Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
cirurgia na obesidade Revisão fisiológica Mecanismo de Regulação do apetite Hipotálamo – Centro integrador: Responde melhor nas dietas de longa duração com alteração do ponto de ajuste do peso do indivíduo Tem atuação sobre controladores comportamentais que vão determinar a busca de alimento Núcleo arqueado (ARC): Próximo da eminência mediana Produção de NYP e AgRP → ↑Apetite Estimula a expressão de POMC e CART → ↓Apetite Núcleo paraventricular (NPV): Sofre ação de NYP e AgRP → ↑CRH e ↓TRH → ↓Anabolismo Hipotálamo lateral: ↓NYP e AgRP → Estímulo p/ produção de POMC → Hipófise: clivagem de POMC → CART e α-MSH → ↑Apetite Outras Áreas neurais associada a fome: Núcleo do trato solitário, Córtex órbitofrontal, Núcleos da base, Sistema límbico Fatores neuroendócrinos principais: Leptina, Insulina e Grelina Leptina: ↓Apetite, ↑Gasto energético e Catabolismo Grelina: ↑Apetite, Lipogênese e Adipogênese, Anabolismo, Secreção ácida e motilidade gástrica Incretina (GLP1): ↓Sensação de fome, ↓Esvaziamento gástrico, ↑Sensibilidade à insulina e Anabolismo Grelina Produção: Céls enterocromafins do estômago vazio (fundo e piloro) Sistema neuroendócrino: Os receptores da ghrelina estão presentes no núcleo arqueado, no nervo vago e em todo o seu percurso ao núcleo e trato solitário, uma região do cérebro que recebe informações das vísceras e estão relacionadas à via NPY/agouti Atua estimulando a produção de NYP e AgRP em núcleo arqueado Observação: Dietas ricas em proteínas reduzem mais lentamente a produção de grelina que as dietas ricas em carboidratos, portanto redução da grelina e da saciedade nessas dietas tem efeito mais prolongado Os níveis plasmáticos da ghrelina são inversamente proporcionais ao índice de massa corpórea (IMC) A perda de peso contribui para a normalização dos níveis de grelina Leptina Produção: Adipócitos do tecido adiposo subcutâneo saturados de lipídeos Quanto maior o tecido adiposo, maior é a sua produção Glândula mamária, MEE e Epitélio gástrico Estímulo: Catabolismo Jejum, Glicocorticoides, Atividade simpática, Insulina e Exercício físico Inibição: Anabolismo Testosterona, Exposição ao frio e Catecolaminas Atuação: Núcleo aqueado: ↓NPY e AgRP → Estímulo p/ produção de POMC → Hipófise: clivagem de POMC → CART e α-MSH → ↑Apetite Observação: As proteínas plasmáticas, em obesos, tem maior afinidade a leptina → ↓Leptina livre para atravessar a barreira hematoencefálica Tem maior produção em mulheres Incretina Produção: GLP1: Céls L – Íleo e Cólon Gastroplastia com by-pass → ↑GLP1 pós-prandial GIP (glucose-dependent insulinotropic polypeptide): Céls K – Duodeno e Jejuno proximal Derivação gástrica em Y de Roux e Bypass intestinal: ↓GIP Tratamento de DM2: Agonista GLP1: Injetável; Promove saciedade e perda de peso Inibidor de DPP-IV: Oral; Neutro sobre o peso Atua: Peptídeo YY Anorexígeno resultante da clivagem do DPP-IV Inibe a atividade dos neurônios NPY/AGRP e Estimula as células POMC/CART no núcleo arqueado Resulta em: Retardo do esvaziamento gástrico Inibição da secreção gástrica/pancreática ↑Absorção de eletrólitos e fluidos em íleo Etiologia Outros fatores: Disruptores endócrinos, Ambiente termoneutro, Tabagismo, Infecção e Poluição Alterações genéticas Obesidade grave e hiperfagia – desde a infância Há três componentes primários no sistema neuroendócrino envolvidos com a obesidade: o sistema aferente, que envolve a leptina e outros sinais de saciedade e de apetite de curto prazo; a unidade de processamento do sistema nervoso central; e o sistema eferente, um complexo de apetite, saciedade, efetores autonômicos e termogênicos, que leva ao estoque energético Alterações da via de sinalização da melanocortina: