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UNITINS – UNIVERSIDADE ESTADUAL DO TOCANTINS CURSO DE DIREITO CAMPUS DE DIANÓPOLIS AUTOR (A): ADRIANA MOREIRA DIAS HISTÓRIA DO DIREITO EM PORTUGAL HISTÓRIA DO DIREITO NO BRASIL COLONIAL HISTÓRIA DO DIREITO NO BRASIL IMPÉRIO HISTÓRIA DO DIREITO NO BRASIL REPÚBLICA DIANÓPOLIS – Abril/ 2018 ADRIANA MOREIRA DIAS RETÓRICA E TEORIA DA ARGUMENTAÇÃO Trabalho apresentado como parte de requisito para aprovação na disciplina de Hermenêutica Jurídica Orientada pela professora Vânia Márcia, do curso de direto, 1º período. DIANÓPOLIS – Abril/ 2018 Introdução A linguagem escrita veio para marcar o fim da pré-história. Pensando no homem, consideramos que seus antepassados surgiram há cerca de 2 milhões de anos. Por uma longa evolução, chegando ao homo sapiens que desenvolveu a fala há pelo menos uns 100 mil a 200 mil anos atrás. O Direito nasce nesse intervalo de tempo, pois se supõe que pouco provável que haveria regras sócias sem a comunicação. Seguindo sua evolução há cerca de 20 mil anos, o homem deixa suas marcas como pinturas em paredes de cavernas em que os cientistas descrevem ser apresentação motivada pela religiosidade, caça ou artística, e que revelam a alta capacidade dos nossos antepassados. Na mesma época passam a produzir fogo com isso gastavam menos energia para a digestão dos alimentos permitindo que fossem desviadas para o desenvolvimento do intelecto. Seguindo a evolução o Direito Natural sofre diversas alterações significativas com o processo histórico-social. No Brasil ela vem de um processo lento de democratização e desvinculo da Monarquia, Ditadura e etc. Já que as algumas regras jurídicas podem ter sido criadas para estruturação da família no Brasil ela é oficializada com o governo Português trazendo para sua colônia a influência do Direito Romano. Procuro descrever neste trabalho toda a complexidade estrutural do sistema judicial brasileiro desde antes do período colonial, da criação, influências, sua implementação e a sua consolidação, que reflete nos dias atuais. História do Direito em Portugal Evolução das leis O Direito em Portugal surge desde o Século V à administração da justiça eram monárquicos, diversos documentos citam como uma importante obrigação do rei, onde todo ordenamento estaria nas Ordenações dos reis, mas que se desencontravam por ordem costumeira. Por Jorge Coutinho Paschoal e Gilberto Alves Júnior – 24/11/2016 “Somos naturalmente levados a imaginar nossos antepassados como pessoas dotadas da mesma sensibilidade que possuímos. Muito ao contrário, todavia, eram homens de sensibilidade e de costumes enormemente diferentes dos de hoje. Examinar os castigos físicos que conceberam e que impuseram a seres humanos é percorrer espantosa galeria de horrores. O escopo requintadamente procurado foi, sempre, obter o máximo possível de medo, de dor, de sofrimento. As penas corporais se aplicavam não só a adultos, mas também a adolescentes. Os carrascos eram profissionais que almejavam adquirir fama de habilidosos executores de uma arte, a arte de fazer sofrer”. O Direito Português como supracitado sofreu forte influência do Direito Romano, mas antes o período então conhecido como “Período pré-romano” Portugal ainda não era uma terra conquistada pelo Império e se encontrava em um sistema desunificado onde as porções de pessoas divididas em tribos tinham ordenamentos heterogêneos. Quando o Império romano conquista a Península Ibérica à cultura passa então a ser adotada pelos povos habitantes e principalmente pelos que estavam próximos ao oceano atlântico por absorverem mais rapidamente e possivelmente por ser porta de entrada para as navegações. A região passa a ser província e como tal recebe as leis provinciais para seu ordenamento interno (política e administrativa). Com a queda do Império Romano toda a região ocupada (como província) passa a ser ocupada pelos “visigóticos” que foram os sucessores do Império romano na Península Ibérica, tratava-se de uma Estado Germânico (união dos germânicos com os bárbaros) baseado nos costumes. Possuíam o Código Visigótico que era coordenado por Duques e Condes e dava maior liberdade para a mulher em questões de heranças e testemunho em