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Resumo 2º Bimestre Processual Civil II Recursos

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Resumo 2º Bimestre Processual Civil II – Recursos
Remessa Necessária
 (Ex Ofício ou Remessa de Ofício - 496) – Sentença em desfavor da fazenda pública em geral (municipal, estadual ou federal). Nesses casos o processo será remetido necessariamente para revisão em instancia superior.
Cabimento (494, II)
A Sentença estará sujeita ao duplo grau de jurisdição para ser reapreciada.
Não cabimento
§3º, §4º - não sobe valores pequenos, se a decisão do juiz coincidir com decisão de tribunal (Acórdão, Súmula Vinculante)
Embargos de Declaração (1022 – 1026) – opor embargos
Cabimento
Art. 93, IX CF
São um recurso com a finalidade de suprir defeito de qualquer decisão;
Esclarecer obscuridade (decisão incompreensível), omissão, erro material e contradição.
Finalidade
- Regra Geral: integração (complementação) – complementar a decisão embargada.
- Exceção: modificação (efeito infringente) – modifica a sentença anteriormente proferida. Ex.: Prescrição do direito do autor: omissão do juiz que julga procedente o pedido do autor; então réu embarga a decisão alegando que disse na contestação que o direito do autor estava prescrito, portanto, o juiz verifica a prescrição e julga improcedente o pedido do autor, ou seja, ocorre efeito infringente (modificativo).
Prazo, preparo e resposta (1023)
5 dias para opor embargos;
Não há necessidade de pagar custas (não há preparo);
Contrarrazões; 
Obs.: ocorre efeito devolutivo horizontal, ou seja, será apreciado pelo juízo que proferiu a sentença.
Interrupção de prazo p/ outros recursos (1026)
Havendo oposição de embargos, suspende-se prazo para interposição de outros recursos. Começará do início a contagem de prazo para interposição de outros recursos somente após a decisão dos embargos de declaração.
Caráter Protelatório
É admissível a imposição de multa em situações em que se constate que há procrastinação na interposição de embargos de declaração pelo reclamante. Verificado que o empregado se utilizou dos embargos de declaração para ver reapreciadas premissas fáticas já afastadas, em contrário aos seus interesses, resultou demonstrado o manifesto caráter protelatório do curso normal do processo, a atrair a aplicação da multa prevista no art. 1.026, § 2º, do CPC de 2015
Art. 79 – pode ser reconhecida litigância de má-fé
Embargos de Divergência (1043)
Cabimento
Só é cabível contra acórdão (decisão colegiada) no âmbito do STF/STJ 
Quando houver divergência dentro do tribunal.
Não Cabimento
Não cabe embargos de divergência contra decisão monocrática (decisão do ministro A diferente de decisão do ministro B)
Finalidade
Afastar divergência de órgãos colegiados de um mesmo tribunal proferindo uma decisão que uniformize o entendimento.
Demonstração
Fazer uma comparação entre as decisões, provando a divergência entre os órgãos colegiados.
 
Prazo: 15 dias (1003, §5º)
Contrarrazões
Efeito devolutivo
RE e RESP (CF, 102, III e 105, III) – (CPC, 1029 - 1040)
- RE – Competência do STF – tem por objetivo unificar interpretação da norma Constitucional.
- Recurso Constitucional.
- Contra decisões de única ou última instancia e quando não couber qualquer outro recurso (necessário exaurimento dos recursos ordinários). Súmula 281/STF
Causas decididas em única instancia: ex.: mandado de segurança contra secretário de Estado é julgado diretamente no TJDFT e não na Vara de Fazenda Pública. 
- Questão de Direito: abrange o aspecto legal da questão, a incontroversa de leis e o direito aplicável ao caso concreto.