Mutações no gene de: leptina, receptor de leptina, POMC (proopiomelanocortina) e receptor MC4-R Leptina/Receptor de leptina: Herança recessiva Hipogonadismo POMC: Herança recessiva Deficiência de ACTH e Insuficiência da adrenal Cabelos ruivos e hipopigmentação Receptor MC4-R: Hiperinsulinemia e alta estatura Sd de Prader-Willi (SPW): Deleção da sequência 15q11-13 do cromossomo 15 ↑Grelina Quadro clínico: A partir dos 4 anos Retardo constitucional, hipogonadismo, disfunção hipotalâmica e obesidade grave hiperfágica. Sd de Bardet-Biedl (SBB): Doença autossômica recessiva Quadro clínico: obesidade, retinopatia pigmentada, polidactilia, retardo mental, hirsprung, hipogonadismo e manifestações renais Fatores ambientais Hábitos alimentares Países desenvolvidos → Deterioração dos hábitos alimentares Oferta ilimitada de alimentos baratos, predominantemente de alimentos processados, com elevados teores de lipídeos e de alta concentração energética. Sedentarismo: Principal fator que leva a obesidade Inatividade física de lazer – especial// população de mais baixa renda Modelo urbano que exige trafego de autmóveis Falta de segurança em bairros de subúrbio Estresse no apetite: Mecanismo de recompensa Hiperatividade do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal→ feedback negativo no núcleo paraventricular Cortisol → ação pré-sináptica inibitória → Eminência média: ↓produção de CRH Resultado: ↓Sensação de estrese NPV: Produção de endocanabinóides → Núcleo accumbes → Busca de comida palatável calórica Iatrogenia farmacêutica Ganho de peso: Antidepressivos: amitriptilina e mirtazapina Antipsicóticos atípicos: olanzapina, quetiapina e risperidona Anticonvulsivante e estabilizador do humor: gabapentina Hipoglicemiantes: tolbutamida, pioglitazona, glimepirida, glibenclamida, sitagliptina, nateglinida etc Perda de peso: Antidiabéticos: metformina, acarbose, agonistas de GLP-1 Anticonvulsivantes: zonisamida e topiramato Antidepressivos: bupropiona e fluoxetina Redução de sono e de produção de melatonina O número de horas de sono por noite está inversamente relacionado ao IMC e obesidade Melatonina: Adequada síntese, secreção e ação da insulina – sensibilidade à insulina durante o dia Regulação da expressão de GLUT4 e da fosforilação do IRS Alta sensibilidade à insulina durante o dia e Resistência à insulina durante a noite Ausência de luz → Secreção de insulina Privação de sono → Hiperfagia ↓Leptina, ↓TSH, ↓Tolerância à glicose, ↑Grelina,↑Fome e apetite Necessidade de dormir à noite: A redução na produção de melatonina, tal como durante o envelhecimento, o trabalho em plantões e turnos ou ambientes cada vez mais iluminados durante a noite induz a resistência à insulina, intolerância à glicose, perturbações do sono, e a desorganização circadiana metabólica caracteriza um estado de cronoruptura que leva à obesidade. Obesidade Fatores de risco Sedentarismo Privação de sono Síndrome de Down Estilo de vida moderno Nível socioeconômico Fatores ambientais Gestação e Idade em que ocorre a gestação; Casamento (principalmente em M); Cessar tabagismo; Ambiente termoneutro; Poluição; Infecções: Adenovírus Ad-36, Ad-37, e Ad-5 Fatores associados ao indivíduo Idade; Desordens endócrinas (<1%) Problemas psicológicos – estresse, depressão, ansiedade; Menopausa (relacionado à idade e estilo de vida) Herança poligênica: Nenhum dos pais obeso: 9% Um dos genitores obeso: 50% Ambos genitores obesos: 80% Epidemiologia Mundo: ↑Nº de casos Sobrepeso = 2,3 bi Obesos = 700 mi Brasil: Adultos obesos = 15% Faixa etária de ganho de peso: 18 aos 24 anos H: 35 aos 44 anos M: 45 aos 54 anos - ↑significativo na incidência de excesso de peso Relação entre a frequência de obesidade e escolaridade é fortemente