tribunais. Com a morte do Rei Visigodo ("godos do oeste", do alemão "Westgoten", "Wisigoten" ou "Terwingen") em 710 houve uma guerra civil entre os pretendentes ao trono, Aquila – Filho de Vitiza (Rei visigodo) e Rodrigo que ganhou eleições muito dificultosas para se tornar rei. Com as disputas civis a região se divide em duas partes de ideologia religiosas distintas. A cultura mulçumana foi baseada nos princípios de Maomé pelo Alcorão, regras dos tribunais, pelo sistema legislativo e pelos costumes aplicados a todos que aderiram à cultura Árabe. Já o bloco cristão foi se encurralando pelas serranias do norte e noroeste da Península Ibérica, foram, formando novos reinos, que estenderam-se para o sul. Surgiram, assim, os reinos de Castela, Leão (de onde derivou, mais tarde, o Condado Portucalense e, subsequentemente, Portugal). Após a expulsão dos Mulçumanos e então unificação da coroa portuguesa no ano de 1140 o governo passa a ter forte influência do direito canônico e assistiu o momento conhecido como “redescobrimento do direito romano”. (NASCIMENTO, Walter Vieira do. Lições de história do direito. 15 ed. São Paulo: Forense. 2004, p. 184-185) O sistema jurídico era voltado ao interesse local: a) Concelhos – O interesse do município; b) Câmara – Administrar a cidade (legislativo, executivo e judiciário) eleita pelos concelhos; c) Forais – Cartas expedidas pelo soberano português aos municípios concedendo certa “autonomia local” nos moldes da nação portuguesa a existência de regra jurídica geral só surge no reinado de Afonso II. A estrutura jurídica Portuguesa foi criada baseada em três grandes ordenações a Ordenação foi dada primeiro por D. João I (1985 – 1433) atravessando o reinado de D. Duarte e regência por D. Leonor promulgadas por Afonso V (Que deu o seu nome mesmo sem participar do projeto) As ordenações Afonsinas em vigor de 1446 – 152. Mesmo que iniciada na Dinastia Avina no Século XIV uma codificação das leis organizada por João das Regras não foi finalizada no então período. Pois só começaram a ser praticadas em 1404 onde D. Duarte e Rui Fernandes deram continuidade ao trabalho de compilação e finalizado por Arruda em 1446. D. Pedro revisou o projeto e acrescentou suas alterações confirmadas pelo corregedor de Lisboa e os desembargadores Luís Martins e Fernão Rodrigues. Mesmo que acabadas em 1446 tiveram alterações ate 1454. Continha 5 livros sobre cargos públicos, matérias da igreja, processo civil e direito penal) Foi a primeira codificação da Europa. Um problema de admissão dessas normas pelo reino foi o fato de não serem impressas (mesmo que a prensa mecânica já existisse na Alemanha). Portugal as recebeu em 1487 editando a lei eclesiástica Monárquica, pois, como afirmou o próprio D. Manuel "necessária é a nobre arte da impressão [...] para o bom governo, porque com mais facilidade e menos despesa os ministros da Justiça possam usar de nossas leis e ordenações e os sacerdotes possam administrar os sacramentos da madre santa Igreja.”. Em 1521 D. Manoel promulga as Ordenações Manoelinas, onde revisou as Ordenações Afonsinas (manteve os mesmos títulos) e recompilou as leis extravagantes seguido porD. Duarte em 1569 que também mudou as extravagantes e denominou Código Sebastiânico. A nova recomendação dada por D. Filipe II apresentado por Damião de Aguiar, em 1595, somente impressa entrou em vigor em 1595 com o nome conhecido por Ordenações Filipinas (Que influenciavam diretamente as colônias pela sua precariedade cultural) que eram depositadas na Casa da Coroa. Desejavam assim organizar o poder concentrado por meio de um plano único de poder com base em leis baseadas nos costume. Desde o século XVI eram depositadas na Torre do Tombo todas as leis promulgadas pelos monarcas (como forma de autenticidade dessas leis para os interessados consultarem) assim como diplomas, alvará e uma série de documentos, mas com o passar do tempo foi-se observando essa necessidade de se organizar sistematicamente todo conjunto de leis principalmente a partir da segunda metade do Século XVIII que até hoje se encontram no mesmo local. Atualmente as Ordenações, leis, decretos e qualquer fonte do Direito Publica e Privado encontram-se em custódia da Torre do