Decisão recorrida: a, b, c, d;
Requisitos de admissibilidade para interposição de RE:
Todos os pressupostos comuns + 
Prequestionamento
Questionamento anterior, deve ter sido debatida no acórdão;
Repercussão Geral (CF, 102, §3° e 1035) – requisito exclusivo do RE – questão de prova
Questão relevante (ultrapassa o interesse subjetivo das partes) em um dos seguintes aspectos:
- Econômico
- Político
- Social
- Jurídico
A aplicação de sua sistemática atinge todos os RE de matéria idêntica (1035, § 8°);
- RE repetitivo (1036)
- Procedimento: 
Perante o órgão “a quo” p/ juízo prévio de admissibilidade:
Que proferiu a decisão
De única ou última instancia para realizar juízo prévio de admissibilidade
- Prazo: 15 dias 
- Petição: 1029, I – III
- Preparo: sim (1007)
- CR (1030)
- Efeito devolutivo: a decisão já pode ser executada;
* suspensivo só no 897, § 1°
* Pode-se “pedir” efeito suspensivo em casos de dano grave irreparável caso a sentença seja executada antes de julgado o RE.
RECURSO ESPECIAL
Mesmas regras aplicáveis ao RE exceto:
- Hipóteses de cabimento: CF 105, III 
- Repercussão geral não é requisito de admissibilidade
Ação rescisória
Ação rescisória é espécie de sucedâneo recursal externo, ação autônoma que instrumentaliza meio de impugnação que tem como fito, presentes hipóteses específicas, desconstituir coisa julgada oriunda de decisão judicial transitada em julgado.
É o remédio jurídico utilizado para impugnar sentença transitada em julgado, que tem caráter desconstitutivo, pois visa o desfazimento de uma decisão que já transitou em julgado. As possibilidades de rescisão da sentença estão elencadas taxativamente no artigo 966, do Código de Processo Civil.
Fundamentação:
Artigos 425, §1º; 966 a 975 do Código de Processo Civil
No direito, a ação rescisória é uma ação autônoma (ou remédio), que tem como objetivo desfazer os efeitos de sentença já transitada em julgado, ou seja, da qual já não caiba mais qualquer recurso, tendo em vista vício existente que a torne anulável. Tem a natureza desconstitutiva (ou seja, tirar os efeitos de outra decisão que está em vigor) ou, para alguns autores, declaratória de nulidade de sentença (ou seja, reconhecer que a sentença não pode gerar efeitos por possuir vícios).
Não visa a anular sentença que, portadora de vício tal que a torne inexistente. Seu escopo é atingir sentenças consideradas anuláveis, as quais estarão definitivamente sanadas após o prazo decadencial para sua propositura.
No Direito Brasileiro
O prazo de decadência é de dois anos após o trânsito em julgado da decisão que se deseja rescindir (art. 966 do Código de Processo Civil - 2015). Não basta a simples discordância do teor da decisão atacada, afinal todos os recursos ali previstos já foram utilizados ou deixaram de ser interpostos nos prazos legais. O art. 975 do Código de Processo Civil - 2015, prevê que extinguirá o direito a rescisão em 2 anos, a contar do transito em julgado da última decisão proferida no processo. Não exercido o direito de ação, perde-lo-á. Isto é, prazo decadencial.
Os motivos que permitem a propositura da ação rescisória estão taxativamente elencados no art. 966 do Código de Processo Civil Brasileiro - 2015, quais sejam:
I - se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção do juiz;
II - for proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente incompetente;
III - resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da parte vencida ou, ainda, de simulação ou colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei;
IV - ofender a coisa julgada;
V - violar manifestamente norma jurídica;
VI - for fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou venha a ser demonstrada na própria ação rescisória;
VII - obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova cuja existência ignorava ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento favorável;
VIII - for fundada em erro de fato verificável do exame dos autos.
§ 1o Há erro de fato quando a decisão rescindenda admitir fato inexistente ou quando considerar inexistente fato efetivamente ocorrido, sendo indispensável, em ambos os casos, que o fato não represente ponto controvertido sobre o qual o juiz deveria ter se pronunciado.
§ 2o Nas hipóteses previstas nos incisos do caput, será rescindível a decisão transitada em julgado que, embora não seja de mérito, impeça:
I - nova propositura da demanda; ouII - admissibilidade do recurso correspondente.
§ 3o A ação rescisória pode ter por objeto apenas 1 (um) capítulo da decisão.
§ 4o Os atos de disposição de direitos, praticados pelas partes ou por outros participantes do processo e homologados pelo juízo, bem como os atos homologatórios praticados no curso da execução, estão sujeitos à anulação, nos termos da lei.
