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* * Anestésicos Gerais e Locais Profa Dra Andréa Barretto Motoyama * * Fatos Curiosos Drogas com propriedades anestésicas foram descobertas relativamente “ao acaso” Eram utilizadas por diversão nos salões de festa da alta sociedade, como no caso do éter causavam euforia, antes da sedação As cirurgias realizadas anteriormente à franca utilização e descoberta de anestésicos eram principalmente amputações, e submetiam o paciente a grande sofrimento. O uso de anestésicos passou a ser bem visto quando a Rainha Vitória fez uso dele – clorofórmio- durante o parto de seu 7º filho (antes, as drogas anestésicas eram vistas pelo clero e pela sociedade como “droga do Satanás”) * * Cirugia antes da Era dos Anestésicos * * Divertimento com Anestésicos * * Anestesia Termo de difícil definição na Medicina moderna! Inconsciência Perda da nociocepção Perda de reflexos (falta de resposta a estímulos) Amnésia Dificuldade de mapeamento desses efeitos a diferentes regiões/estruturas do SNC * Anestesia Geral * * Sensorial -Ausência de dor à incisão cirúrgica Cognitivo: - Ausência de consciência durante a cirurgia - Ausência de memória dos eventos durante a cirurgia Motor: - Ausência de movimento - Relaxamento muscular adequado Autonômico: - Ausência de resposta hemodinâmica - Ausência de lacrimejamento e de sudorese. Aspectos da Anestesia * * Anestésicos Usos: Cirurgias de todos os portes e para diferentes finalidades, desde a extração de um dente, a cirurgia cardíaca de peito aberto diferentes níveis de anestesia Os anestésicos não são utilizada sozinhos – em geral, são empregados outros relaxantes musculares e hipnóticos para se obter o efeito desejado (e permitir a diminuição da dose) – Anestesia balanceada Anestésicos devem ser capaz de induzir perda momentânea da consciência, a fim de que a pessoa não se lembre do procedimento cirúrgico. * * Indução rápida Sedação Analgesia Controle das secreções Relaxamento muscular Recuperação rápida Efeitos desejados com a anestesia geral (anestesia balanceada i.v + inalação) * * Indução- primeiro passo para o estado de anestesia Manutenção: monitoramento continuado e aplicação de medicamentos Manter a anestesia profunda, a ventilação (mecânica), o balanço osmótico e hídrico, manter o controle hemodinâmico e hemostasia. Recuperação – retomada das funções normais do SNC Extubação, respiração normal e sem ventilação mecânica Fases da Anestesia Geral * * Estágio 1 – Analgesia: inicialmente, analgesia sem amnésia. Posteriormente, amnésia se instala. Estágio 2 -Excitação : Paciente apresesnta-se delirante e excitado, com movimentos descontrolados e respiração irregular. Pode haver vômito e incontinência. Em geral, a respiração normal é restabelecida ao final desse estágio. O objetivo é tornar este estágio o mais curto possível. Estágio 3 – Anestesia cirúrgica: Plano 1o : anestesia “leve”, reflexos presentes Plano 2o: Perda do reflexo de piscar, respiração regular . Procedimentos cirúrgicos (maioria) podem ser realizados neste estágio/plano Sinais e Estágios da Anestesia Geral (I) * * Estágio 3 – Anestesia cirúrgica: Plano 3o: Anestesia profunda. Respiração curta, com necessidade de respiração mecânica. Nivel de anestesia necessária para cirurgias dolorosas (ex: abertura da cavidade torácida, ou abdominal) Plano 4o: Respiração comprometida, necessitando ventilação mecânica. Comprometimento cardiovascular. Estágio 4 – Depressão medular: Grave depressão do centro motor da medula oblonga, bem como do centro respiratório. Pode ser encarada como uma crise anestésica. Se nãohouver intervenção rápida, ocorrerá óbito. Sinais e Estágios da Anestesia Geral (II) * * Tipos de anestesias: Geral→ promove inconsciência (hipnose): Inalatório; Venoso. Local; Regional= bloqueios; Espinhal→ bloquear estímulos medula: Raquianestesia: saída do líquor; Peridural: sem perfuração das meninges. Anestésicos não pertencem a uma única classe, do ponto de vista químico. Anestésicos gerais são administrados por via endovenosa ou inalatória (outras vias poderiam gerar respostas menos predizíveis, com claro prejuízo ao paciente e ao procedimento em si) * RAQUIANESTESIA PERIDURAL * * Intravenosa Segura, rápida, não gera ansiedade ao paciente Inalação por máscara Utilizada principalmente em crianças com menos de 10 anos Maioria dos agentes inalatórios são irritantes e provocam tosse e reflexo faríngeo Oral Evita instalação de catéter intravenoso antes da indução da anestesia Pacientes pediátricos e idosos podem receber a indução oral para facilitar a separação de pais e parentes. Intramuscular Usada em pacientes que não cooperam/evitam a anestesia Vias de Administração * * Anestésicos devem ter início de ação e recuperação rápidos Controle “minuto a minuto” Ajuste rápido e imediato da profundidade de anestesia Possibilidade de acordar o paciente ao final do procedimento Requer anestésicos inalatórios e drogas de aplicação intravenosa de curta-duração. * * Durante a fase de manutenção, as doses de anestésicos devem ser ajustadas com base nos sinais de anestesia (falta de reflexos, respiração, etc). Imporante monitorar pressão arterial – maioria dos anestésicos irá causar hipotensão. Não há como monitorar o estado de consciência! Grau de Anestesia * * Nível de Sedação * * A mais segura para o paciente Duração apropriada Indução i.v. em bolus para procedimentos curtos Permita e facilite o procedimento cirúrgico Melhor aceito pelos pacientes Geral vs. regional Custos Seleção da Técnica Anestésica * Anestesia Geral * * Anestésicos Gerais INALATÓRIOS : Halotano, enflurano, isoflurano, sevoflurano,desflurano e óxido nitroso. VENOSOS : Barbitúricos (tiopental), benzodiazepínicos (diazepam/midazolam/lorazepam), opióides (morfina/meperidina/fentanil/sufentanil/alfentanil/remifentanil), Ketamina, Etomidato, Propofol, Droperidol ADJUVANTES DA ANESTESIA GERAL : Bloqueadores neuromusculares, anticolinérgicos, inibidores da colinesterase, agonistas e antagonistas adrenérgicos, agentes anti-hipertensivos e anestésicos locais. * * Anestésicos Teorias do Modo de Ação Teoria da Solubilidade Lipídica – Overton- Meyer Modo de ação dos anestésicos seria por sua atução, de maneira desconhecida, nas membranas lipídicas das células Hipótese foi formulada após observação experimental que demonstrou que a potência dos anestésicos é diretamente proporcional à sua lipofilicidade (e inversamente proporcial ao seu coeficiente de partição óleo: água * * Correlação entre partição óleo:gás e potência MAC = Minimal Alveolar Concentration * Concentração Alveolar Mínima (CAM) DEF: A concentração alveolar de um anestésico inalatório que inibe movimentos em resposta a um estímulo padrão (ex: incisão cirúrgica) em 50% dos pacientes. Medida da potência relativa; padrão para estudos experimentais. Valores de CAM permancem constantes independente do estímulo, peso, sexo até mesmo entre espécies. Porém, ritmo circadiadno pode alterar CAM. Curva dose-resposta acentuada: 50% = 1 CAM, mas 99% = 1.3 CAM * Concentração Alveolar Mínima (CAM) Valores de CAM para diferentes agentes são aproximadamente aditivos. Ex:(0.7 CAM N2O + 0.6 CAM halotane = 1.3 CAM total) Valor de CAM para despertar (quando 50% dos pacientes consegue abrir os olhos sob comando) é de proximadamente 0.3. Anestesia leve em geral é atingida com 0.8 a 1.2 CAM, na maioria das vezes sendo suplementadas com drogas adjuvantes. * * * * * * Modo de Ação Teoria do Agonista Promíscuo para Receptores (Teoria protéica) Anestésicos podem atuar em receptores GABA, NMDA (glutamata), e outros(?) Observação de que diferentes