ser constituída como subs. Integral. 4) Empresa Pública - DL 200/67 c/c art. 23 § 3º da C.E . Essa última exceção não é pacífica, ela vem do D. Administrativo. Sociedade Empresária Quando a lei fala que o empresário exerce uma atividade econômica organizada para a produção, ou circulação de bens ou serviços , hoje são consideradas em regra, sociedades empresarias. Como já dizemos a empresa é uma atividade econômica organizada. O ART. 981 . Conceitua sociedades como um Apostila Apostila de Direito Societário – Professora Ana Cláuida Moraes leal Página 8 todo. Por essa razãoi, uma socieade empresária exerce atividade econômica, mas além disso essa atividade econômica tem que ser organizada. Porém a leitura do art. 981 no leva a concluir que uma sociedade simples exerce atividade econômica (visa o lucro), mas essa atividade não é organizada. A sociedade simples não exerce uma empresa, ela exerce apenas uma atividade econômica ,mas não organizada. Cabe relembrar que quando se fala em atividade organizada, se fala na reunião dos seguintes elementos: capital, trabalho, mão de obra, tecnologia, matéria prima. E isso não ocorre em uma sociedade simplees. A lei admite que os sócios contribuam para o capital social com bens ou serviços . Quando ele contribui com serviço ele contribui com trabalho. Porém, duas sociedades não admitem a contribuição em serviçossão elas: a LTDA e a S.A . ATENÇÂO: Art. 981 sublinhar serviços e colocar o sinal de diferente do Art 7º da Lei 6404/76 c/c 1055 do Novo CC, que diz que é vedada contribuição que consista em prestação de serviços. A expressão: ...”partilha entre sí dos resultados”... constitui inovação do novo CC, pois anteriormente o destino do lucro de uma sociedade civil era o reinvestimento. Hoje a lei permite que em uma sociedade simples o lucro seja partilhado entre os sócios. SOCIEDADE SIMPLES Conceito: Encontra-se no artigo 982 a contrario sensu. É a sociedade que não tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário. O art. 983 diz que as soc. empresárias podem adotar qualquer um dos tipos elencados no 1039 ao 1092. A sociedade simples também pode se valer de um desses tipos. O ART. 983 permite que tanto a sociedade empresária quanto a soc. simples adotem esses tipos. A soc. simples admite ainda a não adoção de um tipo específico . Ex: médicos associados. O único tipo que enseja controvérsias é a SA . Art. 983. A sociedade empresária deve constituir-se segundo um dos tipos regulados nos arts. 1.039 a 1.092; a sociedade simples pode constituir-se de conformidade com um desses tipos, e, não o fazendo, subordina- se às normas que lhe são próprias. Parágrafo único. Ressalvam-se as disposições concernentes à sociedade em conta de participação e à cooperativa, bem como as constantes de leis especiais que, para o exercício de certas atividades, imponham a constituição da sociedade segundo determinado tipo. Apostila Apostila de Direito Societário – Professora Ana Cláuida Moraes leal Página 9 Responsabilidade dos sócios na sociedade simples: a responsabilidade dos sócios de uma sociedade simples vai depender do tipo societário adotado. Se a sociedade simples adotar o tipo LTDA , ela vai ser regida pelos artigos que disciplinam as LTDA. Toda vez que a sociedade simples adotar um tipo específico, ela vai ser regida pelas normas do tipo adotado aplicando-se subsidiariamente as regras do art. 997 e seguintes. Todavia, uma socieade simples que adota o tipo LTDA não vira empresária. O único tipo que a torna empresária é a SA. Mas, se a sociedade simples não adotar nenhum tipo específico aplicam-se as regras da soc. simples, e vai ser o próprio contrato social que vai definir a responsabilidade dos sócios – ART. 997 , VIII CC. Assim, a responsabilidade dos sócios vai depender de cláusula contratual que pode prever os seguintes tipos de responsabilidade: Limitada, Ilimitada e solidária, Ilimitada e subsidiária No caso de omissão contratual qual será a responsabilidade é controvertida:: 1ª corrente: Minoritária – a responsabilidade será limitada. 