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SUMÁRIO 1. Introdução......................................................................................................3 2. Breve conceito histórico...............................................................................4 3. Conceito..........................................................................................................4 4. Regulamentação do Direito de Laje.............................................................4 5. Da Denominação Das Partes Sob O Novo Direito......................................6 6. A Aplicação Prática Do Direito.....................................................................6 7. Conclusão.......................................................................................................8 8. Referências Bibliográficas............................................................................9 1. Introdução Há muito tempo muitas construções irregulares “puxadinhos” vinham causando problemas de natureza tributária e destoava dos preceitos constitucionais de moradia digna, assegurados pela Constituição da República, já que não havia legislação que disciplinasse a matéria. Tentando diminuir os problemas dessas construções irregulares e clandestinas, o atual presidente da República, publicou a Medida Provisória de nº 759/2016 para, além de melhorar o sistema de arrecadação tributária, trazer ao mundo jurídico uma norma que pudesse regulamentar essas edificações periféricas. Esse trabalho tem por objetivo apresentar a nova norma instituída no nosso ordenamento jurídico com a MP759/16, “Direito de Laje”, como esse novo direito começou, o conceito, sua Regulamentação e como funcionará na prática. Direito de Laje 2. Breve conceito histórico. O direito de laje decorre de uma situação histórica antiga, filhos que se casam e por uma baixa situação financeira cedem suas lajes para que construam suas residências e constituam suas famílias nesses novos imóveis. Advém também do desenvolvimento das cidades, mas tal crescimento não consegue acompanhar a majoração populacional. Como consequência, as camadas de baixa renda acabam se instalando em aglomerados urbanos – locais de exclusão social. Na busca de acesso à moradia, essas pessoas, usando de criatividade típica dos brasileiros, acabam por se adaptar, construindo assim casa em cima de casas. 3. Conceito. Trata-se de situação em que uma pessoa permite que outra construa sobre a laje de seu imóvel já edificado. O direito de laje, consiste na cessão da parte superior (laje) de uma construção a terceira pessoa, para que esta edifique outra unidade. Tal situação resulta em duas ou mais unidades distintas, com titulares distintos: uma embaixo e outra, construída sobre a primeira, e assim sucessivamente, com entradas isoladas. 4. Regulamentação do Direito de Laje A MP 759/16 altera o Código Civil e inclui nele, no Artigo 1.225 inciso XII- A laje, como Direito real. Visando fomentar a regularização fundiária e resolver alguns desses problemas, a MP 759/16 instituiu o chamado "Direito Real de Laje", que, segundo a disposição de motivos, tem por escopo o "reforço ao propósito de adequação do Direito à realidade brasileira, marcada pela profusão de edificações sobrepostas". Além disso, ainda segundo a disposição, "por meio deste novo direito real, abre-se a possibilidade de se instituir unidade imobiliária autônoma, inclusive sob a perspectiva registral, no espaço aéreo ou no subsolo de terrenos públicos ou privados, desde que esta apresente acesso exclusivo. Tudo para que não se confunda com as situações de condomínio. O direito real de laje consiste na possibilidade de coexistência de unidades imobiliárias autônomas de titularidades distintas situadas em uma mesma área, de maneira a permitir que o proprietário ceda a superfície de sua construção a fim de que terceiro edifique unidade distinta daquela originalmente construída sobre o solo (novo art. 1.510-A do Código Civil). Em outras palavras, o Código Civil passa a permitir algo que já existia na prática: alguém tem um imóvel (uma casa, por exemplo) e cede a outra pessoa a parte de cima deste imóvel (a "laje") para que lá ela construa outra edificação autônoma em relação à construção existente na parte de baixo. Art. 1.510-A. O direito real de laje consiste na possibilidade de coexistência de unidades imobiliárias autônomas de titularidades distintas situadas em uma mesma área, de maneira a permitir que o proprietário ceda a superfície de