Tombo e estão organizadas de com acordo com a natureza das leis em ordem cronológica de acesso estrito. História do Direito Brasil Colonial Como já conhecido pelo histórico-brasileiro o período que compreende 1500 (de descoberta) até 1822 (Independência do Brasil) o Brasil era colônia de Portugal. Como então colônia recebia todo o ordenamento pelas determinações do reinado de Portugal e Espanha (1580 – 1640). O histórico do direito no Brasil Colonial pode ser divido por três períodos: Em um primeiro período que se inicia desde a chegada dos Europeus, onde as leis buscavam apenas os interesses da coroa em colonizar o Brasil (estabelecimento de leis que confirmassem essa instalação) e após a exploração por Martim Afonso da Silva no mapeamento de todo o território nacional, criou-se as capitanias hereditárias, e, ao todo, o território brasileiro foi dividido em 15 diferentes capitanias, do litoral até a linha que referia ao Tratado de Tordesilhas que foi mediado pelo Papa Alexandre VI, além disso, duas bulas papais confirmaram o direito português sobre o Brasil. Governadas por um capitão-geral ou por um capitão-mor, As leis eram baseadas na Carta de Doação (concedia administração perpetua ao capitão donatário) e o Foral (Determinava foros e tributos ao rei) havia uma tripartição dos poderes. Com a evolução do direito Colonial mantiveram-se apenas duas capitanias de São Vicente (Martim Afonso) e de Pernambuco (Duarte Coelho). Já em uma segunda-fase busca-se uma centralização politica, pois as capitanias estavam muito distantes geograficamente o que impedia a contensão de conflitos com os indígenas que lutavam para manter as duas terras e para não serem escravizados. Foi criado o Governo-Geral por Tomé de Sousa em 1549 em Salvador, veio também na mesma época o Desembargador Pero Borges que administrava a justiça. Criou-se a primeira cidade e fundou-se a câmara municipal com 3 vereadores eleitos (pelos bons homens) marcando pelas lutas por terra ocupação e latifundiários. O Governo geral foi marcado por Atos que organizavam o Estado como os Regimentos Disciplinavam os cargos públicos, as Cartas-régias resoluções do rei para as autoridades, cartas de lei que eram normas gerais e Alvarás de caráter temporário específico. Na Bahia surgem os juízes do povo que julgavam casos de construções e obras que perdem espaço para os desembargadores passando então os desembargadores a serem a maior autoridade local. Além das Ordenações, foram utilizadas outras fontes normativas pelo judiciário como a Lex Romana Wisigothorum – direito comum dos povos germânicos; Privilégios – direitos assegurados aos nobres pelos reis; e Forais – leis particulares locais, asseguradas pelos reis. (FRAGOSO, Heleno Cláudio. Lições de direito penal: parte geral. 16.ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2003, p. 69) “Com a expansão do reino pela reconquista do território da península ibérica aos mouros, e a uniformização das normas legais, consolidadas nas Ordenações do Reino (Afonsinas de 1480, Manoelinas de 1520 e Filipinas de 1603), foram surgindo outras figuras para exercerem a função judicante e aplicarem as diversas formas normativas: Juízes da Terra (ou juízes ordinários) – eleitos pela comunidade, não sendo letrados, que apreciavam as causas em que se aplicavam os forais, isto é, o direito local, e cuja jurisdição era simbolizada pelo bastão vermelho que empunhavam (2 por cidade). Juízes de Fora (figura criada em 1352) – nomeados pelo rei dentre bacharéis letrados, com a finalidade de serem o suporte do rei nas localidades, garantindo a aplicação das ordenações gerais do Reino. Juízes de Órfãos – com a função de serem guardiões dos órfãos e das heranças, solucionando as questões sucessórias a eles ligados. Provedores – colocados acima dos juízes de órfãos, para o cuidado geral dos órfãos, instituições de caridade (hospitais e irmandades) e legitimação de testamentos (feitos, naquela época, verbalmente, o que gerava muitos problemas). Corregedores – nomeados pelo rei, com função primordialmente investigatória e recursal, inspecionando, em visitas às cidades e vilas que integravam sua comarca, como se dava a administração da Justiça, julgando as causas em que os