inversa apenas no sexo F Avaliação Gasto energético total (GET) Gasto energético total = Gasto energético basal x Fator atividade x Fator injúria x Fator térmico Fator atividade Acamado 1,2 Deambulando/Sedentário 1,3 Atividade física leve 1,375 Atividade física moderada 1,55 Atividade física intensa 1,725 Atividade física muito intensa 1,9 Nível de atividade física Leve AVD e caminhadas ≥ 15 min 2a3x/sem Moderada Caminhada ≥ 30 min e atividade físicas 2 a 3x/sem Intensa Corrida ≥ 30 min e atividade físicas > 3x/sem Muito intensa Atletas de alta performance Perda de peso Balanço energético negativo → Ingestão diária = GET – 500 a 1000 kcal Meta de perda de peso = 0,5 a 1 kg/sem Promover perda de peso a longo prazo: Dietas de elevada restrição calórica promovem perda de perda a curto prazo, enquanto as dietas recomendadas promovem perda de peso a longo prazo 11% conseguem manter o peso por mais de 5 anos Resulta em: melhora na circunferência abdominal, glicemia, hemoglobina glicosilada, insulinemia, trigliceridemia, colesterolemia, nível da pressão arterial e qualidade de vida. Risco aos idosos: dismotilidade esofágica, sarcopenia, risco de queda e osteoporose Diagnóstico da obesidade IMC O IMC não reflete a distribuição da gordura corporal. Idade > 60 anos: 22 < IMC normal <27 kg/m² Massa gordurosa e Distribuição de gordura Relação circunferência abdominal/quadril (RCQ) → Avalia risco de comorbidades e não define obesidade Tende a refletir gordura visceral e associa à gordura corporal total Circunferência abdominal: entre a última costela e a crista ilíaca Os pontos de corte podem variar segundo a idade e grupo étnico Caucasianos/Negros/Oriente médio: H ≥ 94 cm e M ≥ 80 cm Sul-asiáticos, América Latina e Chineses: H ≥ 90 cm e M ≥ 80 cm Japoneses: H ≥ 90 cm e M ≥ 85 cm Outras medidas de circunferências que podem ser usadas são: braquial, coxa, cervical e panturrilha. Circunferência braquial e panturrilha – marcam deficiência nutricional Circunferência de panturrilha – estima sarcopenia em idosos (<31) Circunferência da coxa – correlação com IMC (direta0, gordura periférica(direta) e DCV (inversa//) Circunferência cervical – prediz risco para SAOS Altura da cartilagem cricotireoideia Relação cintura-estatura > 0,5 Preditor melhor para risco de mortalidade e anos de vida perdidos Outras formas de avaliação RM e Tc: Estima quantidade de gordura visceral Corte único 5 a 10 cm acima de L4-L5 ou em L2-L3 DEXA (Absorciometria com raios X de dupla energia): Avalia principalmente conteúdo mineral ósseo, mas pode ser utilizada para tecidos corporais moles. Medidas de pregas cutâneas Estima densidade corporal e percentual de gordura corporal Regiões das pregas: subescapular, triciptal, biciptal, suprailíaca e coxa Pouco eficiente em obesos USG Avalia gordura visceral e correlaciona-se com RM/Tc Medir a espessura do tecido adiposo e tecidos mais profundos Bioimpedância Pode ser influenciado pela temperatura ambiente, realização de atividade física, consumo de alimentos e bebidas, menopausa, ciclo menstrual, devendo ser realizado com jejum de pelo menos 4 h, sem atividades físicas por 12 horas, com abstinência alcoólica por 24 horas, preferencialmente sem uso de diuréticos por 7 dias, e as mulheres devem realizar entre o 7º e 21°dia do ciclo menstrual. Calorimetria indireta Avaliação de desequilíbrios do balanço energético (taxa do metabolismo) Condições médicas associadas à Obesidade A obesidade é causa de incapacidade funcional, ↓qualidade de vida, ↓expectativa de vida e ↑mortalidade. ↑Prevalência de: DM2, doenças da vesícula biliar, doença arterial coronariana, HAS, Osteoartrose e Dislipidemia. Condições diretamente relacionadas com a incapacidade funcional na obesidade: Cardiovasculares