isômeros possuem atividades e potências distintas (apesar de teremo mesmo coeficiente óleo: gás dão suporte a essa teoria). Por essa teoria, os anestésico podem atuar Diretamente sobre os canais iônicos Em bolsões hidrofóbicos das proteínas associadas aos receptores Por interação alostérica que alteraria a afinidade do ligante:receptor * * Receptor GABA * * Sítios de ligação com GABA-A * * GABA e Anestesia Todos os anestésicos potencializam a ação de GABA (exceto: ciclopropano, cetamina e xenônio) Diferentes anestésicos parecem se ligar a sítios distintos de GABA-A Anestésicos voláteis se ligam a uma interface das subunidades alfa e beta (possivelmente, o mesmo sítios de GABA) Anestésicos intravenosos se ligam à subunidade beta ** Complexidade de ação se torna maior porque cada subunidade pode ainda ter subtipos * * Receptor GABA * * Receptor NMDA Receptor para glutamato Estimulatório Possível alvo da cetamina (antagonista) * * Anestésicos Injetáveis * * * * Tiopental Único bartbitúrico ainda em uso como anestésico Potencializa a ação de GABA Altmente lipossolúvel (início rápido e ação transitória) Ácido livre insolúvel em água (uso na forma de sal sódico para injeção) Anestésico tem meia vida curta, e primeiro se difunde para órgãos de grande vascularização; depois, acumula-se no tecido adiposo, pela afinidade e por ser este um tecido pouco vascularizado. Acúmulo lento e gradual no tecido adiposo grande efeito de ressaca Retorno do paciente pode ser bastante retardado (historicamente, até 4 dias!) Taxa de degradação se torna mais lenta à medida que a concentração sanguínea diminui Por esses motivos, não pode ser utilizado para manutenção * * Tiopental Baixo índice terapêutico – pequena margem de segurança Liga-se à albumina plasmática (85%) – taxa que se encontra diminuída nos casos de má nutrição, doença hepática ou renal. Injeção acidental em tecidos pode gerar dor e necrose tecidual, pelo grau de alcalinidade da mesma (nesse caso, reverter com aplicação imeditata de procaina Reduz a pressão intracraniaina Pode precipitar um ataque de porfiria em indivíduos susceptíveis * * Propofol Introduzido em 1983 e substitui o tiopental Potente Distribuição rápida e inicio de ação rápido (<1min) Não é analgésico! Rapidamente metabolizado Sem efeito cumulativo Recuperação rápida (útil para cirurgias e procedimentos de alta no mesmo dia) * * Propofol Risco de bradicardia, hipotensão e apnéa Depressão respiratória e dor com a injeção Sentimento de bem estar Anteriormente, formulado em lecitina derivada de ovos reações anafilactóides – atual: óleo de soja e glicerol Manutenção da anestesia, sem necessidade de agente inalatório Síndrome de infusão do propofol (grave acidose metabólica, com rabdomiólise), hipercalemia, lipemia, hepatoegalia, falêcia renal, arritmia e colapso cardiovascular) – desencadeada por doses altas prolongadas de propofol – mais frequentemente observada em pacientes internados, sobretudo em crianças * * Caso clínico Sexta-feira, 26 de Junho de 2009, 10h00. Autópsia do caso 2009-04415, cujo dossier está resumido em poucas linhas: "O defunto é um homem negro de 50 anos que sofreu uma paragem respiratória quando estava em casa a ser assistido pelo seu médico. No dia da sua morte, o defunto queixou-se de desidratação e de não conseguir dormir. Algumas horas mais tarde, deixou de respirar e não foi possível reanimá-lo. Os serviços de emergência levaram-no para o centro médico UCLA, onde a sua morte foi constatada. O defunto tomava vários medicamentos sujeitos a receita médica, incluindo clonazepam, trazodone, diazepam, lorazepam [sedativos], e flomax [tratamento do adenoma da próstata]. Não sabemos se tomava estes medicamentos regularmente. O defunto sofria de vitiligo [doença não-contagiosa em que ocorre a perda da pigmentação