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RESUMÃO DIP P1 FEBRE Elevação da temperatura normal do corpo =/= de hipertermia (aumento exacerbado da temperatura corporal por aumento do calor endógeno ou exógeno, sem alteração do termostato hipotalâmico) Temperatura oral normal: 36,8o C – podendo variar de 36,0-37,8o C Febre baixa: acima de 37,9º C Febre moderada: entre 38 e 38,9º C Febre alta: entre 39 e 40,5º C Hiperpirexia: >40,5º C Temperatura oral é 0,4º C mais alta que a axilar e mais baixa que a retal. Mais baixa as 6h da manhã e mais alta 16-20h da noite. Padrões de febre: Contínua – alterações <1º C na temperatura, sem apirexia Febre tifóide, malária por falciparum não imune, pneumonia, rickettsiose Remitente – alterações >1º C na temperatura, sem apirexia Malária por falciparum, micoplasma, viroses respiratórias, sepse, abscessos, pneumonias Intermitente – alterações >1º C na temperatura, com apirexia Malária, tuberculose, endocardite, uso irregular de antipiréticos Recorrente – alterações cíclicas (dias-semanas) com apirexia/sem apirexia Leptospirose, Linfomas, Dengue, Doença de Still Febre baixa – hepatite, tuberculose, pneumonia, cistite, tétano inicial, flebites, HDA Febre alta – leptospirose, sepse, pneumonia, meningite, malária, abscessos Hiperpirexia – tumores SNC, tétano grave, medicamentos, encefalite FOO Clássica: >37,9º C, >3 semana, >2 consultas ambulatoriais ou 3 dias no hospital Nosocomial: >38º C, em tto agudo, sem infecção aparente ou incubada na internação Neutropênica: > 38º C, <500 neutrófilos ou previsão de queda em 1-2dias Associada ao HIV: >38º C, >4 semanas de ambulatório ou 3 dias no hospital - Principal causa de FOO bacteriana é tuberlucose extra-pulmonar (hepática ou renal) - Leucócitos normais: 5000-8000 - Leucocitose: >10.000, podendo haver desvio para esquerda - Leucopenia: <4.500 - Eosinofilia: >4% - parasitoses, alérgicas, dermitite herpética, Hodgkin - Monocitose: >8% - tuberculose, febre tifóide, endocardite bacteriana, malária, Hodgkin ESTAFILOCOCCIAS Staphylococcus aureus: coco GRAM (+), móvel, aeróbio ou anaeróbio facultativo, disposto em caixos de uva, catalase + e coagulase (+/-), oportunistas. Parte da microbiota natural: narinas, vias respiratórias, TGI, trato urogenital, pele. Sobrevive muito tempo na superfície, podendo aparecer em fômites, utensílios. Transmissão: manual ou por aerossóis (narinas ou vias respiratórias de altamente colonizados) Risco: diabetes, usuários de drogas, hemodiálise, HIV, infecções cutâneas Mecanismos de patogenicidade: estruturais: cápsula antifagocitária, peptideoglicano, porteína A, fibronectina, membrana citoplasmática exotoxinas: hemolisina, enterotoxina (A-E), toxina do choque tóxico (TSST-1), esfoliativas (A-B) enzimas: catalase, coagulase (favorece abscessos), beta-lactamase, hialuronidase, lipase, DNAase Ação: direta: pele e tecido subcutâneo, empiema, meningite, abscessos, pneumonia (bilateral), bacteriemia/sepse, endocardite, infecção urinária, colonização de cateteres e próteses. indireta por toxinas: Intoxicação alimentar: exotoxinas previamente sintetizadas, com PI 1-6h e duração de 8-10h (<12h). Causado por enterotoxinas (A-E), termoestáveis e resistentes ao pH ácido do estomago. Ativam o centro do vômito e causam diarréia. Início