próprios juízes estivessem implicados. Desembargadores - magistrados de 2ª instância, que apreciavam as apelações e os recursos de suplicação (para obter a clemência real). Recebiam tal nome porque despachavam ("desembargavam") diretamente com o rei as petições formuladas pelos particulares em questões de graça e de justiça, preparando e executando as deciões régias. Aos poucos, os reis foram lhes conferindo autoridade para tomar, em seu nome, as decisões sobre tais matérias, passando a constituir o Desembargo do Paço.” Na casa da justiça também chamada de casa da suplica era formada por duas mesas uma civil e uma criminal (chamada de desembargo do paço) responsável por julgar as apelações criminais onde a pena imputada fosse a pena de morte somente o poder real poderia mudar a pena. Em 1521 o Desembargo do Paço transformou-se em corte independente e especial. Em 1532 foi criada a Mesa de Consciência e Ordens para resolver os casos jurídicos e administrativos que contavam com foro privilegiado, que eram os que se referiam às ordens militar-religiosas: Ordem de Cristo, Ordem de Avis e Ordem de Santiago que também julgavam casos do Clérigo do reino. (TUCCI, José Rogério Cruz e & AZEVEDO, Luiz Carlos de. Lições de história do processo civil lusitano. São Paulo, RT, 2009, p. 89. ) “Assim, a Casa da Suplicação passou a ser o intérprete máximo do direito português, constituindo suas decisões assentos que deveriam ser acolhidos pelas instâncias inferiores como jurisprudência vinculante.” Então o corregedor passou a ser a ultima instância. Em 1587, Filipe II criou um Tribunal de Relação no Brasil à justiça na mão de funcionários civis (que cumpriam os requisitos como ser formado em Coimbra, ter exercido carreira e fazer exame para adentrar no serviço publico) treinados pela coroa. Mesmo assim cada capitania tinha um Ouvidor da Comarca, que solucionava os casos menos graves e mais corriqueiros nas vilas. O Tribunal de Salvador funcionava como uma instância superior para se recorrer (houve nesse período o queda na atividade dos ouvidores). “Devido à complexidade e especificidades das funções judiciais da época (as funções judiciais confundiam-se com as funções administrativas e também com as funções policiais) haviam outros responsáveis pela efetivação das atividadesjurisdicionais nas comarcas: chanceleres, contadores e vereadores, que formavam os Conselhos ou Câmaras Municipais.” Leandro Fazollo Cezario. Com a pressão exercida pelos Governos Gerais o Tribunal de Relação da Bahia foi extinto em 1626 só retorna em 1652 como Corte Superior Brasileira. Para tornar mais eficaz o atendimento pelo Tribunal cria-se em 1734 o Tribunal de Relação do Rio de Janeiro Tinham 10 Desembargadores (divididos em 4 Câmaras de 2 ou 3 juízes). Em 1758 foi criado a Junta de Justiça do Pará, que era um órgão recursal colegiado de nível inferior aos Tribunais de Relações. Era presidida pelo Governador da província e formada por 1 ouvidor, 1 intendente, 1 Juiz de Fora e 3 vereadores. Adotavam uma forma processual sumária. Após a descentralização do Tribunal Geral criaram-se juntas semelhantes (em menor porte) do Sul e Centro-Oeste onde recebia as petições em 1º grau que demandavam menos complicações. (PIERANGELI, José Henrique. Processo penal, p. 61.) “A partir do século XVII começam a funcionar tribunais e juizados especializados: Juntas Militares e Conselhos de Guerra (para julgar os crimes militares e crimes conexos); Juntas da Fazenda (para apreciar as questões alfandegárias, tributárias e fiscais); Juntas do Comércio (para apreciar as questões econômicas, envolvendo também a agricultura, navegação, indústria e comércio).” Já no fim do período colonial, o Brasil possuía seus tribunais e magistrados próprios, porém as instâncias recursais superiores encontravam- se em Portugal. A história do Direito no Brasil Colonial demonstra como a legislação brasileira foi imposta e não construída através das demandas sociais como entende-se no período neoconstitucionalista. O Brasil sofre forte influência das decisões de Portugal com isso as legislações surgem da demonstração da força do país colonizador com o seu colonizado e não de debates sociais divergentes e por uma evolução gradual. Não