natural da pele] e não tinha antecedentes de problemas cardíacos. ...... A morte deveu-se a uma intoxicação aguda com propofol, um produto anestésico. Foi um homicídio. Modificado de http://www.publico.pt/mundo/jornal/michael-jackson-a-receita-para-a-morte-do-rei-da-pop-27012928 * * Etomidato Insolúvel em água (solução em propileno glicol dor durante a injeção) Preferido ao tiopental por diversas razões Metabolismo mais rápido menor efeito ressaca Maior janela entre a dose anestésica e o efeito de depressão cárdio- respiratória Preferido para pacientes com doenças cardiovasculares * * Etomidato Mais propenso a causar movimentos de contração involuntária Na infusão prolongada suprime produção de esteróides na hipófise, inibibe sobretudo a síntese de colesterol Embora inicialmente tenha sido recomendado para pacientes internados em UTIs e com doenças graves, estudos (grupo escocês, 1984) mostraram que o etomidato aumenta de 28 para 47% o número de mortes nesses pacientes. Incialmente utilizado para sepse, hoje, contraindicado nesses casos. * * Cetamina Anestésico de características diversas dos demais Acredita-se que iniba receptores NMDA de glutamato Assemelha-se quimicamente à droga de abuso fenilciclinida (PCP ou “pó-de-anjo”) anestesia e analgesia, com menos euforia que PCP Por via intravenosa, demora um pouco mais para ter efeito (1-2min) Estimula o sistema simpático Diferentemente dos outros anestésicos, aumenta PA e induz taquicardia; não afeta respiração em dose anestésicas Aumenta pressão intracraniana contraindicada para pacientes com pressão intracraniana elevada ou com risco de isquemia * * Cetamina Síndrome dissociativa: perda sensorial acentuada, analgesia e amnésia, porem sem perda da consciência Dimunui o limiar de convulsão Durante a indução e recuperação, podem ocorrem movimentos involuntários e experiências sensoriais Durante a recuperação, podem ocorrer alucinações e delírios, com comportamento irracional sensações/sonhos realistas de experiências extra-corporais, euforia * * Midazolam Benzodiazepínicos – GABA-A Solúvel em água (sem dor durante a injeção) Rapidamente distribuído, porém de metabolismo mais lento Início e término de ação mais lentos Indução da anestesia, na forma oral, sobretudo em crianças (efeito ansiolítico) Não é analgésico pode ser utilizado sozinho em procedimentos não doloridos, como cateterização cardíaca. Indução da anestesia em procedimentos diagnósticos como colonoscopia, endoscopia * * Neuroleptanalgesia Antagonista da dopamina (droperidol – sedativo) + analgésico opióide (fentanila) Produção de sedação profunda e analgesia Droperidol possui forte efeito antiemético, por atuar na zona de gatilho quimiorreceptora Paciente é capaz de responder a questões e comandos simples, porém não retém memória do procedimento, nem sente dor Endoscopia, colonoscopia Possibilidade de efeitos extrapiramidais Midazolam tem sido preferido pela ação mais curta * * Sedação Consciente Procedimento que somente deve ser feito por profissional que tem conhecimento dos efeitos esperados e das possíveis complicações decorrentes do usos desses medicamentos (preferencialmente, uso hospitalar). Exemplo de complicação: apnéa/depressão respiratória profunda O erro mais comum é o excesso de sedação. Se o paciente está confortável e mantém a capacidade de respondar perguntas simples, isso é suficiente. O método mais seguro é o uso de pequenas doses, com intervalos de tempo suficientes que permitam que seus efeitos ocorram. Administrar medicamentos até o que o nível de sedação seja alcançado, porém não além disso (paciente deve manter a capacidade verbal) Midazolam e fentanila são as drogas de escolha. Midazolam é sedativo e age como ansiolítico, enquanto fentanil garante a analgesia. * * Anestésicos Inalatórios * * Anestésicos