Metabólicas Musculoesqueléticas Neuropsiquiátricas HAS Morte súbita e IAM D arterial coronariana Insuficiência venosa Trombose venosa profunda IVE Sd metabólica DM2 Dislipidemias Esteatose hepática não-alcoólica Osteoartrose/Osteoartrite Discopatia lombar D articular degenerativa Hérnias ventrais Pseudotumor cerebral Depressão Baixa estima AVC Pulmonares Gastrointestinais Genitourinárias Oncológicas Apneia obstrutiva do sono Sd da hipoventilação da obesidade asma Doenças do trato biliar Pancreatite aguda DRGE Incontinência urinária por stress IR terminal secundária DM e HAS Irregularidades menstruais Ca de útero Ca de mama Ca de cólon Ca de rins Ca de próstata Síndrome metabólica Definição: Transtorno complexo representado por um conjunto de fatores de risco CV usualmente relacionados à deposição central de gordura e à resistência à insulina. Critérios de diagnóstico: Circunferência abdominal + 2 fatores Circunferência abdominal: Mulheres > 80 cm Homens > 94cm HDL-colesterol: Mulheres < 50mg/dL Homens < 40 mg/dL PA ≥ 130/85 mmHg TG ≥ 150mg/dL Glicemia ≥ 100 mg/dL Associada a ↑eventos cardiovasculares e mortalidade = obesidade + DM2 Obesidade: resistência à insulina LDL normal, Excesso de VLDL, ↑TG e ↓HDL Aterosclerose – consequências: Angina, Infarto de miocárdio, Hipertrofia VE, Insuficiência Cardíaca, AVC, Insuficiência Renal, Doença vascular periférica Obesidade não é um fator de risco direto para aterosclerose, porém as doenças relacionadas a obesidade, como DM, Hiperlidemia e HAS, são fatores de risco diretos para a aterogênese. Diabetes melito 2 O aumento de peso eleva significativamente o risco a longo prazo de DM2 Obesidade- principal fator de risco para DM2 A perda de peso a longo prazo reduz o risco de desenvolver e melhora o controle do DM2 Mecanismo inflamatório do tecido adiposo: TA subcutâneo – facilidade de proliferação → saturação de lipídeos em adipócitos → adipocinas – liberação de citocinas (IL-6 e TNF-α) TNF-α + receptor em MP das céls → ativa JNL/IKK → fosforilação de IRS em serina → inibição do receptor de insulina e não recrutamento de GLUT Consequências: ↓responsividade tecidual à insulina → céls α funcionantes → libera Glucagon → Glicogenólise, Proteólise e Gliconeogênese → Hiperglicemia patológica Hiperglicemia patológica: Inicialmente pós-prandial, mas evolui e ocorre também no jejum Doença cardiovascular A obesidade é fator de risco independente para DCV – DAC, IAM, angina, ICC, AVE, HAS e fibrilação atrial. Risco cardiovascular relaciona-se com IMC e com a circunferência abdominal HAS está intimima// associada a obesidade abdominal Adolescentes que apresentam maior IMC, mesmo dentro da faixa considerada normal, têm maior risco de doença arterial coronariana na vida adulta. Tratamento clínico Indicação para tratamento farmacológico IMC ≥ 30kg/m² IMC ≥ 25 kg/m² (≥ 27 em idosos) + Comorbidades Falha ao perder peso com tratamento não-farmacológico ↑Circunferência abdominal + Comorbidades (associadas à obesidade e à sd metabólica) * Populações asiáticas apresentam obesidade e, portanto devem ser tratadas farmacologicamente com IMC maior ou igual a 27,5 kg/m² ou com IMC maior ou igual a 23-27,5 kg/m² na presença de comorbidades. Sucesso da terapia Perda de peso > 5% - mantida em 6m Falha terapêutica: tratamento clínico por no mínimo 2 anos → Pré-requisito para indicar tratamento cirúrgico É vedado ao médico a prescrição simultânea de anorexígenos e um dos seguintes fármacos: Benzodiapínicos, diuréticos, hormônios e laxantes Equipe multidisciplinar para tratamento cirúrgico: Endocrinologista, cirurgião bariátrico, nutricionista/nutrólogo, psiquiatra ou psicólogo, anestesista, enfermeiro, assistente social e eventualmente outros Fármacos