surge pensadores e estudiosos locais que podem opinar. Foi um processo molítico e totalitário da imposição de cultura, religião e justiça. História do Direito Brasil Império Com o enfraquecimento do Império período que compreende 1822 até 1889 quando foi assinada a Proclamação da República Brasil declara sua independência de Portugal e se organiza como monarquia. O EUA foram os primeiros a aceitarem a autonomia brasileira, mas o governo português só aceito após intervenção da Inglaterra que cedeu vantagens comerciais e Com a independência surge o ordenamento próprio brasileiro a primeira Carta Magna em 1824, inspirada na Constituição Francesa baseada pelo liberalismo esse documento estabelece a monarquia como forma de governo, foi outorgada, mas passa a aceitar mesmo que com o governo centralizado a criação de um sistema representativo com Senado e Câmara dos Deputados. A divisão se dava em 4 poderes Executivo, Legislativo, Judiciário e Moderador (Exercício do Imperador). O voto é censitário, ou seja, de acordo com a posição social o que delimitava uma parcela da sociedade. O poder judiciário foi estruturado e modificado principalmente pelo Código de Processo Criminal de 1932 principalmente por organizar o papel do operador do direito em cada instância. Em primeira instância havia o juiz de paz que eram eleitos e não precisavam do diploma de bacharel em direito, faziam as atividades de instrução e abertura do inquérito que hoje passou para o executivo. O juiz municipal era bacharel e indicado pelo presidente da câmara (a partir de 1841 era indicado pelo Imperador). Já os juízes do direito eram cargos vitalícios e eram nomeados pelo Imperador. Em segunda instância, não eram tão numerosas como as primeiras, mas estavam localizadas em pontos estratégicos para atender a população de acordo com as demanda da região. No início o Brasil atravessou uma crise econômica onde às lavouras tradicionais de exportação, como cana de açúcar, algodão e tabaco entraram sofrem com a concorrência de outros países, também devido ao alto custo com a importação de manufaturas serem menor do que os ganhos obtidos com a exportação de produtos agrícolas. O Supremo Tribunal de Justiça ordenado pela Lei de 18 de Setembro de 1828, composto por 17 ministros letrados, funcionavam como uma corte de cassação onde buscavam consenso entre as instâncias anteriores (a revista). Prestavam também a revista aos casos de aplicação das leis. Em 1827 criou-se a lei que autorizava o curso jurídico no Brasil de acordo com a obra "A Academia de S. Paulo – Tradições e Reminiscências", de Almeida Nogueira, a solenidade de instalação do curso jurídico em São Paulo ocorreu em 1º de março de 1828, quando já se havia definido o Largo S. Francisco como abrigo do curso. Mas a primeira turma se formou em 1931 por alunos já graduandos transferidos da faculdade Coimbra. Já os alunos matriculados cursaram então os cinco anos do curso de Direito chamado na época de “Ciências jurídicas” formaram-se em 1932. Em 1850 criaram-se leis de suma importância para o ordenamento da sociedade brasileira. A Lei Eusébio de Queiroz busca acabar com o tráfico escravo embora leis anteriores tenham sido elaboradas para mera demonstração internacional que foi pautada também na Lei do Ventre Livre de 4871 que aboliu a escravidão no Brasil. A Lei da Terra passa a tratar de porções de terra com mercadoria e não apenas como posse da coroa. O regulamento 737 famoso Código de Processo Civil foi base para a organização da nova ordem de processo e foi levada em consideração até parte do Brasil Republica. Para diminuir as influências de legislação portuguesa (Ordenações Filipinas) no cenário nacional criou-se a Consolidação das Leis de Teixeira de Freitas em 1857. Além da crise existente no ano de 1826, após a morte de D. João VI, o trono passa para o Imperador do Brasil e com a pressão feita pela elite brasileira, temendo a recolonização do país, D. Pedro I renuncia para que sua filha, D. Maria da Glória assuma o trono e por ser criança, o trono passou a ser regido por seu tio D. Miguel, aclamado rei em 1828. O Filho de D. Pedro I, Pedro de Alcântara (Pedrinho) ficou como imperador do Brasil para manter o poder da monarquia