Inalatórios São aplicados por meio de “máscaras”, o que pode aumentar a ansiedade do paciente. Por outro lado, pode facilitar que o paciente pediátrico se “desprenda”dos pais para ir para cirurgia Maioria está em estado liquido à temperatura ambiente Óxido nitroso** Halotano Xenônio** Isoflurano Desflurano Sevoflurano Enflurano Éter ** Em estado gasoso à temperatura ambiente * * Coeficientes, distribuição e rapidez da ação Coeficiente de partição óleo:gás Coeficiente de partição gás:água * * * * * * Anestésicos voláteis Estado líquido à temperatura e pressão ambientes Vaporizados (em forma gasosa) para administração Anestésiscos Inalatórios * * Anestésicos Inalatórios * * Risco ocupacional Centros cirúrgicos e/ou salas onde são aplicados os anestésicos inalatóiros devem ter sistema de exaustão apropriado para minimizar a exposição ocupacional da equipe clínica. Mutagenicidade e carcinogenicidade não foram observadas com anestésicos inalatórios Incidência de abortos comprovadamente maior na equipe cirúrgica Hemotoxicidade (apenas com óxido nitroso) – inibe a metionina sintetase, o que leva à anemia megaloblástica * * Óxido Nitroso Inodoro e não-inflamável Dentre os inalatórios, possivelmente um dos mais seguros Provoca menor aumento do fluxo sanguíneo cerebral (usado em cirurgias de pacientes com traumatismo craniano) Pouco efeito sobre a musculatura uterina Função broncodilatadores, porém com depressão da função mucociliar Ao término do uso, paciente deve receber oxigênio puro (e não ar) porque óxido nitroso tende a se difundir de volta dos tecidos para alvéolos, o que poderia causar hipoxia. * * Halotano * * Fluranos Halotano: protrótipo da classe (todas as comparações são feitas em relação a ele). Halotano pode causar hepatotoxicidade grave, inclusive resultando na necessiddade de transplante de figado outros fluranos não apresentam essa propriedade. Em doses baixas, todos os fluranos tem efeito similar sobre o fluxo sanguíneo cerebral. Em doeses elevadas, o enflurano e o isoflurano aumentam menos o fluxo cerebral que o halotano. Halotano, isoflurano e enflurano exercem efeitos semelhantes no EEG, porém doses altas de enflurano podem alterar EEG. Todos são potentes relaxantes do músculo uterino útil para manipulação intra-uterna do feto ou retirada manual da placenta. Nefrotoxicidade: devido à metabolização de enflurano sevoflurano com formação de fluoretos, houve preocupação com a nefrotoxicidade, somnte confirmada para expoxição prolongada com enfluorano. Desflurano e enflurano parecem ter maior poder irritante das vias aéreas, bem como inibição das funções mucociliares acúmulo de muco. Todos são broncodilatadores * * REDUÇÃO DE CAM Lang et al, Anesthesiology 85, 721-728, 1996 * * Hipertermia Maligna Parece ser herança autossômica dominante Fenomeno observado com uso de anestésicos inalatórios e relaxantes musculares Caracterizada por: aumento de temperatura, rigidez muscular intensa, hipercalemia, desequilíbiro ácido-base com acidose Liberação excessiva e descontrolada de Ca+2 por reticulo sarcoplasmático de células do músculo esquelético Tratamento com dantroleno (bloqueia liberação de cálcio) + antitérmico + restabebelecimento do equilíbrio ácido-base * * General anaesthesia: from molecular targets to neuronal pathways of sleep and arousal Nicholas P. Franks Nature Reviews Neuroscience 9, 370-386 (May 2008) * * Anestésicos Locais * * ANESTÉSICOS LOCAIS CONCEITO: DROGAS QUE INJETADAS LOCALMENTE, INTERROMPEM DE FORMA TRANSITÓRIA OS IMPULSOS NERVOSOS EM CÉLULAS NEUROEXCITÁVEIS * * BLOQUEIO DO CANAL DE SÓDIO * * DIFERENÇAS DE ELETRÓLITOS INTRA E EXTRA-CELULAR * * DIFERENÇAS DE ELETRÓLITOS INTRA E EXTRA-CELULAR NERVO QUE CONDUZ A DOR COMO SE EXCITA ESTE NERVO? COMO SE DESPOLARIZA ESTE NERVO ? MUDANDO-SE A POLARIDADE. COM A