Medicamentos encontrados no Brasil: Dietilpropiona (anfepramona), Femproporex, Mazindol, Sibutramina e Orlistate Grupos: Anorexígenos catecolaminérgicos: Dietilpropiona, femproporex, mazindol Contra-indicado em HAS grave (aumenta leve// a PA) Mimetizam a noradrenalina Indicação: Hiperfagia prandial Anti-absortivos: Orlistate Moderadores de apetite: Sibutramina, Fluoxetina e Anfepramona Sibutramina: Dose única diária (meia vida longa) Bloqueia a recaptação de noradrenalina (NE) e de serotonina (SE) e leva a redução da ingestão alimentar Pode ↑PASde 3-5 mmHg e ↑FC de 2 a 4 bpm ↓Glicemia, ↓hemoglobina glicada e ↓triglicerídeos Melhora da apneia Deve ser utilizado quando paciente também apresenta DM2 Não utilizar em pacientes com doença arterial coronarianaOrlistate: Análogo da lipstatina inibidor de lipases gastrintestinais (GI) que se liga no sítio ativo da enzima através de ligação covalente, fazendo com que 1/3 dos TG ingeridos permanecem não digeridos e não sejam absorvidos pelo intestino, sendo eliminados nas fezes Benefícios em DM2: perda de peso, ↓glicemia de jejum e pós-prandial, ↓insulinemia, ↓hemoglobina glicada, melhora do perfil lipídico e ↓circunferência abdominal Benefícios em obesos: perda de peso, manutenção da perda de peso e ↓RCV Efeitos colaterais: esteatorreia, flatus com descarga de gordura e urgência fecal, disabsorção de gorduras, ↑risco a deficiência de vitaminas lipossoluveis (A, D, E K) Não interagir com marevan – também reduz vitamina K Liraglutida: Agonista do peptídeo semelhante ao glucagon-1 (GLP-1) Ação: Estimula neurônios que sintetizam POMC e CART Inibe indireta// neurotransmissão nos neurônios que expressam NPY e AgRP Consequência: ↓Velocidade do esvaziamento gástrico Saciedade Regulação dos mecanismos ligados a prazer e recompensa Efeitos colaterais: náuseas e vômitos Risco para litíase biliar? Outros fármacos: Uso off-label de medicamentos Fluoxetina e outros inibidores da recaptação de serotonina Topiramato Associação de bupropiona e naltrexona Lisdexanfetamina Dietas De preferência fracionar em até 6 refeições Optar por mudanças no estilo de vida ao tratamento farmacológico/cirúrgico Falha da dietoterapia e mudanças no estilo de vida – recomendações: Farmacoterapia adjuvante – a partir grau I de obesidade Cirurgia bariátrica – a partir do grau II e III de obesidade Dietas da moda Dietas pobres em carboidrato: Dieta Low Carb Normal: Nova guia alimentar americana: 50 a 100g 50 a 100g de carb – emagrecimento lento <50g de carb – emagrecimento rápido Alimentos minimizados: grãos, batatas, bebidas e alimentos ricos em açúcar (sacarose) Dieta LCHF ((low carb high fat): Exige evitar a ingestão de alimentos processados Foco: carnes, peixe, marisco, ovos, gorduras saudáveis, vegetais, produtos lácteos, nozes e frutos silvestres. Dieta Paleo Low Carb: Foco em alimentos da era paleolítica – antes da agricultura Alimentos: carnes, peixe, marisco, ovos, vegetais, frutas, tubérculos, nozes e sementes. Elimina total// alimentos processados, adição de açúcar, leite, grãos e muitos legumes Dieta de Atkins: método <20g de carb/dia por 2 sem Adicionar lenta// nozes, vegetais e frutas (com pouca sacarose) Desacelerar quando aproximar da meta Abandonar dieta Dieta Mediterrânea Dieta Cetogênica: Restringe o consumo de proteínas → proteína em excesso reduz a produção de corpos cetônicos. Há estudos que indicam o benefício de problemas neurológicos (epilepsia) e metabólicos (DM2) Reduz drasticamente os níveis de insulina, mas não implica na recuperação da sensibilidade à insulina a longo prazo Pode reduzir significantemente os níveis de testosterona Dietas ricas em gordura e pobres em carboidrato: (Dieta de Atkins) Leva a produção de corpos cetônicos Não diminui