súbito, sem febre, autolimitada. Síndrome da pele escaldada: causada por toxinas esfoliativas (A-B) que rompem os desmossomos, causando descamação, esfoliação e bolhas na pele, pp em crianças e RN. Causada pós infecção cutânea ou respiratória. Síndrome do choque tóxico: causada pela toxina superantigenica TSST-1 que causa uma hiper-resposta imune, com descarga de citocinas e manifestações sistêmicas: febre alta, vômitos, diarréia, rash, hipotensão. Goagulase negativo: menos patogênicos, presentes em alta quantidade na pele e promovem doenças mais sutis, de progressão lenta e poucas manifestações sistêmicas ( cistite, endocardite, colonização de cateteres e próteses, meningite, bacteriemia/sepse. Diagnóstico laboratorial: Macroscopia: pus, abscesso, aspecto floculado Gram: cocos gram positivos, grandes, isolados ou em pares ou em cachos de uva Cultura: colônias beta-hemolíticas douradas (S. aureus), não-hemolíticas esbranquiçadas (CoNS), ou esverdeadas (S. epidermidis) Tratamento: Retirada de dispositivos se possível Incisão e desbridamento cirúrgico de coleções purulentas ATB prolongado: 4-8 semanas Penicilina ( Oxacilina ( Vancomicina ( Linezolida e Quinopristina/Dalfopristina ANGINA INFECCIOSA Corynebacterium diphteriae: bacilo GRAM (+), imóvel, não esporulado, sem cápsula, aeróbio, dispostos em feixes em clavas (letras chinesas) ou em séries paralelas (paliçada). Causa maioria dos casos de amigdalite em crianças e jovens (<15 anos), mas encontra-se erradicada por vacinação. Casos entre 18-30 anos tem aparecido. Pode ser Tox + (infecções de mucosa – respiratórias) ou Tox – (infecções cutâneas). A toxina diftérica pode ser sintetizada por um Tox – caso haja conversão fágica em meio pobre em Ferro. Transmissão por perdigotos (contato íntimo), invadindo VR ou pele lesada. Fatores de gravidade: >60 anos, membrana extensa, pescoço de touro, lactentes, alcoólatras, miocardite Quadro clínico: Respiratória: PI: 2-5 dias Faringite (dor de garganta, febre baixa e membrana pseudomembranosa aderida a mucosa) Início gradual com edema e hiperemia ( inflamação ( necrose tecidual ( exsudato fibrinoso ( pontos esbranquiçados que coalescem e formam membrana pseudomembranosa ( adere e engrossa. É amigdalofaríngea, podendo ascender (nariz – corrimento nasal serosanguíneo uni ou bilateral) ou descender (laringe – rouquidão e tosse). Disfagia, prostração, dispnéia, alteração de voz. Pescoço de touro: halitose, linfadenomegalia cervical, voz grossa, pseudomebrana extensa, edema submandibular e cervical anterior, tumefação acentuada de amígdalas e úvula. Cutânea: Em dermatoses já existentes Lesão em saca bocado, com bordas níticas e membrana necrótica Complicações: Membrana extensa, crostosa ( obstrução da via respiratória (pp em crianças) Miocardite: tumefação das fibras musculares ( miólise ( fibrose ( arritmias, cardiopatia dilatada - Irreversível Polineuropatia: ruptura da bainha de mielina ( perda de sensibilidade de evolução lenta (3-5d), dormência, disfagia, disfonia, paresia de nervos motores, ventilação artificial, tetraplegia. Embolia pulmonar, pneumonia, bacteriemia. Diagnóstico: Clínico: distinção da pseudomembrana (diagnóstico diferencial) Complementar: Cultura: Löeffler - amostras das membranas, da orofaringe, do nariz. Histopatologia