escolheram 3 regentes para garantir o governo ate a maioridade de Pedro Alcântara (1843). Foi um período conturbado. Havia disputas de proprietários de terras para conquista da autonomia política no Brasil em que a disputa ameaçava dividir o Império em regiões independentes. “Em 1834 o Ato Adicional introduziu modificações na Constituição de 1824. O Conselho de Estado (cujos representantes eram favoráveis à restauração do Primeiro Reinado) foi extinto, Assembleias Legislativas provinciais foram criadas e a cidade do Rio de Janeiro transformada em município neutro da corte. A Regência Una foi instituída no lugar da Trina. Eleita por votação nacional, fortaleceria os setores aristocráticos regionalistas e federativos.” Em 1840 os liberais tentaram impor a maioridade de D. Pedro II para retirada dos conservadores. A Revolução Parlamentar ou Maiorista terminou com a regência e deu início, três anos antes do previsto, ao governo pessoal de D. Pedro II, que duraria até 15 de novembro de 1889. No ano de 1847 foi criado o cargo de Presidente do Conselho de Ministros, conhecido nos outros países como Primeiro ministro. O Brasil passa a ser então Parlamentarista (Parlamentarismo às avessas) até a proclamação da República (1889). Algumas mudanças econômicas e sociais levaram à proclamação da República uma delas a Guerra do Paraguai (1864-1870), que levou o Brasil a se endividar e voltara crise financeira, e também o fato de que Dom Pedro II não tinha filhos homens e sua filha princesa Isabel era casada com um estrangeiro (assombrava a população com medo de que o marido de Isabel assumisse o poder) e também a abolição da escravidão do Brasil. Desgastado, o Império tentou promover reformas políticas. Um ministério de Afonso Celso de Assis Figueiredo, o visconde de Ouro Preto para garantir a sucessão da Monarquia. O movimento de 15 de novembro de 1889 com a participação popular direta. No Rio de Janeiro, com a ajuda do Marechal Deodoro da Fonseca para comandar o movimento revolucionário que substituiria a Monarquia pela República no dia 15 de novembro de 1889 o Ministério de Ouro Pedro foi derrubado. Mesmo com a manobra de Dom Pedro II tentando criar um novo ministério na corte houve insucesso e assim foi instalado o governo provisório de Deodoro da Fonseca. História do Direito Brasil República As Constituições tornaram-se leis essenciais na construção do Estado moderno, pois além de organizá-lo instala os direitos e deveres de uma nação. O Brasil conta 6 Constituições em seu histórico do Brasil republicano se deu pelos movimentos sociais e políticos de cada período. Com o enfraquecimento do Império a fase Republicana de que se mantem de 1889 até os dias atuais organizou o Estado brasileiro em diferentes nuances até chegar à democracia atual. A Constituição de 1891 foi elaborada em 1890. No ano de 1891 foi promulgada por meio de Assembleia a Constituição chamada de “República velha” governada por Deodoro da Fonseca, foi caracterizada por ser influenciada pelo Liberalismo e Federalismo, instaurado o estado laico. Transformou as províncias em Estados, dissolveu as Assembleias Provinciais e Câmaras Municipais, nomeou governadores para os Estados, intendentes para os municípios, estendeu a cidadania brasileira para estrangeiros aqui residentes e convocou a Assembleia Constituinte, além de reformular o Código Penal. O Brasil foi influenciado pelos movimentos revolucionários Francês (1789) e Americano (1776), além dos demais movimentos liberais. Possibilitando nesse período a participação popular na economia, criando um amadurecimento social e consequentemente no direito. O voto universal era direito de todos os homens acima de 21 anos (exceto mulheres, religiosos, soldados e analfabetos) e algumas conquistas como o casamento no Civil, Habeas Corpus, fim da pena de morte, fim do poder moderador e reserva de uma área para construção do Planalto Central. Em 1934 foi promulgado no Governo de Getúlio Vargas onde houve maior garantia ao Governo Federal, o direito ao voto para pessoas acima de 18 anos e mulheres (código eleitoral 1932), foi de grande importância para área trabalhistas com determinação do salário-mínimo, organização sindical e conquistas de causas sociais. Fo