o apetite e nem melhora o bem-estar Podem intensificar a perda de água em relação a perda de gordura corporal Risco de deficiência de vitaminas A, B6 e E, folato; minerais – Ca, Mg, Fe, K – e fibras Predisposição para: Cefaleia, Litíase renal por oxalato e halitoso Dieta mediterrânea Alimentos encontrados na região do mediterrâneo: azeite de oliva, abacate, nozes, peixes gordos Restringe o consumo de grãos principal// e segue o perfil low carb Consumo de gorduras monoinsaturadas no lugar das gorduras saturadas Melhora perfil lipídico e controle glicêmico Energia = 40% de gorduras (principal// monoinsaturadas) + 40% de carboidratos + 20% de proteínas Alternativa às dietas hipocalóricas Dietas pobres em gordura: Dietas vegetarianas ↑TG, ↓Colesterol total, ↓LDL e ↓HDL ↓Insulinemia e ↓PA Promovem perda de peso mais rápida Dietas hipocalóricas de baixo índice glicêmico: sem benefícios a longo prazo Herbalife: lesão hepatocelular e colestase Dietas recomendadas Novo modelo alimentar: Composição: 30% de gordura 50% de carboidratos 20% de proteínas Ingestão mínima de calorias: M: 1200 kcal H: 1400 kcal Dieta escassa de calorias: 800 kcal/dia durante apenas 4 sem Motiva o paciente a continuar perdendo peso Supervisão médica Contra-indicação: Doença cardíaca instável, IC grave, DCbV, IRA/IRC, Doença hepática grave, Transtorno psiquiátrico importante Efeitos colaterais: Fraqueza, tonturas, constipação, pele seca, perda de cabelo, alterações menstruais e intolerância ao frio; Gota e litíase biliar Horários e frequência das refeições: Consumir calorias durante o dia e não a noite – ritmo circadiano Consumir a maior parte das calorias pela manhã Autofagia circadiana: Consumir a maior parte de calorias à noite Atividade física Sedentários: teste ergométrico Início: 10min de caminhada/dia Meta: 30 a 60 min de atividade moderada a intensa/dia Idosos: 10 min até 30 min de caminhada/exercício moderado Terapia comportamental Automonitoramento: é realizado pelo próprio paciente, por meio de registros escritos sobre sua ingestão alimentar diária, episódios de compulsão e eventos desencadeantes. Ajuda a ver o que deve ser corrigido em seu dia-a-dia Resolução de problemas: Terapeuta e paciente devem identificar problemas, buscar soluções, aplicar e testar a eficácia das estratégias no dia a dia. Suporte social: Apoio da família, amigos ou então de grupos terapêuticos (Comedores compulsivos anônimos) Tratamento cirúrgico Condições pré-operatórias Exames complementares de todos pacientes: Hemograma Coagulograma Tipo sanguíneo Glicemia TG, HDL, colesterol total e frações Função hepática RX de tórax EDA com pesquisa de H pylori¹ ¹Necessário erradicar H pylori quando confirmada sua contaminação → Risco cirúrgico (pré-operatório e 3m após cirurgia) Exames em casos específicos: Mulheres em idade fértil: β-hCG Quadros respiratórios: Espirometria Suspeita de risco de tromboembolismo: USG com ecodoppler venoso de MMII ↑Transaminases (>x2): USG de abdome total e Sorologia para hepatites virais Sd metabólica/↑Glicemia/sintomas sugestivos de hipercortisolismo: Pesquisar Cushing, sd hipotalâmicas e deficiência de leptina ↓Risco de tromboembolismo: Parar de fumar > 8 sem antes da cirurgia Suspender uso de ACO/terapia de reposição hormonal >1m Necessário avaliação psicológica pré-operatório Indicações Idade: 18 a 25 anos Adolescentes ≥ 16 anos com comorbidade importante e cartilagens da epífises do punho consolidadas IMC ≥ 40kg/m² IMC ≥ 35 kg/m² + comorbidade Comorbidades: DM2, SAOS, veias varicosas, Doença hemorroidária DAC, IAM prévio, Angina, ICC, Cardiomiopatia dilatada AVE, HAS+ FA Cor pulmonale, Sd da hipoventilação da obesidade, Asma grave não-controlada Hérnias discais, Osteoartroses DRGE com