Isolamento: coloração por Albert Laybourn Prova de Fluorescência Teste de toxigenicidade Tratamento: Antitoxina (soro antidiftérico) ( aplicado o mais precocemente porque só antagoniza toxina não ligada: Até 3 dias de evolução, ou localizada – 40.000 a 60.000 soro eqüino, dose única, IV >3 dias, hipertóxica ou mista – 100.000 soro eqüino, dose única, IV Promove amolecimento e despreendimento da pseudomembrana. Antibióticos: não como única terapia – tenta erradicar transmissão e portador Eritromicina, VO – 14 dias Pen G cristalina ou procaína – 14 dias Suporte: carnitina e monitorização dos sistemas Controle de Cura: 2 culturas do sítio primário negativas + Vacina dT (toxoide diftérico) Profilaxia: Portadores: Eritromicina VO – 10 dias Contactantes: Eritromicina ou Pen G bezatina – 7 a 10 dias Tox +: hospitalizados em isolamento respiratório e de contato (não precisa de N95) Diagnóstico diferencial: Estreptococos – S. pyogenes Não há pseudomembrana Febre alta de início agudo, dor a deglutição, faringite, adenomegalia dolorosa, exsudato amigadaliano e ausência de sinais virais: coriza, tosse, diarréia e rouquidão. 15-30% dos casos de faringiteem 5-15 anos TTO: Pen G benzatina, IM, dose única // Pen V oral, Amoxacilina ou ampicilina – 10 dias, VO Angina Plaut-Vicent – espiroquetas associadas a bactérias anaeróbias Faringite, adenomegalias, gengivite necrótica ulcerativa, ulcerações orais, odor fétido, alta halitose, dor intensa à deglutição, membrana exsudativa cinza-escura, febre, leucocitose, sangramento quando pressiona-se a amígdala ou gengiva. Acomete alcoólatras, debilitados, má higiene, diabéticos TTO: Pen V oral, Amoxacilina + Clavulanato, Metronidazol Síndrome de Lemierre – Fusobacterium necrophorum Tríade: faringite + trombose séptica da veia jugular interna + êmbolos sépticos para pulmão (pp) Febre, edema, dor submandibular, rigidez de nuca, disfagia e disfonia Mononucleose infecciosa – EBV Febre alta, adenomegalia, faringite, rash, hepatoesplenomegalia, leucocitose, trombocitopenia. Diagnóstico: Ac heterófilos e Ac específicos LEPTOSPIROSE Leptospira interrogans: não cora GRAM, aeróbia estrita, móvel, dividida em sorovares (imunidade sorovar-específica). Formada por um corpo e um axóstilo, envolvidos por uma membrana (envelope), com as extremidades em gancho. Parede formada por ptns, LLS, GLP. Gosta de ambiente úmido, com temperatura alta (28-30ºC), pH alcalino e água doce. Penetra em mucosas (oral, nasal, ocular), pele íntegra imersa ou por pele lesada. Transmissão direta (líquidos corporais dos ratos), indireta, ocupacional, hídrica e recreacional. Relacionada a chuvas, enchentes. Hospedeiro: rato Portadores: cães, bovinos, suínos, caprinos, eqüinos (não: gatos domiciliados). Sem preferência por sexo (mais homens), adultos jovens (raro em crianças), 10% de letalidade Patogenia: Leptospira penetra na pele e alcança sistema sanguíneo e linfático. Em 48h estão por todo o corpo (+ LCR) ( Foco de replicação bacteriana patogênica ( não fagocitada ( liberação de fatores tóxicos: destruição da membrana celular, injúria, aumento da permeabilidade vascular, hemorragias. I. GLP: endotoxina antilinfocítica citotóxica – perfura membrana celular ( como as fosfoliapases; causam injúria. inibe a bomba Na+K+ATPase ( arritmias, diarréia e insuficiência renal II. LLS: não é tóxico nem pirogênico, mas ativa células e citocinas. III. Hemolisinas, fosfolipases e lípases Quadro clínico: PI: 7-14d Fase septicêmica – leptospirosemia (dura 5-7 dias, ou enquanto durar a febre) – (90% benigna) Súbita, febre alta (39-40), mialgia (todo o corpo), alteração do ciclo do sono, náuseas, vômitos, sufusões hemorrágicas, sufusão conjuntival, dor retro-ocular Fase imune – das localizações - (10% evoluem) = Síndrome de Weil (letalidade 20%) Icterícia intensa, hemorragias, IRA, oligúria e hipopotassemia. Não há febre Ac espefícicos e não presença de leptospira no sangue (exceto na urina) Icterícia rubínica: icterícia + vasodilatação = mau prognóstico Infiltrado algodonoso – hemorragia pulmonar Fase de convalescência Manifestação: Não ictérica: náuseas, vômitos e diarréia ( DD: influenza, dengue clássico, malária (P. vivax) Ictérica: sindrome de weil + aumento de bilirrubina, aminotransferase, FA, GGT, uréia, creatinina, VHS; anemia, leucocitose, plaqueotopenia, hipopotassemia; LCR: claro, pleocitose linfocítica mononuclear e neutrofílica, ptn aumentada, glicorraquia normal ( DD: FA, Dengue hemorrágica, Malária (P. falciparum), hepatite viral grave, sepse (Gram-) Diagnóstico: direto: Microscópico – Campo escuro (pesquisa leptospira) Cultura – Fletcher ou Stuart (demorado) Imunofluorescência (Ac anti-leptospira marcados) Inoculação em animais de laboratório (demorado) indireto MAT – microaglutinação – padrão-ouro (sorovar espeífica), simples SAT – soroaglutinação macroscópica – triagem (muito falso negativo) ELISA – IgM e IgG, mas não sorovar PCR – precoce e sorovar específica exames laboratoriais Tratamento: Antimicrobiano: PEN G CRISTALINA, EV – veículo: potássio Suporte: hidratação, vitamina K, ventilação mecânica, HD e diálise peritoneal, diurético, monitorar hemorragia Profilaxia: Melhora do saneamento, controle dos ratos, solução para enchentes, imunização de animais domésticos Quimioprofilaxia: DOXICICLINA – 7 dias, 200mg/d (não endêmico); 200mg/semana (exp. prolongada) SEPSE colonização – presença de microorganismo em sítio não estéril, sem reação do hospedeiro infecção – presença de microorganismo em sítio estéril bacteriemia – presença de bactéria no sangue, com hemocultura positiva SIRS (síndrome da resposta inflamatória sistêmica) – presença de no mínimo 2 fatores: Febre (>38º C) ou hipotermia (<36º C) Taquipnéia (>20irpm) ou hipoventilação (PCO2 <32mmHg) Taquicardia (>90bpm) Leucocitose (>12000), leucopenia (<4000) ou presença de neutrófilos imaturos (>10% bastões) Sepse – SIRS + infecção suspeita ou comprovada (não é necessária hemocultura +) = 15% de mortalidade Sepse grave – Sepse + disfunção orgânica, hipotensão ou hipoperfusão = 20% de mortalidade PAS <90mmHg ou PAM <70mmHg DU <0,5ml/kg/h = oligúria Hipoxemia = PaO2 < 280 Acidose metabólica = pH <7,3 ou lactato sérico 1,5x Alteração no nível de consciência Plaqueotopenia (<80.000 ou queda de 50%) Choque séptico – Sepse + hipotensão (PAS<90mmHg ou queda de 40mmHg na PAS normal, por mais de 1h, sem resposta a reposição volêmica e necessita de aminas vasopressoras) Etiologia: 70% por GRAM +/- e o retante por fungos e outros microorganismos. Em casos de hemocultura positiva, o risco de sepse grave: >50 