2ª corrente: Majoritária – a responsabilidade será ilimitada e subsidiária. O art. 1023 e o 1024 que disciplina as soc. simples prevê como regra a responsabilidade subsidiária. ART. 997 VIII – diz que o contrato tem que dizer se os sócios respondem ou não subsidiariamente pelas obrigações sociais. Vem os art. 1023 e 1024 e consagra a responsabilidade subsidiária. Desta forma se o contrato não determinar qula o aalcance da responsabiliade, estaserá limitada ou Ilimitada /solidária, por exclusão será subsidiária por força de lei (997 VIII do CC). Se vc já tem uma presunção da subsidiariedade o contrato não precisa dizer. Seria necessário determinar o oposto, quando não vai ser subsidiária, ou seja, quando vai ser limitada ou quando vai ser solidária. SOCIEDADES EMPRESÁRIAS: encontram-se reguladas nos 1039 a 1092 do CC: Conceito: pessoa jurídica de direito privado, formada pela união de duas ou mais pessoas, físicas ou jurídicas, com o intuito de lucro. é aquela que exerce atividade empresarial. Sociedade Empresária Quando a lei fala que o empresário exerce uma atividade econômica organizada para a produção, ou circulação de bens ou serviços, hoje é considerada em regra, sociedade empresaria. Como já dizemos a empresa é uma atividade econômica organizada. O ART. 981. Conceitua sociedades como um todo. Por essa razão, uma sociedade empresária exerce atividade econômica, mas, além disso, essa atividade econômica tem que ser organizada. Apostila Apostila de Direito Societário – Professora Ana Cláuida Moraes leal Página 10 Porém a leitura do art. 981 no leva a concluir que uma sociedade simples exerce atividade econômica (visa o lucro), mas essa atividade não é organizada. A sociedade simples não exerce uma empresa, ela exerce apenas uma atividade econômica, mas não organizada. Cabe relembrar que quando se fala em atividade organizada, se fala na reunião dos seguintes elementos: capital, trabalho, mão de obra, tecnologia, matéria prima. E isso não ocorre em uma sociedade simples. A lei admite que os sócios contribuam para o capital social com bens ou serviços . Quando ele contribui com serviço ele contribui com trabalho. Porém, duas sociedades não admitem acontribuição em serviços são elas: a LTDA e a S.A. ATENÇÂO: Art. 981 sublinhar serviços e colocar o sinal de diferente do Art 7º da Lei 6404/76 c/c 1055 do Novo CC, que diz que é vedada contribuição que consista em prestação de serviços. A expressão: ...”partilha entre sí dos resultados”... constitui inovação do novo CC, pois anteriormente o destino do lucro de uma sociedade civil era o reinvestimento. Hoje a lei permite que em uma sociedade simples o lucro seja partilhado entre os sócios. Início da Personalidade Jurídica: arquivamento no órgão competente (art. 45 CC) Existe um entendimento minoritário que estabelece que o início advém da simples constituição (Tavares Borva – Procuradoria do Estado) A natureza do registro é meramente declaratória. Efeitos da Personalidade 1) Direito a proteção do nome empresarial – só podem invocar a tutela, a proteção legal ao nome empresarial os empresários que tiverem os seus atos registrados no órgão competente- Junta Comercial. O registro na Junta é que vai conferir proteção ao nome empresarial. Essa proteção se dá em âmbito estadual. O novo CC acabou com a controvérsia . Art. 1166, ...O nível de proteção é ESTADUAL. Quando se trata de registro de marca ou invenção no INPI, a proteção se dá em âmbito NACIONAL. Art 1166 parágrafo único- ler O empresário que quiser ampliar essa proteção, na junta em que ele depositar os atos, ele pode requerer que a proteção se amplie aos demais estados, desde que pague o valor muito superior ao que ele pagaria se a proteção fosse restrita. (Lei 8934/94). 