sua construção a fim de que terceiro edifique unidade distinta daquela originalmente construída sobre o solo. § 1º O direito real de laje somente se aplica quando se constatar a impossibilidade de individualização de lotes, a sobreposição ou a solidariedade de edificações ou terrenos. § 2º O direito real de laje contempla o espaço aéreo ou o subsolo de terrenos públicos ou privados, tomados em projeção vertical, como unidade imobiliária autônoma, não contemplando as demais áreas edificadas ou não pertencentes ao proprietário do imóvel original. § 3º Consideram-se unidades imobiliárias autônomas aquelas que possuam isolamento funcional e acesso independente, qualquer que seja o seu uso, devendo ser aberta matrícula própria para cada uma das referidas unidades. § 4º O titular do direito real de laje responderá pelos encargos e tributos que incidirem sobre a sua unidade. § 5º As unidades autônomas constituídas em matrícula própria poderão ser alienadas e gravadas livremente por seus titulares, não podendo o adquirente instituir sobrelevações sucessivas, observadas as posturas previstas em legislação local. § 6º A instituição do direito real de laje não implica atribuição de fração ideal de terreno ao beneficiário ou participação proporcional em áreas já edificadas. § 7º O disposto neste artigo não se aplica às edificações ou aos conjuntos de edificações, de um ou mais pavimentos, construídos sob a forma de unidades isoladas entre si, destinadas a fins residenciais ou não, nos termos deste Código Civil e da legislação específica de condomínios. § 8º Os Municípios e o Distrito Federal poderão dispor sobre posturas edilícias e urbanísticas associadas ao direito real de laje. 5. Da Denominação Das Partes Sob O Novo Direito Parece mesmo ser necessária uma nova e adequada denominação para aquele que se coloca no papel de dono do espaço aéreo de um imóvel (o titular do direito de laje sobreposta) e daquele que se coloca na situação de quem igualmente possui direitos sobre o mesmo espaço terrestre, mas limitado ao solo e subsolo. Por falta de melhor opção, sugere-se denominar a unidade autônoma titular de um direito de laje acompanhado de sua qualificadora: Laje população em geral e a denominação simples Laje não parece suficientemente esclarecedora de uma situação de direito tão especial. Laje, de fato, pode denominar pura e simplesmente a cobertura de uma edificação ou a divisão entre pavimentos de uma mesma edificação, inclusive de condomínio edilício (embora mais comum seja a denominação pavimento ou andar). O titular do direito, ou o dono da Laje Sobreposta poderia, em uma denominação mais técnica e muito útil para o cadastramento junto à municipalidade, para fins de cobrança de IPTU e Taxas devidas pelo uso do solo urbano (coleta de Lixo, iluminação e manutenção de vias públicas) e também para o registro imobiliário e eventuais negócios jurídicos que venha a realizar (a constituição de hipoteca ou alienação fiduciária, por exemplo) ser denominado como Proprietário Horizontal em Sobreposição ou simplesmente como “Proprietário de Laje em Sobreposição” 6. A Aplicação Prática Do Direito Inquestionável que o direito de laje , por tratar-se de um direito real sobre imóvel, deverá ser criada e receber sua existência no mundo jurídico através da realização de uma escritura pública e seu correspondente registrojunto ao registro de imóveis competente. O cadastramento municipal e a obediência aos requisitos urbanísticos também será elemento fundamental, devendo o poder público manifestar-se no procedimento. Aliás, a forma e oportunidade da participação da municipalidade no procedimento deverá ser um dos principais temas a ser debatido no início da aplicação prática deste novo direito real. 7. Conclusão Com esse novo dispositivo, o legislador não mudará a dura realidade habitacional, que precisa de políticas públicas mais abrangentes e efetivas, a serem desempenhadas a médio e longo prazo. A despeito de tudo isso, temos que a disciplina normativa de uma realidade brasileiríssima como esta, confere ao menos dignidade legal a milhares de famílias que, até então, viviam em uma espécie de vacu normativo habitacional. 8. Referências Bibliográficas https://jus.com.br/artigos/55548/direito-de-laje http://www.conjur.com.br/2017-jan-02/direito-laje-nao-direito-real-direito-superficie http://www.ambito-juridico.com.br/site/ http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2002/L10406.htm#art1225xii..
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