inspirada na Constituição Mexicana de 1917 e pela Weiner 1919 instalando pela primeira vez uma perspectiva social na Constituição No ano de 1937 Getúlio Vargas retrocede na construção democrática do país, vendo-se pressionado pela ameaça de grupos de esquerda, forma um cerco e impedindo parlamentares de entrar no Congresso Nacional apresentado de forma outorgada uma Carta Nacional que foi chamada de “Estado Novo” – Também chamada de Constituição Polaca pela semelhança com a Constituição Polonesa de 1935 – inspirada no Fascismo e no regime ditatorial a nova Constituição concentrava o poder na mão do executivo o Estado não democrático do direito, findava o cargo de vice-presidente, anula a independência dos três poderes, autonomia federativa e imunidade parlamentar. Houve uma enorme repreensão aos partidos políticos dando direito de aprisionar e exilar opositores, as eleições passam a ser indiretas a cada 6 anos, volta a pena de morte e a censura midiática prévia. Passada a eleição de Eurico Gaspar Dutra em 1945, criou-se uma nova Assembleia Nacional Constituinte e em 1946 volta a ser promulgada no Governo de Gaspar Dutra onde há uma redemocratização do Estado, restauração da tripartição dos poderes e harmonia dos direitos individuais. Após um golpe de Estado, o general Costa e Silva, o brigadeiro Francisco Correia de Melo e o Almirante Augusto Rademaker foram chamados de Supremo Comando da Revolução e, em 1964 despacharam o AI 1 (Francisco Campus). Pela AI-5 os militares assumiram o controle político no Brasil, cuja finalidade era reproduzir a aliança conservadora da burguesia agrária-industrial, rompendo com a democracia estabelecida a partir da constituinte de 1946. Instituíram o regime antidemocrático e arbitrário, formalizado em 1967 com uma nova constituição, posto que nesse período o governo fosse exercido pelos militares. Esse novo regime ditatorial, marcado pela centralização do poder político, evidenciou a supremacia do Poder Executivo perante o Legislativo e Judiciário, enfraqueceu o Princípio Federativo reduzindo a autonomia dos Estados e municípios, e suprimiu a maioria dos direitos fundamentais, como a liberdade de expressão a partir da elaboração da Lei da Imprensa e a Lei de Segurança Nacional, criando violenta repressão contra o povo brasileiro sob a justificativa da proteção do “interesse nacional” (Brum, 1988). A Constituição de 1967 veio para consolidar o poder do executivo no Estado. Conferia amplos poderes ao Presidente da Republica. Embora o art. 1º estabelecesse “o Brasil como Republica Federativa, constituída, sob o regime representativo, pela união indissolúvel dos Estados, Distrito Federal e dos Territórios” na verdade houve um golpe ao Federalismo pois se aproximava de uma Estado unitário centralizado. Mesmo mantendo-se a tripartição dos poderes na prática o executivo se sobressaia. A eleição para o executivo era indireta e o mandato de 4 anos. O Presidente da Republica legislava por meio de decretos-leis e somente o presidente ele poderia deflagrar o processo legislativo. Havia a suspensão dos direito políticos por ate 10 anos, os direitos dos trabalhadores foram mais bem definidos. Conforme Celso Bastos diz a respeito do Sistema Tributário “O Sistema Tributário Nacional, que há pouco sofrera uma modificação, por meio da Emenda Constitucional n. 18 à Constituição de 1946, foi um princípio mantido, Contudo, a discriminação de rendas, ampliando a técnica do federalismo coletivo, acabou por permitir uma série de participações de uma entidade na receita da outra, com acentuada centralização. Quanto a matéria orçamentária aparecem o orçamento-programa, os programas plurianuais de investimento, além da própria atualização do sistema orçamentário .” A AI-5 o decreto que “legalizou” a ditadura militar e deu plenos poderes ao executivo para aplicação de uso da violência. O Presidente da Republica poderia decretar recesso em todos os poderes e intervir nos municípios poderia decretar estado de sítio, decretar prisão em caso de enriquecimento ilícito. E o mais autoritário Art. 11 “Excluem-se de qualquer apreciação judicial todos os atos praticados de acordo com este Ato Institucional e seus Atos Complementares, bem como