2) Autonomia patrimonial - A responsabilidade da sociedade é ilimitada, já a dos sócios depende, pois pode ser limitada ou ilimitada. A responsabilidade limitada dos sócios pode ser afastada, de forma momentânea, por intermédio da Teoria da Desconsideração da Personalidade Jurídica (Teoria da Penetração ou Disregard). Os doutrinadores entendem que esta teoria é uma exceção da efeito da autonomia patrimonial. Exemplos da teoria da desconsideração: - art. 28 do CDC ; Apostila Apostila de Direito Societário – Professora Ana Cláuida Moraes leal Página 11 - art. 2º da CLT; - art. 4º da Lei 9605/98; - art. 10 do Dec. 3708/19; - art. 158 da Lei 6404/76; - art. 18 da Lei 8884/94 Espécies: 1) Sociedades em nome coletivo ( art. 1039 NCC) - Adotará como nome comercial a espécie FIRMA, onde o nome de um, alguns ou de todos os sócios constarão da firma. - Caracteriza-se por sero único tipo societário onde todos os sócios possuem responsabilidade ilimitada pelas dívidas da socieade. Obs.: Toda a vez que a lei se refere a solidariedade trata-se de responsabilidade ilimitada. Existe na verdade duas relações: uma relação do sócio com a sociedade uma relação do sócio com os demais sócios A relação do sócio para com a sociedade é subsidiária, já a relação entre os sócios é solidária. Isto resulta na conseqüência de que os credores deverão cobrar primeiro da sociedade e depois dos sócios. No entanto há duas exceções na relação do sócio com a sociedade em que não existe a subsidiariedade, isto ocorre nas hipóteses de sociedades irregulares ou de fato ou quando o sócio age com fraude. 2) Sociedades em comandita simples (art. 1045 NCC) Neste tipo de sociedade há duas espécies de sócios: - o comanditário cuja responsabilidade é limitada e o comanditado que deve ser sempre uma pessoa natural com responsabilidade ilimitada e solidária. Porém, podem pactual de forma diversa sua responsabilidade no ato constitutivo. Adotará firma comercial o sócio comanditado é que pode exercer a gerência e que deve dar nome a empresa. Se o comanditário exercer a gerência ou der nome a sociedade passa a ser solidário. Obs.: Para que esta sociedade possa arquivar os seus atos constitutivos, faz-se necessário que o nome do sócio comanditário esteja no contrato. CAPACIDADE PARA O EXERCÍCIO DO COMÉRCIO: Artigos: 972 a 980 CC/02 O professor Fabio Ulhôa (2006, p.20/21), essas proibições têm por finalidade a proteção do próprio empresário individual, quando diz respeito à capacidade; e proteção de terceiros, quando se proíbe o exercício da atividade. Empresário individual O código Civil de 2002 conceitua o empresário individual no art. 966 do Código Civil de 200 como Apostila Apostila de Direito Societário – Professora Ana Cláuida Moraes leal Página 12 aquele que exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou de serviços. Assim, empresário individual é a pessoa física que exerce atividade empresarial.; assim, o empresário individual, ao contrário do que muitos afirmam, não é uma pessoa jurídica e sim uma pessoa natural que exerce uma atividade empresarial, desta forma, o patrimônio da pessoa natural e da empresa individual são o mesmo, respondendo ilimitadamente pelas dívidas; que iremos mais tarde destacar como uma das suas principais desvantagens. Outro ponto que causa confusão reside no fato de que não obstante o empresário individual possuir CNPJ – Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas, ele não passa a ser uma Pessoa Jurídica por este fato. Cabe ressalta que os sócios da sociedade empresária não são empresários, bem como, as regras aplicadas ao empresário individual são diferentes daquelas aplicadas às sociedades empresárias. Fábio Ulhôa Coelho nos ensina: “O empresário pode ser pessoa física ou jurídica. No primeiro caso, denomina- se empresário individual; no segundo, sociedade empresária”. Já os sócios de uma sociedade empresária não são empresários, pois, quando pessoas naturais unem seus esforços para, em sociedade, explorar