§ 5º  Cabe ação rescisória, com fundamento no inciso V do caput deste artigo, contra decisão baseada em enunciado de súmula ou acórdão proferido em julgamento de casos repetitivos que não tenha considerado a existência de distinção entre a questão discutida no processo e o padrão decisório que lhe deu fundamento.   (Incluído pela Lei nº 13.256, de 2016)   (Vigência)
§ 6º  Quando a ação rescisória fundar-se na hipótese do § 5º deste artigo, caberá ao autor, sob pena de inépcia, demonstrar, fundamentadamente, tratar-se de situação particularizada por hipótese fática distinta ou de questão jurídica não examinada, a impor outra solução jurídica.     
Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas – IRDR 
1. Aspectos gerais
Em primeiro lugar, destaca-se que o IRDR é uma das maiores novidades do Novo CPC.
Resumidamente, o IRDR se dá da seguinte maneira:
Existindo processos repetitivos, sobre uma mesma matéria de direito, em um determinado Estado ou Região, o aludido incidente será suscitado perante o Presidente do Tribunal local.
No caso de ser admitido o incidente, todos os processos com a mesma matéria, no Estado ou Região, serão suspensos pelo prazo máximo de 01 (um) ano.
Nesse período o Tribunal irá julga-lo.
Julgado o incidente, a tese jurídica fixada será aplicada em todos os processos, presentes e futuros. Logo, todos os juízes deverão aplicar a tese, uma vez que há uma vinculação.
2. Natureza jurídica
A natureza jurídica do IRDR é de incidente processual. Não tem natureza de recurso, pois falta a taxatividade. Ademais, o Tribunal pode julgar apenas a tese jurídica, não está julgando em concreto o processo, mas sim os juízes competentes. Diferentemente dos recursos, que julga-se a causa em concreto. Alem disso, também não possui natureza de ação, pois pressupõe a existência de ações sobre uma mesma matéria. Assim, não se trata de ação coletiva.
3. Cabimento
Requisitos para que um IRDR seja admitido (artigo 976, incisos I e II e § 4º do NCPC) são os seguintes:
a) Repetição efetiva de processos que possuem controvérsia sobre questão unicamente de direito. 
b) Risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica. 
c) Ausência de afetação de recurso repetitivo em tribunal superior.
Observações:
Os requisitos do IRDR são requisitos cumulativos;
A questão pode dizer respeito a direito material ou processual; a direito local ou nacional ou, ainda, a direito constitucional ou infraconstitucional.
Não há um número mínimo de causas, mas pressupõe uma quantidade de processos que colocam em risco a isonomia e a segurança.
OBS: O FPPC 87 diz que “a instauração do IRDR não pressupõe a existência de grande quantidade de processos versando sobre a mesma questão, mas preponderantemente o risco de quebra da isonomia e ofensa a segurança jurídica.
A questão pode se originar de um processo que tramita em primeira ou em segunda instância. Assim, ressalta-se que não há necessidade de ter um processo em segunda Instância para haver a possibilidade do IRDR.
OBS: De acordo com o ENFAM 22, a instauração do IRDR não pressupõe a existência de processo pendente no respectivo tribunal.
Não há possibilidade da instauração do incidente preventivo. Assim, o IRDR nunca é preventivo. É preciso que já existam processos repetitivos (EFETIVA REPETIÇÃO).
O incidente pode ser suscitado mais de uma vez. Se for inadmitido, pode ser suscitado novamente, desde que preenchido o requisito faltante.
O mérito do incidente será apreciado mesmo que haja desistência ou abandono do processo que o originou.
4. Legitimidade
O IRDR pode ser suscitado pelos seguintes legitimados:
a) Juiz ou Relator;
b) Partes;
c) Ministério Público;
d) Defensoria Pública.
Observações:
O juiz e o relator podem suscitar inclusive de ofício;
O Presidente do Tribunal, o Presidente do colegiado e os demais integrantes do colegiado NÃO podem suscitar o incidente, ou seja, se o processo é no tribunal só o RELATOR poderá suscitar o IRDR.