MUDANÇA DA POLARIDADE, CRIA-SE UM “POTENCIAL DE AÇÃO” * Anestésicos Locais * * COMO ATIVAR O CANAL DE SÓDIO? VOLTAGEM DEPENDENTE * * POTENCIAL DE AÇÃO ACONTECE COM A ENTRADA Na+ NA CÉLULA E COM A SAÍDA DE K+ O POTENCIAL DE REPOUSO NAS FIBRAS NERVOSAS É DE -70 A -90mV * * BLOQUEIO DO CANAL DE SÓDIO * * ESTRUTURA DA SUBUNIDADE DO CANAL DE Na+ 4 domínios homólogos estão indicados em algarismos romanos, Com os seis segmentos helicoidais (S1-S6), de cada domínio que atravessa a membrana. fechado aberto canal * * Via hidrofóbica Via hidrofílica Ligação externa * * Anestésicos Locais: Protótipo: cocaína sensação de “adormecimento na boca e língua ao mascar a folha de coca Preparação com Cocaína para uso tópico como colírio para cirurgia ocular Procaína é o protótipo dos anestésicos modernos Agem sobre o canal de sódio, bloqueando-o! Como reconhecem conformação, terão maior ação sobre as fibras nervosas de maior “uso”/estímulo; fibras mais rápidas Bloqueiam a porção INTRACELULAR do canal, de tal forma que precisam, primeiro, entrar na célula. * * ANESTÉSICOS LOCAIS: CONCEITOS São bases fracas que carregam uma carga positiva no grupo amina em pH fisiológico. * * * * São bases fracas que carregam uma carga positiva no grupo amina em pH fisiológico. H+ ANESTÉSICOS LOCAIS: CONCEITOS * * BLOQUEIO DO CANAL DE SÓDIO * * ANESTÉSICOS LOCAIS: ESTRUTURA QUÍMICA * * ANESTÉSICOS LOCAIS: ESTRUTURA QUÍMICA AMINO-AMIDA AMINO-ÉSTER * * ANESTÉSICOS LOCAIS: CLASSIFICAÇÃO Aminoamidas : Levopubivacaína Bupivacaína Ropivacaína Lidocaína Etidocaína Prilocaína Aminoésteres: Cocaína Clorprocaína Procaína Tetracaína * * ANESTÉSICOS LOCAIS: METABOLIZAÇÃO Aminoamidas : Levobupivacaína Bupivacaína Ropivacaína Lidocaína Etidocaína Prilocaína Aminoésteres: Cocaína Clorprocaína Procaína Tetracaína FÍGADO (SISTEMA P450) PSEUDOCOLINESTERASE PLASMÁTICA degradação rápida RARÍSSIMAS REAÇÕES ALÉRGICAS REAÇÕES ALÉRGICAS FREQUENTES Hepato-patas! Metilparabeno? Conservante * * PENETRABILIDADE E AÇÃO ANESTÉSICA EM pH FISIOLÓGICO * * CONCEITO DE pKa pKa: é o pH onde 50% das moléculas estão sob forma ionizada e 50% estão em forma não ionizada pH N NH+ 50% 50% É A PARTE QUE CONFERE A POTÊNCIA DA DROGA. É A “ROLHA”. É A PARTE QUE CONFERE A PENETRABILIDADE DA MOLÉCULA NO NERVO * * pKa E GRAU DE IONIZAÇÃO EM pH 7,4 pH N NH+ 7,4 * * pH N NH+ 7,4 pKa DA LIDOCAÍNA * * LIDOCAÍNA EM INFECÇÃO : pH 5,0 pH N NH+ 5,0 * * PENETRABILIDADE E AÇÃO ANESTÉSICA EM FOCO INFECCIOSO – pH 5,0 * * Fatores que influenciam a ação dos anestésicos locais * * OS DIFERENTES TIPOS DE FIBRAS POSSUEM SENSIBILIDADES DIFERENTES AOS ANESTÉSICOS LOCAIS: + - * * Fatores que influenciam a ação dos anestésicos locais * * Fatores que influenciam a ação dos anestésicos locais * * FARMACOLOGIA 2. INÍCIO DE AÇÃO DOSE CONCENTRAÇÃO O aumento da dose aumenta o número de moléculas disponíveis: analgesia efetiva, duradoura e com início de ação mais rápido Cuidado com a dose tóxica! * * DOSES MÁXIMAS DE ANESTÉSICOS LOCAIS * * EFEITOS TÓXICOS DOS ANESTÉSICOS LOCAIS * * DURAÇÃO DE AÇÃO: EFEITO DE VASOCONSTRICTOR- EPINEFRINA Diminui a absorção sistêmica Melhora a qualidade da analgesia Prolonga a duração do efeito Limita efeitos colaterais tóxicos * * DURAÇÃO DE AÇÃO DOS ANESTÉSICOS LOCAIS * * SNC: Confusão mental Inquietação (por depressão dos neurônios inibitórios), dificuldades para focalizar Lidocaína e procaína podem levar à perda da consciência, com sintomas de sedação (antes da perda da consciência) SINTOMAS DE TOXICIDADE DOS ANESTÉSICOS LOCAIS (I) * * Cardiovascular Miocárdio: reduz excitabilidade, força de contração e condutividade Bupivacaína cardiotoxicidade com óbito em gestantes –> contraindicado (levobupivacaína –OK) Hipotensão acentuada Metemoglobinemia (somente com prilocaínaem anestesia regional) – acúmulo de alfat-toluidina