de uma atividade econômica, elas não se tornam empresárias. A sociedade que é criada denomina-se pessoa jurídica com personalidade autônoma, sujeito de direito independente, é que será empresária, para todos os efeitos legais. Os sócios da sociedade empresária são empreendedores, de acordo com a colaboração dada à sociedade. O empresário individual, em geral não exerce atividade de médio ou grande vulto, normalmente buscam atividades que necessitam de pequeno investimento de capital como padarias, bares etc. Quanto à sua capacidade para ser empresário dever pessoa plenamente capaz ( art 1º. do CC/02) e a pessoa emancipada (art. 5º. do CC/02). O Art. 985 esclarece a empresa individual não possui personalidade jurídica, mas apenas a sociedade; com isso o exercício da atividade empresária ser faz sob uma firma, constituída a partir de seu nome do empresário individual, completo ou abreviado. Ser empresário individual oferece algumas vantagens, entre elas podemos destacar: 1. O registro no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ), o que facilitará a abertura de conta bancária, o pedido de empréstimos e a emissão de notas fiscais. 2. Ser enquadrado no Simples Nacional e ficará isento dos tributos federais (Imposto de Renda, PIS, Cofins, IPI e CSLL). 3. Pagando apenas o valor fixo mensal de R$ 32,10 (comércio ou indústria) ou R$ 36,10 (prestação de serviços) à Previdência Social (Essas quantias serão atualizadas anualmente, de acordo com o salário mínimo) e ao ICMS ou ao ISS, terá acesso a benefícios como auxílio maternidade, auxílio doença, aposentadoria, entre outros. Apostila Apostila de Direito Societário – Professora Ana Cláuida Moraes leal Página 13 Porém a maior desvantagem está no fato de que no exercício da atividade empresária, ele responderá com todas as forças de seu patrimônio pessoal, capaz de execução, pelas dívidas contraídas, vez que o Direito brasileiro não admite a figura do empresário individual com responsabilidade limitada e, consequentemente, nãoadmite, também, a distinção entre o patrimônio empresarial (o patrimônio do empresário individual afetado ao exercício de sua empresa) e o patrimônio particular da pessoa física (natural – fora da atividade empresarial). Microempreendedor individual _MEI: Foi criado pela Lei Complementar 128/2008, que estabelece condições especial para o reconhecimento desta figura jurídica. Portanto, considera-se MEI o empresário individual a que se refere o art. 966 do Código Civil, que tenha auferido receita bruta, no ano-calendário anterior, de até R$ 60.000,00* (sessenta mil reais), optante pelo Simples Nacional: No caso de início de atividades, o limite de receita será de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) multiplicados pelo número de meses compreendido entre o início da atividade e o final do respectivo ano-calendário, consideradas as frações de meses como um mês inteiro. OBS: *Novo limite estabelecido pela Lei Complementar 139/2011. Até 31.12.2011 considera-se MEI o empresário individual a que se refere o art. 966 da Lei 10.406/2002, que tenha auferido receita bruta, no ano-calendário anterior, de até R$ 36.000,00 (trinta e seis mil reais), optante pelo Simples Nacional: No caso de início de atividades, o limite de receita será de R$ 3.000,00 (três mil reais) multiplicados pelo número de meses compreendido entre o início da atividade e o final do respectivo ano-calendário, consideradas as frações de meses como um mês inteiro. TRIBUTAÇÃO: O Microempreendedor Individual (MEI) poderá optar pelo Sistema de Recolhimento em Valores Fixos Mensais dos Tributos abrangidos pelo Simples Nacional (SIMEI), independentemente da receita bruta por ele auferida no mês. Apostila O optante pelo SIMEI recolherá, por meio do Documento de Arrecadação do Simples Nacional (DAS), valor fixo mensal correspondente à soma das parcelas.
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