Caso não suscite o incidente, o Ministério Público participará do mesmo como fiscal da ordem jurídica (Lembrar que no CPC/73 era “fiscal da lei”).
O membro do Ministério Público assume a titularidade do incidente caso ocorra desistência ou abandono do processo.
Embora não esteja expressamente previsto no Novo CPC, cumpre salientar que a legitimidade da Defensoria Pública é restrita à defesa dos necessitados ou dos hipossuficientes.
O juiz e o relator suscitam o incidente por ofício; os demais legitimados, por petição. 
5. Competência
O IRDR será dirigido ao Presidente do Tribunal Local e será julgado pelo órgão indicado no regimento interno do tribunal, entre aqueles responsáveis pela uniformização de jurisprudência.
De acordo com o FPPC 343, o IRDR compete ao Tribunal de Justiça ou Tribunal Regional, ou seja, tribunal local (necessariamente!).
Ademais, destaca-se que quando o incidente se originar de processo que tramita em primeira instância, o Tribunal fixará apenas a tese. Quando o incidente se originar de processo que tramita no tribunal, este fixará a tese e julgará, em concreto, o processo (Ver o artigo. 978, parágrafo único do NCPC).
6. Procedimento
A) A parte legitimada suscita o incidente perante o Presidente do Tribunal, por ofício ou petição, instruindo com os documentos necessários.
B) O IRDR será distribuído ao colegiado competente que fará a sua admissibilidade, verificando se estão presentes os requisitos do IRDR.
C) Admitido o IRDR, o relator determinará a suspensão de todos os processos com a mesma matéria, individuais ou coletivos, de primeira ou segunda instância, que tramitam no Estado ou Região. A suspensão terá o prazo máximo de 01 (um) ano. Após esse período, os processos continuarão a correr.
Vale lembrar que há uma possibilidade de extensão do sobrestamento para todo o território nacional, qual seja: o legitimado pode requerer ao Presidente, do STJ ou STF, a suspensão de todos os processos em curso no território nacional, que versem sobre a mesma matéria. Neste caso, cessa a suspensão se não for interposto recurso especial ou recurso extraordinário contra a decisão proferida no IRDR.
D) O relator ouvirá as partes (do processo originário), o Ministério Público e os demais interessados, no prazo de 15 dias, podendo deferir a participação do “amicus curiae”, bem como marcar audiência pública ou requisitar informações.
E) No julgamento do IRDR haverá possibilidade de sustentação oral, sendo que poderão falar: o autor, o réu, o Ministério Público e demais interessados.
F) O Tribunal fixará a tese jurídica e decidirá, em concreto, o recurso, o reexame ou a ação, se for o caso (se o processo tramitar no tribunal). 
7. Aplicação da tese jurídica
Julgado o IRDR, a tese jurídica fixada deverá ser aplicada por todos os juízes e Tribunais, no Estado ou Região, aos casos idênticos em tramitação e aos processos futuros, salvo se existir distinção ou superação (art. 985, incisos I e II e §§ 1º e 2º do Novo CPC).
Desse modo, destaca-se que o IRDR é um precedente obrigatório e não meramente persuasivo.
8. Recursos
Das decisões do IRDR podem caber os seguintes recursos:
a) Embargos de declaração;
b) Recurso especial;
c) Recurso extraordinário.
Observações:
Só cabe recurso especial ou recurso extraordinário da decisão de mérito do IRDR.
O recurso especial e o recurso extraordinário da decisão do IRDR terão efeito suspensivo. Lembre-se: a regra é que eles não possuem efeito suspensivo.
Os recursos podem ser interpostos pelas partes, pelo Ministério Público, pelo terceiro prejudicado e pelo “amicus curiae”.
Incidente de assunção de competência - IAC
Trata-se de um instituto relacionado aosrecursos e será admitido quando “o julgamento de recurso, de remessa necessária ou de processo de competência originária envolver relevante questão de direito, com grande repercussão social, sem repetição em múltiplos processos” (art. 947). Apesar de relacionado aos recursos, como visto, ele não se aplica somente a eles, mas também à remessa necessária (que não é recurso) e aos processos de competência originária dos Tribunais (que também não são recursos). Todos esses institutos dizem respeito à atividade jurisdicional das nossas Cortes, e sua função é otimizar essa função.