indicação cirúrgica, Colecistopatia calculosa, Pancretite aguda de repetição Incontinência urinária de esforço (mulher), infertilidade, disfunção erétil, sd dos ovários policísticos Hipertensão craniana idiopática Estigmação social e depressão Precauções: Ausência de uso de drogas ilícitas e alcoolismo Ausência de quadros psicóticos ou demenciais Mudanças de hábitos inerentes de cirurgia de grande porte Acompanhamento de esquipe multidisciplinar a longo-prazo Contraindicações Causas endócrinas de obesidade tratáveis (sd de cushing/hipotireoidismo) Dependência de álcool/drogas ilícitas Doenças psiquiátricas graves sem controle Dificuldade de compreensão do paciente acerca das mudanças de vida e tratamento ASA-IV Técnicas Banda gástrica ajustável Técnica restritiva e via laparoscópica Elevado grau de insucesso terapêutico Procedimento: uma cinta é posicionada em volta do estômago na sua porção superior próximo ao cárdia, com uma porção interna de silicone que pode ser ajustada por meio de um portal suturado na musculatura abdominal abordável através de injeções periódicas de pequenos volumes de soro fisiológico que insuflam aquele silicone. Portalde acesso aderido no tecido subcutâneo do abdome – meio por qual insufla a banda ajustando-a conforme a necessidade Perda de excesso de peso = 50% Complicações: Perfuração intestinal Deslizamento/prolapso da banda com aumento/obstrução do neoestômago – pode ser reposicionada/retirada Aspiração/Infecção do “portal de acesso” Erosão de banda Assintomática ou pode levar a infecção → Necessidade de retirada por via videolaparoscópica/endoscópica Isquemia do tecido gástrico Dilatação esofágica com megaesôfago Balão intra-gástrico Procedimento endoscópico e não cirúrgico → Menor risco Auxilia a perda de peso no pré-operatório Tempo de tratamento ≤ 6m Na necessidade de recolocar, deve aguardar um período de 30 dias Dificuldade de manutenção da perda de peso após a retirada Perda de excesso de peso = 20 a 40% Segundo a ANVISA, a indicação é em IMC >27 kg/m². Segundo o CFM, a indicação é em IMC >50 kg/m². Indicação: IMC ≥ 50 kg/m² (superobesos e super superobesos) Como confirmar uma ruptura do balão? RX abdominal Gastrectomia vertical Procedimento: Sleeve Cerca de 80% da curvatura maior é excisada, deixando um tubo estreito no estômago Sonda esofageana de Fouchet 32 é passada até o piloro contra a pequena curvatura Grampeador laparoscópico é introduzido e disparado consecutivamente ao longo do comprimento da sonda até o ângulo de His A parte do estômago que foi separada é removida e um dreno é então colocado ao lado da linha de grampos. Não envolve anastomose, mas há risco de sangramento ou formação de fístula Indicação: Superobesos e Super superobesos Reduz o volume para 60 a 100 mL Diminui drasticamente a produção de grelina Manson: Gastrectomia vertical c/ bandagem Anel de polipropileno próximo da curvatura menor Mais fácil retorno do ganho de peso ↔ Ingestão hipercalórica e alimentos ricos em gordura ↓Possibilidade de reversão e resolução de complicações Não permite a passagem do endoscópico Derivação gástrica em Y-de-Roux (DGYR) (Fobi e Capella) Técnica mais utilizada atual// Criação de uma pequena câmara ou bolsa gástrica junto à pequena curvatura e pela exclusão do restante do estômago, incluindo todo o fundo e o antro gástrico, o duodeno e a porção inicial do jejuno Perda de excesso de peso = 70% Acompanhamento: Garantir reposição de complexo vitamínicomineral e de vitamina B12 Monitoramento dos níveis séricos de Fe, Ca e vitamina D. Mortalidade = 0,5% Efeitos colaterais: Sd de dumping Derivação Biliopancreática Procedimento: Gastrectomia parcial Anastomose entre íleo e o delgado proximal Preservação da segunda porção do duodeno para