Buscar

Resumo sobre Sursis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

Sursis é a suspenção condicional da pena, que é aplicada à uma execução de pena privativa de liberdade não superior a dois anos, podendo ser suspensa por dois até quatros, se caso o condenado não seja reincidente em crime doloso, autorizando essa concessão do benefício através da culpabilidade, antecedentes, a conduta social, a personalidade, os motivos e as circunstâncias da pratica do crime, não podendo ser substituída por pena restritiva de direito. 
Está presente no código pena, artigo 77º, que afirma que a pena pode ou não ser suspensa, de acordo com a decisão do juiz. 
Tem sua natureza de condição pessoal, em razão que a execução da pena se subordina ao acontecimento futuro, onde se caso a clausula imposta não for cumprida, a indulgencia deixa de haver lugar, executando a pena.
A lei reforça que se atenda aos antecedente do condenado, juntamente com a vida passada, os antecedentes familiares e sociais, as razoes, as circunstancias da pratica, entre outros, e não só apena os judiciais.
Apresenta dois principais sistemas de suspensão condicional da pena, sendo eles o sistema anglo-americano, onde o juiz reconhece a presença de provas contra o acusado, porém, não o condena, apenas o submete a um período de prova que assim que cumpridas, a ação se extingue, mantando o réu a sua primariedade. E o sistema belgo-francês, atualmente utilizado no Brasil, que o juiz condena o réu, mas suspende a execução da pena imposta, desde que seja previsto certos requisitos.
Nesse sistema, o juiz deve-se julgar procedente a ação penal, fixando a pena em sua integridade, estabelecendo sua soma final de acordo com o critério trifásico e o regime prisional inicial. Apenas depois disso será concedido o sursis.
O código penal apresenta três espécies de sursis:
Sursis simples (art. 77, caput): é a modalidade em que o réu não reparou o dano causado pelo crime ou quando não forem inteiramente favoráveis os requisitos do artigo 59 do código penal.
Seus requisitos estão apresentados no artigo 77 do código penal, em que a doutrina classifica-os em requisitos objetivos, com condenação a pena privativa de liberdade não superior a dois anos e que não seja indicada ou cabível a substituição por pena restritiva de direito; e subjetivos, requer que o réu não seja reincidente em crime doloso, salvo se a pena antes aplicada for de multa e que as circunstâncias judiciais do art.59 do CP autorizem a concessão do benefício.
Referente suas condições, são classificadas em legais (art. 78, § 1º, do CP), sendo obrigatórias, afirmando que, no primeiro ano do período de prova, deverá o condenado prestar serviços à comunidade ou se sujeitar a limitação de fim de semana; e judiciais (art.79 do CP), fica a critério do juiz especificar ou não outras condições que fique subordinada a suspensão, de modo que se adeque ao fato e a situação pessoal do condenado.
Sursis especial (art.78, § 2º, do CP): se o condenado reparar o dano, salvo impossibilidade de realiza-lo, e as circunstancias do artigo 59 forem inteiramente favoráveis, poderá o juiz aplicar este sursis, onde o condenado terá de se submeter a condições menos rigorosas, como a proibição de frequentar determinados lugares (bares, shopping, casa noturna, etc.), proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização expressa do juiz e comparecer pessoalmente e de forma obrigatória a juízo, mensalmente, para informar e justificar suas atividades.
Sursis etários e sursis humanitário (art. 78, § do CP), o sursis etário afirma sobre o condenado tiver idade superior a 70 anos na data da sentença e for condenado a pena não superior a 4 anos, poderá o juiz conceder o sursis de forma que o período de prova seja de 4 a 6 anos. Já o humanitário, é o modo em que o juiz poderá proceder em razões de saúde do acusado, a suspensão no caso de ser aplicada a pena não superior a 4 anos.
Se o réu não comparecer à audiência admonitória ou recusar as condições impostas, o juiz decretará o sursis como sem efeito, decretando então um mandado de prisão para o cumprimento da pena. Porém, se for realizada a audiência e o réu aceitas as condições, dará então início ao período de prova, que terá duração em regra de 2 a 4 anos, porém no sursis etário ou humanitário há exceções, em que poderá ser de 4 a 6 anos, ou nas contravenções penais em que varia de 1 a 3 anos.
Quanto à revogação do sursis, implicará se à necessidade de cumprimento integral da pena originalmente imposta na sentença, não tendo então um desconto proporcional ao tempo já cumprido antes da revogação.
A revogação obrigatória tem como causas quando o beneficiário, no curso do prazo, “é condenado, em sentença irrecorrível, por crime doloso” (art. 81, I do CP); quando o beneficiário frustrar, embora solvente a execução da pena de multa (art.81, II do CP); não reparação do dano provocado pelo delito, sem motivo justificado. Devendo o réu ser ouvido antes de decretada a revogação para que possa justificar, comprovando assim a impossibilidade de revogação, por dificuldades econômicas ou outra causa; descumprimento da prestação de serviços à comunidade ou limitação de fim de semana no primeiro ano do período de prova, sendo assim, deverá o réu ser ouvido para justificar o descumprimento, sendo apenas declarado a revogação do sursis se a escusa apresentada não for satisfatória.
Já na revogação facultativa, caberá ao juiz, de acordo com as circunstancias do caso concreto, expressar a decisão revogando o sursis, mantendo ou prorrogando o período de prova até o seu limite máximo, caso não tenha sido fixado na sentença (art. 81, § 3º, do CP). Tem como hipóteses a superveniência de superveniência de condenação transitada em julgado, por crime culposo ou contravenção, a pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos; e o descumprimento das condições fixadas no sursis simples ou especial.
Caso o condenado, durante o período de prova, passar a ser processado por outro crime ou contravenção, deverá considerar-se prorrogado o prazo até o transito em julgado da nova acusação (art. 81, § 2º). Dessa maneira, caso o agente seja condenado, poderá dar-se a revogação do sursis. Porém, se for absorvido, será decretado pelo juiz a extinção da pena referente ao processo no qual foi concedido a suspensão condicional.
É possível o cumprimento de dois sursis se o réu já condenado por um crime na qual foi concedido o sursis, for novamente condenado por crime doloso, e a nova sentença for proferida antes da audiência admonitória referente ao delido, sendo necessário que a última condenação tenha como pena não superior a 2 anos e que o condenado não seja considerado primário. Ou se o sentenciado durante o período de prova for condenado por crime culposo ou contravenção penal a pena não superior a 2 anos e o juízo da execuções não revogar o sursis em relação ao primeiro delito.
A diferença entre a suspensão condicional da pena (sursis) e a suspensão condicional do processo (sursis processual) é que na suspensão condicional do processo, poderá ser invocado sempre que a pena cominada pelo crime não seja superior a um ano de privação de liberdade, que a torna similar ao sursis, porem os efeitos não são os mesmo no caso de suspensão do processo, já que o mesmo não passa pela fase de acusação, não sendo então realizado qualquer julgamento ou a sendo proferida a sentença.
Caso a o prazo estipulado pelo juiz termine, para o cumprimento das condições impostas pelo mesmo sem que seja revogado, será considerado extinto a pena privativa de liberdade na data do termino do período da prova (art.82, do CP)
Conclui-se assim, que a suspensão condicional da pena tem como meio, evitar que delinquentes primários, que cometeram infrações de menor gravidade fossem enviados para as prisões, verdadeiras “escolas do crime”, sendo então desenvolvidos tais alternativas às penas privativas de liberdade.

Outros materiais