Antes que fiquemos todos espantados, lembremos que não é novidade alguma. Talvez o nome, talvez o detalhamento de suas regras, mas que já existia no CPC/73. Vejamos:
“Art. 555, § 1o. Ocorrendo relevante questão de direito, que faça conveniente prevenir ou compor divergência entre câmaras ou turmas do tribunal, poderá o relator propor seja o recurso julgado pelo órgão colegiado que o regimento indicar; reconhecendo o interesse público na assunção de competência, esse órgão colegiado julgará o recurso.”
O relator propõe que o recurso seja julgado por outro órgão colegiado, que não aquele que ele compõe. Por exemplo: o relator é da 1ª Turma do STJ. O “normal” é que o REsp seja julgado ou monocraticamente pelo próprio relator, ou pelo “seu” colegiado, a 1ª Turma... Então esse instituto – também chamado de afetação – permite que o relator leve o REsp para a 1ª Seção (formada pela reunião da 1ª com a 2ª Turma, que são de direito público) ou para a Corte Especial. Qual a razão desse “deslocamento da competência”? Prevenir ou compor divergências jurisprudenciais internas. Prevenir antes que surjam as divergências, e compor depois que elas já existem. Assim espera-se que, após o julgamento desse REsp, não tenhamos mais a divergência, ainda que o julgamento não tenha sido tomado por unanimidade.
Isso se mantém no novo CPC, com outro nome: assunção de competência. O relator continua propondo o deslocamento, agora também podendo ser provocado pela “parte, do Ministério Público ou da Defensoria Pública”, para “que seja o recurso, a remessa necessária ou o processo de competência originária julgado pelo órgão colegiado que o regimento indicar.” (§ 1º). O órgão colegiado para o qual a competência para julgar o recurso, a remessa ou o processo precisa reconhecer o interesse público e, assim, assumir a competência, que não era dele (§ 2º).
A razão desse deslocamento continua sendo o mesmo do CPC/73 (§ 4º Aplica-se o disposto neste artigo quando ocorrer relevante questão de direito a respeito da qual seja conveniente a prevenção ou a composição de divergência entre câmaras ou turmas do tribunal).
Para que esse instituto seja útil, entretanto, é necessário que o acórdão proferido em assunção de competência vincule todos os juízes e órgãos fracionários, e é isso que consta no § 3º, exceto se houver revisão da tese (leia-se overruling).
	IAC
	IRDR
	 É admissível a assunção de competência quando o julgamento de recurso, de remessa necessária ou de processo de competência originária envolver relevante questão de direito, com grande repercussão social, sem repetição em múltiplos processos.
Ocorrendo a hipótese de assunção de competência, o relator proporá, de ofício ou a requerimento da parte, do Ministério Público ou da Defensoria Pública, que seja o recurso, a remessa necessária ou o processo de competência originária julgado pelo órgão colegiado que o regimento indicar.
O órgão colegiado julgará o recurso, a remessa necessária ou o processo de competência originária se reconhecer interesse público na assunção de competência.
O acórdão proferido em assunção de competência vinculará todos os juízes e órgãos fracionários, exceto se houver revisão de tese.
 
	É cabível a instauração do incidente de resolução de demandas repetitivas quando houver, simultaneamente:
– efetiva repetição de processos que contenham controvérsia sobre a mesma questão unicamente de direito;
– risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica.
 A desistência ou o abandono do processo não impede o exame de mérito do incidente.
Se não for o requerente, o Ministério Público intervirá obrigatoriamente no incidente e deverá assumir sua titularidade em caso de desistência ou de abandono.
A inadmissão do incidente de resolução de demandas repetitivas por ausência de qualquer de seus pressupostos de admissibilidade não impede que, uma vez satisfeito o requisito, seja o incidente novamente suscitado.
É incabível o incidente de resolução de demandas repetitivas quando um dos tribunais superiores, no âmbito de sua respectiva competência, já tiver afetado recurso para definição de tese sobre questão de direito material ou processual repetitiva.
Não serão exigidas custas processuais no incidente de resolução de demandas repetitivas.

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