liberação de suco bilio-pancreático Tamanho da alça comum: Superobesos → 40 cm da válvula ileocecal Obesos grau I e II → 70 cm da válvula ileocecal Menor absorção lipídica e calórica Efeitos adversos: Diarreia, flatos fétidos Desnutrição grave Deficiência de vitaminas lipossolúveis Anemia ferropriva Doenças osteometabólicas Perda de excesso de peso = 80% Mortalidade = 1% Scorpinaro: Gastrectomia horizontal com essecção do piloro Coto gástrico de volume = 200 a 400 mL 200 cm de canal alimentar da anastomose do estômago com delgado distal Desvantagem: ↑Complicação e ↑mortalidade Duodenal switch: Gastrectomia vertical com preservação do piloro Alça intestinal de 75 a 100 cm Desvantagem: ↑Risco de reganho de peso Vantagem: minimiza os efeitos de diabsorção acelerada By-pass jejunoileal Não realizado atualmente Muitos efeitos colaterais: Diarreia, eliminação de fezes ricas em conteúdo biliar, proctite irritativa, meteorismo exagerado Disfunção hepática progressiva Procedimento: Anastomose de jejuno proximal – 45 cm do ângulo de Treitz – com alça intestinal a 15 cm da válcula ileocecal Todo restante do intestino delgado permanece fora do trânsito alimentar Complicação mais comum: cirrose Absorção de toxinas do intestino delgado excluído do trânsito intestinal Pós-operatório Complicações Banda gástrica ajustável: DRGE e esofagite Vômitos frequentes Megaesôfago Reganho de peso Perfuração intestinal Deslizamento/prolapso da banda com aumento/obstrução do neoestômago Aspiração/Infecção do “portal de acesso” Erosão de banda Isquemia do tecido gástrico Balão intra-gástrico: Intolerância ao balão → Dor epigástrica, náuseas e vômitos Mason: Impossibilidade de reversão e exame endoscópico Reganho de peso Fobi e Capella: Úlcera péptica em seguimento excluído Obstrução de alça Colelitíase Úlceras nas anastomoses Sangramentos Síndrome de dumping Scorpinaro: Dismineralização óssea e má absorção proteica Diarreia e flatulência Úlceras na boca Duodeno switch: Má absorção de cálcio e de proteína By-pass jejunoileal: Cirrose Síndrome de Dumping Síndrome é ocasionada pela passagem rápida do estômago para o intestino, de alimentos com grandes concentrações de gordura e/ou açúcares, em pacientes submetidos a cirurgias gástricas Ingestão de alimentos ricos em carboidratos simples → Esvaziamento gástrico mais rápido de glicose hiperosmolar: → Deslocamento intenso de líquido intravascular p/ lúmen intestinal → Hipovolemia relativa → Secreção excessiva de VIP, serotonina e bradicinina → ↑Contratilidade intestinal → Dumping precoce → Atividade simpática compensatória incompleta → Dumping precoce → Liberação intensa de incretinas GIP e GLP-1 → Secreção exagerada de insulina → Hipoglicemia reativa – Dumping tardio Dumping precoce: 30 a 60 minutos após a refeição Sd colinérgica Dor abdominal, Hipotensão, Taquicardia, Sudorese, Diarreia e Cefaleia Dumping tardio: 1 a 3 horas após as refeições Sd adrenérgica Tremores, Déficit de atenção, Alteração da consciência, Suor frio, Taquicardia Outras complicações Seguimento USG (anual//) – devido à alta incidência de litíase biliar Densidometria óssea (2/2 anos) Níveis de vitamina B12 (anual//) Níveis de homocisteína, folato e do ácido metilmalônico Suplementação nutricial Suplementação de polivitamínicos diários Suplementação mineral para DGYR, gastrectomia vertical e DBP: multivitamínicos Suplementação mineral (ácido fólico, Fe e tiamina) ≥1200 g de Ca elementar Citrato de cálcio em doses divididas – menos dependente de ácido p/ absorção ≥3000 UI de vitamina D – evitar o hiperparatireoidismo primário Vitamina B12 IM: 1000 mcg/mês a 5000 mcg/6 meses → Insuficiência: VO = 5000 mcg/dia Medir B12 (anual//) →≥ 400 pg/mL Fe ≥ 45 mg Vitamina D = 6 000 UI
Compartilhar