anos, local primário de infecção: pulmonar, abdominal ou neuromeningeo (menor gravidade no TGU). Em casos de hemocultura negativa, deve-se investigar o local de infecção primário. Patogenia: Interação TLR-4 com GRAM- e TLR-2 com GRAM+, desencadeando inflamação local (aumento do fluxo, da permeabilidade, recrutamento de neutr[odilos e dor). Liberação de citocinas TNF-alfa: pro inflamatório, quimiotático e promotor da adesão dos neutrófilos no endotélio. Induz expressão do fator tecidual nos monócitos (ativando a via da coagulação), causando injúria e produção de NO IL-1: sinergismo com TNF-alfa IL-6: inibe produção de TNF-alfa e estimula produção de plaquetas = mau prognóstico IL-8: quimiotático e ativador de granulócitos INF-gama: febre A formação de trombos intravasculares promove a retenção da disseminação dos patógenos. Estado antiinflamatório: resposta sistêmica que evita a adesão de neutrófilos no endotélio de órgãos não inflamados. Essa resposta exacerbada pode desequilibrar para o estado antiinflamatório A disfunção de órgãos ocorre por lesão difusa do endotélio ( permeabilidade, CID, trombose, hipotensão, redução da oxigenação tecidual Choque: redução da RVP e distribuição do sangue para a periferia. Manifestações clínicas: Freqüentes Raras ou na sepse severa Febre, Calafrio, Mialgia Hipertermia Taquicardia Taquipnéia Leucocitose Hipoxemia Proteinúria Corpúsculos de Dohle Irritabilidade Alterações hepáticas Hiperglicemia (diabetes) >38º C > 90bpm > 20irpm >12000 < 280 Hipercatabolismo proteico Aumento das enzimas Redução da insulina Hipotermia Hipotensão Insuficiência Respiratória Leucopenia Oligúria, Azotemia Plaqueotopenia CID, anemia Torpor, coma Sangramento GI Lesões cutâneas Hipoglicemia <36º C PAS <90mmHg; PAM <70 O2 < 70% <4000 < 0,5ml/kg/h <80000 ou queda 50% <40 Apirexia – idosos, neonatos, alcoólatras, uremia Hiperventilação – sinal precoce Acidose metabólica, hipercatabolismo protéico, hiperglicemia Inflamação: leucocitose, leucopenia, aumento de bastões, PCR 2x, Procalcitonina 2x (>10 = sepse) IRA: creatinina >2mg%, diurese <0,5ml/kg/h mesmo com ressuscitação volêmica Insuficiência hepática: bilirrubina total >2mg% Complicações: cardiovascularesSARA (PaO2 <200) – infiltrado pulmonar (pelo aumento de permeabilidade capilar) + hipoxemia insuficiência de músculos respiratórios perdas hídricas – vomito, diarréia, desidratação disfunção miocárdica renais oligúria, azotemia, proteinúria, cilindros urêmicos NTA coagulação trombocitopenia <50.000 neurológicas polineuropatia – fraqueza motora distal e não desmame ventilatório Diagnóstico etiológico: não há testes específicos para a resposta séptica, mas pode-se isolar o microorganismo 2 amostras (10ml cada) – diferentes locais de venopunção = hemocultura Culturas antes da antibioticoterapia Após coleta ( tto empírico ( até 1h antes do diagnóstico (internados) e 3h (admitidos na UTI oriundos do pronto socorro) = Aztreonam / Ampicilina + Ciprofloxacina Tratamento: Antimicrobianos Empíricos, IV, maiores doses. Reavaliado em 48-72h, evitando cursos prolongados. Remoção da fonte de infecção Todos os focos. Profilaxia para TVP e HDA. Troca de cateteres. Medidas de suporte Reposição hemodinâmica: 1-2L (sol. salina em 1-2h). Objetivo: PAS>90, PAM>65, DU>0,5, PVC>8-12, Sat