que transforma hemoglobina em metemoglobina paciente cianótico, sangue “cor de chocolate” combater com i.v de azul de metileno ou ácido ascórbico (agentes redutores) SINTOMAS DE TOXICIDADE DOS ANESTÉSICOS LOCAIS (II) * * TRATAMENTO DA TOXICIDADE DOS ANESTÉSICOS LOCAIS OXIGÊNIO A 100% Abortar convulsões Suporte cardiovascular Tratar a acidose * * EFEITOS TÓXICOS DOS ANESTÉSICOS LOCAIS TAXA DE ABSORÇÃO SISTÊMICA DEPENDE DO LOCAL DA INJEÇÃO Intravenosa > Intratraqueal > intercostal > caudal > paracervical > epidural > plexo braquial > isquiático > subcutâneo, tópico * * Formas de administração e locais de injeção dos anestésicos locais Tópico: Cremes, pomadas, colírios Anestesia infiltrativa Anestesia de bloqueio nervoso Anestesia espinhal Anestesia epidural Injeção intra-raquidiana tem um rápido início de ação -Injeção no plexo braquial tem início de ação lento * * ANESTESIA INFILTRATIVA Diretamente no tecido, sem levar muito em conta a inervação Profundidades distintas (desde somente pele a órgãos abdominais) Aplicação de epinefrina pode dobrar a duração porém não deve ser utilizada em órgãos/tecidos inervados por arteríolas finais (como dedos das mãos, dos pés, orelha, nariz, pênis – risco de vasoconstrição severa e gangrena * * ANESTESIA POR BLOQUEIO NERVOSO Conhecimento da neuroanatomia Bloqueio dos nervos distais ao ponto da aplicação Aplicação próxima (mas não NO nervo) Maior abrangência que a tecidual (pode ser local ou regional) Em geral, atinge também nervos motores Bloqueio cerivical – cirurgia de pescoço, bloqueio ciático– cirugia de joelho * * ANESTESIA PERIDURAL E RAQUIANESTESIA CONSIDERAÇÕES TÉCNICAS DE AMBOS OS BLOQUEIOS Deverão ser realizados apenas em ambientes onde todo material de anestesia geral esteja disponível Preparação não farmacológica do paciente deve ser feita sempre (explicações do procedimento) para diminuir a ansiedade e obter cooperação Técnica com paciente acordado ou dormindo. POSIÇÕES DE BLOQUEIO (VANTAGENS E DESVANTAGENS) - DECÚBITO LATERAL - SENTADO - DECÚBITO VENTRAL (PROCEDIMENTOS ANORETAIS) TIPOS DE ACESSO (Mediano e para-mediano) * * Bloqueio abaixo de L1 em adultos ou L3 em crianças * * Peridural e raquianestesia Peridural e raquianestesia Anestesia Peridural e Raquianestesia São indicadas para operações nas pernas, abdômen inferior (apendicite, útero, ovário, bexiga) e cesarianas. Nos dois procedimentos, o paciente pode receber a aplicação deitado, de lado ou sentado. Área de atuação - O anestésico deprime as funções da cintura para baixo da pessoa. Peridural O anestésico é injetado no espaço peridural (camada de gordura anterior à duramáter-membrana que envolve a medula vertebral). Raquianestesia A agulha ultrapassa a duramáter, mas não atinge a medula. O anestésico é injetado em uma região abaixo da medula, onde só há filamentos nervosos. * * - INDICAÇÕES : individualmente ou em conjunto com anestesia geral para procedimentos abaixo do pescoço. individualmente como anestesia única: procedimentos cirúrgicos abdominais baixos, inguinais, urogenitais, retais e ortopédicos de membros inferiores. Procedimentos de andar superior de abdomen também podem ser realizados com bloqueios, porém são mais susceptíveis à complicações de níveis altos de bloqueio . - CONTRA-INDICAÇÕES : - (absolutas): Recusa do paciente, infecção no local da injeção, discrasias sanguíneas, hipovolemia severa, hipertensão intracraniana, estenose aórtica e mitral severas. - (relativas): Sepse, déficits neurológicos prévios, paciente não cooperativo - (controversas) : Cirurgia complicada, cirurgia prolongada, grande perda sanguínea e manobras que comprometam a respiração. ANESTESIA PERIDURAL E RAQUIANESTESIA * 50 * 50 * * 60 * 63 * * * 66 * 70 * 71 * * 72 * * * * 90 * * *
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