respectivos efeitos”. Logo após a AI5 o Congresso Nacional foi fechado e perdurou por 10 anos. A EC de 1969 considerada por alguns uma Constituição sub escrita pode Costa e Silva. Consagrou o governo em Juntas Militares, pelos problemas de saúde do Presidente assumiam os chefes dos Comandos brasileiros com a justificativa de que pelo Congresso estar fechado seriam os mais indicados. Considerada por alguns doutrinadores como um novo poder constituinte originário, mantinha os AI, aumentava o mandato presidencialpara 5 anos e continuava por meio de eleição indireta. No Governo Médici o Brasil passou por prosperidade econômica, acalmando os ânimos nacionais populacionais. Logo em seguida o Governo de Geisel foi marcado por aumento de inflação e consequente crise financeira. O governo começa a sofrer a insatisfação, baixou então o Pacote Abril de 77 que teoricamente flexibilizava a Constituição por meio da EC 2/3, aumento do mandato presidencial de 5 para 6 anos, manutenção nas eleições e número de vereadores e deputados. No pacote junho de 77 revogou a AI 5, volta os direitos políticos, impedimento ao presidente de fechar o Congresso Nacional. Aprovou a Lei da Anistia que concedia a anistia a todos os condenados por crime político no Brasil. Houve reforma partidária e passou-se a considerar a pluralidade partidária. O Deputado Dante de Oliveira apresentou a PEC 5/83 propondo eleições diretas, marcando o fim do regime militar. Tancredo Neves prometeu estabelecer a Nova Republica, mas adoeceu e morreu antes da posse, assumido então por seu vice-presidente José Sarney. O Presidente Jose Sarney cumprindo a aliança democrática, instituiu, no Decreto 91.450/85 A Comissão Provisória de Estudos Constitucionais. Conhecida como Comissão Afonso Arinos (Nome do presidente) formada por 50 membros dos 3 poderes. No ano de 1988 é promulgada a Constituição atual por meio de Assembleia Nacional Constituinte no governo de José Sarney, Ulysses Guimarães chamou de “Constituição cidadã”, estabelece uma República Federativa e Presidencialista garantindo os direitos para a dignidade da pessoa humana, voto para todos facultativo para maiores de 16 anos e analfabetos, venda de estatais. O voto presidencial passa a ser a cada 4 anos e até a data de hoje já sofreu 99 modificações em seu texto. No preâmbulo da CF/88 é instituído o Estado Democrático de Direito, assegurando os valores Supremos da CF (Pedro Lenza), Fraternidade, Pluralidade e sem preconceitos, fundada na harmonia social, na ordem interna e internacional com soluções pacíficas: - No exercício dos Direitos sociais e individuais; - A liberdade; - A Segurança; - O bem-estar; - O desenvolvimento; - A igualdade; - a justiça. Considerações finais É de se notar, que, a evolução do Direito no Brasil sofre forte influência do grupo social coordenador mais forte de acordo com a época, excetua-se a Constituição de 1988 que é considerada a “Constituição Social” (Não deixando de ser o povo um forte influenciador). Foi por meio de seus colonizadores que o Brasil recebeu o primeiro modelo de ordenamento e com isso começa a formar juristas e revolucionários, que lutavam pela democratização do Estado. Passados todos os modelos de Estado, colonizado, monárquico, Império, República, Ditadura ganha sua identidade como um país democrático estruturado dentro da tripartição dos poderes. Passa de um país colonizado com ideologia influenciada pelo Direito Canônico e se torna um Estado Laico. Passa de um sistema penal que aceita a pena de morte, exílio, tortura e banimento para um sistema que aceita as recomendações dos Direitos Humanos e trata o réu em um processo, com direito a Habeas Corpus, prisão domiciliar, redução de pena e abolição da pena de morte. Nota-se então uma evolução e uma solidificação das normas vigentes, visto que o direito está em constante estado de transformação devido à evolução humana-social, trata-se então de uma ciência não exata, mas ciência social antropológica que estuda e supre as demandas sociais da época. Referência Bibliográfica CARRILLO, Carlos Alberto. Memória da Justiça Brasileira. Salvador: Tribunal de Justiça, 1997. Cf. Nunes, J. E. Gomes da Silva. 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