O2>70%. Se PVC <8: reposição volêmica com bolus de cristalóides (500-1000) ou colóides (250-500) Se PA<65: aminas vasopressoras Se SatO2 <70%: transfusão sanguínea Glicemia: manter 80-110 nas 6 primeiras horas. Se >150mg/dl ( Insulina IV associar a suplemento nutricional pelo hipercatabolismo proteico Insuficiência adrenal (+ choque séptico + amina vasoativa) Hidrocortisona 50mg 6/6h – 7 dias PC recombinante (em casos de risco de morte e sem contra-indicações) Xigris – 4 dias Risco de morte: Apache II>24, choque séptico, SARA pela sepse e 2 disfunções pela sepse Começa a aplicar até 48h depois da 1ª disfunção Ventilação mecânica hipoxemia agressiva, hipercapnia, insuficiência dos m. respiratórios, deteriorização neurológica. Taquipneia (>30bpm) = indica colapso respiratório Bicarbonato Acidose metabólica grave pH <7,2 Transfusões Plaqueotopenia 5.000-30.000 Cirurgias apenas com >50.000 Prevenção: redução de procedimentos invasivos maior combate as infecções hospitalares menor tempo com neutropenia (<500) limitação do uso e duração de cateteres vesicais e intravasculares evitar uso indiscriminado de antimicrobianos e corticóides Fatores de risco de mau prognóstico: hipotermia, >40 anos, leucopenia, acidose metabólica, choque, disfunção orgânica múltipla, co-morbidades. ESTREPTOCOCCIAS Estreptococos: GRAM + , anaeróbios facultativos, catalase negativos. Isolados, em pares ou cadeias. Divididos: alfa-hemolíticos: formam hemólise parcial – aspecto esverdeado (S. pneumoniae) beta-hemolíticos: formam hemólise total – halo mais claro em volta (S. pyogenes) gama – não hemolíticos Grupo A de Lancefield – Streptococcus pyogenes: Diplococo GRAM +; apresenta ptn M, cápsula, estreptolisina O (recente), estreptolisina S (hemólise), toxinas eritrogênicas, exotoxinas pirogênicas, estreptoquinase, etc. Faringite 5-15 anos, rara <3anos. Febre súbita e alta, odinofagia, adenomegalia cervical, disfagia, eritema, exsudato Sem sinais virais: coriza, tosse, rouquidão, diarréia; e sem pseudomembrana aderida Complicações não supurativas: GMN e febre reumática Complicações supurativas: otite, sinusite, meningite, endocardite, pneumonia Diagnóstico: Cultura - padrão ouro Strepto-test: 5-15 anos (positivo trata; negativo cultura) e adultos (positivo trata; negativo nada) Tratamento: PEN G benzatina – 10 dias Escarlatina Causada por toxinas eritrogênicas – pós faringite. 1-2 dias: exantema: tronco e membros, poupando palma e plantas Febre, adinamia, mal-estar. Evolui para linhas de pástia, língua em framboesa, palidez periorbital 6-9 dias: descamação Acomete mais crianças. DD: Kawasaki (febre mais baixa), farmacodermia, exantemas virais, Sd. choque tóxico Tratamento: PEN G benzatina Impetigo (piodermite) Infecção da pele superficial – pode evoluir para faringe e nariz em 48h (inverso não ocorre) Eritema que acomete face (em volta do nariz e da boca) e pernas. Pápula > veícula > pústula > crosta Crostas amareladas e espessas (S. pyogenes) ou finas e papiráceas (S. aureus) Lesões indolores e não há febre Complicaçoes não supurativas: GMN Tratamento: higiene + Mupirocina tópico (se disseminar, CEFAL. 1ª ger) Erisipela Derme superficial, causada por comprometimento linfático. Face e MMII, influenciada por trauma e lesões de pé. Predisposto por DM, micoses e insuficiência venosa Lesões elevadas, edemaciadas, bem delimitadas, quentes, brilhosas, com pele em casca de laranja Tratamento: PEN G benzatina – 10 dias Celulite Derme profunda, relacionada a obstrução linfática. Aparece por contaminação em pele não íntegra, predisposto por DM, micoses e insuficiência venosa. Lesões planas, mal delimitadas. Tratamento: Oxacilina 21 dias Fasciíte necrosante Acometimento da fáscia superficial e profunda. Início agudo, dor grave local, febre, eritema. Ele torna-se escuro, mosqueado, edemaciado >> hipersensibilidade torna-se anestesia (quando acomete nervos) >> bolhas hemorrágicas >> gangrena Pode acometer o músculo: miosite Tratamento: desbridamento cirúrgico e drenagem + ATB (adjuvante) Sindrome do choque tóxico Causado por toxina pirogênica que promove a liberação de citocinas Febre, hipotensão, deteriorização renal e SARA. Taquicardia, taquipnéia, sudorese, hipocalcemia, hipoalbuminemia, granulócitos imaturos, trombocitopenia, choque. Tratamento: PEN G cristalina + Clindamicina, Imunoglobulina IV, ressucitação volêmica Grupo B de lancefield – Streptococcus agalactidae: diplococo GRAM +; coloniza o TGU de mulheres, podendo causar transmissão vertical para o bebê: Sepse neonatal precoce: aparece na 1ª semana pós-parto (em média 20h após) – letargia, perda de sucção, dispnéia, etc. Adquirida no parto ou no pré-parto. 60% bacteriemia, 30% pneumonia, 10% meningite Fatores de risco: parto prematuro (<37 semanas), parto prolongado (rompimento da bolsa >18h antes do parto), bacteriúria na mãe, amnionite Tratamento: ampicilina + aminoglicosídeo Sepse tardia: infecção 1 semana-3meses pós parto. Adquirida no parto ou no pós parto/contato com a mãe Endometrial: infecção até 48h pós parto, na mãe. Prevenção: Realização de swab da vagina anterior e anorretal para cultura, na 35-37ª semana. Realiza quimioprofilaxia intra-parto: cultura positiva; bacteriúria na gravidez; filho recente com infecção >> Penicilina cristalina ou Ampicilina. Grupo D – Enterococos: Enterococcus faecalis e Enterococcus faecium: encontrado no solo ou fezes. Causam infecção em idosos, imunodeprimidos, desequilíbrio da flora intestinal por ATB, barreiras rompidas. Presente na bile. Frequente bacteriemia hospitalar ou associada a HD Tratamento: Penicilina cristalina ou Ampicilina Streptococcus pneumoniae: Diplococo GRAM +; cápsula, alfa hemolíticos, pneumolisina Infecção por orofaringe com disseminação hematogênica Otite média: S. pneumoniae, H. influenzae, M. catarrhalis – pode ser predisposto por infecções virais ou alaergias (congestão dos ótios das tubas auditivas e seios paranasais). TTO: Amoxacilina + Clavulanato Sinusite: TTO: Amoxacilina + Clavulanato Meningite: principal etiologia para adultos. Causa meningite de repetição em pacientes com fístula liquórica (pós - TCE). TTO: Ceftriaxona ou PEN G cristalina Pneumonia: pneumonia lobar, broncograma aéreo, derrame pleural. Tosse produtiva, febre, astenia, dispnéia. Diagnóstico: GRAM; Cultura (escarro) e hemocultura TTO ambulatorial: Amoxacilina + Calvulanato TTO hospitalar: Ceftriaxona Prevenção: vacinação >65 anos – asplenia, fistula liquorica, DPOC, DM, alcoolismo, imunossuprimidos MENINGITE Etiologia: viral – meningite asséptica Enterovirus:Echovirus, Cocsakie virus (mão, pé e boca), Enterovirus: transmissão fecal-oral, mais em lactentes Virus da caxumba (Paramyxovirus – RNA): pp nos locais sem vacinação Virus da coriomeningite linfocitária (Adenovirus – RNA): transmissão por roedores Herpes simples: HSV 1 e 2, Herpes-zoster, EBV, CMV HIV bacteriana H. influenzae: cocobacilo GRAM-: 3meses-5anos – não capsular: saprofítico das VR e doenças não invasivas (sinusite, otite, bronquite) N. meningitidis: diplococo GRAM-: 3meses-5anos, adolescentes e jovens. S. pneumoniae: diplococo GRAM+: pp em adultos – focos a distância (pneumonia, otite, sinusite, endocardite), fístula liquórica. L. monocytogenes: bacilo GRAM+: RN, transmissão vertical – não na AIDS S. agalactidae: diplococo GRAM+: RN, transmissão vertical GRAM – aeróbios (E. coli, Klebsiella, Salmonella, P. aeruginosa): bacilo GRAM-: TCE abertos e procedimentos cirurgicos, sepse, imunossuprimidos. S. aureus – coco GRAM+: TCE aberto, shunts liquóricos (s. epidermidis), endocardite. micobacteriana – Mycobacterium tuberculosis – AIDS, adultos ou crianças fúngica – Criptococcus neoformans – AIDS, rara em crianças Quadro clínico: Febre, cefaléia, meningismo (Sinal de Kernig e Brudzinski), confusão mental, declínio da consciência Papiledema, Exantema (mais em virus) Otorréia e rinorréia (fístula liquórica: do espaço subaracnóideo para seios nasais, paranasais e ouvido médio) Paralisia de nervos cranianos (3,4,6,7º) Sem sintomas típicos: idosos, agravos de saúde -> insidioso, sem febre, lentidão de raciocínio Síndromes: infecciosa febril, irritação meníngea, hipertensão IC, exantemática Diagnóstico: Laboratorial: LCR: Pressão: normal (8-16 mmHg), pré-hipertensão (20-25), hipertensão (>25mmHg) Gotejamento: normal (lento, ritmado), anormal (em jato ou rápido gotejamento) Cor: limpo (sem células), claro (<200-300cels), opaco (>200-300cels), amarelado (purulento) Células: bacteriana (pleocitose neutrofílica, glicorraquia diminuida, proteinorraquia aumentada), viral (pleocitose linfocítica, com poucas cels, 500-600cels, glicorraquia normal) 10% das bacterianas são linfocíticas: GRAM-, meningite neonatal, L. monocytogenes Pleocitose ausente: neonatos prematuros e <4 semanas de vida Gram: LCR ou sangue Pesquisa de Ag: PCR (triplex) – identifica tríade aglutinação por látex – Ac com látex contra Ags capsulares – leitura visual (problema: falso negativo) Diagnóstico rápido CIE - contraimunoeletroforese Hemograma – leucocitose, hiperglicemia, hiponatremia Hemocultura e cultura do LCR Exames complementares: Raio x: seios da face, mastóideo, tórax TC ou USG: caracterizam evolução Tratamento: Idade Patógenos mais comuns Antibiótico 0-4 semanas (1 mês) L. monocytogenes, S. agalactidae, BGN AMP + CEFTRIAX (CEF. 3ª ger) AMP + AMINOGLICOS (gentamicina ou amicacina) 1 mês – 3 meses L. monocytogenes, S. agalactidae, BGN, S. pneumoniae, H. influenzae, N. meningitidis AMP + CEFTRIAX (CEF. 3ª ger) AMP + AMINOGLICOS (gentamicina ou amicacina) 3 meses – 5 anos S. pneumoniae, H. influenzae, N. meningitidis AMP + CEFTRIAX (CEF. 3ª ger) CLORANFENICOL 5 anos – 50 anos S. pneumoniae, N. meningitidis PEN G CRIST OU AMP AMP + CEFTRIAX (CEF. 3ª ger) CLOFANFENICOL >50 anos e imunodeprimidos L. monocytogenes, BGN, S. pneumoniae, N. meningitidis AMP + CEFTRIAX (CEF. 3ª ger) AMP + VANCOMICINA